Date post: | 12-Jul-2015 |
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1
DOR
AIRES, Ana Larissa Almeida¹; FREIRE, Mirian da Silva Costa¹; SANTOS, Stéfany Lourany Pereira dos¹; SOUZA, Rithielly Ribeiro da Rocha de¹; AMORIM, Marcos Evaristo da Paixão²
¹Acadêmicas do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Luterano de Palmas – Universidade Luterana de Palmas (CEULP/ULBRA), Palmas -TO, Brasil, 2 Prof° M.sC do Centro Universitário Luterano de Palmas – Universidade Luterana do Brasil (CEULP/ULBRA), Palmas – TO, Brasil, 2014.
RESUMO
Dor é um sintoma extremamente relevante, que acomete pessoas de diferentes faixas
etárias e econômicas. Em estado grave, ela pode gerar problemas de incapacitação,
dificultando a realização de atividades diárias, chegando a interferir no estado de humor,
nas relações sociais e profissionais. A dor pode ser definida como uma experiência
sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão real ou potencial. A dor
fisiológica é um reflexo protetor do organismo, para evitar uma injúria ou dano tecidual.
Frente à lesão tecidual a dor patológica providenciará condições para a cicatrização.
Frequentemente uma pessoa sente dor em uma parte do corpo que fica distante do
tecido causador da dor, está é chama de dor referida. Em estudos foi descoberto que
os agentes semelhantes a morfina, principalmente os opiódes também atuam em vários
outros pontos no sistema de analgesia, incluindo os cornos dorsais da medula espinhal.
A encefaléia são dores referida para superfície da cabeça a partir de estruturas
profundas das mesmas.
Palavras-chaves: Tipos de dor, analgesia, receptores, opióides e encefaléia.
ABSTRACT
Pain is an extremely important symptom that affects people of different age and
economic groups. Seriously, it can lead to problems of disability, making it difficult to
perform daily activities, getting to interfere in mood, social and professional relationships.
The pain can be defined as an unpleasant sensory and emotional experience associated
with actual or potential damage. Physiological pain is a protective reflex of the body, to
prevent an injury or tissue damage. Forward to tissue injury pathological pain conditions
provide for healing. Often one feels pain in one part of the body far from the tissue
causing pain, this is called referred pain. In studies it was discovered that similar to
morphine agents, especially opioids also serve on several other points in the analgesia
system, including the dorsal horns of the spinal cord. The encefaléia are referred pain to
the head surface from deep structures of the same.
Keywords: Types of pain, analgesia, receptors, opioid and encefaléia.
2
A dor faz parte do cotidiano da
maioria das pessoas desde os
primórdios de sua existência, e
quando esta não aparece, constitui-
se um fator relevante de disfunção
fisiológica, com graves
consequências para a segurança do
indivíduo.
A dor é, em grande parte uma
benção mista. Seu objetivo primário
é, obviamente, o de proteção.
Nitidamente, traz grandes
benefícios, a quem se afasta,
rapidamente, do estímulo que está
causando lesão tecidual, e as
pessoas, com limiares
extremamente altos para a dor,
como resultado de lesão ao nervo,
por exemplo, podem ter lesões
consideráveis, por sua percepção
reduzida a dor. (DAVIES, 2001)
A sensação de dor é bem
variada e particular, pois depende da
reação de cada um em traduzir as
lesões reais ou potenciais. Ela é
provocada por um determinado
estímulo, que afeta receptores
especializados em dor, e emitem
uma resposta. Desta forma, a
interpretação da dor varia de
indivíduo a indivíduo, assim como no
próprio indivíduo, em diferentes
momentos de sua vida, sob
diferentes circunstâncias. (PAIVA,
2006)
A dor foi conceituada pela
primeira vez em 1986, pela
Associação Internacional para o
estudo da dor, como uma
experiência sensorial e emocional
desagradável que está associada a
lesões reais ou potenciais. A
exposição da pele ou qualquer outro
órgão a estímulos potencialmente
nocivos induz à sensação
desagradável, informando o
indivíduo sobre o perigo real ou
potencial para sua integridade física.
