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DÉBORA MAZON TOFFOLI
COLEÇÃO DE JÓIAS
INSPIRADA NA VIDA E OBRA DE ROBERTO BURLE MARX.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ
2008-2
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DÉBORA MAZON TOFFOLI
COLEÇÃO DE JÓIAS
INSPIRADA NA VIDA E OBRA DE ROBERTO BURLE MARX
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Curso de Design de Moda da Universidade do
Vale do Itajaí para a obtenção do Título de
Bacharel em Design de Moda, sob a orientação
da Profa. Esp. Daniela de Aquino
BALNEÁRIO CAMBORIÚ
2008-2
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Trabalho de conclusão de curso do curso de design de moda da universidade do vale do itajaí,
apresentado e aprovado em banca avaliadora composta pelos seguintes membros:
______________________________________________________
Profa. Daniela de Aquino, UNIVALI – CE de Balneário Camboriú
Professor Orientador
______________________________________________________
Prof. Carlos Eduardo Mauro, UNIVALI - CE de Balneário Camboriú
Professor Convidado
______________________________________________________
Sarah Pinnow
Convidado Externo
______________________________________________________
Profa. Bianka Frisone Capucci, UIVALI – CE de Balneário Camboriú
Coordenadora do Curso de Design de Moda
______________________________________________________
Profa. Mônica Krinke, UNIVALI – CE de Balneário Camboriú
Responsável pelas atividades de Conclusão do Curso de Design de Moda
Balneário Camboriú
Dezembro de 2008
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre me apoi-
aram, e acreditaram em minhas idéias precoces, aos meus
irmãos que de algum modo são responsáveis por toda essa
criatividade que carrego em mim.
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Agradeço primeiramente a Deus por me dar todas as o-
portunidades na vida. Aos meus pais maravilhosos e toda
minha família. Agradeço as minhas novas amigas que me
adotaram tão rápido e facilmente e estiveram ao meu lado
em momentos inesquecíveis. A professora Rosaime. A
Sandra Duwe. A professora e orientadora Daniela de A-
quino. A minha prima Sabrina, sempre tão disponível, e
aos seus pais Tarcisia e Estelio que me incentivaram a
mudar de vida. Aos meus tios Cátia e Luiz Fernando (in
memoram) que foram meus pais nesta ultima e tão impor-
tante etapa da minha vida.
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First, I thank to God for give to me all the opportunities
in this life. To my wonderful parents and all my family. I
thank my new friends who had adopted me so fast and
easily and had been by my side in unforgettable moments.
To professor Rasaime. To Sandra Duwe. To professor and
advisor Daniela de Aquino. To my cousin Sabrina, always
so available, and to her parents Tarcísia and Stélio who
had stimulated me to change my life. To my uncles Cátia
and Luiz Fernando (in memoriam) who were my parents
in this last and so important stage of my life.
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RESUMO
Este trabalho de graduação é o resultado de quase um ano de pesquisas e muito traba-
lho, é o desenvolvimento de um projeto que finalizará quatro anos de muito aprendizado e
dedicação. Neste projeto a acadêmica desenvolve uma coleção de jóias inspirada na vida e
obra de Roberto Burle Marx, um dos paisagistas mais importantes de todos os tempos. Brasi-
leiro um ser humano sensível, e iluminado que fez da sua vida um exemplo de dedicação, e
humildade. Artista, “pintava” com as plantas, e sua grande paixão era a flora brasileira, a qual
dedicou anos de vida em sua defesa.
A parceria com Sandra Duwe jóias e design, surge para dar profundidade e realismo a cole-
ção, a partir do momento em que se tem uma loja real que serve de base para pesquisa de
mercado e público alvo podemos gerar um realismo. E gerar uma coleção que busca estar de
acordo com o que o mercado e os consumidores desejam é um desafio ainda maior, porem de
grande valia. Os produtos são 100% nacionais, assim como Marx gostava que fossem seus
jardins, incluindo a mão de obra e as matérias primas, valorizando o que o Brasil tem de me-
lhor, e mais bonito.
Palavras-chave: Atitude, Design, Nacional.
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ABSTRACT
This graduation’s work is the result of almost onde year of research and a lot of work.
Is the development of a project that will finish four years of much learning and devotion. In
this project the academic develops a jewel collection inspired in the life and workmanship of
Roberto Burle Marx, one of the most important landscapers in all time. Brazilian, a sensitive
human being and illuminated that made his life an exemple of dedication and humility. Marx
projected in his only way, unusual, thinking where each plant have to be, and how
forward the look of the spectator for them. Artist, painted with the plants
and his great passion was the brazilian flora, which has devoted years of
his life in defense. He likes to create gardens for the general public and was
the inspiration for the development of this work.
The partnership with Sandra Duwe jewels and design, appears to give depth and realism to
the collection, And create a collection that seeks to agree with what the
market and consumers want is an even greater challenge, but of great value.
The products are 100% nationals, as Marx liked to be its gardens, including
manpower and raw materials, highlighting that Brazil has a better and more beautiful.
Keywords: Attitude, Design, National.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Metodologia MD3E de Santos(2000) ......................................................................18
Figura 2 - Conchas furadas para confecção de colares.............................................................20
Figura 3 - Jóia grega feita em ouro ...........................................................................................21
Figura 4 - Pingente Art Nouveau..............................................................................................22
Figura 5 - Exemplo de peçãs que estão no mercado.................................................................26
Figura 6 - Anel Sandra Duwe jóias e design ............................................................................27
Figura 7 - Brinco da vitrine de Sandra Duwe jóias e design ....................................................27
Figura 8 - Painel publico-alvo ..................................................................................................29
Figura 9 - Gráfico sobre o mercado ..........................................................................................30
Figura 10 - Frequencia da compra ...........................................................................................30
Figura 11 - Artigo mais vendido ..............................................................................................30
Figura 12 - O que define a compra ...........................................................................................31
Figura 13 - Gemas mais vendidas ............................................................................................31
Figura 14 - Metal mais vendido ...............................................................................................31
Figura 15 - Anéis Jack Vartanian .............................................................................................34
Figura 16 - Brincos Jack Vartanian ..........................................................................................35
Figura 17 - Brincos Manoel Bernardes ....................................................................................36
Figura 18 - Anel Manoel Bernardes .........................................................................................36
Figura 19 - Anel H.Stern ..........................................................................................................38
Figura 20 - Brincos H.Stern......................................................................................................39
Figura 21 - Pulseira da coleção esteira .....................................................................................40
Figura 22 - Brincos Vivara .......................................................................................................40
Figura 23 - Peças tendencias para 2009....................................................................................42
Figura 24 - Foto de Burle Marx................................................................................................44
Figura 25 - Burle Marx trabalhando em seu atelier..................................................................45
Figura 26 - Jardim de Burle Marx ............................................................................................46
Figura 27 - Aterro do flamengo................................................................................................46
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Figura 28 - Jóias de Burle Marx ...............................................................................................47
Figura 29 - Projeto de jardim de Burle Marx ...........................................................................48
Figura 30 - Painel temática.......................................................................................................49
Figura 31 - Painel conceito.......................................................................................................52
Figura 32 - Cartela de cores e materiais ...................................................................................53
Figura 33 - Cartela de cores e materiais ...................................................................................53
Figura 34 - Geraçãode alternativas...........................................................................................54
Figura 35 - Geraçãode alternativas...........................................................................................55
Figura 36 - Aplicação de técnica de MESCRAI ......................................................................56
Figura 37 - Aplicação de técnica de MESCRAI ......................................................................57
Figura 38 - Aplicação de técnica de MESCRAI ......................................................................58
Figura 39 - Painel visual...........................................................................................................59
Figura 40 - Alternativa 1 ..........................................................................................................60
Figura 41 - Alternativa 2 ..........................................................................................................61
Figura 42 - Alternativa 3 ..........................................................................................................62
Figura 43 - Alternativa 4 ..........................................................................................................63
Figura 44 - Alternativa 5 ..........................................................................................................64
Figura 45 - Alternativa 6 ..........................................................................................................65
Figura 46 - Alternativa 7 ..........................................................................................................66
Figura 47 - Alternativa 8 ..........................................................................................................67
Figura 48 - Alternativa 9 ..........................................................................................................68
Figura 49 - Alternativa 10 ........................................................................................................69
Figura 50 - Alternativa 11 ........................................................................................................70
Figura 51 - Alternativa 12 ........................................................................................................71
Figura 52 - Alternativa 13 ........................................................................................................72
Figura 53 - Alternativa 14 ........................................................................................................73
Figura 54 - Alternativa 15 ........................................................................................................74
Figura 55 - Areas com movimento ...........................................................................................76
Figura 56 - Estudo de tamanho.................................................................................................77
Figura 57 - Gemas ....................................................................................................................77
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Figura 58 - “Puxando” um fio .................................................................................................78
Figura 59 - Recozendo o fio .....................................................................................................78
Figura 60 - Montando as caixas................................................................................................78
Figura 61 - Caixas montadas ....................................................................................................79
Figura 62 - Soldando as caixas .................................................................................................79
Figura 63 - Caixas aplicadas na cera ........................................................................................80
Figura 64 - Estrutura lixada e polida ........................................................................................80
Figura 65 - “Cavando” as bordas das caixas ............................................................................81
Figura 66 – Cravando as gemas................................................................................................81
Figura 67 - Confeccionando a “flor” ........................................................................................82
Figura 68 – “Flores” prontas ....................................................................................................82
Figura 69 - Soldando pinos.......................................................................................................83
Figura 70 - Calculo de valores..................................................................................................83
Figura 71 - Desenho técnico.....................................................................................................84
Figura 72 - Logomarca .............................................................................................................86
Figura 73 – Estudo de redução e ampliação.............................................................................86
Figura 74 - Estudo de positivo e negativo ................................................................................87
Figura 75 - Cartão de visita ......................................................................................................87
Figura 76 - Papel ofício ............................................................................................................88
Figura 77 - Embalagem ............................................................................................................88
Figura 78 - Tag da coleção .......................................................................................................89
Figura 79 - Certificado de garantia...........................................................................................89
Figura 80 - Campanha publicitária ...........................................................................................88
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ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... - 15 -
1.1 OBJETIVOS........................................................................................................ - 16 -
1.2 OBJETIVO GERAL............................................................................................ - 16 -
1.2.1 Objetivos Específicos ...................................................................................... - 16 -
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ - 16 -
2 METODOLOGIA........................................................................................................ - 18 -
2.1 METODOLOGIA DE PESQUISA ..................................................................... - 18 -
2.2 METODOLOGIA DE PROJETO ....................................................................... - 19 -
2.2.1 Técnicas de Criatividade ................................................................................. - 20 -
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. - 21 -
3.1 HISTÓRIA DA JÓIA .......................................................................................... - 21 -
3.1.1 Análise ............................................................................................................. - 24 -
4 PESQUISA .................................................................................................................. - 25 -
4.1 PESQUISA DE MERCADO............................................................................... - 25 -
4.1.1 Estado do Design............................................................................................. - 25 -
4.2 SOBRE A EMPRESA SANDRA DUWE JÓIAS E DESIGN............................ - 27 -
4.3 PESQUISA DE PÚBLICO.................................................................................. - 29 -
4.3.1 Pesquisa com público-alvo .............................................................................. - 30 -
4.3.1.1 Análise ..................................................................................................... - 33 -
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4.3.2 Entrevista com a designer Sandra Duwe ......................................................... - 33 -
4.3.2.1 Análise ..................................................................................................... - 34 -
4.4 CONCORRENTES ............................................................................................. - 35 -
4.4.1 Concorrentes diretos ........................................................................................ - 35 -
4.4.1.1 Jack Vartanian ......................................................................................... - 35 -
4.4.1.2 Manoel Bernardes.................................................................................... - 36 -
4.4.2 Análise ............................................................................................................. - 38 -
4.4.3 Concorrentes Indiretos..................................................................................... - 39 -
4.4.3.1 H.Stern..................................................................................................... - 39 -
4.4.3.2 Vivara ...................................................................................................... - 40 -
4.5 PESQUISA TENDÊNCIAS................................................................................ - 42 -
4.6 PESQUISA TEMÁTICA .................................................................................... - 44 -
4.6.1 Análise ............................................................................................................. - 50 -
5 CONCEPÇÃO............................................................................................................. - 51 -
5.1 CONCEPÇÃO DA COLEÇÃO .......................................................................... - 51 -
5.2 PAINEIS.............................................................................................................. - 53 -
5.2.1 Painel de conceito............................................................................................ - 53 -
5.2.2 Cartela de cores e materiais ............................................................................. - 54 -
5.3 TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE...................................................................... - 55 -
5.3.1 Brainstorming.................................................................................................. - 55 -
5.4 MESCRAI ........................................................................................................... - 56 -
5.4.1 Painel visual..................................................................................................... - 59 -
6 COLEÇÃO .................................................................................................................. - 61 -
7 MEMORIAL DESCRITIVO....................................................................................... - 76 -
8 MARKETING/DIVULGAÇÃO ................................................................................. - 86 -
8.1 4 P’S .................................................................................................................... - 86 -
8.2 FUNÇÃO INFORMACIONAL .......................................................................... - 86 -
8.3 DIVULGAÇÃO .................................................................................................. - 91 -
8.4 RELEASE DA COLEÇÃO................................................................................. - 91 -
9 CONCLUSÃO............................................................................................................. - 93 -
- 14 -
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. - 94 -
ANEXO 1 ............................................................................................................................ - 96 -
ANEXO 2 .......................................................................................................................... - 109 -
APÊNDICE ................................................................................................................... - 111 -
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1 INTRODUÇÃO
Este trabalho consiste no desenvolvimento de uma coleção de jóias em parceria com a
loja Sandra Duwe jóias e design, inspirada na vida e obra de Roberto Burle Marx, um dos
paisagistas mais importantes de todos os tempos. Sua vida foi de extrema importância à soci-
edade, à biologia, à arquitetura e à profissão de paisagista. Burle Marx pintava com as flores,
era no papel, que ele projetava seus jardins que mais se pareciam com quadros, só depois fa-
zia com elas blocos de cor para concretizar aquilo que havia pintado. Sua vida e obras não são
reconhecidas pelo povo de sua nação. Burle Marx era brasileiro, nasceu em São Paulo, morou
no Rio de Janeiro, mas infelizmente é admirado por todo o mundo ficando por aqui sendo
conhecido apenas por profissionais das áreas de arquitetura, paisagismo e biologia (afinal des-
cobriu sete tipos de plantas). Por isso a divulgação de seu nome passa a ser mais um dos obje-
tivos deste projeto.
