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BEM VIVERAMIGOSDA SAÚDE

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ESTADO DE MINAS ● D O M I N G O , 2 8 D E A G O S T O D E 2 0 1 1 ● E D I T O R A - A S S I S T E N T E : Te r e s a C a r a m ● S U B E D I T O R A : E l l e n C r i s t i e ● E - M A I L : b e m v i v e r . e m @ u a i . c o m . b r ● T E L E F O N E : ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 7 8 4

Alimentoscomo tomatee nozes, alémdo vinho, têmpropriedadesantioxidantes

❚ ❚LEIA MAIS SOBRE PENSAMENTOS POSITIVOSPÁGINAS 4 E 5

EDUARDO ROCHA/RR - 12/8/03

Meditação ativa e prática de exercícios físicos são indicadas para bloquear os pensamentos negativos

O Free Mind Runners é um grupo que se reúne visando ao equilíbrio do corpo e da alma. Para afastar as energias ruins é necessário vigília constante, que se alcança por meio do autoconhecimento e da prática esportiva

abeça vazia é oficina do diabo. Quantas e quantas vezes ouvimosesse ditado popular, que, em outras palavras, quer dizer que é me-lhor manter a mente ocupada, seja com as preocupações do traba-lho ou dos estudos, do que abrir espaço para caraminholas. Ah,quem dera fosse assim tão simples. Ligar uma chave e zás, o pensa-mento saísse. Muitas vezes, mesmo com muitas tarefas e, às vezes,exatamente por esse acúmulo, as pessoas são tomadas por estres-se e cansaço. Misturas mais que explosivas que levam a estados demelancolias leves ou profundas.

A busca por autoconhecimento é uma das saídas para quem querse livrar de sentimentos negativos. E para isso, é preciso estar sem-pre alerta e em vigília, pois maus pensamentos vêm e vão como ovento. Dois cursos, com técnicas e filosofias bem diferentes, apresen-tam ferramentas para a busca da essência de cada um. Para não dei-xar que os pensamentos ruins se instalem e a pessoa entre em de-pressão, o certo é que a saúde da mente é fundamental. Mesmo osmais materialistas não podem negar que a mente é como o univer-so, praticamente inexplorada.

Todo mundo, em algum momento do dia, terá pensamentosnegativos. A questão central é o que se faz com eles. Se são comonuvens, portanto em movimento, está tudo certo. O problema équando se instalam como verdadeiras tempestades. “É como se agente colocasse uma âncora e a nuvem negra ficasse para sem-pre”, diz a psicóloga Clarissa Yakiara, uma das instrutoras do cur-

so Free mind. Fundado pelo escritor chileno Suryavan, o curso ba-seia-se em técnicas de desconstrução de crenças e manejo do es-tresse para atingir estado de paz mental.

Ao longo do dia, cerca de 80 mil pensamentos povoam as mentesdas pessoas. De 60% a 90% deles são negativos, de acordo com Claris-sa. Mais da metade se repete no dia seguinte. Para afastá-los, é preci-so esforço constante. Clarissa indica a meditação ativa e a prática deexercícios físicos como maneiras de clarear os pensamentos. “Pare-cem vozes falando em nossa cabeça. Não precisamos acreditar nelas,basta substituí-las por pensamentos positivos”, ensina.

Em vez de ficar horas perdendo tempo em indagações sobre porque o marido não age como você espera, os motivos que fazem suanamorada tão dominadora, as razões pelas quais as pessoas são tãomal-educadas no trânsito, por que seu chefe não é justo, o melhor étentar entender qual margem você tem para transformar a situaçãoque o (a) incomoda.

A outra técnica proposta para a busca do autoconhecimento éo eneagrama. O termo é a junção de enea, que significa nove, e gra-ma, que quer dizer gráfico. Como o nome indica, o eneagrama érepresentado por um círculo com uma estrela de nove pontos, ca-da um associado a uma personalidade: perfeccionista, doador,propositivo, estético, sábio, precavido, sonhador, lutador e pacifi-cador. Embora possa sobressair em cada um dos nove tipos, o pro-pósito é buscar o equilíbrio.