Portanto, a informação processada
pode ser diferenciada como dor
fisiológica ou dor patológica.
(KLAUMANN, 2008)
Quando se trata de definir a
dor, é quase impossível dizer o que
ela realmente é; o homem sabe
intuitivamente como é, mas
especificar, definir claramente, ou,
mais ainda, descrevê-la
integralmente resulta praticamente
uma utopia. A criança “sabe” priori
quando tem dor, e precocemente
aprende a diferenciá-la; Além disso a
criança já pode separar bem essa
sensação como algo diferente das
outras sensações, e lhe confere a
maior importância. (DOUGLAS,
2006)
A dor ocorre sempre que qualquer
tecido é lesionado, fazendo com que
o indivíduo reaja para remover o
estímulo doloroso. Mesmo em
atividades simples como o ato de
sentar durante longos períodos
sobre os ísquios pode causar
destruição tecidual pela falta de fluxo
sanguíneo para a pele comprimida
pelo peso do corpo. (GUYTON,
2006)
INTRODUÇÃO
3
Aprofundar os conhecimentos
em relação à fisiologia da dor,
avaliando suas características, tipos
que podem ser sentidas pelo
homem.
Descrever que a dor pode
ocorrer sempre que qualquer tecido
é lesionado, fazendo o indivíduo
reagir para remover os estímulo
doloroso.
Contribuir para o
conhecimento teórico que
futuramente serão utilizados na
prática.
Analisar de forma completa os
motivos causadores de algumas
cefaléias, mostrando os receptores
de cada uma.
Verificar a aplicabilidade dos
conceitos destacados no estudo.
Comprovar a importância das
ferramentas gerenciais para a
transformação do conhecimento
tático e teórico, em prático.
Detectar as situações de
dores em que as crianças, adultos e
idosos vivenciam.
Descrever os trajetos em que
os sinais nervosos percorrem até o
momento de sentir a dor.
Trata-se de um estudo teórico
conceitual, abrangendo consulta a
artigos científicos de periódicos,
revistas indexadas e livros na área
bem conceituados nas classes de
fisiologia da dor.
TIPOS DE DOR
Os mecanismos fisiológicos
da dor envolvem conceitos de
sensibilização periférica e
neuroplasticidade na perpetuação
da dor, com ação através de
mediadores bioquímicos nas vias
nociceptivas. Pode-se estabelecer
correlações entre inflamação, dor e
status psicológico. A inflamação
persistente contribui para a
continuidade do ciclo de dor,
gerando hipersensibilidade. A dor
aumenta com o estresse psicológico,
que é capaz de induzir aumento de
citocinas inflamatórias. (DAVIES,
2001)
Na avaliação da dor, não
existem exames laboratoriais ou
testes objetivos, dependendo-se, em
grande, parte do relato do paciente
(subjetivo). Como instrumento de
avaliação, dispõe-se da escala visual
analógica, que avalia somente o
componente de intensidade da dor e
não outros aspectos, como o mal-
estar gerado pela dor ou o seu
OBJETIVO GERAL METODOLOGIA
REFERENCIAL TEÓRICO
OBJETIVO ESPECÍFICO
4
impacto na qualidade de vida. Na
abordagem da dor reumática, as
medidas não-farmacológicas
incluem a fisioterapia, a terapia
ocupacional, terapias
complementares e exercícios.
(PAIVA, 2006)
A dor é classificada em dois
tipos principais: a dor rápida e dor
lenta. A dor rápida é sentida dentro
de 0,1 segundos após a aplicação de
um estimulo doloroso, enquanto a
dor lenta começa somente após um
segundo ou mais, aumentando
lentamente durante vários segundos
e algumas vezes durante minutos.
(GUYTON, 2006)
A presença de duas vias para
a dor, uma lenta e outra rápida,
explica a observação fisiológica de
que existem dois tipos de dor. Um
estimulo doloroso causa sensação
localizada, aguda, em pontada,
seguida por sensação surda,
intensa, difusa, desagradável. Essas
duas sensações são em geral,
chamada de dor rápida e lenta ou
primeira e segunda dor. Quanto mais
longe do cérebro por aplicado o
estímulo, maior a será a separação
temporal entre os 2 componentes.