Com tecnologias avançadas às jóias ganham cada vez mais novas utilidades entre elas,
pen drives, fones de ouvido, telefone, etc. Estes produtos apresentam muitas características
sedutoras, como beleza, conforto, tecnologia e praticidade. E é impossível não enxergar que
com produtos tão diferenciados, a concorrência passe a ser maior, e comece a buscar, cada
vez mais, apresentar novos produtos com novos designs. O mercado joalheiro entra nesta dis-
puta, porque perde campo para estes novos produtos. Cria-se então a necessidade de acompa-
nhar este ritmo e oferecer constantemente a seus clientes produtos diferenciados e inovadores.
“Em geral, a consumidora de jóias está sedenta por novidades, cansada de peças tradicionais e
aprecia jóias bem elaboradas. As peças brasileiras se diferenciam das de outros países pela
confecção quase manual e têm alto valor agregado”. (Ricardo Bronfen – Vancox¹) contam
ainda com as gemas nacionais, diferenciadas, e abundante matéria prima.
______________
¹ Vancox. Companhia joalheira.
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1.1 OBJETIVOS
1.2 OBJETIVO GERAL
Desenvolver uma coleção de jóias inspirada na vida e obra de Roberto Burle Marx.
Utilizando a marca Sandra Duwe jóias e design como base.
1.2.1 Objetivos Específicos
• Fazer avaliação do produto final, buscando a confirmação da satisfação, conforto e
bem estar do possível consumidor.
• Projetar dentro do Brasil o nome de um artista brasileiro internacionalmente conhecido
que sempre buscou usar e valorizar em seu trabalho plantas brasileiras, e em toda sua vida
lutou para sensibilizar as pessoas sobre a importância da preservação da natureza.
• Usar das propagandas da marca para divulgar e ajudar projetos sociais que lutam pela
vida do planeta.
• Valorizar em suas criações gemas e matéria prima brasileira, assim como a mão de
obra.
1.3 JUSTIFICATIVA
“O designer é o profissional capacitado a aumentar a competitividade das empresas,
criando nichos próprios e definindo, através de soluções que visem à funcionalidade, qualida-
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de, segurança, conforto e imagem diferenciada de produtos e serviços." Marcello Alencar,
então governador do Estado do Rio de Janeiro, sobre o Programa Brasileiro de Design.
A tecnologia já não é mais exclusividade de uma só empresa, por isso os produtos no
mercado apresentam cada vez mais semelhanças entre si, assim como o equilíbrio dos desem-
penhos dos mesmos, isso acaba gerando a similaridade dos preços. O consumidor, por sua
vez, não consegue atribuir a cada um destes produtos seu devido valor, o que torna a concor-
rência muito mais acirrada.
Para conquistar clientes, se torna cada vez mais necessário a um produto o “algo
mais”. O diferencial passa então a ser palavra de ordem na indústria, e ao buscá-lo empresas
encontram no design, a solução de seus problemas. Capaz de agregar valor ao produto e dife-
renciá-lo dos outros, o design passa ser muitas vezes responsável pelo sucesso de uma empre-
sa, e é utilizado desde o desenvolvimento de produtos e serviços até a comercialização dos
mesmos, pois através do design é possível encontrar identidade visual, padrões estéticos, ade-
quação de materiais, embalagens, otimização de custos, fabricação, ergonomia e muitos ou-
tros fatores fundamentais responsáveis pelo bom desempenho do produto.
Outros fatores podem agregar valor ao produto entre eles está: o diferencial (o que de
novo ele oferece), a exclusividade (produtos personalizados, e ou feitos em pequena quanti-
dade) e o nome do designer ou marca do produto.
Por isso este trabalho busca entender a partir de suas pesquisas a necessidade do con-
sumidor da marca Sandra Duwe, e superar suas expectativas, oferecendo a eles, muito mais do
que desejam. O tema vem fundamentar as criações, e oferece muitas oportunidades para ex-
ploração de formas e cores, tem ainda caráter ecológico, e social. A vida de Roberto Burle
Marx foi toda dedicada à flora brasileira, seja na “confecção” de seus jardins, feitos exclusi-
vamente com flores e plantas nacionais oferecidos por ele a toda a sociedade, seja na sua luta
pela preservação da natureza. Por isso este trabalho se inspira, em suas obras, jardins, qua-
dros, jóias, etc. e em sua vida de dedicação ao planeta.
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2 METODOLOGIA
Segundo o dicionário MICHAELIS (2007) “metodologia é um estudo científico dos
métodos. Parte da Lógica que se ocupa dos métodos do raciocínio, em oposição à Lógica
Formal. Teoria dos procedimentos de ensino, geral ou particular para cada disciplina; didática
teórica”.
Portanto é esta a parte do projeto que guia toda a pesquisa, e mostra como, e quando
cada etapa do projeto será executada.
2.1 METODOLOGIA DE PESQUISA
A metodologia de pesquisa é conta com quatro tipos de conhecimento, são:
Conhecimento Empírico, aquele que o individuo desenvolve em sua vida se baseando em fatos
vividos. Ex: crença popular.
Conhecimento Teológico, baseado na fé, religioso, não se contesta. Conhecimento
Filosófico, feita a partir de raciocínio lógico, mas sem a obrigação de aplicá-lo a realidade.
Conhecimento Científico, racional, mas busca comprovar a realidade, verificar, experimentar,
exige respostas, para isso utiliza de experiências, provas. Para comprovar e explicar os fenôme-
nos.
Para Gil (1999,p.42), a pesquisa é um “processo formal e sistemático de desenvolvi-
mento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para
problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.”
Podemos então definir quais as ferramentas necessárias, para o levantamento de informações
tão necessárias para a continuidade deste trabalho.
Forma de pesquisa:
Esta pesquisa será de natureza básica, que tem como objetivo gerar conhecimentos
novos e úteis para o avanço da ciência.
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Serão realizadas pesquisas quantitativas: através de aplicação de questionário em possíveis
clientes, e pessoas que trabalham diretamente no setor, para levantamento de informações
importantes para entender as preferências e necessidades do consumidor.
Pesquisas qualitativas: será feita entrevista com designers de jóia, podendo então
comprovar a realidade do mercado.
O projeto se inicia com a pesquisa bibliográfica, fundamental para entender como se
encontra o mercado de jóia atualmente.
2.2 METODOLOGIA DE PROJETO
O método utilizado neste projeto foi uma adaptação do MD3E- Método de Desdobra-
mento em três etapas, de Flávio Anthero dos Santos (2000), o qual consiste em três etapas
básicas:
Cada uma das três etapas é desdobrada em mais três (o que originou o nome MD3E).
Figura 1. Metodologia MD3E de Santos (2000) Fonte: Adaptado pela acadêmica
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Esta metodologia se divide em três etapas. A primeira: Pré-concepção, tudo o que an-
tecede o desenvolvimento das gerações de alternativas. É onde o projeto é organizado. Onde
se faz o levantamento de todas as informações necessárias para o bom desenvolvimento do
projeto.
A segunda parte: Concepção, realizar a geração de alternativas utilizando técnicas de
criatividade ou não. Realizar as escolhas de alternativas mais adequadas. Conferir se ela aten-
te a todas as exigências pré-estabelecidas. E então é o momento de usar a base de dados cole-
tados em toda a pesquisa para fundamentar sua escolha.
A terceira parte: Pós-concepção, detalhar as alternativas, desenvolver modelo para
testes, explicar as funções do produto através do memorial descritivo.
2.2.1 Técnicas de Criatividade
São ferramentas que organizam os pensamentos. Escolhe-se a que mais se assemelha
ao seu método de criação. As utilizadas foram:
O Brainstorming (Baxter, 1998) é, provavelmente, uma das mais difundidas e utiliza-
das ferramentas de concepção de idéias. Baseia-se no princípio de “quanto mais idéias, me-
lhor”. Valoriza a transferência para o papel de todas as idéias que lhe vem à cabeça, é “rabis-
car” formas e linhas, sem se preocupar, pois só mais tarde é que será selecionada entre tantas,
as mais adequadas.
MESCRAI é a abreviatura de “Modifique (aumente ou diminua), Elimine, Substitua,
Combine, Rearranje, Adapte, Inverta” (BAXTER, 1998). Busca a adaptação e variação do
produto.
Painel visual é o uso de painéis com o maior numero de imagens sobre o tema que vai
ativar sua criatividade. Server de apoio na hora da criação porque mostra muitas imagens e
informações ao mesmo tempo.
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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesta parte do projeto utilizando de pesquisas bibliográficas, e outros materiais o alu-
no busca fundamentar utilizando-se do método teórico para dar fundamento e credibilidade a
este projeto.
3.1 HISTÓRIA DA JÓIA
Uma das artes decorativas mais antigas existentes, é a arte da joalheria que tem apro-
ximadamente mais de sete mil anos. Desde estes tempos remotos o homem resolveu utilizar
dentes, conchas e sementes para adornar-se. Com o passar dos tempos o brilho das gemas e
dos metais passou a encantá-los, a partir deste momento alguns destes materiais passaram a
representar poder, superstição, e cada vez mais adornos preciosos que chamavam atenção. A
joalheria no progresso da civilização humana compreende o trabalho, a criatividade e o talen-
to de sucessivas gerações de artesãos ao desafio de transformar materiais preciosos em orna-
mento pessoal de elevado valor artístico.