TRANQUILIDADE

MENTALMÁRCIA MARIA CRUZ

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Conciliar a busca pela prosperidade, felicidade, cultura e liberdade permite que a pessoaviva o tempo presente e barre sentimentos que podem se transformar em fonte de frustração

Vida com

❚ REPORTAGEM DE CAPA

BEMVIVERE S T A D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 2 8 D E A G O S T O D E 2 0 1 1

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MÁRCIA MARIA CRUZ

epois de terminar um relaciona-mento de 21 anos, o empresárioSebastião Lago Júnior, de 42, en-trou em depressão. “Não estavaesperando. Ela era certeza absolu-ta em minha vida.” A tristeza pe-lo fim da união se refletiu na vi-da pessoal e profissional. O rendi-mento caiu muito e ele não saíada cama antes do meio-dia. Coma autoestima baixa e sem nenhu-

equilíbrio

ma autoconfiança não tinhaânimo para nada. Para tratar dosofrimento, começou a tomarantidepressivo. “Estava muitochateado e deprimido.” Foi quan-do soube, por meio do perfil deuma amiga nas redes sociais, docurso Free mind.

A psicóloga Clarissa Yakiaraexplica que as pessoas enxergamo mundo por meio de crenças,espécies de lentes, construídasnos primeiros sete anos de vida.Muitas vezes, são visões ilusórias,do tipo: “Homem não presta”,“Ela é mais bonita do que eu”,“Ele é mais produtivo do que eu”,“Eu não tenho tempo”, “Se eu fos-se mais magra” e muitas outrasmáscaras. São crenças familiares,sociais, financeiras e sexuais queimpedem as pessoas de enxergarà sua volta com clareza, ou me-lhor, distorcem a realidade e co-locam a pessoa na inércia. Deacordo com a filosofia do curso,as pessoas precisam equilibrarquatro áreas da vida: prosperida-de, felicidade, cultura e liberdade.

A prosperidade não está rela-

cionada apenas aos ganhos fi-nanceiros, como normalmenteas pessoas associam. É precisobuscá-la na saúde, trabalho etambém no aspecto material. Afelicidade deve ser desenvolvidajunto à família, amigos, nas rela-ções amorosas e de trabalho. Acultura está relacionada aos estu-dos, aos livros, à arte e a toda par-te mental. A parte espiritual, a fi-lantropia, o serviço ao próximocontribuem para a liberdade. OFree mind oferece ferramentaspara as pessoas equilibrarem asquatro áreas.

VIGÍLIA PERMANENTE Para al-cançar o equilíbrio, a dica é man-ter a mente focada no presente.Remoer fatos do passado ou criarexpectativas para o que vai ocor-rer é uma forma de criar ilusões.Estado de alerta e vigília constan-te com os pensamentos sãoimportantes. “Não há diferençapara o cérebro entre viver umasituação ou pensar sobre ela. Sãoativadas as mesmas áreas”, expli-ca Clarissa. Isso significa quequando as pessoas voltam aopassado ou fazem projeções quenão podem alcançar o cérebroencara como se elas estivessemvivendo a situação.

Como ficar sofrendo pelo que

passou não é bom e esperar de-mais por algo pode ser fonte defrustração, o melhor é focar opensamento no agora. Assim, vo-cê terá mais controle sobre a si-tuação. Quando os pensamentosnegativos aprisionam as pessoas,elas começam a somatizá-los. Osreflexos físicos fatalmente apare-cerão. Durante o curso são apre-sentadas técnicas de meditaçãoativa para que as pessoas possamviver o tempo presente.

Não dar vazão aos pensamen-tos negativos não significa inér-cia diante das situações que inco-modam. Quando a pessoa estáparada em um congestionamen-to pode agir de duas maneiras.Postura bastante comum é se ir-ritar e responsabilizar os outrosmotoristas, que são egoístas e di-rigem mal, ou a prefeitura quenão gerencia bem o trânsito. Ou-tra maneira de reagir diante des-sa situação é assumir a sua pró-pria responsabilidade. “Você po-de pensar em sair mais cedo pa-ra evitar o congestionamento.Você ainda pode olhar de manei-ra positiva: ‘que bom que tenhocarro, tenho uma família’. Sãomaneiras diferentes para olharpara uma mesma situação”, ensi-na a empresária e instrutora doFree mind, Carol Yakuri.