Esta e outras evidências tornam
claro que a dor rápida é devida a
atividade nas fibras de dor A δ,
enquanto a dor lenta é devida a
atividade as fibras C da dor.
(GANONG, 1998)
DOR VISCERAL
No diagnóstico clínico, a dor oriunda
de diferentes vísceras do abdômen e
do tórax é um dos poucos critérios
que podem ser utilizados para o
diagnóstico de inflamação visceral,
doença visceral infecciosa e outros
males viscerais. Geralmente, as
vísceras possuem receptores
sensoriais exclusivos para a dor.
Além disso, a dor visceral difere da
dor superficial em vários aspectos
importantes. (GUYTON, 2006)
A dor visceral é a dor que se
origina nos órgãos internos,
diferindo, em muitos aspectos, da
dor profunda e superficial. Os
estímulos, produtores da dor
visceral, são, muitas vezes, muito
diferentes dos que produzem dor
superficial. Muitos órgãos internos,
como o fígado e os rins, parecem ser
insensíveis a estímulos, como corte,
ou esmagamento, que são muito
eficazes, para a produção de dor
superficial, na pele. Todavia, outros
órgãos viscerais, como o
mesentério, as gônadas, e a capsula
hepática, são muito sensíveis a
esses tipos de estimulo. (DAVIES,
2001)
Para PAIVA, 2008, além de
ser mal localizada, desagradável e
associada as náuseas e aos
sintomas autonômicos, a dor visceral
geralmente é irradiada ou referida
para outras áreas. O sistema
nervoso autônomo, assim como o
somático, tem componentes
aferentes, estações de integração
central e vias efetoras. Os
receptores da dor das outras
modalidades sensoriais resistentes
nas vísceras são semelhantes aos
receptores cutâneos, mas existem
5
diferenças notáveis em sua
distribuição. Não existem
proprioceptores nos órgãos internos
e há poucos receptores para
temperatura e o toque. Os
receptores da dor estão presentes,
embora sua distribuição seja mais
esparsa do que nas estruturas
somáticas.
Os mecanismos neurais que
envolvem a geração da dor
inflamatória e da dor visceral, por
muito tempo foram tidos como
iguais, porém existem diferenças
relevantes. As vísceras raramente
são expostas a estímulos externos
mas são alvos comuns de diversas
doenças. O conceito de aferentes
nociceptivos ativados por um
estímulo direto sobre o tecido é difícil
de transferir para os tipos de dor
visceral. A sensibilidade do tecido
visceral a estímulos térmicos,
químicos e mecânicos difere
significativamente. As vísceras
parecem mais sensíveis à distensão
de órgãos cavitários de parede
muscular, sem dano tecidual,
isquemia, e inflamação. A área sobre
a qual o estímulo acontece pode ser
uma determinante crucial no
desenvolvimento dos tipos de dor.
(KLAUMANN, 2008)
DOR SOMÁTICA
A dor, que é mais sentida pela
maioria das pessoas, é a dor
superficial; em outras palavras, ela
se origina da pele ou de outras
estruturas superficiais do corpo.
Essa dor, é caracteristicamente,
ocorre em resposta à lesão real, ou
ameaçada, desses tecidos. A dor é
bem localizada, pela pessoa, ao
ponto de lesão e, geralmente, é
focal; em outras palavras, a dor
percebida é limitada ao sitio da lesão
tecidual. A função dessa dor é,
claramente, protetora e, em geral,
causa a retirada, ou outra resposta,
que limite a lesão tecidual. A dor
profunda está, frequentemente,
associada ao tecido conjuntivo, aos
ossos, aos músculos e às
articulações. (DAVIES, 2001)
DOR ANORMAL
A dor, é geralmente acompanhada
por lesão tecidual. Essa pode ter
função protetora, diminuindo e, por
fim, desaparece com a cicatrização
da lesão. Esse é o tipo de dor
experienciado por todas as pessoas,
de tempo em tempos, sendo
descrito, por muitos autores, como
dor fisiologia. Todavia, a dor pode
não aderir a esse decurso temporal,
podendo cronificar e passar a ser
debilitante. A dor pode se tornar de
logo prazo, como resultado de
estimulo agindo de forma muito
prolongada, por exemplo, como
ocorre na artrite reumatóide.