Figura 2. Conchas furadas para a confecção de colares
Fonte: www.infojoias.com.br
Este processo começou na Antiguidade, quando os ourives passaram a criar cada vez
mais técnicas avançadas e sofisticadas: por exemplo, os Etruscos atingiram uma perfeição
nunca antes igualada nas técnicas de filigrana e granulação em ouro. Os gregos por sua vez,
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durante o período Helenístico, modelavam figuras humanas para compor brincos, colares e
braceletes com extrema perfeição. Os luxuosos ornamentos romanos em ouro, esmeraldas,
safiras e pérolas brancas marcam um grande contraste com as jóias muito coloridas da Idade
Média, que expressavam os ideais do amor idealizado e do cristianismo, que foi tema central
de quase toda a joalheria da época.
Figura 3. Jóia grega feita em ouro
Fonte: www.joiabr.com.br
O Renascimento criou peças históricas decoradas com esmaltes e pedras preciosas, cu-
jo nível artístico é comparado aos da pintura e da escultura do mesmo período: artistas como
Hans Holbein, Albrecht Dürer e Benvenuto Cellini eram contratados por mecenas para dese-
nhar peças que estimulassem os ourives renascentistas a chegar a níveis nunca antes alcança-
dos nas técnicas de esmaltação, gravação e cravação. No período Barroco, a troca de estilo foi
notável, as jóias tornaram-se um símbolo de status social devido à grande quantidade de ge-
mas na mesma peça. O design perde sua expressão artística. As jóias do período Rococó
eram assimétricas e leves, se comparadas com as do Barroco. Surgem jóias para serem utili-
zadas durante o dia, leves, nunca antes utilizadas, e jóias para serem usadas somente à noite,
que abusavam de detalhes especialmente para refletirem e brilharem mais refletindo as luzes
dos candelabros. No período seguinte, o Neoclássico, as linhas do estilo ditam a moda e o
design das jóias adapta-se a elas.O estilo grego e romano são a fonte de inspiração deste perí-
odo, esse design se impunha devido pois havia muita simplicidade no vestir.
Já no século XIX iniciou-se com as grandiosas jóias criadas para a corte do Imperador
Napoleão I e que serviram de padrão para toda a Europa até à Batalha de Waterloo em 1815:
entre elas estavam, os conjuntos de jóias chamados parures, compostos de tiaras, gargantilhas
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ou colares, brincos, e braceletes adornados com gemas, entre elas o diamante, a esmeralda, a
safira, o rubi e a pérola, cujo beleza chamava mais atenção do que o próprio design das peças.
Praticamente ao mesmo tempo, emergia o Romantismo, com inspirações em jóias da Antigui-
dade e dos tempos medievais. O crescente gosto pelo luxo era impulsionado por um período
de baixos impostos, prosperidade e uma sociedade elitizada surgida com o boom da Revolu-
ção Industrial. Ainda mais com a abundancia de gemas principalmente depois da descoberta
das minas da África do Sul na década de 60. Esta descoberta foi de extrema importância para
a história da joalheria, e a modificou de maneira memorável, e por várias décadas se concen-
trou no brilho em detrimento da cor, do desenho e da expressão de idéias.
No início do século XX, joalheiros como Boucheron e Cartiere, começaram a fazer
uso de um novo estilo, que buscava inspiração no século XVIII que era chamado de Belle
Èpoque, as jóias apresentavam características românticas, temas florais, guirlandas, eram ex-
ploradas a fim de compor jóias delicadas, em protesto as utilizadas antes, que eram recobertas
de diamantes. Por volta da mesma época, os joalheiros da corrente Art Nouveau, liderados por
René Lalique, causaram tumulto na Exposição de Paris de 1900, o design era inspirados na
natureza e as matérias primas eram o como marfim e chifres de animais, escolhidos mais pela
sua qualidade estética do que por seu valor intrínseco. Mas estas jóias não eram jóias práticas
para uso, então com o inicio da 1ª Guerra Mundial o estilo desapareceu rapidamente.
Figura 4. Pingente art nouveau Fonte: www.gente.ig.com.br
Com o fim da 1ª guerra, em 1918, surge e se impõe na joalheria o estilo Art Decó, com
seu design arrojado que foi associado ao Cubismo, ao Abstracionismo e a arquitetura da Bau-
haus, que foi também suavizado na década de 30 pelos motivos figurativos e florais reintrodu-
zidos por Cartier. A arte da joalheria, depois da 2ª Guerra Mundial, passou a vender para uma
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clientela que comprava não só para uso, mas também como investimento. A clientela passou
então a dar muita importância à qualidade das gemas, estas deveriam ser perfeitamente face-
tadas e montadas em peças de design de acordo com a moda. A partir da segunda metade do
século XX, surgem novos conceitos, novas idéias, assim como os novos materiais que passa-
ram a ser utilizados pelos designers, como os metais titânio e nióbio, e também diferentes
tipos de plásticos e papéis.
Atualmente, a joalheria mundial está voltada para o design, ela busca o diferencial de
seu produto no design que deve ser criativo, bem identificável e corresponder com rapidez às
necessidades de um mercado consumidor sempre crescente e ansioso por inovações tanto nas
técnicas de fabricação, quanto na expressão dos estilos e conceitos escolhidos, cabendo a to-
dos os designers e profissionais envolvidos, seja na produção artesanal seja na produção in-
dustrial de jóias, contribuir para a qualidade do produto final. Pois este está sempre em busca
de qualidade, criatividade e estilo próprio, e ou diferenciado.
3.1.1 Análise
Um mercado cada vez mais competitivo traz com ele novas necessidades, a busca pelo
novo, o diferente, o inusitado, a correria do dia, dia exige produtos práticos, funcionais e mui-
tas vezes adequados a ambientes e ocasiões especificas. Historicamente o homem evolui e
com ele suas necessidades, por isso os produtos passam a ser mais elaborados para atender
estas novas necessidades, o que faz com que as técnicas de produção atinjam níveis nunca
antes imaginados. E cada vez mais surge a necessidade de atender aos desejos dos consumido-
res, com produtos diferenciados e de grande qualidade.
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4 PESQUISA
Nesta parte do projeto é feita toda a parte da pesquisa e aqui relatada a partir de livros,
revistas, vídeos, sites, ou outros, que tenham o poder de embasar e dar credibilidade a este
projeto.
4.1 PESQUISA DE MERCADO
4.1.1 Estado do Design
Segundo o publicitário Luiz Alberto Marinho (Vida Simples, Setembro 2008) a ten-
dência é de migração do pensamento individual para o coletivo. “O consumo, que hoje define
nossa sociedade, começa a ser questionado e conceitos como equilíbrio e responsabilidade
social já encontram espaço em corações e mentes brasileiras” diz ele. Por isso aumenta cada
dia mais o numero de empresas e produtos que se preocupam com os problemas sociais e am-
bientais, e saem em busca dos certificados “verdes” que se tornam marketing social, ou mar-
keting ambiental e desperta o interesse de clientes sejam eles defensores destes princípios ou
não. Este é um novo atrativo, um novo diferencial que os produtos podem oferecer.
Já existem “selos verdes” para áreas como da construção, alimentação, cosméticos, eletrodo-
mésticos, produtos agrícolas, entre outros, e eles são conferidos por certificadoras terceiriza-
das. Por isso quando pensamos em criar um produto, precisamos pensar também em como
agregar valor a ele.
Uma jóia é eterna, o material resistente, pode ser usado, derretido, reformulado, mas
nunca perdido. É por este motivo que ela sempre foi vista como um investimento, porque é
para vida toda.
- 26 -
Mas o mercado sempre acompanha algumas tendências que vem, e passam, mas é isso
que faz a engrenagem girar. Assim como na moda, a necessidade de gerar o novo, para que o
exista o velho faz com que o mercado acelere, o consumidor por sua vez, consome aquilo que
a “moda” determina, e quando um produto passa a ser “ultrapassado” surge a necessidade de
comprar um outro.
A utilização de formas clássicas, e ao mesmo tempo inovadoras, materiais como plati-
na, ouro branco, amarelo, gemas brasileiras, diamantes redondos, topázio azul, citrino, perido-
to, ametista, turmalina rosa e paraíba, ônix, coral, green gold, opala, esmeralda, quartzo ruti-
lado, opala de fogo, água marinha com diferentes lapidações e materiais alternativos da flora
brasileira, estão em alta.
Nas vitrines podemos observar a grande quantidade e variedade de braceletes, colares,
brincos longos, temas florais e animais, étnicos e religiosos, formas naturais, linhas curvas,
inspirações também vindas dos anos 50 e 60. E ainda, a valorização do design com identidade
e o uso crescente de materiais alternativos. Os metais são o ouro, amarelo, branco e rosa. E
gemas, azuis, amarelas e laranjas. Com cravações inusitadas.
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Figura 5. Exemplos de peças que estão no mercado.
Fonte: Caderno de tendências do IBGM 2008
4.2 SOBRE A EMPRESA SANDRA DUWE JÓIAS E DESIGN
Sandra sempre fazia reuniões com amigas, nestas reuniões, assuntos e comentários so-
bre as jóias usadas eram sempre pertinentes. Sandra dava sugestões para mudar a cara de jóias
- 28 -
antigas, mas como não havia quem fizesse os serviços, pediam para ela. Começou fazendo
poucas coisas, procurou então fazer cursos, e então passou a ganhar muitas clientes com a
propaganda boca-boca, Sandra gostava de modificar, nunca destruir ou derreter. Era mais uma
customização.
Figura 6. Anel Sandra Duwe jóias e design Fonte: A acadêmica
Quando sua carteira de clientes já estava cheia resolveu então abrir sua primeira loja
em Blumenau, foi então que surgiu a necessidade de contratar um ourives, para dar conta da
produção, e se dedicar exclusivamente à parte de criação. Existem hoje duas lojas Sandra
Duwe Design e jóias, uma no Balneário Camboriú Shopping em Balneário Camboriú e outra
no shopping Neumarkt em Blumenau.
Figura 7. Brincos da vitrine Sandra Duwe jóias e design Fonte: A acadêmica
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Atende a um publico seleto e exigente com peças exclusivas e únicas, e ainda faz tam-
bém atendimentos particulares e peças sob encomenda para muitos clientes da região. Um
serviço muito personalizado, e difícil de ser encontrado na região, Sandra sonha em deixar seu
legado para os filhos, e ama muito o que faz, é simpática espontânea e muito acessível, talvez
ouvir sempre de perto o que o cliente deseja seja seu segredo de sucesso.
4.3 PESQUISA DE PÚBLICO
O público-alvo desta coleção se constitui de mulheres com alto poder aquisitivo, que
trabalham, são elegantes, finas, mas ao mesmo tempo glamorosas, gostam de se cuidar e gas-
tam seu dinheiro na compra de jóias, roupas e produtos de beleza. Moram em grandes cida-
des, e ou, fazem parte da alta sociedade. Prezam pelo conforto, design, qualidade, atendimen-
to e exclusividade. Buscam sempre transmitir seu estilo próprio. Tem a vida social super ati-
va, freqüentando sempre muitas festas, e eventos. Obrigatoriamente usam jóias nestas ocasi-
ões, e usa jóias menores no dia a dia. Será aplicado questionário às vendedoras da loja de
Sandra Duwe para captar mais as preferências destas clientes. Que são o foco principal, mas
será uma mulher com mais atitude, mais sofisticação, coragem, autenticidade, que gosta de
transmitir através de tudo que usa seu estilo próprio.
- 30 -
Jóias
Público-alvo
Figura 8. Painel de Público-Alvo Fonte: A acadêmica
4.3.1 Pesquisa com público-alvo
Foi aplicado um questionário com todas as vendedoras da loja Sandra Duwe jóias e
design para identificar quais são os materiais, as gemas, entre outras coisas, preferida pelas
clientes. Abaixo os gráficos que ilustram estas respostas.