Na opinião da instrutora, issonão significa adotar uma postu-ra de Poliana (aquela persona-gem que achava algo bom em to-das as situações), mas focar narealidade que se pode mudar. Apostura mais otimista frente aosproblemas vai se refletir no rela-cionamento com a família, comos amigos, no trabalho. O cursoserá ministrado em Belo Hori-zonte em setembro. Para quemquer conhecer a proposta, seráapresentada uma espécie de de-gustação em palestra gratuitatambém na capital. As instruto-ras já ministram o curso em San-tiago, no Chile; Cidade do Méxi-co; Barcelona e Madri, na Espa-nha. No Brasil, foram formadasturmas em São Paulo; Chapecó,em Santa Catarina; Paracatu eGovernador Valadares, em Mi-nas. Sebastião, que é proprietáriode empresa de marketingesportivo, sugeriu a criação degrupo de corrida, o Free MindRunners, uma forma de aliar asaúde física à mental. Afinal,mente sã, corpo são e vice-versa.

O empresárioSebastião LagoJúnior procurou ocurso para venceruma fortedepressão

Potencial detransformação

Não há desafio maior do que entender ospróprios demônios. Cada um é a esfinge de simesmo, mesmo quando se atribui a terceiro afunção de dar respostas às questões que nosafligem. Não se trata de um papo de autoaju-da ou algo do gênero, mas um caminho quecada um percorre a seu modo e no tempo pró-prio. O diretor da gráfica Pampulha, Jairo Al-ves Lopes Júnior, de 44 anos, buscou nas téc-nicas do eneagrama pistas para montar o pró-prio quebra-cabeça.

Jairo fez o primeiro curso, há cinco anos, e re-solveu repetir no ano passado. Na opinião de Jai-ro, ao mesmo tempo que possibilita o autoco-nhecimento, o eneagrama facilita a convivênciaentre as pessoas, pois demonstra que há diferen-tes tipos de pessoas. “A gente passa a entender oponto de vista do outro.” Jairo compara os tiposa janelas. “Cada um tem a sua. Algumas mais su-jas e outras mais limpas. Cada um vê o externode uma maneira”, pontua.

É, por meio delas, que as pessoas enxergam omundo. Depois de fazer o curso, Jairo acreditaconhecer melhor sua essência. O autoconheci-mento é o que oferece a primeira parte do cur-so. Na segunda etapa, o participante inicia umprocesso de crescimento. Em outras palavras,depois de identificadas fraquezas e potenciais, éimportante buscar transformações.

Jairo costuma ter pensamentos positivos, édedicado, objetivo, flexível e bastante centra-do nas ações e planejamento. “Descobri, noeneagrama, que meu tipo apresenta caracte-rísticas negativas, como vaidade, ser calculis-ta e, às vezes, até ser frio. Uma vaidade incons-ciente.” Ele reconhece que, muitas vezes, fo-cou nos resultados, não olhando o caminho.

Ao focar nos objetivos, não se importava nopreço a pagar para atingi-los. “Estou trabalhan-do nessas fraquezas. Não quero chegar lá a qual-quer preço. O custo é muito caro. Não vale a pe-na chegar por esse preço”, reconhece.

CARACTERÍSTICAS O eneagrama é a tipologiada personalidade e baseia-se em nove tipos(veja quadro ao lado). O objetivo é entender osmecanismos inconscientes para construçãodas personalidades: energias, compulsões, va-lores e potencialidades. De acordo com o padreda comunidade Shalom e professor de enea-grama Erick Luiz Rastelli, as pessoas têm umpouco das nove personalidades dentro de si.

No entanto, na primeira infância, algumasdessas características se tornam mais fortes.“Perdemos o contato com o todo e fixamosem um dos eneatipos. Por isso, é importantetomar conhecimento do nosso tipo e traba-lhar para potencializar os demais tipos emnós.” Erick chama a atenção para o fato de quea pessoa é muito mais que um tipo. “O enea-grama é o mapa da personalidade. Por melhorque seja o mapa, nenhum corresponde à tota-lidade do território”, diz.

O curso é dividido em três etapas, sendo cadauma delas com 16 horas. É recomendado um mêsde intervalo entre uma etapa e outra. É indicadopara todas as pessoas que buscam o autoconhe-cimento. Antes, era comum ser ministrado parapessoas com mais de 21 anos. No entanto, segun-do Erick, o curso tem sido cada vez mais procura-do por jovens e até adolescentes. “Não é autoaju-da. É trabalho de autoconhecimento. A pessoatem que ter disponibilidade para trabalhar as fra-quezas e também ter recursos psicológicos.”

O curso não deve ser feito por quem está emestágio grave de depressão. “O eneagrama nãosubstitui o processo terapêutico, apesar de que,muitas vezes, depois de fazer o curso a pessoacostuma buscar acompanhamento psicológico.”Casais, funcionários de empresas, colaboradoresde organizações não-governamentais, jovenssão o público que procura o curso.