(DAVIES, 2001)
DOR PROFUNDA
6
A diferença principal entre as
sensibilidades superficial e profunda
é a natureza diversa da dor
provocada pelos estímulos nocivos.
Isso provavelmente à deficiência
relativa de fibras nervosas Aδ nas
estruturas profundas, de forma que
há pouca dor rápida e bem –
demarcada. Além disso, a dor
profunda e a dor visceral são mal
localizadas, provocam náuseas e
geralmente estão associadas à
sudorese e às alterações da pressão
arterial. A dor pode ser produzida
experimentalmente no periósteo nos
ligamentos, injetando-se solução
salina hipertônica nessas estruturas.
(DAVIES, 2001)
A dor produzida dessa forma
desencadeia a contração reflexa dos
músculos esqueléticos adjacentes.
Essa contração reflexa é semelhante
ao espasmo muscular associado às
lesões dos ossos, tendões e
articulações. Os músculos mantidos
em contração prolongada entram em
isquemia, que estimula os
receptores da dor neles existentes.
Por sua vez a dor desencadeia mais
espasmo, iniciando um ciclo vicioso.
(GANONG, 2007)
RECEPTORES PARA DOR E SUA
ESTIMULAÇÃO
Os receptores para dor são
terminações nervosas livres. Os
receptores para dor na pele e em
outros tecidos são terminações
nervosas livres. Eles estão
espalhados nas camadas
superficiais da pele, bem como em
certos tecidos internos como o
periósteo, parede das artérias,
superfícies articulares e a foice e o
tentório na abóbada craniada. A
maioria dos outros tecidos profundos
está esparsamente suprida com
terminações nervosas para dor;
porém, lesões teciduais extensas
podem-se somar e causar uma dor
lenta e crônica na maioria destas
áreas. (GUYTON, 2006)
Três tipos de estímulos excitam os
receptores para dor-mecânicos,
térmicos e químicos. A dor pode ser
desencadeada por vários tipos de
estímulos. Eles são classificados
como estímulos dolorosos
mecânicos, térmicos e químicos. Em
geral, a dor rápida é desencadeada
por tipos de estímulos mecânicos e
térmicos, enquanto a dor crônica,
pode ser desencadeada pelos os
três tipos de estímulo. (DAVIES,
2001)
Algumas das substancias que
excitam o tipo químico de dor são:
bradicinina, serotonina, histamina,
íons potássio, ácidos, acetilcolina e
enzima proteolíticas. Além disso, a
prostaglandinas e substancia P
aumentam a sensibilidades das
terminações nervosas, mas não
excitam diretamente estas
terminações. As substâncias
químicas são especialmente
importantes na estimulação do tipo
de dor lenta e persistente que ocorre
após a lesão tecidual. (GUYTON,
2006)
7
Natureza não-adaptativa dos
receptores para dor. Ao contrário da
maioria dos outros receptores do
corpo, os receptores para dor se
adaptam muito pouco e algumas
vezes não se adaptam. De fato, sob
certas circunstâncias, a excitação
das fibras dolorosas torna-se
progressivamente maior na medida
em que o estimulo persiste,
especialmente para dor lenta-
persistente-nauseante. Este
aumento da sensibilidade dos
receptores para dor é chamado de
hiperalgesia. Pode-se compreender
prontamente a importância desta
ausência de adaptação dos
receptores para dor, pois isto
possibilita que a pessoa esteja ciente
da presença de um estimulo lesivo
enquanto a dor persisti. (GANONG,
2007)
VIAS DA DOR
A dor é apreciada quando que
é, por definição, um estimulo
doloroso causa ativação de
receptores periféricos para dor
(nociceptores), resultando na
condução de impulsos nervosos, ao
longo da série de neurônios,
começando nos aferentes primários
periféricos dos nociceptores,
continuando por neurônios
medulares supramedulares, para
termina nos centros encefálicos
superiores. (GANONG, 2007)
Seria muito errado, contudo,
se pensar que a via para dor
representasse, apenas, série de
retransmissões neurais, da periferia
até o córtex cerebral. Por toda a
extensão da via da dor, os impulsos
nervosos e sua transmissão são
modulados por fatores estranhos à
via, incluindo mediadores
inflamatórios, na periferia, além de
vias nervosas locais e descendentes
na medula espinhal e acima dela.