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Muito Bom60%
Bom40%
Como enxergam o mercado
Figura 9. Gráfico sobre o mercado
Fonte: A acadêmica
Dois Meses20%
Três Meses20%
Seis Meses20%
Datas Especiais
40%
Frequencia da venda para um mesmo cliente
Figura 10. Frequencia da compra
Fonte: A acadêmica
Colar20%
Pulseira20%
Brinco60%
Artigo mais vendido
Figura 11. Artigo mais vendido
Fonte: A acadêmica
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Qualidade40%
Design50%
Inovação10%
O que define a compra
Figura 12. O que define a compra
Fonte: A acadêmica
Diamante50%
Rubi12%
Quartzo12%
Ametista13%
Green Gold13%
Gemas mais vendidas
Figura 13. Gemas mais vendidas
Fonte: A acadêmica
Ouro Branco
20%
Ouro Amarelo
80%
Metal mais vendido
Figura 14. Metal mais vendido
Fonte: A acadêmica
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4.3.1.1 Análise
Pela leitura dos gráficos fica evidente a preferência das clientes, Entre as gemas o di-
amante está em primeiro lugar, em relação ao material, o ouro amarelo é o mais vendido, os
clientes se atraem pelo design e pela qualidade, e o artigo preferido por estes são os brincos.
Já o espaço entre compras é relativamente longo, porem na visão das vendedoras o mercado
joalheiro é muito bom. Estas informações serão de grande importância para a criação da cole-
ção.
4.3.2 Entrevista com a designer Sandra Duwe
1. Há quantos anos você trabalha com jóias?
S. 16 Anos.
2. Por que você escolheu este segmento?
S. Aconteceu... Comecei dando palpites em como minhas amigas poderiam melhorar e
mudar o design de suas jóias antigas. Naquele tempo sem querer eu já fazia releitura
do design das jóias, e por confiança as pessoas me davam a confecção das mesmas.
3. O que você busca quando confecciona suas peças?
S. A satisfação do cliente. Despertar o desejo por te-las.
4. Quais são as suas inspirações?
S. A natureza, o amor.
5. Qual é o seu objetivo principal?
S. A venda. Porque sem ela não há continuidade.
6. Qual é o seu material preferido?
S. As gemas brasileiras, juntamente com o ouro.
7. Qual é o metal preferido de seus clientes?
S. O ouro amarelo.
8. O que é mais importante? Design, material ou preço?
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S. Está na ordem correta: design, material e preço. Mas na minha opinião em joalhe-
ria conta o material, pois ninguém entra em uma joalheria para comprar uma peça
com materiais inferiores; porem se o design for feio, não vende.
9. Quais as gemas preferidas por seus clientes?
S. Diamantes, ametistas, cristais, quartzo fumê.
10. Qual o artigo mais vendido?
S. Brincos.
11. Como você vê o mercado da joalheria? Quais as necessidades?
S. É um mercado com seus altos e baixos, depende da economia do país. A necessida-
de principal seria baixar os impostos, para melhorar o preço e a segurança do mer-
cado.
12. Qual é o significado de uma jóia?
S. É a maneira de eternizar uma emoção, um momento. Simboliza o amor.
4.3.2.1 Análise
Traçando um comparativo entre as respostas das vendedoras e da design notamos um
grande equilíbrio, a gema preferida ainda é o diamante, o metal, o ouro amarelo, o brinco co-
mo artigo mais vendido, entre outros. Partindo dessa comparação, as respostas ganham mais
credibilidade e a definição dos gostos do cliente se torna mais fixa e comprovada.
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4.4 CONCORRENTES
4.4.1 Concorrentes diretos
Os concorrentes foram escolhidos partindo do principio da similaridade, a escolha de
designers como concorrentes diretos surgiu como necessidade, pois a Marca Sandra Duwe,
não é uma joalheria, e vende peças exclusivas, e muitas vezes únicas, as vezes até feitas sob
encomenda. Como na região não encontra-se profissionais deste tipo, foi determinada a esco-
lha pelo estilo, pelo estilo artesanal utilizado, ou até pela matéria-prima.
4.4.1.1 Jack Vartanian
Jack Vartanian vem de uma família com tradição no mercado de pedras preciosas no
Brasil. Cresceu aprendendo a reconhecer as melhores pedras e diamantes em diferentes paí-
ses, e muito cedo despertou seu interesse pelo trabalho na empresa da família.
Figura 15. Aneis Jack Vartanian
Fonte: www.daslu.com.br
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Em 1999, Nasce a marca Jack Vartanian. Através dela expõem seu próprio estilo, cri-
ando jóias sofisticadas e originais, combinando a técnica da joalheria tradicional onde cada
pedra é lapidada e finalizada a mão, com design inovador.“Crio para mulheres que não que-
rem apenas usar jóias em ocasiões formais” Diz. A preocupação com os detalhes, a constante
procura por matéria prima diferenciada, tradição e criatividade estão entre seus atributos. A
marca caiu no gosto das celebridades e modelos entre elas Gisele Bündchen que considera
Jack um dos seus designers favoritos e define suas criações como “cool e sofisticadas ao
mesmo tempo”. As lojas estão em São Paulo, entre outras cidades do país, e nos Estados U-
nidos é representado pela Barney’s e pretende abrir loja própria em Nova York.
Figura 16. Brincos Jack Vartanian Fonte: www.feirachic.com
Usam esta marca: Gisele Bundchen, Ivete Sangalo, Marieta Severo, Cássia Ávila, Lui-
za Brunet, Mariana Ximenes, Cameron Diaz, Camila Pitanga, entre outras.
4.4.1.2 Manoel Bernardes
As pedras brasileiras são prioridade e caracterizam a marca Manoel Bernardes. A em-
presa busca por meio de pesquisas constantemente novas possibilidades técnicas e criativas,
- 37 -
para oferecer a seus clientes uma coleção contemporânea e com identidade própria. Com isso,
desenvolve novas formas, lapidações e texturas, combinando tecnologia com o cuidado arte-
sanal.
Figura 17. Brinco Manoel Bernardes Fonte: www.manoelbernardes.com.br
A empresa tem 60 anos, e é uma das maiores do segmento no Brasil, tem estrutura ver-
ticalizada e zela pela qualidade desde a mina até o produto final.
Sua sede fica em Minas Gerais, estado responsável pela maior produção de gemas do país,
neste estado possui quatro lojas, fábrica e escritórios associados que negociam com clientes
em vários países do mundo.
Figura 18. Anel Manoel Bernardes
Fonte: www.manoelbernardes.com.br
- 38 -
Toda a empresa inclusive seus dirigentes, não só se preocupam como também contri-
buem para o crescimento do segmento joalheiro e da economia, liderando iniciativas de incen-
tivo ao design; modernização tecnológica e gerencial e ação política do setor. Desta forma
buscam por melhores condições de competitividade para a empresa e para a joalheria brasilei-
ra como um todo. Manoel Bernardes investe no varejo de produtos de luxo. Através de suas
quatro joalherias, em Belo Horizonte, comercializa jóias femininas e masculinas, relógios e
uma linha de pastas e carteiras em couro.
O contato direto com o cliente final permite à joalheria um melhor conhecimento de
seus desejos, para lhe oferecer produtos de excelente custo beneficio. Mais que peças de ex-
tremo luxo, a empresa oferece jóias que expressam o estilo de vida contemporâneo.
Em relojoaria, é o agente autorizado de grandes marcas, reconhecidas entre as líderes mundi-
ais, sendo um dos sete revendedores autorizados da Rolex no Brasil. Controla também uma
shop-in-shop Montblanc e três Swatch Stores.
Um dos maiores fabricantes de jóias do país, a marca possui ainda uma rede de reven-
dedores em vários estados. Entre seus clientes encontram-se alguns dos principais varejistas
do país.
A empresa participa constantemente da Feninjer, onde apresenta suas coleções, em
sua maioria compostas por jóias com pedras brasileiras, que são sua marca registrada. Uma
das empresas pioneiras em valorizar o uso das gemas brasileiras, Manoel Bernardes cria jóias
coloridas, solares e é hoje reconhecida como profunda conhecedora do assunto.
4.4.2 Análise
Estes dois concorrentes apresentam caracteristicas similares as da coleção projetada, o
primeiro por presar pelas antigas técnicas de joalheria e exclusividade de algumas de suas
peças, o segundo por valorizar o uso de gemas brasileiras.
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4.4.3 Concorrentes Indiretos
Os concorrentes indiretos foram selecionados por serem joalherias, grandes, produto-
res em alta escala, diferente de designer que geralmente produzem poucos exemplares, crian-
do certa exclusividade.
4.4.3.1 H.Stern
Figura 19. Anel H.Stern Fonte: www.myprestigium.com
No início dos anos 50, uma pequena joalheria brasileira começava a chamar a atenção.
A H.Stern, com suas jóias prometia revolucionar o tradicional mercado joalheiro. Aos 22 a-
nos, em 1945 no Rio de Janeiro, Hans Stern fundou um pequeno negócio de compra e venda
de pedras, dando início a uma história de sucesso.
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Figura 20. Brincos H.Stern Fonte: www.jckonline.com
Durante 60 anos, a H.Stern se consolidou como uma joalheria de prestígio. Atualmen-
te, a marca é sinônimo de bom gosto, e beleza em todo o mundo, suas lojas estão em São Pau-
lo, no Rio, Nova York, Paris, Frankfurt, Tel Aviv. Está presente em revistas, nacionais e in-
ternacionais, editoriais de moda, e enfeita celebridades de todo o mundo.
4.4.3.2 Vivara
A proposta da marca sempre foi comercializar jóias diferenciadas. Suas linhas têm va-
riadas cores, formas e materiais que compõe peças sofisticadas, casuais, que busca agradar a
um exigente e variado público. Suas coleções são produzidas primando pelos mais exigentes
padrões de qualidade, as matérias primas são selecionadas pela origem e pureza dos metais e
perfeita lapidação das gemas, apresentam jóias com estilo, naturalidade, feminilidade, luxo,
movimento e versatilidade.
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Figura 21. Pulseira da coleção esteira
Fonte: theglam.blogtv.uol.com.br
A Vivara desenvolve peças exclusivas, suas linhas sempre exploram diversos temas
criativos e inusitados, como a linha esteira que se baseia nas tramas das esteiras de praia; infi-
nito, desenvolvida para realçar o brilho do diamante; Bambu, inspirada nas folhas desta plan-
ta; Franjas, linha com correntes de ouro em amarelo e citrino; Iluminar, inspirada nas chamas
do fogo; Inca, com formas arredondadas; Indiana, que valoriza o rubi em formato oval e em
gota, em tamanho inovador que vale a pena ser conferido; Pétalas, destacando os diamantes e
Tropical, inspirada na estrutura cromática das orquídeas.
Figura 22. Brincos Vivara
Fonte: www.simplesmenteelegante.com
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4.5 PESQUISA TENDÊNCIAS
“Como se sabe, no setor de gemas e jóias a concorrência se dá, cada vez mais, pela di-
ferenciação de seus produtos. Desta forma, a criatividade, o design e a incorporação de inova-
ções tecnológicas são fundamentais, pois podem mudar significativamente os padrões de con-
corrência em distintos segmentos, tanto no mercado interno quanto no externo”. ( Hécliton
Santini Henriques, presidente do IBGM 2008)
A chave para alcançar o sucesso está, como nunca, no novo. Novos designs, novos
materiais, novas formas. Certo é conhecer o consumidor e dar a ele, aquilo que ele deseja an-
tes mesmo de ele saber que quer. Seguir apenas vontades próprias pode levar tudo a perder.
Por isso existem as tendências, elas são o reflexo do pensamento coletivo, por isso são segui-
das.
Segundo o caderno de tendências do IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais
Preciosos) para 2009 as novas tendências são: Flores, natureza, cores, inspiram designers as
mais diversas interpretações.
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Figura 23. Peças tendências para 2009 Caderno de tendências do IBGM para 2009
A pérola, símbolo feminino, com design renovado estará presente como nunca em
nosso cotidiano. Animais, suas formas invadem as vitrines. O desejo de preservar as espécies
estimula a inspiração. Urbano, casual, chic, luxuosos, estas são palavras que descrevem essa
tendência, seu público-alvo é estiloso, preocupado e atento à informação de moda, sofistica-
- 44 -
ção, e de como transmitir seu estrilo pessoal. Temas religiosos. Santos, imagens, patuás, não
importa a religião, o importante é trazer consigo algum símbolo de proteção. Romantismo.