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Diretor da gráfica Pampulha,Jairo Álves Lopes Júnior buscou nas técnicas

do eneagrama pistas paramontar o próprio quebra-cabeça

O PERFECCIONISTAVício emocional: raivaAs pessoas do tipo 1 são centradas naação, têm um senso prático exigente, que dáprioridade às tarefas a serem realizadas.O vício emocional é a raiva.

O PRESTATIVOVício emocional: orgulhoAs pessoas são centradas na emoção,têm uma percepção aguda dos outros,tornando-se conquistadoras, que sabemcomo conseguir o que querem daspessoas. O vício emocional é o orgulho,que, por ser inconsciente, é justificado

com a atitude solícita e a autoimagem bem-intencionada. Essa emoçãosustenta um comportamento baseado na sensação de autossuficiência ecapacidade. Eu posso... A atitude comum é a de Eu posso, eu sei, eu faço.

O BEM-SUCEDIDOVício emocional: vaidadeAs pessoas que adotaram o tipo 3 sãocentradas na ação ou no planejamento,visando reconhecimento. Têm uma visãomercantilista, que os guia na suaperseguição pelo sucesso. O vício emocionalé a vaidade, que, por ser inconsciente, éjustificada com a atitude progressista e autoimagem eficiente. Onome bem-sucedido vem do seu apego à imagem e ao valor que elatraduz; o sucesso é um meio de conquistar valor próprio.

O ROMÂNTICOVício emocional: invejaAs pessoas que adotaram o tipo 4 sãopessoas centradas na emoção, sãosensíveis ao ambiente eemocionalmente instáveis. A sensívelpercepção emocional faz delas pessoasque veem o que a maioria não vê. O

vício emocional é a inveja, que, por ser inconsciente, é justificada com aatitude insatisfeita e autoimagem de singularidade.

O OBSERVADORVício emocional: avarezaAs pessoas que adotaram o tipo 5 sãocentradas na mente, têm uma curiosidade peloentendimento, tornando-se planejadoresextremamente racionais. O vício emocional é aavareza, que, por ser inconsciente, é justificadacom a atitude pouco expressiva e autoimagemlógica e prudente.

O QUESTIONADORVício emocional: medoAs pessoas que adotaram o tipo 6 sãocentradas na ação ou na emoção,visando ao controle. São atentas edesconfiadas, embora nãonecessariamente expressem isso.Preferem se preparar a atirar-se de

improviso. O vício emocional é o medo, que, por ser inconsciente, éjustificado com a autoimagem de precavido e realista.

O SONHADORVício emocional: gulaAs pessoas que adotaram o tipo 7 sãocentradas na mente; têm uma agilidademental para lidar com várias coisas aomesmo tempo, dando prioridade aoprazer. O vício emocional é a gula, que,por ser inconsciente, é justificada com a atitude entusiasta e autoimagemde hábil improvisador. Faço do limão uma limonada.

O CONFRONTADORVício emocional: luxúriaAs pessoas que adotaram o tipo 8 sãocentradas na ação, têm uma facilidade emmandar e liderar, dando prioridade àrealização. O vício emocional é a Luxúria,que, por ser inconsciente, é justificada com aatitude dominadora e autoimagem

realizadora. Tudo ao seu redor tem de ser intenso e desafiador, numaatitude de dar um boi para não entrar e uma boiada para não sair.

O PACIFICADORVício emocional: intolerânciaAs pessoas que adotaram o tipo 9 são centradas na emoção ou namente, têm uma atitude mediadora,dando prioridade ao bem comum. Ovício emocional é a Indolência, que,por ser inconsciente, é justificada coma atitude tranqüila e autoimagemconciliadora, Se cada um ceder umpouco, todos ficarão bem.

PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS

❚❚ EM QUAL PERFIL VOCÊ SE ENCAIXA?

❚❚ FREE MINDPalestra gratuita aberta ao público

Data: 30/8Horário: 19h30Local: Avenida Prudente de Morais,

901 - Sala MultimeiosVagas limitadas

Workshop mais oitoencontros semanais

Data do workshop: 2, 3 e 4/9Horário: sexta (19h às 22h) e

sábados e domingos(9h às 18h)

Local: Auditório da CâmaraAmericana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham)Rua da Paisagem, 220, Vila daSerra, Seis Pistas

Valor: a combinar