(DAVIES, 2001)
Para GANONG, 2007, apesar
de todos os receptores para dor
serem terminações nervosas livres,
estas terminações utilizam duas vias
separadas para a transmissão de
sinais dolorosos ao sistema nervoso
central. As duas vias correspondem
principalmente aos dois tipos de dor
– uma via para a dor pontual-rápida
e uma via para dor lenta-crônica.
Fibras dolorosas periféricas –
Fibras “Rápidas” e “Lentas”. Os
sinais dolorosos pontuais-rápidos
são desencadeados por estímulos
mecânicos ou térmicos; eles são
transmitidos nos nervos periféricos
para a medula espinhal através de
fibras Aδ do tipo pequeno em
velocidades entre 6 e 30m/s.
Inversamente, o tipo de dor lenta-
crônica é desencadeado
principalmente por estímulos
dolorosos do tipo químico, mas
algumas vezes por estímulos
mecânicos ou térmicos persistente.
Esta dor lenta-crônica é transmitida
para a medula espinhal através de
fibras tipo C em velocidades entre
0,5 e 2m/s. (GUYTON,2006)
8
Por causa deste sistema
duplo de inervação para a dor, um
estimulo doloroso súbito em geral
causa uma sensação dolorosa
“dupla”: uma dor pontual-rápida que
é transmitida para o cérebro pela via
de fibras Aδ, seguida em um
segundo ou mais por uma dor lenta
que é transmitida pela via da fibra
C.A dor pontual avisa a pessoa
rapidamente sobre o perigo e,
portanto, desempenha um
importante papel na reação imediata
do indivíduo para se afastar do
estímulo doloroso. A dor lenta tende
a aumentar com o passar do tempo.
Esta sensação eventualmente
produz um sofrimento intolerável de
dor continuada e faz com que a
pessoa continue tentando aliviar a
causa da dor. (KLAUMANN, 2008)
CARACTERÍSTICAS DOS
RECEPTORES QUÍMICOS DA
DOR
Os peptídeos algésicos são
destruídos no sangue pelas
cininases, que atuam rapidamente,
impedindo a ação da bradicinina,
quando injetada intravenosa ou
intramuscularmente. Isso sugere
que os quimiorreceptores da dor
estão localizados no tecido conectivo
pericapilar ou perivenular. Os
quimiorreceptores parecem ser
terminações nervosas livres, sem
mielina do tecido conectivo,
localizados nos capilares e vênulas.
Os agentes químicos deixam de agir
quando os nervos paravasculares
são destruídos pela extirpação dos
gânglios das raízes posteriores, mas
quando extirpados os gânglios
simpáticos e o fluxo sanguíneo de
altera, a bradicinina continua
invocando a resposta dolorosa.
(DOUGLAS, 2006)
Segundo GANONG, 2007,
esses quimiorreceptores são
excitados por substâncias de
configuração química muito variável
(K+, aminas, peptídeos). Postulou-
se, assim, a hipótese de que sua
estimulação depende da atração
eletrofílica. Os sítios ativos do
receptor seriam aniônico, ou seja,
ricos em elétrons. Os agentes
algésicos, desse modo, estão
carregados eletropositivamente. Isto
pode ser fundamentado pela
hipótese de Amoore para a olfação: “
a estima de substâncias odoríferas,
cuja ação é atribuída a radicais que
tem parte da molécula fortemente
eletrolítica”.
Dessa forma, os receptores
químicos da dor não seriam
receptores propriamente ditos, pois
são axônios mielínicos que
apresentam sítios ativos onde agem
os agentes algésicos. Os axônios
estão envolvidos por células de
Schwann, mas aparentemente
existiriam lugares onde faltaria essa
membrana neurilema ou células
Schwann, ficando nua a membrana
do axônio, em contado direto com o
liquido extracelular, onde poderiam
agir os agentes químicos algésicos.