As jóias registram emoções, declaram sentimentos. Jóias masculinas. Usar jóias não é mais
exclusividade feminina, com o uso continuo de jóias por celebridades os homens sentem-se
seguros a explorar este novo universo. As Gemas. Todas as suas cores, fortes ou fracas, em
combinações únicas, e inusitadas. Jóias monocromáticas, cores únicas e uniformes, não “bri-
gam” com look nenhum.
4.6 PESQUISA TEMÁTICA
Roberto Burle Marx – Vida e Obra. Nascido em São Pulo no dia 4 de agosto de 1909,
pai alemão, mãe pernambucana e cinco irmãos. Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro
de 1914, onde iniciou seus estudos. Por volta de 1919 mudam-se para uma chácara e passa a
ajudar sua mãe a cuidar do jardim.
Por volta de 1928, Burle Marx vai para a Alemanha para consultar um oftalmologista
porque começa a apresentar perturbações na vista. É neste país tão distante que ele descobre a
flora brasileira. Resolve então estudar pintura.
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Figura 24. Foto de Burle Marx Fonte: community.livejournal.com
Retorna ao Brasil em 1929, no ano seguinte inscreve-se na Escola Nacional de Belas
Artes do Rio de Janeiro, com o intuito de se tornar arquiteto, porém aconselhado por Lúcio
Costa, inscreve-se no curso de pintura. Conhece, então, os estudantes e futuros arquitetos Os-
car Niemeyer, Jorge Machado Moreira, Carlos Leão e os irmãos Marcelo e Milton Roberto.
A convite de Lucio Costa, em 1932, realiza seu primeiro jardim residencial, em um projeto do
próprio Lucio Costa e Gregori Warchavchik para a família Alfredo Schwartz. Novamente em
1933 realiza seu segundo jardim.
Em 1934 é convidado para assumir a função de Diretor de Parques e Jardins, Recife,
Pernambuco. E permanece por ali até 1937, alternando seu trabalho com algumas estadas no
Rio de Janeiro. Datam dessa época os projetos para a Praça Euclides da Cunha, o Jardim da
Casa Forte – primeiros trabalhos de caráter público com plantas brasileiras -; a reforma dos
jardins da Praça da República, o jardim da Praça do Derby e da Ilha dos Amores e o projeto
da Praça Artur Oscar. A imprensa passa a dizer que Burle Marx queria mudar os conceitos, as
tendências para os jardins vindas da Europa.
Para de estudar pintura em virtude da sua atividade em Pernambuco, mas volta perio-
dicamente ao Rio de Janeiro ter aulas de pintura com Candido Portinari.
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Na Volta ao Rio de Janeiro em 1937 é convidado por Portinari para ser assistente na execução
dos murais do Ministério da Educação. No ano seguinte projetas os jardins do Ministério da
Educação e Saúde. Passa então a fazer parte da equipe de Lucio Costa, que conta ainda com
Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Jorge Machado Moreira, Carlos Leão e Ernani
Vasconcelos. Realiza inúmeros projetos de jardins, inclusive o jardim da residência de Rober-
to Marinho que impressiona Niemeyer. Os muitos projetos realizados demonstram a magnitu-
de de seu trabalho, tanto no público, social, como na sua inconfundível individualidade. Fazia
jardins para o povo, era o que ele afirmava. Não deixa de se aprimorar na pintura.
Figura 25. Burle Marx trabalhando em seu atelier
Fonte: www.vitruvius.com.br
Adquire, em sociedade com seu irmão Guilherme Siegfried Marx, em 1949, um sítio
de 800.000m², no estado do Rio de Janeiro. Neste terreno começa a organizar uma respeitável
coleção botânica. E passa a coletar muitos exemplares, tantos, que não tem mais condições de
manter a manutenção do sítio, é então que paga ao seu irmão sua parte e doa para o Governo
brasileiro não só a coleção de plantas como também o terreno, as construções, e suas coleções
de objetos de arte e demais benfeitorias do sítio.
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Fiigura 26. Jardin de Burle Marx Fonte: flickr.com/photos
Na década de cinqüenta realiza diversos projetos residenciais. E em 1953 realiza o
projeto do Parque do Ibirapuera, em São Paulo (arquiteto Oscar Niemeyer), no ano seguinte
do “parkway” na praia de Botafogo, e no Museu de Arte Moderna e Aterro do Flamengo (ar-
quitetura de Affonso Eduardo Reidy), no Rio.
Figura 27. Aterro do flamengo Fonte: www.copacabana.info/flamengo-beach.html
Projetos foram realizados no exterior, em Los Angeles, California, Havana, Washing-
ton e Caracas.
Passou a realizar murais e decorações. Nos primeiros anos da década de cinqüenta
passa a se dedicar ao design de jóias, numa sociedade com o irmão Haroldo Burle Marx. Ro-
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berto desenha, Haroldo executa. Pedras brasileiras eram usadas pela primeira vez em larga
escala entre estas, ametista, citrina, turmalina, berilo, topázio e água-marinha. Usavam tam-
bém lapidadas de uma maneira nada convencional.
Figura 28. Jóias de Burle Marx Fonte: www.escritoriodearte.com
O Rio de Janeiro foi onde realizou seus mais queridos projetos: O Sítio de Santo An-
tónio da Bica, os Jardins do Museu de Arte Moderna, o Parque do Flamengo, o calçadão de
Copacabana.
Suas exposições, medalhas, homenagens, títulos e a lista de projetos vão crescendo, e
Roberto não para de trabalhar. Seu nome era conhecido mundialmente.
Foi nomeado honorário da Sociedade Botânica do Brasil. Em 1968 ele se associa aos arquite-
tos José W. Tabacow, com quem permanece até 1983, e Haruyoshi Ono que entra em 1965.
Nunca teve uma educação formal em arquitetura paisagística, mas era através da pintu-
ra que criava seus jardins. Seus projetos paisagísticos mais se pareciam com quadros abstra-
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tos, costumavam dizer que ele “pintava” com as flores, mas ele não gostava muito desta defi-
nição. Se auto definia, como um artista de jardins. Inovou ao usar plantas nativas do Brasil em
suas criações, o que se tornou sua característica marcante. Bromélias se tornaram populares
por sua causa, muitas plantas jamais imaginadas, hoje são cultivadas e compõem belíssimos
jardins por causa do seu pioneirismo.
Figura 29. Projeto de jardim de Burle Marx
Fonte:www.spiro.arch.ethz.ch
Sua dedicação a preservação: “O amor pela terra, mais que através de discursos infla-
mados, demonstra-se pela valorização das coisas regionais. Se em cada cidade se trouxessem
para o ambiente urbano os elementos da paisagem regional, as cidades estariam melhor inte-
gradas em seus sítios, e a flora autóctone, ou pelo menos parte dela, perpetuada”. Já dizia
Burle Marx em 1983 em uma conferência.
O poeta do verde, como foi chamado por Lionello Puppi, não hesitou em denunciar a
depredação da natureza no decorrer dos anos, a ponto de se cansar. Não foram poucas as suas
investidas contra a destruição sistemática das nossas florestas e o flagrante descaso dos go-
vernantes com respeito ao assunto. “Tenho como certo que só medidas governamentais prote-
toras – legislação específica, fiscalização e a efetivação de projetos que visem a preservação –
poderão acarretar medidas significativas”. Disse Roberto, e ainda “Espero conseguir mais
adeptos nessa luta que, repito, exige um verdadeiro exercito, não podendo apresentar resulta-
dos ponderáveis se continuar dependendo de esforços isolados”.
Roberto Burle Marx morreu em 4 de junho de 1994, e foi sepultado debaixo de uma
mangueira, junto ao verde que tanto amou. “Amor é preservar a vida, e procurar entendê-la
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em todas as dimensões, do que vai a grandes alturas e do que desce a grandes profundidades.
Toda limitação de amor reduz nossa possibilidade de participação” declarava ele.
Jóias
Tema
Figura 30. Painel de temática
Fonte: A acadêmica
4.6.1 Análise
Roberto Burle Marx foi um homem brilhante que se aventurou em muitas artes, foi
cantor, pintor, paisagista, “botânico”, designer de jóias, entre outras, em todas elas Burle
Marx se dedicava com enorme devoção, e todas as suas obras carregavam muito de Marx, e
de sua enorme devoção a flora brasileira, fosse às cores ou nas formas, seus trabalhos pareci-
am ter uma marca registrada. Por esta grande variedade de obras Burle Marx é um tema que
realmente inspira, e te dá muitas uma oportunidade imensa de criação. Seu amor e dedicação
pela preservação da natureza são tão inspiradores quanto sua vida e suas obras
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5 CONCEPÇÃO
Esta parte do projeto é onde todo o conhecimento teórico passa a ser a alavanca para o
desenvolvimento das alternativas, criações e busca também suas adequações, seleção, e esco-
lha das alternativas que mais se adéqua ao projeto.
5.1 CONCEPÇÃO DA COLEÇÃO
A coleção é composta por quinze peças, todas elas seguem sutilmente uma mesma lin-
guagem visual passado por quatro momentos marcantes. No primeiro, é explorado o uso de
elementos vazados, o metal é usado de maneira criativa para gerar pequenas peças únicas e
leves, que são combinadas às cores fortes das gemas brasileiras. Algumas peças exibem tam-
bém o uso de linhas mistas, isso quer dizer, linhas geométricas, equilibradas com as linhas
orgânicas, assim como o artista usou, talvez de forma inconsciente em toda sua trajetória. O
uso de linhas orgânicas também é fortemente explorado em toda a coleção.
Já no segundo Momento foi explorado o uso de grande quantidade de gemas, com
pouco metal. Como Marx projetava um jardim através de um desenho e depois fazia blocos de
cor com as plantas para gerar o jardim. As peças são formadas de grande quantidade de gemas
e cores, e o metal aparece lembrando um caminho por entre elas, como os do artista, que le-
vava o olhar dos seus visitantes onde queria. A prioridade era a combinação da variedade de
formas, das diferentes lapidações, às muitas cores. Por isso foi necessário fazer um face lift,
isso é, cuidar da estética se preocupando com a combinação de cores, e harmonia da peça.
Alem do uso das linhas orgânicas.
No terceiro momento foi quase o contrário do anterior, praticamente o uso de uma
Gema por peça, e o metal, ainda em pequena quantidade serve de protagonista explorando a
forma e valorizando e realçando a beleza e cores únicas das gemas brasileiras.
No ultimo momento marcante o uso de elementos bem distintos, traz a cada uma das
peças um toque moderno e ao mesmo tempo autentico, com o uso da técnica de oxidação, é
possível conseguir no metal a pigmentação negra, com esse sistema criam-se desenhos em
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chapas de metal, ou seja, “estampas”, estas estampas geométricas ou orgânicas, com formas
repetidas, é usada em combinação com as gemas, numa estrutura diferente e única. Estas es-
truturas “estampadas” foram em algumas peças combinadas a outras que seguiam linhas or-
gânicas para não perder a identidade da coleção. O uso de todos estes elementos, combinados
entre si, nesta coleção faz com que as peças mostrem relação e ao mesmo tempo a grande
harmonia que todas elas podem ter, mesmo com tantos elementos distintos.
A coleção apresentada segue a característica de peças mais conceituais, e diferencia-
das, pois busca atingir um público que aprecia a jóia como arte, gosta do novo, que tem atitu-
de. Porem é necessário levar em conta o mercado, e não esquecer que o uso da loja Sandra
Duwe jóias e design como base de pesquisa nos coloca de frente a um mercado real, que exige
peças diferenciadas, mas que também atinge a um público mais conservador, e que não se
adapta a idéias novas tão facilmente, por isso algumas peças apresentam características mais
comerciais, sem abusar muito de formas, cores, e diferenciais, porque afinal nem todos os
clientes compartilham do mesmo gosto.
As alternativas selecionadas para esta coleção foram selecionadas entre muitas e aper-
feiçoadas para que compusesse esta coleção de maneira harmônica e compatível a toda a pes-
quisa.
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5.2 PAINEIS
5.2.1 Painel de conceito
O painel de conceito é aquele que busca transmitir com poucas palavras e algumas i-
magens aquilo que de mais importante se buscou ao gerar a coleção.
Figura 31. Painel de conceito
Fonte: A acadêmica
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5.2.2 Cartela de cores e materiais
Nesta cartela apresento os materiais que serão utilizados, suas respectivas cores e lapi-
dações. (ver anexo 1)
Figura 32. Cartela de cores e materiais Fonte: A acadêmica
Figura 33. Cartela de cores e materiais Fonte: A acadêmica
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5.3 TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE
5.3.1 Brainstorming
Técnica criativa que consiste no não julgamento dos desenhos, onde deposita-se todas
as idéias no papel, sem apagar, modificar, cada mudança é uma nova alternativa, gera-se en-
tão um numero grande de alternativas para depois escolher as melhores.
Figura 34. Geração de alternativas Fonte: A acadêmica
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Figura 35. Geração de alternativas Fonte: A acadêmica
5.4 MESCRAI
MESCRAI é a técnica que adéqua o produto, modifica, inverte, redimensiona, é utili-zado para deixar as gerações mais adequadas e harmônicas.
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Figura 36. Aplicação de técnica de MESCRAI Fonte: A acadêmica
A técnica foi aplicada no brinco lilás, quando a acadêmica observou certa poluição vi-
sual quando o metal é aplicado sobre a gota, por isso este detalhe foi retirado. Já o brinco ver-de apresentava problemas de estrutura, a parte de cima vazada não suportaria a largura do pino por isso foi preenchido com metal esta área para trazer mais estabilidade à peça.
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Figura 37. Aplicação de técnica de MESCRAI
Fonte: A acadêmica
Nesta alternativa a aparência muito comum do pingente não se harmonizava com o restante da coleção. Por isso foi preservada apenas o elemento e a estrutura vazada, e o restan-te da peça ganhou mais delicadeza, e a peça em si uma forma nova.
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Figura 38. Aplicação da técnica de MESCRAI
Fonte: A acadêmica
Este brinco passou por duas alterações, a primeira foi a troca do elemento circular pela
flor estilizada, e em seguida os cantos do retângulo foram arredondadas para trazer mais refe-
rencias às obras de Burle Marx.
5.4.1 Painel visual
Reúne o maior numero de imagens formando uma só figura que desperta a criatividade
e ajuda na hora das criações.
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Figura 39. Painel visual
Fonte: A acadêmica
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6 COLEÇÃO
Alternativas 1
Figura 40. Alternativa 1 Fonte: A acadêmica
Colar de Ouro Amarelo Cristais e Diamantes. A pregnância aqui obtida nesta peça e
em todas as outras deste primeiro momento resulta da união de peças separadas, porem que
apresentem características em comum, como elementos vazados, linhas orgânicas e em algu-
mas o uso de gemas. As linhas orgânicas serão muito utilizadas em toda a coleção.
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Alternativa 2
Figura 41. Alternativa 2 Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Amarelo, Ametista, Kunzita, Quartzo Rosa e Diamantes. Novamente
o uso de elementos vazados, combinado com linhas orgânicas e gemas de cores fortes que
será mais um dos elementos que aparecerão com frequência durante a coleção.
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Alternativa 3
Figura 42. Alternativa 3
Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Branco, Topázio, Citrino, Verdelita e Diamantes. Em seus jardins Bur-
le Marx sempre valorizava o uso da flora brasileira, por isso aparece esta forma vazada que
lembra uma flor estilizada, a colorido fica por conta das gemas, que trás as cores do Brasil,
verde, amarelo, azul e o branco representado pelo ouro branco e diamantes.
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Alternativa 4
Figura 43. Alternativa 4
Fonte: A acadêmica
Brinco em Ouro Amarelo, Safira e Diamantes. As formas geram uma proximidade,
Marx explorava através das plantas, do gramado ou de concreto, o uso de formas repetidas, e
ou, próximas, para compor um jardim. Este brinco explora o uso de variações de uma mesma
forma vazada com gemas de diferentes lapidações.
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Alternativa 5
Figura 44. Alternativa 5
Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Branco, Ametista e Diamantes. Algumas peças desta coleção a-
presentam características mais comerciais, esta peça é um exemplo, geralmente estes brincos
chamados de cascatas apresentam boa venda, nesta versão ele ganha um toque especial com a
cor forte da Ametista e a forma “símbolo” desta coleção cravejada em diamantes, o que ga-
rante uma harmonia visual.
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Alternativa 6
Figura. 45. Alternativa 6
Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Branco, Quartzo Rosa, Citrino, Turmalina, Rubelita, Topázio, Verdeli-
ta, Safira, Ametista, Topázio Imperial, Cristal e Diamantes. Esta peça reúne grande quantida-
de de gemas, e prova que a mistura de diversas cores pode gerar uma peça fina porem, mo-
derna. O toque especial fica por conta do “símbolo” desta coleção(flor) cravejada em diaman-
tes.
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Alternativa 7
Figura 46. Alternativa 7
Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Branco, Topázio Imperial, Rubelita, Citrino, Topázio e Diamante.
Neste segundo momento abusa-se do uso das gemas e suas diversas variações de cores e lapi-
dações. O uso do metal fica em segundo plano e serve apenas de suporte e para trazer formas
que remetam a coleção. O uso da cor era uma das ferramentas preferidas de Burle Marx, por
isso nestas peças será explorada a quantidade e a variedade combinada de tal modo que se
torna agradável aos olhos.
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Alternativa 8
Figura 47. Alternativa 8
Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Branco, Kunzita, Cristais e Diamantes. Este brinco segue a linha mais
comercial, e ao mesmo tempo trás características deste segundo momento, como o uso de
muitas gemas combinadas a pouco metal. Apresenta linhas orgânicas, e característica “slim”
longo e fino que é tendência e está em todas as vitrines.
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Alternativa 9
Figura 48. Alternativa 9
Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Branco, Safira e Diamantes. Este terceiro momento explora as diferen-
tes e inúmeras formas criadas pelo artista, nele busca-se captar os traços mais marcantes de
todas as suas obras. Neste brinco a forma orgânica foi explorada ao máximo, e é praticamente
apenas dela que o brinco é constituído, isso traz a idéia de leveza e harmonia, assim como
todos os projetos de Marx.
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Alternativa 10
Figura 49. Alternativa 10
Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Branco, Quartzo Rosa e Diamantes. Mais uma vez a linha orgânica
compõe uma peça simples, porém, muito fina. Que busca valorizar de forma delicada as ge-
mas brasileiras.
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Alternativa 11
Figura 50. Alternativa 11
Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Branco, Verdelita e Diamantes. Burle Marx criava seus jardins pen-
sando no público que por ali passaria, todas as plantas eram programadas por ele para estar
exatamente onde o caminho levasse o olhar do expectador. Por isso os caminhos por ele dese-
nhados parecem rabiscos que cortam os jardins de maneira sutil e bela. O brinco segue as li-
nhas orgânicas destes caminhos e a gema alexandrita traz a cor dos gramados, folhagens e
plantas.
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Alternativa 12
Figura 51. Alternativa 12
Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Branco, Topázio Azul e Diamantes. No quarto momento as linhas or-
gânicas, se relacionam diretamente com as geométricas. A partir de um processo de oxidação
é possível “estampar” o metal, serão então estampadas formas que se apresentam sempre de
maneira agrupada e em grande quantidade, como as ondas do calçadão de Copacabana ou o
xadrez recriado em grama, cimento ou porcelana. Podemos então dizer que este brinco apre-
senta linhas mistas. O que o torna despojado, moderno e único.
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Alternativa 13
Figura 52. Alternativa 13
Fonte: A acadêmica
Pingente em Ouro Branco, Kunzita, Ametista, Quartzo Rosa e Diamantes. Pingente
que busca aglomerar linhas mistas, às linhas das gemas, ou seja, de forma harmônica e mo-
derna.
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Alternativa 14
Figura 53. Alternativa 14
Fonte: A acadêmica
Brinco de Ouro Amarelo, Verdelita, Turmalina Verde e Diamantes. Mais uma das pe-
ças que mostra muita familiaridade à obra do artista, a reprodução do xadrez feita em grama
ficou conhecida por marca registrada de Burle Marx, por isso o brinco traz gemas verdes, em
dois tons. E as chapas de metal “estampadas” completam a peça.
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Alternativa 15
Figura 54. Alternativa 15
Fonte: A acadêmica
Conjunto: Brincos, Colar e Pulseira em Ouro Branco e Cristais. Único conjunto pre-
sente na coleção apresenta as formas repetidas, as “estampas”, e as gemas, tem requinte e é
moderno ao mesmo tempo, busca mostrar todas as formas de todas as obras do grande artista
Roberto Burle Marx.
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7 MEMORIAL DESCRITIVO
Função Estético Formal.
A coleção apresenta linhas geométricas em algumas peças, são linhas mais duras, retas,
que busca se contrastar com o uso em quase todas as peças das linhas orgânicas, já mais arre-
dondadas, que busca referencias na natureza, inspiração de Marx, e, portanto muito utilizadas
na coleção. As jóias trazem um estilo mais arrojado, moderno, conceitual, o cuidado com a
estética é muito importante pois busca atingir um público muito exigente. Os materiais esco-
lhidos são nobres, e de qualidade, as gemas utilizadas são brasileiras, pois se busca valorizar o
produto nacional. As peças se apresentam de maneira distinta, mas não perdem suas caracte-
rísticas dominantes, que as identificam como sendo de uma mesma coleção.
Função de Uso
A função de uso desta peça é adornar o corpo, porem ela pode proporcionar a sua usu-
ária estilo, glamour, demonstrar poder e riqueza. E ser usada em eventos sociais, festas, janta-
res, restaurantes, etc.
Função Ergonômica
O Brinco confeccionado assim como outros da coleção tem uma proposta mais concei-
tual, de ser grande, chamar a atenção, mas mesmo assim existe a preocupação com o caráter
ergonômico do brinco. Por isso foram realizados testes, para verificação de tamanho, modelo
volumétrico para constatar o peso, e onde seriam necessários mecanismos de dobra, flexibili-
dade e segurança.
Função Técnica
Os elementos tecnológicos utilizado para a confecção da peça são todos os maquiná-
rios e ferramentas necessárias, assim como o laminador, maçarico, rola, politriz, chicote, ri-
lheira. (ver tabela de ferramentas em apêndice.)
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A peça é dividida em três partes, duas, móveis, e um bloco fixo que forma o meio da
peça. Para que a mesma tenha movimento e não apresente desconforto à usuária final do pro-
duto
. Figura 55. Áreas com movimento
Fonte: A acadêmica
Os materiais utilizados para a confecção deste brinco é o ouro branco e gemas, entre
elas o diamante, topázio, turmalina, citrino, brasilianita, heliodoro, e ametista.
O processo de fabricação é artesanal, e todas as caixas das pedras são feitas a partir de
um fio de ouro soldado com a forma e tamanho de cada gema. A flor estilizada que vai sobre
a peça é retirada de uma chapa de ouro, e depois de recortada e lixada recebe as cravações de
diamantes.
Para a confecção da peça a acadêmica buscou ajuda de um profissional, porem partici-
pou de todas as etapas da produção, participando, inclusive, ativamente do processo.
Primeiramente foi definido o modelo e feitos os testes de tamanho e modelo volumétrico.
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Figura 56. Estudo de tamanho
Fonte: A acadêmica Foram então compradas as gemas com os tamanhos e cores correspondentes as do de-
senho.
Figura 57. Gemas
Fonte: A acadêmica
O primeiro passo foi fundir o metal, em seguida ele é depositado na rilheira, forma-se
então uma chapa grossa, após resfriá-lo, esta vai ser passada no laminador para formar um fio
chato. Às vezes é necessário recoser o fio para que não apresente rachaduras, e ou se parta.
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Figura 58. “Puxando” um fio
Fonte: A acadêmica
Figura 59. Recozendo o fio Fonte: A acadêmica
Depois com a ajuda de um alicate, e um paquímetro, as gemas foram medidas e com
essas medidas o fio foi se moldando até se tornar uma “caixa” onde a gema será cravada.
Figura 60. Montando as caixas Fonte: A acadêmica
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Depois de prontas as caixas serão soldadas.
Figura 61. Caixas montadas Fonte: A acadêmica
Figura 62. Soldando as caixas Fonte: A acadêmica
Após a solda as “caixas” são limadas, e lixadas. É feita então a montagem da estrutura
fixando as caixas na cera, para que estas não saiam do lugar planejado na hora da solda.
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Figura 63. Caixas aplicadas na cera Fonte: A acadêmica
Posteriormente será realizada a solda das caixas, e esta estrutura será então limada, e
lixada, e depois polida. Segue então para o banho de ácido e posteriormente para a rola, que é
um tambor que contem pedras de aço e que vai dar polimento. Após o polimento a estrutura
fica limpa e pronta para receber as gemas.
Figura 64. Estrutura lixada e polida
Fonte: A acadêmica
Com o uso do chicote e uma broca as laterais internas das caixas são “cavadas”, a su-
perfície fina é empurrada para fora, a fim de encaixar as gemas.
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Figura 65. “Cavando” as bordas das Caixas
Fonte: A acadêmica
Quando a gema é colocada em seu lugar, as “abas” de metal são “empurradas” para
dentro com o uso de um alicate, segurando as gemas dentro das caixas, e então é retirado o
excesso de metal das bordas. A estrutura é então presa à gota e ao fecho.
Figura 66. Cravando as gema
Fonte: A acadêmica
Para a confecção da “flor” que vai sobre a peça, repete-se o processo até o ponto da
laminação, onde é construída uma chapa de metal, com a espessura desejada, desenha-se en-
tão o formato na chapa, e com o uso do arco de serra “recortamos” a forma desejada.
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Figura 67. Confeccionando a “flor”
Fonte: A acadêmica
Depois de pronta esta estrutura vai para uma pessoa terceirizada que fará as cravações
dos diamantes.
Figura 68. “Flores” prontas
Fonte: A acadêmica
O pino que prenderá a “flor” ao brinco é soldado com o uso do maçarico. A “flor” não
será soldada à estrutura do brinco, apenas presa por pinos, Este mecanismo será utilizado, pois
o uso de calor pode quebrar ou modificar a tonalidade das gemas.
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Figura 69. Soldando pinos
Fonte: A acadêmica
Após as pedras cravadas a estrutura é “abraçada” pela “flor”, e o brinco então está
pronto.
Tabela de gastos e valor final do produto.
Figura 70. Calculo de valores
Fonte: A acadêmica
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Função Operacional
O brinco é constituído de três partes estas, estão ligadas por argola e contra-argola, o
que garante movimento à peça. Conta ainda com uma tacha mais larga para sustentar a orelha.
Figura 71. Desenho técnico Fonte: A acadêmica
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8 MARKETING/DIVULGAÇÃO
A função do marketing é se preocupar com todos os aspectos mercadológicos de uma
marca, ele é responsável por toda a identificação visual da marca e de seus clientes, quem são
como se vestem, que marcas usam, como se comportam, quanto gastam etc. e produzir para
ele. Vendas, o custo, as promoções, as distribuições, o produto e sua qualidade, enfim, nesta
parte que apresentamos todo o material referente à marca, a coleção, as funções, e toda a di-
vulgação, como, quando e onde ela vai acontecer.
8.1 4 P’S
Produto: Jóias exclusivas, de materiais nobres, com alto valor agregado por explora-
rem um design novo, e arrojado, valorizando as cores e formas das gemas brasileiras.
Preço: As jóias tem um alto valor agregado, pois são exclusivas, ou seja muitas delas
são exemplares únicos, de materiais nobres e design único. Os preços desta coleção variam de
R$ 1.000,00 à R$ 100.000,00.
Praça: As jóias estarão à venda na loja Biene jóias localizada no Balneário Camboriú
Shopping, em Balneário Camboriú e em alguns ateliês das principais capitais do Brasil.
Promoção: A promoção será feita através de campanhas fotográficas, que serão utili-
zadas para divulgação da marca em revistas, sites, jornais e outdoor.
8.2 FUNÇÃO INFORMACIONAL
A função informacional traz todas as informações pertinentes ao produto, desde a de-
finição da marca à geração de logomarca. Instruções de uso e conservação, dimensão, peso.
- 87 -
Alem de mostrar a embalagem, rótulos, cartão de visita e outros materiais que identificam a
marca.
Desenvolvimento da marca.
A marca leva o nome de Biene, pois é comum que designers usem o nome próprio
como nome de sua marca. Para buscar um diferencial, a design, no caso a acadêmica buscou o
significado de seu nome: Débora que em hebraico significa abelha. Em busca da tradução de
abelha para outras línguas a acadêmica buscou aquela que apresentasse melhor sonoridade, e
que fosse a mais bonita, e ainda que transmitisse um ar de seriedade e classe. Biene é a tradu-
ção de abelha para o alemão e foi o nome escolhido para a marca. A coleção leva o nome de
sua temática e fonte de inspiração, chama-se Burle Marx.
Figura 72. Logomarca Fonte: A acadêmica
Figura 73. Variações de tamanho Fonte: A acadêmica
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Figura 74. Estudo de positivo e negativo Fonte: A acadêmica
Figura 75. Cartão de visitas Fonte: A acadêmica
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Figura 76. Papel ofício Fonte: A acadêmica
Figura 77. Embalagem
Fonte: A acadêmica
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Figura 78. Tag da coleção Fonte: A acadêmica
Figura79. Certificado de garantia Fonte: A acadêmica
Todo material de papelaria, assim como, cartões, sacolas, tag, papel ofício, entre outros será
feito de papel reciclado. E parte da arrecadação das vendas das peças será destinada ao projeto
Plantando Cidadania da Fundação SOS Mata Atlântica. (Ver anexo 2 )
- 91 -
8.3 DIVULGAÇÃO
A campanha será divulgada na internet (site), revistas relacionadas à moda e jóias, ca-
tálogos e outdoor.
Figura 80. Campanha publicitária Fonte: A acadêmica
8.4 RELEASE DA COLEÇÃO
A coleção Burle Marx se apresenta de maneira criativa, moderna e arrojada, buscando
atingir um público mais arrojado, e que gosta de mostrar sua identidade através daquilo que
- 92 -
veste. Com base nas pesquisas sobre o publico alvo da loja Sandra Duwe jóias e design é pos-
sível traçar os objetivos da coleção e as ferramentas adequadas para executá-la.
As peças apresentam grande variedade de cores e formas. Uma coleção que valoriza as
gemas brasileiras, assim como a mão de obra nacional.
A acadêmica em design busca inspiração na vida e obra de Roberto Burle Marx, um
dos paisagistas mais importantes de todos os tempos. Marx era brasileiro, e começou a plane-
jar jardins indo contra a estética e as plantas trazidas da Europa. Olhou com cuidado para a
flora brasileira e foi responsável pela popularização das bromélias. Seus quadros sempre chei-
os de linhas e cores, seus jardins e principalmente a vida dedicada a preservar e conscientizar
as pessoas da importância da natureza serve de inspiração para esta coleção.
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9 CONCLUSÃO
Este trabalho pôde nos colocar diante de uma realidade de mercado, ao encontrar em
Sandra Duwe jóias e design uma parceria, Foi possível conhecer seu mercado e clientes, en-
fim sua realidade e então gerar uma coleção que corresponda as expectativas exigida pelos
clientes, e ao mesmo tempo que se mostra diferente e moderna. Os objetivos alcançados fo-
ram. O uso de gemas e matéria prima brasileira em todas as peças da coleção valorizando-as.
O tag que acompanha o produto resume quem foi e qual a importância de Marx para o mundo,
a partir dele é possível divulgar o artista. A campanha publicitária feita em meio a natureza
busca valorizar esta beleza natural, e as frases buscam tocar as pessoas. Já a experimentação e
a aprovação pelo público de Sandra Duwe jóias e design, não foi realizado por motivos de
força maior.
A busca da inspiração aconteceu de maneira inusitada, A vida e obras de Roberto Bur-
le Marx como tema se encaixou neste trabalho perfeitamente, as muitas obras e suas diversas
interpretações, possibilitou a acadêmica a elaboração de um trabalho rico e cheio de possibili-
dades. A vida de Marx é inspiração, pois a devoção e crença em seus valores são infinitas e
notáveis em um mundo que assuntos relacionados ao meio ambiente são tão atuais e pertinen-
tes, porem tão poucos se dispõem a colaborar.
Conclui-se que um trabalho com fundamentos e quando bem estudado, estruturado e
executado pode significar não só a satisfação pessoal, mas também despertar o interesse e
aprovação de todos, pois transmite credibilidade, e qualidade.
- 94 -
REFERÊNCIAS
ADAMS, William Howard. The unnatural art of the garden; New York, NY: The museum of modern art, 1991.
ALLÉRÈS, Danielle. Luxo...:Estratégia/Marketing; tradução de Mauro Gama – 2ª edição – Rio de Janeiro : Editora FGV, 2006.
ATLANTICA, s.o.s Mata. Plantando cidadania. Disponível em: <www.sosmataatlantica.org.br>. Acesso em: 01 nov 2008.
BERNARDES, Manoel. Empresa. Disponível em: <www.manoelbernardes.com.br>. Acesso em: 11 out 2008.
CALS, Soraia. Roberto Burle Marx: Uma fotobiografia; Rio de Janeiro, RJ: editora Ham-burg, 1995.
CLARKE, Cathrine. A arte da joalheria contemporânea. Disponível em: <www.joiabr.com.br>. Acesso em: 09 out 2008.
H.STERN. Institucional. Disponível em: <www.hstern.com.br>. Acesso em: 11 out 2008.
IBGM. Informações setoriais. Disponivel em: <www.ibgm.com.br>. Acesso em: 19 set 2008.
IBGM. Caderno de tendências 2008. Disponível em: <http://www.ibgm.com.br>. Acesso em: 20 set 2008.
IBGM. Preview 2009. Disponível em: <http://www.ibgm.com.br>. Acesso em: 26 set 2008.
IBGM. Império das pedras. Disponível em: <www.ibgm.com.br>. Acesso em: 06 out 2008.
IBGM. Manual técnico de gemas. Disponível em: <http://www.ibgm.com.br>. Acesso em: 08 out 2008.
- 95 -
LEENHARDT, Jacques (org); Nos jardins de Burle Marx; São Paulo: Editora Perspectiva, 1994.
MARINHO, Luiz Alberto. O “eu” pelo “nós”. Vida Simples, São Paulo, Abril, n. 70, p.76, set 2008.
PEDROSA, Julieta. História da joalheria. Disponível em: <www.joiabr.com.br> Acesso em: 09 out 2008.
RIZZO, Giulio G. Roberto Burle Marx. Il giardino del Novecento; Firenze, Cantini editore; 1992.
SANT’ANNA, Mara Rúbia. Teoria de moda: sociedade, imagem e consumo; Barueri, SP: Estação das letras Editora, 2007.
SIQUEIRA, Vera Beatriz; Burle Marx; São Paulo: Cosac e Naify, 2001.
TABACOW, José (org.); Arte e Paisagem - Roberto Burle Marx; São Paulo: Livros Studio Nobel, 2004.
TAFNER, J.; SILVA, A. C. da; WEIDUSCHAT, I. Normas para apresentação de traba-lhos acadêmicos; Indaial, SC: editora Asselvi, 2003.
VARTANIAN, Jack. Sobre Jack Vartanian. Disponível em: <www.jackvartanian.com.br>. Acesso em: 11 out 2008.
VIVARA. História. Disponível em: <www.vivara.com.br>. Acesso em: 11 out 2008.
- 96 -
ANEXO 1
MATERIAIS
Metais: Ouro
Segundo a Wikipédia, o ouro é um metal de transição brilhante, amarelo, pesado, maleável,
dúctil (trivalente e univalente) que não reage com a maioria dos produtos químicos, mas é
sensível ao cloro. À temperatura ambiente, apresenta-se no estado sólido. Este metal encontra-
se normalmente em estado puro e em forma de pepitas e depósitos aluvionais e é um dos
metais tradicionalmente usados para cunhar moeda.
O ouro puro é demasiadamente mole para ser usado. Por essa razão, geralmente é endurecido
formando liga metálica com prata e cobre. O ouro e as suas diversas ligas metálicas são muito
empregados em joalherias, fabricação de moedas e como padrão monetário em muitos países.
Devido à sua boa condutividade elétrica, resistência à corrosão e uma boa combinação de
propriedades físicas e químicas, apresenta diversas aplicações industriais. O ouro é conhecido
desde a Antiguidade, sendo certamente um dos primeiros metais trabalhados pelo Homem.
Conhecido na Suméria, no Egipto existem hieróglifos egípcios de 2600 a.C. que descrevem o
metal, que é referido em várias passagens no Antigo Testamento. É considerado como um dos
metais mais preciosos, tendo o seu valor sido empregue como padrão para muitas moedas ao
longo da história.
Sua cor varia conforme a proporção da liga prata/cobre, e de acordo com o metal utilizado
para endurecer a liga. Veja:
- 97 -
Ouro + 2/3 de prata + 1/3 de cobre Ouro Amarelo
Ouro + 1/3 de prata + 2/3 de cobre Ouro Rosa
Ouro + prata + zinco Ouro Azul
Ouro + prata + ferro (ou aço) Ouro Negro
Ouro + cobre Ouro Vermelho
Ouro + paládio Ouro Branco
Ouro + prata Ouro Verde
Gemas
Texto retirado do site da Winkipédia
- 98 -
Uma gema é um mineral, rocha (como a lápis-lazúli) ou material petrificado que quando
cortado e facetado ou polido é coleccionável ou pode ser usado em joalheria. Outros são
orgânicos, como o âmbar (resina de árvore fossilizada) e o azeviche (uma forma de carvão).
Algumas gemas geralmente consideradas preciosas e bonitas são demasiado macias ou frágeis
para serem usadas em jóias (por exemplo, rodocrosita monocristalina), mas são exibidas nos
museus e procuradas por colecionadores.
Entre as brasileiras estão:
Água-Marinha
Cor: azul esverdeado e azul
Origem: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Norte
Alexandrita
Cor: à luz do dia - verde azulado, amarelado, amarronzado ou acinzentado e à luz incan-
descente - vermelho alaranjado, amarronzado ou arroxeado
Origem: Minas Gerais.
Amazonita
Cor: de verde claro a verde azulado, branco, ocasionalmente de laranja claro ao rosa.
Origem: Rio Grande do Sul e Minas Gerais
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Ametista
Cor: de roxo azulado ao roxo ao roxo avermelhado
Origem:Bahia, Rio Grande do Sul e Pará
Berilo Verde
Cor: verde claro a verde amarelado claro
Origem: Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte
Brasilianita
Cor: de verde amarelado a amarelo esverdeado, raramente incolor
Origem: Minas Gerais e Bahia
Calcedônia (Ágata)
Cor: cinza, marrom, incolor
Origem: Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia
- 100 -
Citrino
Cor: de amarelo a laranja a laranja amarronzado
Origem: Rio Grande do Sul, Bahia e Minas Gerais
Crisoberilo
Cor: amarelo de claro a médio ao verde amarelado, verde acinzentado, marrom ao marrom
amarelado, azul claro (raro).
Origem: Minas Gerais e Espírito Santo
Diamante
Cor: incolor, amarelo, marrom, cinza, azul, verde, laranja, rosa, vermelho, roxo e preto.
Origem: Origem: Minas Gerais, Mato Grosso e Rondonia
- 101 -
Esmeralda
Cor: verde claro a muito escuro ao verde azulado
Oriem: Minas Gerais, Bahia, Ceará, Goiás e Tocantins.
Granada
Cor: do vermelho ao laranja avermelhado, do vermelho arroxeado ao roxo avermelhado,
laranja amarelado, marrom, preto, verde de claro a escuro, de verde azulado ao verde ama-
relado, amarelo de claro a escuro ao laranja avermelhado, rosa, cinza e incolor (raro)
Origem: Minas Gerais, Paraíba e Tocantins.
Heliodoro
Cor: de amarelo esverdeado ao alaranjado ou marrom amarelado
Origem: Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Paraíba
Kunzita
Cor: de rosa ao roxo azulado
Origem: Minas Gerais e Bahia
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Morganita
Cor: de laranja avermelhado claro ao vermelho arroxeado claro.
Origem: Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo
Turmalina Paraíba
Cor: de azul ao azul violáceo, verde, de rosa ao rosa arroxeado.
Origem: São José da Batalha. Paraíba
Topázio Imperial
Cor: de amarelo alaranjado ao laranja ao laranja avermelhado, de rosa a vermelho ao ver-
melho-roxo e rosa alaranjado.
Origem: Minas Gerais
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Topásio - sua cor amarelada, existindo também o alaranjado, o azul e o rosa. Em alguns casos
pode ser avermelhado, violeta ou até incolor. Comum nas pedras preciosas é muito frágil.
Ametista - a sua cor violeta e com alguns reflexos purpúreos.
Sendo esta uma variedade de quartzo, tendo uma lapidação oval, com facetas.
Safira - Na sua cor destaque-se o azul intenso.
Apresenta um brilho notável, a sua grande dureza, logo abaixo da do diamante, faz dela uma
pedra de eleição na joalharia. Para cravação é das pedras mais resistentes que eu conheço,
mesmo assim devem haver o cuidado na cravação é preciso usar o máximo da concentração,
pois um pequeno toque e a pedra parte com facilidade.
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Quartzo rosa ou Quartzo róseo é um tipo de quartzo, que tem uma tonalidade cor-de-rosa
pálida. A cor deve-se geralmente a uma quantidade pequena de impurezas de titânio no
material maciço e, como tal, raramente se encontra na forma de cristal.
Lapidações
Dá-se o nome de lapidação ao tratamento a que são submetidas as gemas a fim de
obter a forma que mais ressalte a sua beleza e que proporcione o máximo de brilho. Uma
lapidação perfeita ressalta qualidades de uma gema que, por vezes, quem a extraiu nem
imaginava que ela tivesse. Brilho, cor profunda e intensa, beleza, transparência, ausência de
impurezas visíveis: tudo isso só pode ser conferido se a lapidação souber explorar o potencial
da gema.
As lapidações contemporâneas vêm ganhando cada vez mais espaço. A constante busca
pelo novo fez com que a joalheria começasse a se aventurar também com as gemas. Até o seu
aparecimento, nos anos 80, os principais modelos utilizados eram os facetados, como as
variações dos cortes brilhante e esmeralda, os cabochões e pequenas esculturas criadas com a
técnica conhecida como glíptica (veja em "tipos de lapidação").
Normalmente a gema perde mais de metade de seu peso na lapidação. Apesar disso, ganha
muito em valor.
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Há dois tipos básicos de lapidação: a lapidação em cabochão e a lapidação facetada.
Lapidação facetada: aqueles estilos em que as gemas são totalmente limitadas por superfícies
planas. As superfícies planas naturais de uma cristal são chamadas de faces. As superfícies
obtidas por lapidação recebem o nome de facetas.
Até 1400 aproximadamente, a lapidação facetada consistia apenas em polir as faces
naturais dos cristais, processo que voltou a ser usado nos últimos anos para cristais grandes de
Quartzo usados para decoração. Hoje, porém, o tamanho das facetas e os ângulos entre elas
são dimensionados de acordo com o índice de refração da gema.
Lapidação em cabochão: um estilo de lapidação em que a gema tem duas superfícies
convexas (cabochão duplo-convexo) ou uma superfície superior convexa e uma inferior
côncava (cabochão côncavo-convexo) ou ainda, o que é mais comum, uma superfície superior
convexa e uma inferior plana (cabochão plano-convexo). É usado para gemas não
transparentes, como Lápis-lazúli, Turquesa e Malaquita.
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As lapidações utilizadas foram:
Quadrada, Antiga, oval, navete, gota, lágrima, brilhante e tesoura.
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ANEXO 2
Programa Plantando cidadania
O programa Plantando Cidadania nasceu para capacitar voluntários a levar para crian-
ças de 7 a 12 anos de escolas públicas de São Paulo - com potencial para apropriação por ou-
tros estados - dinâmicas interativas sobre a conservação do meio ambiente. Desde sua criação
na SOS Mata Atlântica atingiu jovens de até 15 anos e já chegou a envolver públicos de pais,
professores e até as prefeituras em ações de mobilização nas escolas.
Os funcionários das empresas - Grupo Abril, Colgate-Palmolive, Cinemark, Tintas
Coral, Carrefour, Freeway, Boehringer Engelheim e os alunos da Fundação Bradesco - capa-
citados pelo Plantando também começaram a aprender na prática como dar contribuições e
adequar suas respectivas visões ao projeto de voluntariado. De seu lado, o Voluntariado da
SOS Mata Atlântica começou a participar de reuniões pedagógicas em instituições de ensino
atendidas para reforçar a necessidade de interação entre os diferentes agentes da comunidade.
Embora o tema Mata Atlântica faça parte das discussões com os alunos, o público está
preocupado em aprofundar o conhecimento sobre seu próprio ambiente, para que aprendam a
reivindicar seus direitos e definir suas obrigações na comunidade como um todo. A Escola
Municipal de Ensino Fundamental (Emef) General Charles de Gaulle (SP) é um exemplo das
transformações propiciadas por essa proposta socioambiental. Ali, além das atividades de re-
creação com os 2,5 mil alunos, os voluntários promovem cotidianamente mutirões de limpeza,
plantio de árvores e até projetos de geração de renda, como o da instalação de uma padaria
artesanal na escola em 2004 e de um viveiro de mudas nativas, em 2005.
Ao enfocar temas como água, lixo e florestas, o Plantando Cidadania amplia a cada
dia o debate sobre o contexto do meio ambiente escolar e da comunidade. Assim, em 2005,
alunos e professores da Emef General de Gaulle, junto com a sub-prefeitura do M'Boi Mirim,
entidades locais como a Associação Bloco do Beco e a população em geral partiram para o
primeiro plantio das mudas produzidas pelo viveiro da Emef. Exemplares de pau-brasil, qua-
resmeiras e jacarandás passaram a fazer parte da área próxima ao terminal de ônibus e da pra-
ça central do Jardim Ibirapuera.
Por fim, as atividades do Plantando Cidadania começam a chegar a novos grupos de
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jovens, como os freqüentadores do Centro de Assistência Social do Jardim Antártica e dos
moradores do bairro Estoril, em São Bernardo do Campo, onde um dos grupos de monitora-
mento do Núcleo Pró-Tietê já vinha mobilizando a comunidade para o cuidado com a água
que consomem
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APÊNDICE
FERRAMENTAS UTILIZADAS
1.Politriz 2.Rola(polimento) 3.Tasso de vários formatos 4.Limas, Balança, Pinça, Te-
soura e alicate 5.Arco de serra 6.Maçarico 7.Lima e Tassos 8.Laminadora
9.Martelos 10.Chicote 11.Soldaron
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PESQUISA COM PROFISSIONAIS DA ÁREA
1. Como você enxerga o mercado joalheiro? ( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
2. Qual o artigo mais vendido? ( ) Aliança ( ) Anel ( ) Pulseira ( ) Colar ( ) Brinco ( ) Outro, qual?___________
3. Qual o metal preferido (mais vendido)? ( ) Ouro, Que cor?_______________ ( ) Outro, Qual? _________________
4. Quais são as gemas preferidas? ( ) Diamante ( ) Esmeralda ( ) Quartzo ( ) Rubi ( )Outra, Qual?__________
5. Você vende uma jóia pelo seu/sua... ( )Design ( )Qualidade ( )Inovação ( )Material ( )Status ( )Outro________
6. Com que freqüência uma cliente compra jóias? _______________________________________
7. O que significa uma jóia?
PERGUNTAS PARA SANDRA DUWE
1. A quantos anos você trabalha com jóias?
2. Por que você escolheu este segmento?
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3. O que você busca quando confecciona suas peças?
4. Quais são as suas inspirações?
5. Qual é o seu objetivo principal?
6. Qual é o seu material preferido?
7. Qual é o metal preferido de seus clientes?
8. O que é mais importante? Design, material ou preço?
9. Quais as gemas preferidas por seus clientes?
10. Qual o artigo mais vendido?
11. Como você vê o mercado da joalheria? Quais as necessidades?
12. Qual é o significado de uma jóia?