A membrana axonal tem alta
resistência elétrica e capacitância;
9
ao microscópio eletrônico aparece
como duas camadas eletrodensas
depois de se fixar com KMnO4.
(DOUGLAS, 2006)
SISTEMA DE SUPRESSÃO
DA DOR (“ANALGESIA”) NO
ENCEFALO E NA MEDULA
ESPINHAL
O grau de reação de uma
pessoa à dor varia tremendamente.
Isto resulta parcialmente de uma
capacidade do próprio encéfalo em
suprir as aferência de sinais
dolorosos para o sistema nervoso
através da ativação de um sistema
de controle de dor chamado sistema
de analgesia. Esse sistema consiste
em três grandes componentes: (1)
As áreas periventricular e da
substância cinzenta periaquedutal
do mesencéfalo e região superior da
ponte que circundam o aquedulto de
Sylvius e porções do terceiro e do
quarto ventrículo. (GUYTON, 2006)
Os neurônios destas áreas
enviam sinais para (2) O núcleo
magno da rafe, um fino núcleo da
linha media localizado nas regiões
inferior da ponte e superior da
medula oblonga, e o núcleo reticular
paragagigantocelular, localizado
lateralmente na medula oblonga. A
partir destes núcleos os sinais de
segunda ordem são transmitidos
através das colunas dorsolaterais da
medula espinhal, para (3) o
complexo inibitório da dor localizado
nos cornos dorsais da medula
espinhal. (DOUGLAS, 2006)
OPIÓIDES
Por muitos séculos, já são
conhecidas as propriedades
analgésicos dos agentes opiácios,
como o ópio, o láudano e a morfina,
derivados da capsula das sementes
da papoula Papaver somniferum.
Substâncias endógenas,
semelhantes aos opiáceos, foram
isoladas, na década de 70, incluído a
leu-encefalina, a β-endorfina e as
dinorfinas. Elas ocorrem em todo o
corpo, tendo participação intima na
modulação da dor, além de serem
neurotransmissores, fora da via da
dor. (PAIVA, 2008)
A leu-encefalina e a met-
encefalina são, ambas,
pentapeptídeos, que diferem, entre
si, apenas pelo aminoácido terminal,
leucina, e na leu-encefalina, e
metilnina, na met-encefalina. As
duas encefalinas são formadas na
clivagem de uma pró-encefalina,
grande polipeptídeo precursor. A β-
endofina é um polipeptídeo, com 31
aminoácidos, contendo a sequência
de aminoácidos que constitui a met-
encefalina. É clivada do pró-
opiomelanocortina precursor. As
dinofinas inclui a própria dinofina, a
α-neoendofina e a β-neoendofina,
formadas a partir do polipeptídeo
precursor, e pró-dinufina. (DAVIES,
2001)
A mais de 35 anos, foi
descoberto que a injeção das
diminutas quantidades de mofina,
tanto no núcleo periventricular ao
redor do terceiro ventrículo quanto
10
na substância cinzenta
periaquedutal do tronco cerebral,
causa um grau extremo de
analgesia. Nos estudos
subsequentes observou-se que os
agentes semelhantes à mofina,
principalmente os opióides, também
atuam em vários outros pontos no
sistema de analgesia, incluindo os
cornos dorsais da medula espinhal.
Como muitas drogas que alteram a
excitabilidade dos neurônios o fazem
através da ação sobre os receptores
sinápticos, foi considerado que os
“receptores para mofina” do sistema
da analgesia deveriam ser os
receptores para algum tipo de
neurotransmissor semelhante à
mofina que fosse naturalmente
secretado pelo sistema nervoso.
(GUYTON, 2006)
Portanto uma extensa
pesquisa foi realizada a procura dos
opióides natural do sistema nervoso.
Aproximadamente uma dúzia destas
substâncias opióides é encontrada
em diferentes pontos do sistema
nervoso; todas elas são produtos da
degradação de três grandes
moléculas proteicas: pró-
opiómelarnocortina, pró-encefalina e
prodinofina. Entre a as mais
importantes dessas substâncias
opióides estão a β-endorfina,
metencefalina, a leuencefalina e a
ginofina. (DOUGLAS, 2006)
SISTEMA OPIÓIDE
ENCEFALO-ENDORFINAS E
ENCEFALINAS
Segundo GUYTON, 2006, há
mais de 35 anos, foi descoberto que
a injeções diminutas quantidades de
morfina, tanto no núcleo
periventricular ao redor do terceiro
ventrículo quanto na substancia
cinzenta periaquedutal do tronco
cerebral, causa um grau estremo de
analgesia. Nos estudos
subsequentes, observou-se que os
agentes semelhantes à morfina,
principalmente os opiódes, também
atuam em vários outros prontos do
sistema de analgesia, incluindo os
cornos dorsais da medula espinhal.
Como muitas drogas que alteram a
excitabilidade dos neurônios ou
fazem através da ação sobre os
receptores sinápticos, foi
considerado que os “receptores para
morfina” do sistema da analgesia
deveriam ser os receptores para
algum tipo de neurotransmissor
semelhante a morfina que fosse
naturalmente secretado pelo sistema
nervoso.
Portanto uma extensa
pesquisa foi realizada a procura do
opióde natural do sistema nervoso.
Aproximadamente uma dúzia destas
substâncias opiódes é encontrado
em diferentes pontos do sistema
nervoso; todas elas são produtos da
degradação de três grandes
moléculas protéicas: pró-
opiómelanocortina, proencefalina e
prodimorfina. Entre as mais
importantes dessas substancias
opiódes estão a β-endorfina, a
metencefalina, a leuencefalina e a
dimorfina. (DAVIES, 2001)
11
As duas encefalinas são
encontradas no tronco cerebral e na
medula espinhal, nas porções do
sistema de analgesia descrita
anteriormente, e a β-endorfina está
presente tanto no hipotálamo como
na hipófise. A dimorfina se encontra
principalmente nas mesmas regiões
em que ocorre as acefalinas, mas
em quantidades muito menores.
(DOUGLAS, 2006)
Assim, apesar dos detalhes
sutis do sistema opióde do cérebro
não serem compreendidos, a
ativação do sistema de analgesia
pelos sinais neurais que entram na
substância cinzenta periaquedutal e
na área periventricular, ou inativação
das vias da dor por drogas
semelhantes a morfina podem
suprimir quase totalmente muitos
sinais dolorosos provenientes dos
nervos periféricos. (GUYTON, 2006)
INIBIÇÃO DA TRANSMISSÃO DA
DOR POR SINAIS TATEIS
SIMULTÃNEOS
Outro evento importante na
saga do controle da dor foi a
descoberta que a estimulação das
grandes fibras sensoriais do tipo Aβ
oriunda dos receptores táteis
periféricos pode reduzir a
transmissão dos sinais da dor
oriundos da mesma área corporal.
Isto presumivelmente resulta da
inibição lateral local na medula
espinhal. Este fato explica porque as
manobras simples como massagem
da pele próxima às áreas dolorosas
geralmente são eficazes no alivio da
dor. E provavelmente também
explica porque linimentos
geralmente são utilizados para aliviar
a dor. Este mecanismo e a excitação
psicogênica simultânea do sistema
de analgesia central provavelmente
também são a base do alivio da dor
obtido pela acupuntura. (GUYTON,
2005)
TRATAMENTO DA DOR
POR ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA
Vários procedimentos clínicos
foram desenvolvidos para a
supressão da dor através da
estimulação elétrica. Eletrodos
estimuladores são colocados em
áreas selecionadas da pele ou,
ocasionalmente, implantados sobre
a modelo espinhal, supostamente
para estimular as colunas sensoriais
dorsais. (GUYTON, 2006)
Em alguns pacientes,
eletrodos podem ser colocados
estereotaxicamente em núcleos
intralaminares do tálamo
apropriados ou nas áreas
periventricular ou periaquedutal do
diencéfalo. O paciente pode
controlar pessoalmente o grau de
estimulação. Um alívio dramático já
foi registrado em alguns casos. Além
disso, foi registrado que o alívio da
dor pode durar até 24 horas após
somente alguns minutos de estimulo.
(GANONG, 2007)
CEFALÉIA
As cefaléias são um tipo de
dor referida para a superfície da
12
cabeça a partir de estruturas
profundas da mesma. Algumas
cefaléias resultam de estímulos
dolorosos provenientes de dentro do
crânio, enquanto outras resultam de
dores que se originam fora do crânio,
como nos seios nasais. (GUYTON,
2006)
Os tecidos encefálicos
propriamente ditos são quase
sensíveis a dor. Mesmo o corte ou a
estimulação elétrica de áreas
sensoriais do córtex cerebral apenas
ocasionalmente causam dor; em vez
disso, esta estimulação causa tipos
incômodos de parestesias na área
do corpo representada pela porção
do córtex estimulado. Portanto, é
provável que a principal causa da
cefaleia não seja a lesão de uma
região encefálica propriamente dita.
(DAVIES, 2001)
A estimulação dos receptores
para dor na calota craniana acima do
tentório, incluindo a superfície
superior do tentório propriamente
dito, desencadeia impulsos
dolorosos na porção cerebral do
quinto nervo e, portanto, causa
cefaleia referida na metade frontal da
cabeça, nas áreas de superfície
supridas por esta porção
somatossensorial do quinto nervo
craniano. (DOUGLAS, 2006)
O conhecimento da fisiologia
da dor ou nocicepção é uma
importante ferramenta para o
entendimento dos mecanismos
desencadeantes dos processos
dolorosos, sejam fisiológicos ou
principalmente patológicos. Tais
informações são essenciais para a
instituição de uma terapia analgésica
eficiente, preemptiva e multimodal,
pois a síndrome dolorosa pode ser
considerada uma doença, gerando
alterações na homeostasia orgânica
que implicam em perda da qualidade
de vida do paciente.
As consequências negativas
da dor de longe excedem alguma
preocupação especial para a
utilização de analgésicos. O estresse
causado por tal situação deve ser
impedido de tomar proporções
catastróficas para o indivíduo, ou
seja, antes que haja a exaustão das
reservas biológicas de energia.
Devesse ter em mente que não
existem efeitos negativos da
utilização dos analgésicos, mas sim,
relacionados à escolha inadequada
ou a dose. Qualquer dor, seja ela
aguda ou crônica, tenha ela causa
conhecida ou não, tem sempre um
componente psicológico que varia de
pessoa a pessoa.
A dor pode também ser
classificada segundo determinação
temporal em dor aguda ou crônica. A
nocicepção é o componente
fisiológico da dor e compreende os
processos de transdução,
transmissão e modulação do
CONSIDERAÇÕES FINAIS
13
estímulo nociceptivo. Uma vez
instalado o estímulo nociceptivo,
diversas alterações neuroendócrinas
acontecem, promovendo um estado
de hiperexcitabilidade do sistema
nervoso central e periférico.
Sem dúvida alguma, o
adoecer é uma experiência muitas
vezes traumática, e com
repercussões na personalidade do
paciente e, não é incomum, que
venha acompanhado de algumas
dores. A relação do paciente com
essas dores produz sentimentos que
podem interferir diretamente no
processo de recuperação da
patologia apresentada.
Qualquer dor, seja ela aguda
ou crônica, tenha ela causa
conhecida ou não, tem sempre um
componente psicológico que varia de
pessoa a pessoa, e é modificado e
influenciado por fatores culturais,
étnicos, sociais e ambientais. Há
pessoas que, mesmo sentindo dor
forte, têm perfeito controle sobre si.
Outras, com a mesma dor tomam
atitudes irracionais, reagem de forma
anômala frente ao stress por ela
causado.
14
DAVIES, Andrew, Fisiologia humana. Porto
Alegre: Artmed, 2001
DOUGLAS, Roberto Carlos. Tratado de
fisiologia aplicada as ciências médicas. 6ª
ed. Rio e Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
GUYTON, Artur C., HALL, John E. Tratado
de fisiologia médica. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Elservier Ltda, 2006
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ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil,
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Federal do Paraná, 2008
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS