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INSTITUTO AGRONÔMICOlivros01.livrosgratis.com.br/cp085904.pdf · Ficha elaborada pela...

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INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL AVALIAÇÃO DE CARACTERES AGRONÔMICOS DE GENÓTIPOS DE TRIGO DURO NO ESTADO DE SÃO PAULO ALLAN HENRIQUE DA SILVA Orientador: Carlos Eduardo de Oliveira Camargo Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical Área de Concentração em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia Campinas, SP Março 2009
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INSTITUTO AGRONÔMICO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL

AVALIAÇÃO DE CARACTERES AGRONÔMICOS DE GENÓTIPOS DE TRIGO DURO NO ESTADO DE SÃO

PAULO

ALLAN HENRIQUE DA SILVA

Orientador: Carlos Eduardo de Oliveira Camargo

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical Área de Concentração em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia

Campinas, SP Março 2009

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Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico S586a Silva, Allan Henrique Avaliação de caracteres agronômicos de genótipos de trigo duro no Estado de São Paulo. / Allan Henrique Silva. Campinas, 2009. 164 fls. Orientador: Carlos Eduardo de Oliveira Camargo Dissertação (Mestrado em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia) - Instituto Agronômico 1. Triticum durum L. 2. Trigo duro - cultivares e linhagens 3. Trigo duro - componentes da produção 5. Trigo duro – tolerância ao alumínio. II. Camargo, Carlos Eduardo de Oliveira III. Título

CDD. 633.11

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SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTOAGENCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA

DOS AGRONEGOCIOSINSTITUTO AGRONOMICO

P6s-Gradua\fiioAv. Barao de Itapura 1481 Caixa Postal 28

13001-970 Campinas, SP - Brasil(019) 3231-5422 ramal 194

[email protected]

••lAC••INSTITUTO AGRONbMICO

Titulo: Avaliac;rao de caracteres agron6mrcos <de gen6tipos de trigo duro n<oEstado de Sao Paulo

Area de Concentragao: Genetica, IIJlelhoramen1:o Veg(-lta~ e Biotecnologia

Orientador: Dr. Carlos Eduardlo de Oliveiw<:tCall1121i'go,

~

Sue II doi'santos FreitasVice - CoordenadoraP6s - Gradua~ao lAC

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Aos meus pais

Nicomedis e Lucimar,

DEDICO

Aos meus irmãos

Aline e Alisson e

demais familiares

OFEREÇO

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AGRADECIMENTOS

- Primeiramente a Deus, por ter me abençoado a conseguir realizar esse sonho.

- Ao pesquisador e orientador Dr. Carlos Eduardo de Oliveira Camargo, pela amizade,

contribuição, tanto pessoal como profissional, empenho e dedicação a sua profissão

sempre com grande entusiasmo.

- Aos pesquisadores científicos Dr. Antônio Wilson Penteado Ferreira Filho e Dr.

Benedito de Camargo Barros, pelas sugestões para engrandecer essa dissertação e pelas

contribuições para o desenvolvimento desse estudo.

- Aos Pesquisadores Edison Ulisses Ramos Júnior, Márcio Akira Ito e Paulo Boller

Gallo, pela colaboração na condução dos ensaios em campo.

- A Pós-Graduação do Instituto Agronômico e aos professores da área de concentração

em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia da PG-IAC, pela oportunidade de

cursar o mestrado e pelos ensinamentos constantemente transmitidos.

- A Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela concessão

de bolsa de estudo.

- Aos funcionários do Centro de Grãos e Fibras e dos Pólos Regionais de

Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Sudoeste, Nordeste Paulista e da

Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Tatuí, pelo bom relacionamento no período

de convívio.

- Aos meus pais Nicomedis e Lucimar, pessoas mais importantes que me espelhei para

conseguir forças para vencer essa etapa.

- Aos familiares, amigos e demais que contribuíram de forma direta ou indireta para

realização da dissertação, com conselhos que me ajudaram a seguir o caminho certo e

persistir no meu sonho.

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SUMÁRIO

ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................... v RESUMO ...................................................................................................................... xiv ABSTRACT .................................................................................................................. xvi 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 1 2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 3 2.1 Origem e Classificação do Trigo ................................................................................ 3 2.2 Melhoramento Genético Vegetal................................................................................ 4 2.3 Caracteres Agronômicos............................................................................................. 7 2.3.1 Produção de grãos.................................................................................................... 7 2.3.2 Altura das plantas .................................................................................................. 10 2.3.3 Acamamento.......................................................................................................... 12 2.3.4 Ciclo das plantas.................................................................................................... 13 2.3.5 Comprimento da espiga ......................................................................................... 16 2.3.6 Componentes da produção .................................................................................... 17 2.3.7 Comprimento do internódio da raque.................................................................... 20 2.4 Doenças .................................................................................................................... 21 2.4.1 Ferrugem-da-folha ................................................................................................. 21 2.4.2 Mancha-da-folha.................................................................................................... 23 2.4.3 Oídio ...................................................................................................................... 25 2.5 Tolerância ao Alumínio............................................................................................ 25 2.6 Interação de Genótipos x Ambientes........................................................................ 28 3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 30 3.1 Experimentos no Campo .......................................................................................... 30 3.2 Experimentos no Laboratório ................................................................................... 37 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 39 4.1 Ensaio de Novas Linhagens I ................................................................................... 39 4.1.1 Ensaios de campo .................................................................................................. 39 4.1.2 Ensaios de laboratório ........................................................................................... 94 4.2 Ensaio de Novas Linhagens II .................................................................................. 97 4.2.1 Ensaios de campo .................................................................................................. 97 4.2.2 Ensaios de laboratório ......................................................................................... 150 5 CONCLUSÕES......................................................................................................... 152 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 155

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Genealogia e origem dos genótipos avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”. ..................................................................................32

Tabela 2 Genealogia e origem dos genótipos avaliados no “Ensaio de

Novas Linhagens II”. ................................................................................33

Tabela 3 Resultados das análises do solo de Capão Bonito, onde foram instalados os “Ensaios de Novas Linhagens I e II”, nos anos de 2007 e 2008, em diferentes profundidades, expressas em cm...................34

Tabela 4 Resultados das análises do solo de Tatuí e Mococa, onde foram

instalados nos “Ensaios de Novas linhagens I e II”, nos anos de 2007 e 2008, na profundidade de 20 cm....................................................34

Tabela 5 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008. .........................................................................................................40

Tabela 6 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08.....................................................................................................43

Tabela 7 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................44

Tabela 8 Altura média das plantas dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................................................47

Tabela 9 Altura média das plantas, dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08......................................................................................................48

Tabela 10 Altura média das plantas, dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................49

Tabela 11 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..........................................................................................................51

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Tabela 12 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08......................................................................................................52

Tabela 13 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................53

Tabela 14 Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................55

Tabela 15 Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................56

Tabela 16 Ciclo médio da emergência à maturação dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................57

Tabela 17 Graus médios de infecção de mancha-da-folha dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08......................................................................................................60

Tabela 18 Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo

duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ........................................................................................................62

Tabela 19 Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo

duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................63

Tabela 20 Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo

duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008...........................................................................................64

Tabela 21 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................66

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Tabela 22 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................67

Tabela 23 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008. ..........................................................................68

Tabela 24 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................70

Tabela 25 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008............................................................................71

Tabela 26 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................72

Tabela 27 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................74

Tabela 28 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008............................................................................75

Tabela 29 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................76

Tabela 30 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................................................78

Tabela 31 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................79

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Tabela 32 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................80

Tabela 33 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte

genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008............................................................................82

Tabela 34 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte

genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 .................................................................83

Tabela 35 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte

genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.............................................................84

Tabela 36 Médias do comprimento dos grãos dos vinte genótipos de trigo

duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................86

Tabela 37 Médias da largura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................87

Tabela 38 Médias da espessura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................88

Tabela 39 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 .............................90

Tabela 40 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.................93

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Tabela 41 Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 .............93

Tabela 42 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, no ano de 2007............................................95

Tabela 43 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no ano de 2007 ................................95

Tabela 44 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, no ano de 2007............................95

Tabela 45 Comprimento médio das raízes dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, após 72 horas de crescimento em solução normal, que se seguiu a um crescimento em solução-tratamento contendo seis diferentes concentrações de alumínio (média de 4 repetições)...............................................................96

Tabela 46 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................................................98

Tabela 47 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................100

Tabela 48 Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................101

Tabela 49 Altura média das plantas dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos 2007 e 2008.........103

Tabela 50 Altura média das plantas dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos 2007 e 2008 ...........................................................................................................104

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Tabela 51 Altura média das plantas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos 2007 e 2008 ...............................................................................................105

Tabela 52 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................................................107

Tabela 53 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................108

Tabela 54 Média das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................109

Tabela 55 Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................111

Tabela 56 Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................112

Tabela 57 Ciclo médio da emergência à maturação dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................113

Tabela 58 Graus médios de infecção de mancha-da-folha dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................116

Tabela 59 Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo

duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008. ......................................................................................................117

Tabela 60 Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo

duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................118

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Tabela 61 Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008...........................................................................................119

Tabela 62 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................121

Tabela 63 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008............................................................................122

Tabela 64 Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos

de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................123

Tabela 65 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................125

Tabela 66 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008............................................................................126

Tabela 67 Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................127

Tabela 68 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ..................................................................................129

Tabela 69 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008............................................................................130

Tabela 70 Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de

trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008............................................................................131

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xii

Tabela 71 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 ...........................................................................................................133

Tabela 72 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................134

Tabela 73 Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 ...............................................................................................135

Tabela 74 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte

genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008............................................................................137

Tabela 75 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte

genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 .................................................................138

Tabela 76 Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte

genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.............................................................139

Tabela 77 Médias do comprimento dos grãos dos vinte genótipos de trigo

duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................141

Tabela 78 Médias da largura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................142

Tabela 79 Médias da espessura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007 ......................................................................................................143

Tabela 80 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no

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xiii

“Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 .............................145

Tabela 81 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008..................147

Tabela 82 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 .............147

Tabela 83 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, no ano de 2007............................................149

Tabela 84 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no ano de 2007 ................................149

Tabela 85 Estimativas das correlações simples entre os caracteres

agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, no ano de 2007............................149

Tabela 86 Comprimento médio das raízes dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, após 72 horas de crescimento em solução normal, que se seguiu a um crescimento em solução-tratamento contendo seis diferentes concentrações de alumínio (média de 4 repetições)...............................................................151

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SILVA, Allan Henrique. Avaliação de caracteres agronômicos de genótipos de trigo duro no Estado de São Paulo. 2009. 164f. Dissertação (Mestrado em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia) – Pós-Graduação – IAC.

RESUMO

A semolina extraída dos grãos do trigo duro é a matéria prima por excelência

empregada na elaboração de macarrão. Foram realizados dois ensaios denominados

“Ensaios de Novas Linhagens I e II” (ENL-I e ENL-II) objetivando avaliar genótipos de

trigo duro quanto à produção de grãos e outros caracteres agronômicos no Estado de

São Paulo. O “ENL-I” foi composto por 17 linhagens, introduzidas do México e o

“ENL-II” composto por 17 linhagens oriundas do programa de melhoramento do

Instituto Agronômico (IAC), mais as cultivares-controle: IAC-1001, IAC-1002 e IAC-

1003. Os ensaios foram instalados em Capão Bonito, em condição de sequeiro, e em

Tatuí e Mococa, com irrigação por aspersão, em 2005-08. Utilizou-se o delineamento

estatístico de blocos ao acaso, com quatro repetições, por local. Avaliaram-se os

seguintes caracteres: produção de grãos, altura das plantas, acamamento, ciclo da

emergência ao florescimento e à maturação, comprimento da espiga, número de

espiguetas por espiga, número de grãos por espiga e por espigueta, massa de cem grãos,

comprimento do internódio da raque, comprimento, largura e espessura dos grãos e

reação às doenças. Os dados obtidos foram submetidos às análises de variância

individuais e conjuntas, por local, e o teste de Tukey a 5% foi utilizado para a

comparação das médias. Os genótipos também foram avaliados quanto à tolerância à

toxicidade de alumínio, em soluções nutritivas. Nos dois ensaios todos os genótipos

avaliados apresentaram porte semi-anão e foram resistentes ao agente causal da

ferrugem-da-folha; a ‘IAC-1003’ mostrou elevada resistência ao acamamento, maior

massa de cem grãos e grãos mais espessos; e a ‘IAC-1002’ exibiu grãos mais largos. No

“ENL-I” foram produtivas a linhagem 6 (THKNEE 9) e a ‘IAC-1003’ em Capão Bonito

(2008) e em Mococa (2007-08) e as linhagens 15 (STIL“S”/YAV“S”//AUK“S”/3/

SILVER) e 17 (DUKEM/DON 87), em Tatuí (2005 e 2007). A linhagem 1 (AYTHYA

1) apresentou porte semi-anão mais baixo. As linhagens 7 (SURUCA) e 13 (SRN//

HUI“S”/TUB“S”) mostraram resistência ao acamamento. A 14 (DAKYAV 9) foi

precoce para florescer e maturar em Capão Bonito e a 6 foi mais precoce para florescer

em Mococa. Os genótipos em Tatuí foram moderadamente resistentes a suscetíveis aos

agentes causais das manchas foliares. As linhagens 10 (SILVER) e 11 (QFN/KILL“S”)

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se destacaram em geral pelas espigas compridas e a 15 pelo peso dos grãos em Capão

Bonito. A linhagem 16 (OMRABI 5) revelou espigas menos compacta. A 6 apresentou

grãos compridos e largos e a 15 grãos compridos em todos locais e espessos em Capão

Bonito. A ‘IAC-1002’ exibiu grãos espessos em Capão Bonito. No “ENL-II” as ‘IAC-

1001’ e ‘IAC-1003’ sobressaíram-se quanto à produção de grãos nos três locais. As 17

linhagens selecionadas no IAC (BH-1146/LGN//2*IAC-1003) revelaram porte semi-

anão mais baixo, ciclos mais precoces tanto florescer quanto para maturar e maior

comprimento do internódio da raque em relação às cultivares-controle. A ‘IAC-1001’

mostrou espigas e grãos mais longos. As ‘IAC-1001’ e ‘IAC-1002’ exibiram espigas e

espiguetas mais férteis e a linhagem 3 mostrou grãos mais largos. As linhagens

selecionadas no IAC foram tolerantes e as mexicanas sensíveis à toxicidade de Al3+, em

soluções nutritivas.

Palavras-Chave: Triticum durum L., cultivares e linhagens, componentes da produção, tolerância ao alumínio.

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SILVA, Allan Henrique. Evaluation of agronomic characteristics of durum wheat genotypes in the State of São Paulo. 2009. 164f. Dissertation (Master in Genetics, Plant Breeding and Biotechnology) – Pos-Graduation – IAC.

ABSTRACT

Semolina extracted from durum wheat grains is a used raw material for excellence in the

macaroni elaboration. Two experiments named “New Inbred Lines Trials I and II”

(ENL-I and ENL-II) were realized with the objective to evaluate durum wheat

genotypes in relation to grain yield and other agronomic characteristics, in the State of

São Paulo, Brazil. At the “ENL-I”, seventeen inbred lines introduced from Mexico and

at the “ENL-II”, seventeen inbred lines originated from Instituto Agronômico (IAC)

breeding program, plus the control cultivars IAC-1001, IAC-1002 and IAC-1003, were

evaluated. The experiments were carried out at Capão Bonito, in upland condition, and

at Tatuí and Mococa, under sprinkler irrigation, in 2005-08. A randomized complete-

block design with four replications, per location was utilized. The following characters

were evaluated: grain yield, plant height, resistance to lodging, cycle from emergence to

flowering and to maturation, head length, number of spikelets per spike, number of

grains per spike and spikelet, 100 grains weight, raquis internode length, grain length,

width and thickness, and reaction to diseases. The obtained data were submitted to the

individual and in a group of experiments per location analysis of variance, and the

Tukey test at the 5% level was used for mean comparisons. The genotypes were also

evaluated for the tolerance to aluminum toxicity, in nutrient solution. In both

experiments all evaluated genotypes presented semi dwarf plant type and were resistant

to leaf rust causal agent; the ‘IAC-1003’ showed high resistance to lodging, higher 100

grain weight and thicker grains, and the ‘IAC-1002’ exhibited wider grains. The inbred

line 6 (THKNEE 9) and the ‘IAC-1003’ at Capão Bonito (2008) and at Mococa (2007-

08) and the inbred lines 15 (STIL“S”/YAV“S”//AUK“S”/3/SILVER) and 17 (DUKEM/

DON 87), at Tatuí (2005 and 2007) were productive in the “ENL-I”. The inbred line 1

(AYTHYA 1) showed shorter semi dwarf plant type. The inbred lines 7 (SURUCA) and

13 (SRN// HUI“S”/TUB“S”) presented lodging resistance. The 14 (DAKYAV 9) was

early to flower and to mature at Capão Bonito and the 6 was earlier to flower at

Mococa. The genotypes at Tatuí were moderately resistant to susceptible to the leaf

spots causal agents. The inbred lines 10 (SILVER) and 11 (QFN/KILL“S”) showed

good performance in relation to long heads and the15 due to the weight of the grains at

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Capão Bonito. The inbred line 16 (OMRABI 5) had less compact heads. The 6 showed

long and wide grains and the 15 long grains in all locations and thick grains at Capão

Bonito. ‘IAC-1002’ exhibited thick grains at Capão Bonito. In the “ENL-II” the ‘IAC-

1001’ e ‘IAC-1003’ showed good performance in relation to grain yield at the three

locations. The 17 inbred lines selected at IAC (BH-1146/LGN//2*IAC-1003) presented

shorter semi dwarf plant type, earlier cycle to flower as to mature and higher raquis

internode length in relation to the control cultivars. The ‘IAC-1001’ had longer heads

and grains. The ‘IAC-1001’ e ‘IAC-1002’ exhibited more fertile spikes and spikelets

and the inbred line 3 showed wider grains. The inbred lines selected at IAC were

tolerant and the Mexican inbred lines sensitive to the Al3+ toxicity, in nutrient solutions.

Key words: Triticum durum L., cultivars and inbred lines, yield components, aluminum tolerance.

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1 INTRODUÇÃO

O trigo duro, pertencente à espécie Triticum durum L. é originário de regiões

banhadas pelo Mar Mediterrâneo, Oceano Atlântico oriental, compreendido entre a

Europa meridional, a Ásia ocidental e a África setentrional; com aproximadamente 2,5

milhões de km². Essas regiões são caracterizadas por clima com verões quentes e secos

e invernos frios e chuvosos, com médias térmicas superiores a 18°C. O período de

chuva dura de 2 a 4 meses, no periodo do inverno, sendo raro ocorrer precipitações no

resto do ano.

As águas do Mar Mediterrâneo banham as três penínsulas do sul da Europa, que

são: Ibérica (Portugal e Espanha) , Itálica (Itália) e a dos Balcãs (Região da Grécia) e

pode-se considerar que o clima Mediterrâneo existente nessa região também é

encontrado na costa oeste dos Estados Unidos e no Canadá, sudeste da Austrália, sul do

Chile e oeste do Oriente Médio (WIKIPÉDIA, 2008).

Essa espécie é cultivada em aproximadamente 17 milhões de hectares no mundo,

com uma produção de 25 milhões de toneladas e produtividade média de 2.000 kg ha-1,

representando somente 8% da área mundial semeada com trigo. O Canadá, União

Européia, Noroeste da África e os Estados Unidos são os maiores produtores e

exportadores de trigo duro, sendo responsáveis por aproximadamente 68% da produção

mundial (USDA, 2008).

O trigo cultivado no Brasil é hexaplóide do tipo AABBDD, da espécie Triticum

aestivum L., e apresenta, no cromossoma 1 do genoma D, genes importantes

relacionados às características tecnológicas da farinha, por isso de grande interesse à

indústria de panificação (WELSH & HEHN, 1964) e, no cromossoma 4 do genoma D,

um gene dominante que condiciona tolerância à toxicidade do alumínio (LAGOS et al.,

1991).

O trigo duro é um tetraplóide do tipo AABB e pertence à espécie Triticum

durum L. Apresenta-se muito sensível à toxicidade de alumínio (CAMARGO et al.,

1992) e é destituído de qualidades tecnológicas para panificação, por não possuir o

genoma D. Em contrapartida, a farinha obtida desse cereal (semolina) com alto teor de

proteína, é preferida para a elaboração de macarrão, que se torna duro, translúcido e

firme após o cozimento (CIMMYT, 1988).

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As tentativas do cultivo de trigo duro no Brasil, em particularmente no Estado de

São Paulo, não tiveram sucesso devido a problemas agronômicos nas cultivares

disponíveis. Essas exibiram falta de adaptação aos solos ácidos, por serem originárias de

solos alcalinos, encontrados nas margens do mediterrâneo, proporcionando nas

condições paulistas baixa produtividade, suscetibilidade às doenças foliares e ausência

de dormência dos grãos, que provocam germinação nas espigas antes da colheita

reduzindo sensivelmente a qualidade tecnológica. Por esses motivos o Brasil é um

grande importador desse cereal (CAMARGO & FERREIRA FILHO, 2000).

O Brasil tem um papel de destaque no cenário mundial, ocupando a posição de

terceiro maior produtor de massas alimentícias, atrás apenas da Itália e dos Estados

Unidos, com um volume anual de mais de 1 milhão de toneladas (ABIMA, 2008).

As massas alimentícias secas, no Brasil, são produzidas, em quase sua

totalidade, a partir de farinha de trigo comum sendo que as massas elaboradas a partir da

sêmola, originária do trigo duro totalmente importado, representam 3 % do volume total

comercializado.

Para atender a demanda da indústria de pastas alimentícias, alimento de grande

consumo pelas populações de baixa renda do país, trabalhos de pesquisa com trigo duro

no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) foram iniciados em 1984. Foi avaliado o

comportamento agronômico de linhagens introduzidas do Centro Internacional de

Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), México e oriundas de hibridações do

programa de melhoramento do IAC.

Grandes avanços foram obtidos no cultivo de trigo comum através do

melhoramento genético, que entre outros objetivos, sempre buscaram obter genótipos

com ampla adaptabilidade e maior rendimento de grãos, permitindo que o cultivo

avançasse em sistemas edafoclimáticos não tão favoráveis à cultura, conquistando novas

regiões, até então não tritícolas.

O presente estudo tem como objetivos avaliar genótipos de trigo duro

introduzidos do CIMMYT, México e genótipos oriundos do programa de melhoramento

do IAC, em diferentes condições do Estado de São Paulo, visando:

a) Identificar genótipos de trigo duro superiores quanto à produção de grãos e

outros caracteres agronômicos desejáveis.

b) Estimar as correlações simples entre os caracteres estudados.

c) Avaliar a tolerância à toxicidade de Al3+ através do crescimento radicular das

plântulas, em soluções nutritivas contendo diferentes concentrações de Al3+.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Origem e Classificação do Trigo

Grande parte das gramíneas e outros cereais, pertencentes à tribo Triticeae são

originárias do mediterrâneo oriental e domesticado por volta de 10.000 a 15.000 A.C.

Estas gramíneas são adaptadas às condições ambientais, caracterizadas por regiões

semi-áridas com condições ambientais variáveis, tais como inverno chuvoso e verão

seco.

Em 1756, Lineu propôs uma primeira classificação do gênero Triticum baseado

na morfologia e na diferença fisiológica. Posteriormente Sakamura, em 1918, propôs a

classificação do gênero de acordo com o número de cromossomos presentes e na sua

morfologia (BOZZINI, 1988).

As espécies que constituem o gênero pertencem a três níveis de ploidia, com um

número básico de cromossomos igual a sete e são classificados como espécies diplóides

(2n = 2x = 14), tetraplóides (2n = 4x = 28) e hexaplóides (2n = 6x = 42). Os ancestrais,

que deram origem às principais espécies de interesse comercial, são em quase sua

totalidade pertencentes ao nível diplóide, e espécies com maior número de

cromossomos originaram-se de híbridos interespecíficos seguidos de duplicação, entre

duas ou mais espécies diplóides (ZOHARY, 1963).

A classificação do trigo não explica o desenvolvimento de poliplóide em trigo.

Diversos pesquisadores sugeriram que o gênero Triticum foi domesticado de um

ancestral do gênero Aegilopsis e que este gênero contribuiu na evolução e

especialização do trigo (BOZZINI, 1988).

Das espécies existentes, atualmente apenas duas são comercialmente

importantes. A espécie Triticum durum L. (alotetraploide) possui os genomas AABB,

com células somáticas 2n = 4x = 28 cromossomos, originou-se entre o cruzamento

interespecífico entre a espécie diplóide T. monococcum (genoma A) e uma espécie

ancestral do gênero Aegilopsis (genoma B). GIORGI & BOZZINI (1969) ainda

concluíram que o genoma B poderia ser originário de uma modificação do genoma A.

A espécie Triticum aestivum L., (alohexaploide), com genomas AABBDD,

espécie de maior valor comercial do gênero Triticum, originou-se do cruzamento

interespecífico entre a espécie Triticum turgidum L. (genoma A e B) e a espécie

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Aegilopsis squarrosa L. (genoma D), pertencente ao genêro Aegilopsis (MCFADDEN

& SEARS, 1946).

Estudando cultivares, sub-espécies e espécies pertencentes a diferentes níveis de

ploidia dos gêneros Triticum e Aegilopsis spp. GIORGI & BOZZINI (1969)

demonstraram que as espécies T. timopheevi (ZHUK) e T. araraticum (JAKUBZ),

apesar de possuírem os genomas tetrapóides (AABtBt) apresentaram cariótipos

diferentes em relação ao tetraplóide Triticum durum L. (AABB). Esses autores também

verificaram afinidade cromossômica entre as espécies Triticum durum L. e Triticum

aestivum L. confirmando que essas espécies originaram de um mesmo ancestral.

No entanto, mediante a possibilidade de hibridação entre os diferentes gêneros

do trigo, a diversidade de espécies é benéfica, pois tem possibilitado a introgressão de

genes de interesse. Diversas fontes genéticas para caracteres agronômicos de interesse e

para resistência a pragas e doenças estão localizadas nas espécies silvestres, ou mesmo

em espécies afins, que consequentemente, constituem valiosos recursos genéticos para a

prospecção de genes e posterior uso no melhoramento do trigo cultivado (MORAES-

FERNANDES et al., 2000).

O uso de híbridos interespecíficos entre espécies afins tem sido uma ferramenta

muito utilizada em diversos programas de melhoramento com objetivo de transferir

caracteres de espécies diferentes, visando obtenção de resistência a fatores bióticos e

abióticos e aumentar a variabilidade genética dentro da própria espécie.

2.2 Melhoramento Genético Vegetal

O melhoramento genético vegetal é a mais valiosa estratégia para o aumento da

produtividade de forma sustentável e ecologicamente equilibrada (BORÉM &

MIRANDA, 2005), associada ao emprego de melhores práticas culturais. No entanto,

além desse caráter, outras devem ser consideradas, entre as quais resistência às

principais doenças, tolerância à toxicidade de alumínio, ciclo precoce, porte semi-anão e

qualidades industriais e tecnológicas (CAMARGO et al., 2001).

A seleção de vários caracteres em plantas autógamas é uma tarefa extremamente

difícil, devido à complexidade das bases genéticas envolvidas, à exigência de condução

de populações com tamanho relativamente grande, à necessidade de várias gerações de

recombinação e à dificuldade do controle do ambiente que pode interferir na expressão

fenotípica do genótipo (MALLMANN et al., 1994).

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Segundo ALLARD (1966), o sucesso de um programa depende da capacidade

do melhorista em escolher parentais com grande capacidade heterótica e selecionar

indivíduos nas gerações segregantes, explorando as recombinações genéticas de

interesse, permitindo obter genótipos superiores quanto à produção de grãos e outros

caracteres. Para o desenvolvimento de um programa de melhoramento genético

eficiente, há a necessidade de conhecer a herança e o tipo de ação genética envolvida

nos caracteres estudados, bem como a natureza da associação entre eles (IBRAHIM et

al., 1983).

Dentre os principais métodos de melhoramento de plantas a introdução de

genótipos é um método que vêm sendo constantemente utilizado de forma direta

visando o lançamento de novas cultivares e também de forma indireta como fonte de

caracteres agronômicos desejáveis, para a ampliação da base genética em cruzamentos

(ALLARD, 1966).

Desde 1984 o Instituto Agronômico vem introduzindo e avaliando linhagens e

cultivares de trigo duro do CIMMYT, México, em ensaios instalados em diferentes

locais. Nesses foram feitas seleções de genótipos com caracteres agronômicos

superiores, resistência aos principais patógenos e boas qualidades tecnológicas, que

originaram as cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003 (CAMARGO et al., 1995b).

No entanto, linhagens introduzidas do CIMMYT possuem pouca adaptação a

solos ácidos, por terem sido selecionados em solos alcalinos no deserto, onde a

ocorrência de alumínio trocável é quase nula (CAMARGO et al. 1993).

Com o objetivo de incrementar o potencial produtivo, os programas de

melhoramento têm utilizado hibridações entre genitores adaptados às condições

ambientais e genitores portadores de caracteres agronômicos de interesse seguido de

seleções visando identificar os recombinantes desejáveis (POEHLMAN & SLEPER,

1995).

Os métodos mais utilizados no melhoramento convencional em espécies

autógamas são: a) seleção de plantas individuais com teste de progênies; b) seleção

massal; e c) hibridação com populações segregantes conduzidas por meio dos métodos:

genealógico (pedigree), populacional (bulk) e retrocruzamento (SALOMON, 2001).

No programa de melhoramento de trigo comum e trigo duro do IAC vem sendo

utilizadas hibridações entre genótipos nacionais adaptados às condições de solos ácidos

e linhagens introduzidas do CIMMYT, portadoras de alto potencial produtivo, porém

sensíveis à toxicidade de alumínio, utilizando o método genealógico, na condução das

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populações segregantes. Linhagens de trigo comum apresentando caracteres desejáveis

tais como porte semi-anão, alta produtividade, adaptação a solos ácidos e tolerantes a

fatores bióticos e abióticos tem sido obtidas (CAMARGO et al., 2006b). A cultivar de

trigo comum IAC-24, proveniente do programa de melhoramento do IAC, originou-se

do cruzamento IAS-51 (Albatroz), introduzido do IPEAS, e IRN 597-70, originário do

México.

O método genealógico se baseia exclusivamente na seleção artificial de

indivíduos superiores, em populações segregantes, bem como a avaliação de cada

progênie separadamente, sendo a seleção praticada com base no fenótipo e no genótipo

(BORÉM & MIRANDA, 2005). As espigas são selecionadas individualmente, em

geração F2, e semeadas em linha para originar a geração F3, sendo realizadas

posteriormente seleções das melhores famílias e dos melhores indivíduos dentro das

famílias. Este processo se repete até que a maioria dos loci estejam em homozigose (F5

ou F6), quando então as melhores linhagens são testadas em ensaios regionais

(RAMALHO, 2001).

Visando a transferência de caracteres de alta herdabilidade, governada por

poucos genes, tais como tolerância ao alumínio (LAGOS et al. 1991), resistência a

doenças e outros caracteres, diversos programas de melhoramento tem adotado o

método do retrocruzamento. Esse se refere aos cruzamentos entre indivíduos do genitor

recorrente e do doador, seguido de três a quatro retrocruzamentos para o genitor

recorrente, visando melhorar a expressão fenotípica de um caráter que esse parental seja

deficiente (FEHR, 1993).

O método do retrocruzamento se torna eficiente quando o caráter a ser

transferido possui herança simples, de fácil seleção e quando o gene a ser transferido é

dominante, não estando ligado a um gene responsável por algum fenótipo indesejável

(BORÉM & MIRANDA, 2005). No entanto esse método é considerado conservador,

levando-se em conta que novas combinações gênicas não são geradas com seu uso,

consequentemente não há ganho, exceto da característica a ser transferida.

Visando obter genótipos de trigo duro tolerantes ao alumínio, CAMARGO et al.

(2007) realizou sucessivas hibridações interespecíficas entre a cultivar de trigo comum

BH-1146, considerada tolerante ao alumínio, com Langdon, uma linhagem de trigo duro

aneuplóide obtida na Universidade de Norte Dakota. Utilizando o método do

retrocruzamento e o genealógico esses pesquisadores demonstraram que os genótipos

obtidos a partir dessas hibridações apresentaram crescimento radicular em

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concentrações de até 4 mg L-1 de Al3+ em solução nutritiva, em condições de

laboratório.

O uso de ferramentas como indução de mutação e outras biotecnologias também

podem contribuir para aumentar a variabilidade genética, facilitar a recombinação em

cruzamentos e reduzir o número de anos para liberar cultivares (BATHIA, 1977).

A técnica empregando cultura de anteras, de plantas híbridas em geração F1,

permite obter plantas haplóides, que podem tornar-se férteis com a duplicação do

número de cromossomos utilizando-se a colchicina. As plantas obtidas com base nesse

tratamento apresentam 100% de homozigose e são comumente chamadas de duplo

haplóides (DH). Essa técnica é muito valiosa nos programas de melhoramento genético,

visto que a homozigose é alcançada em apenas uma geração (SALOMON et al., 2003).

O Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), juntamente com o

programa de melhoramento genético do trigo, do IAC, tem empregado o método de

melhoramento por indução de mutação por irradiação para aumentar a variabilidade

genética em cruzamentos, inclusive os interespecíficos, onde um dos parentais era trigo

duro, e para corrigir defeitos em cultivares comerciais (TULMANN NETO et al., 2001).

2.3 Caracteres Agronômicos

2.3.1 Produção de grãos

O aumento da produção de grãos é considerado um dos principais objetivos da

maioria dos programas de melhoramento genético para a cultura do trigo (CAMARGO,

1993).

No entanto, a produção de grãos é um caráter complexo com diferentes

componentes, condicionado por vários fatores de origem genética, ambiental e suas

interações. Devido a esses fatores, o melhoramento para produção de grãos per si tem

sido realizado nas gerações avançadas, adotando-se diversas técnicas de

experimentação. Os genótipos precisam ser avaliados em vários locais e anos, a fim de

se obterem informações quanto ao desempenho, para que possa permitir a liberação dos

mais promissores para o cultivo comercial (POEHLMAN & SLEPER, 1995).

Estudos realizados pelo CIMMYT (1985) demonstraram que os melhores

genótipos de trigo duro, obtidos nos diferentes programas de melhoramento no mundo,

têm exibido rendimentos iguais ou até maiores que os melhores genótipos da espécie T.

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aestivum L., sendo registradas produções de até 10.000 kg ha-1 em alguns ensaios

internacionais.

Visando estudar o comportamento agronômico de genótipos de trigo duro

oriundos da Itália, em experimentos realizados no Norte da Síria, PECETTI &

ANNICCHIARICO (1998), demonstraram que os genótipos oriundos de cruzamentos

entre linhagens exóticas e genótipos introduzidos do CIMMYT, tiveram rendimento de

3.690 kg ha-1 em relação às linhagens indígenas que produziram 2.660 kg ha-1.

Avaliando o comportamento agronômico de linhagens de trigo duro na Argélia,

oriundas de introdução, ANNICCHIARICO et al. (2006) demonstraram que a produção

média de grãos variou de 1.480 a 2.190 kg ha-1, considerando os dados nos anos

agrícolas de 1998 a 2000. No entanto, em 2001, ano de destaque pelas condições

climáticas favoráveis, a produção de grãos variou de 2.150 a 2.970 kg ha-1. A linhagem

mexicana GTA DUR revelou-se a mais produtiva em todos os anos, diferindo de pelo

menos uma linhagem em cada ensaio considerado.

As produções de grãos de genótipos de trigo duro em ensaios instalados em

condições de campo também foram relatadas por BOGGINI et al. (1997) na Sicília,

variando de 2.900 a 4.400 kg ha-1; por GARCIA DEL MORAL et al. (2005) na

Espanha, variando de 1.849 a 3.289 kg ha-1 e em Campinas, em condição de irrigação

por aspersão, por CAMARGO et al. (1995a) variando de 2.399 a 3.860 kg ha-1.

FELÍCIO et al. (1999), avaliando o rendimento de grãos de genótipos de trigo

duro, introduzidos do CIMMYT, México, e de trigo comum, em três anos de cultivo,

sob condições de solo corrigido e irrigação por aspersão, em diferentes locais do Estado

de São Paulo, mostraram que a linhagem de trigo duro ALTAR/STN (A) foi a mais

produtiva entre as linhagens de trigo duro estudadas, produzindo em Ribeirão Preto a

média de 5.681 kg ha-1. As cultivares de trigo comum IAC-24 e Anahuac, produziram

nessas condições 4.838 kg ha-1 e 4.675 kg ha-1 respectivamente.

Resultados experimentais avaliando linhagens oriundas de introduções e

hibridações realizadas pelo programa de melhoramento do IAC indicaram que as

linhagens introduzidas Gallareta “S” e Yavaros “S” e os genótipos obtidos por

hibridações: [CI 14955 x (Yavaros “S” x GEDIZ)] x TROPIC BIRD e {{[(61150 x

LEEDS) x Gallo “S”] x GARZA “S”} x Mexicale “S”} x S15 se destacaram quanto à

produção de grãos em solos com baixa acidez em diferentes experimentos instalados em

1990 a 1992, não diferindo das melhores cultivares de trigo comum (CAMARGO et al.,

1995b).

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A produção de grãos, por ser um caráter de grande interesse em todos os

programas de melhoramento, é expressa fenotipicamente por complexos fatores

morfológicos e funções fisiológicas, com expressão genética de regulação poligênica e

altamente influenciada pelo ambiente (BORÉM & MIRANDA, 2005).

Entre os fatores ambientais que mais afetam a produção de grãos pode-se

destacar a irregularidade na distribuição de chuvas e variações na temperatura

(GARCIA DEL MORAL et al. 2003). Em 2005, ano com baixos índices

pluviométricos, a produção de trigo duro na Espanha foi de 840 kg ha-1. No entanto, em

anos com condições ambientais favoráveis, a produção de grãos foram superiores a

2.900 kg ha-1 (AETC, 2007).

Avaliando o comportamento agronômico de genótipos de trigo duro no Irã,

HOUSHMAND et al. (2005) demonstraram que em condições favoráveis de umidade

do solo a produção de grãos entre as linhagens variou de 4.300 a 7.200 kg ha-1. No

entanto, em condições de estresse hídrico, a melhor linhagem produziu apenas 2.000 kg

ha-1, com redução variando de 58 a 81% na produção de grãos.

Os ensaios de trigo duro e comum, avaliados em condições de irrigação e

sequeiro, por diversos pesquisadores entre eles: DENCIC et al. (2000) na Iugoslávia, e

GARCIA DEL MORAL et al. (2005) e ELHANI et al. (2007), na Espanha,

demonstraram grandes reduções na produção de grãos em relação a essas duas

condições de cultivo.

A toxicidade devida ao alumínio tem sido um fator de grande contribuição na

redução da produção de grãos em linhagens de trigo duro, pois genótipos introduzidos

do CIMMYT, México apresentaram-se altamente sensíveis a esse elemento

(CAMARGO & FERREIRA FILHO, 2000). Este fato limita o cultivo desse cereal no

país, tendo em vista que a triticultura brasileira se instala basicamente em solos ácidos

em condições de sequeiro.

Resultados experimentais obtidos por CAMARGO et al. (1992), avaliando

linhagens de trigo duro, trigo comum e triticale, em dois locais do Estado de São Paulo,

em condições de irrigação por aspersão e de solos ácidos demonstraram que as

linhagens de trigo duro, sensíveis à toxicidade de Al3+, apresentaram baixa produção de

grãos (989 a 2.033 kg ha-1). Nessas condições a cultivar de triticale Chiva produziu

4.922 kg ha-1 e as linhagens de trigo comum, tolerantes, exibiram produções de grãos

variando entre 2.625 e 3.954 kg ha-1. As cultivares sensíveis de trigo comum Anahuac e

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Siete Cerros (1.029 e 2.471 kg ha-1, respectivamente), demonstraram pouca adaptação a

essas condições.

2.3.2 Altura das plantas

A altura das plantas do trigo é um caráter muito importante. Genótipos de trigo

com porte mais alto em relação aos de porte mais baixo, apresentavam maior

sensibilidade ao acamamento e consequentemente expressivas perdas do potencial

produtivo e da qualidade de grãos, principalmente, com o emprego de fertilizantes, entre

eles os nitrogenados e com a utilização de irrigação (ZANATTA & OERLECKE,

1991).

Os trigos hexaplóides semi-anões, cultivados no Estado de São Paulo em sistema

de irrigação por aspersão e elevadas adubações nitrogenadas, obtiveram ganho

significativo de produção, porém nas mesmas condições, as cultivares de porte alto

tornaram-se passíveis ao acamamento (CAMARGO, 1993).

Entre 1960 e 1980, após o lançamento de 39 variedades de trigo comum com

genes de nanismo pelo CIMMYT, os melhoristas cruzaram trigos panificáveis contendo

genes da fonte de nanismo Norin 10, com genótipos de trigo duro, resultando em trigos

duros com porte semi-anão, permitindo grandes avanços no potencial de produção em

condição de irrigação (AUSTIN, 1999).

O porte baixo aumenta o potencial de produção devido à maior capacidade

reprodutiva de perfilhos férteis e ao grande número de espiguetas por espiga com alta

fertilidade (RAWSON & EVANS, 1971), além de aumentar a relação grãos/palha

(POWELL & SCHLEHUBER, 1967).

Avaliações de linhagens de trigo duro submetidas a diferentes tratamentos de

irrigação, no México, realizadas por SINGH et al. (2001), demonstraram que as

linhagens de porte anão produziram em média 7.130 kg ha-1 e as de porte alto 5.672 kg

ha-1, sob mesmo tratamento de irrigação.

No entanto, o trigo de porte mais alto pode ser uma opção em regiões onde há

baixa fertilidade do solo e limitação na aplicação de nitrogênio ou mesmo quando há

ocorrência de fatores que causam estresse hídrico (DONALD & HAMBLIN, 1983).

Segundo esses pesquisadores a porcentagem de plantas acamadas é reduzida devido à

diminuição da altura das plantas nessas condições.

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Há relatos de vários autores na literatura de que porte semi-anão mais alto em

trigo comum associou-se positivamente com a produção (CAMARGO, 1993; LOBATO

et al., 2005 e BIUDES et al., 2007).

Segundo SLAFER & ANDRADE (1991) genótipos de trigo duro de porte semi-

anão mais alto tiveram relação direta com o ganho em produção de grãos em ambientes

favoráveis via efeito pleiotrópico, participando ativamente com maior área

fotossintética, maior índice de colheita e fertilidade da espiga.

Embora genótipos de porte mais alto tendem a apresentar maior sensibilidade ao

acamamento, na literatura há evidências de genótipos de trigo comum, com porte semi-

anão mais alto, apresentar menor porcentagem de acamamento e serem altamente

produtivos (CAMARGO et al., 2006a). Segundo esses autores a palha mais forte e ou o

colmo mais resistente podem influenciar esse comportamento.

Foram obtidas por PECETTI & ANNICCHIARICO (1998) na Síria, linhagens

de trigo duro com porte de 83 cm, oriundos de cruzamentos entre genótipos nacionais e

introduzidos do CIMMYT. As linhagens indígenas apresentaram plantas com 132 cm.

Grande variabilidade genética para altura da planta também foram relatadas por

BEHARAV et al. (1997) e por VITA et al. (2006), avaliando genótipos de trigo duro e

trigo comum em Israel e na Itália, respectivamente. Segundo esses pesquisadores a

altura media das plantas variaram de 79 a 138 cm e 82 a 119 cm entre as linhagens

consideradas.

Nos últimos anos diversos programas de melhoramento de trigo duro entre

outros objetivos, têm selecionado genótipos de porte semi-anão para ser cultivado em

ambientes favoráveis. Redução significativa quanto ao porte da planta e aumento no

potencial produtivo tem sido demonstrada por MOTZO et al. (2004) na Itália, avaliando

linhagens primitivas (129 cm) em relação às linhagens atuais (89 cm), portadoras do

gene de nanismo. As linhagens primitivas produziram média de 3.060 kg ha-1 enquanto

as linhagens modernas produziram média de 5.130 kg ha-1. Esses pesquisadores também

concluíram que os genótipos de porte semi-anão destacaram-se quanto à precocidade ao

florescimento e à maturação, quando comparados com os genótipos de porte mais alto.

Resultados similares foram obtidos por ÁLVARO et al. (2008) avaliando

linhagens oriundas da Espanha (73,1 a 139 cm) e da Itália (73,4 a 133 cm).

Estudos realizados por CAMARGO et al. (1995a) em Monte Alegre do Sul, em

condição de irrigação por aspersão, avaliando altura de genótipos de trigo duro, trigo

comum e triticale, mostraram que as linhagens de trigo duro e a cultivar de trigo comum

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IAC-29 apresentaram plantas mais baixas (73 a 83 cm), em relação às demais. Esses

autores também concluíram que genótipos portadores desse caráter podem ser utilizados

como fonte genética em blocos de cruzamento.

2.3.3 Acamamento

Entende-se por acamamento o tombamento das plantas devido a sua fragilidade,

sendo considerado assim, um redutor importante da produtividade, além de dificultar a

colheita mecânica, facilitando o apodrecimento dos grãos devido ao contato com o solo

(BORÉM & MIRANDA, 2005).

O uso de cultivares resistentes ao acamamento é uma alternativa mais segura

para incremento da produtividade de grãos em condições de solo corrigido com calcário

e irrigação por aspersão (SILVA et al., 2006).

O acamamento demonstrado no trigo comum causando severos danos no

rendimento e na qualidade dos grãos revelou que sua resistência é controlada por fatores

genéticos grandemente influenciados pelo porte da planta (SOUSA, 1998 e

SALOMON, 2001).

Quando modernos métodos de produção, como a adubação, são usados em

genótipos de porte alto, os resultados podem ser negativos: a aplicação de elevadas

doses de nitrogênio em condição de irrigação, possibilita que essas cultivares tornem-se

excessivamente mais altas e, consequentemente, acamem (ZANATTA & OERLECKE,

1991).

A resistência ao acamamento é um caráter de grande importância na lavoura de

diversos outros cereais, pois quando os colmos dobram e quebram, ocorre à interrupção

na produção e translocação dos fotoassimilados, que não conseguem mais chegar aos

grãos, resultando em prejuízos na produção e na qualidade dos grãos (CRUZ et al.,

2003).

No entanto o acamamento é um caráter difícil de ser avaliado isoladamente e

com precisão, dada a grande interação existente com os diversos fatores ambientais,

entre eles o vento, a chuva e a fertilidade do solo. Outros fatores tais como a densidade

de semeadura, genótipos com colmos frágeis e com sistemas radiculares mal

desenvolvidos também têm sido demonstrados como fatores causadores do acamamento

(PINTHUS, 1967).

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CAMARGO (1984), em estudos feitos com fontes de nanismo, observou que as

cultivares de trigo comum, de porte semi-anão, aumentaram significativamente o

potencial na produção de grãos, principalmente pela maior resistência ao acamamento,

tendo uma melhor resposta a adubação nitrogenada.

Estudos realizados por CAMARGO et al. (1995a), avaliando genótipos de trigo

comum, trigo duro e triticale em condições de solo corrigido e irrigado por aspersão,

destacaram que a linhagem de trigo duro DACK“S”/GDOVZ 394 não apresentou

plantas acamadas, sendo portanto um genótipo de grande potencial como fonte genética

para resistência ao acamamento. Nas mesmas condições a cultivar de triticale Álamos

apresentou 24% e os genótipos de trigo comum IAC-29 e SERI-82 apresentaram média

de 12 e 28% de acamamento respectivamente.

Avaliando linhagens duplo haplóides de trigo comum em diferentes locais do

Estado de São Paulo, BIUDES (2007) demonstrou em Capão Bonito, em ensaios

instalados em dois anos em condições de sequeiro e solo ácido, que as porcentagens de

acamamento foram influenciadas pelas condições ambientais. As linhagens em 2005

apresentaram médias de 0 a 30% e em 2006, 20 a 70% de plantas acamadas. No entanto,

em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa, nos

mesmos anos, houve pouca influencia do ambiente na porcentagem de plantas

acamadas.

Avaliando linhagens de trigo comum obtidas em diferentes fases de

melhoramento no Rio Grande do Sul, nos anos agrícolas de 1985 a 2000, SOUSA

(1998) demonstrou variabilidade genética quanto ao comportamento das linhagens em

relação à resistência ao acamamento, utilizando diferentes escalas. Segundo esse

pesquisador, o acamamento foi provavelmente associado à ocorrência de doenças, a

falta de adaptação das cultivares aos locais onde foram feitas as avaliações e à

sensibilidade ao alumínio, pois em condições de estresse hídrico, o sistema radicular das

cultivares menos tolerantes ao crestamento ficou debilitado, facilitando a ocorrência do

acamamento.

2.3.4 Ciclo das plantas

Os ciclos, em dias, da emergência ao florescimento e da emergência à maturação

das plantas representam um dos principais caracteres de interesse em programas de

melhoramento genético. Plantas com ciclo precoce ficam menos tempo expostas aos

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estresses bióticos e abióticos, permitindo a escolha da melhor época de semeadura, de

forma a aproveitar as condições ambientais mais favoráveis ao seu desenvolvimento

(CAMARGO, 1993). Segundo POEHLMAN & SLEPER (1995), a utilização de

cultivares de trigo mais precoces também facilita a rápida sucessão entre as culturas,

exercendo grande influência no potencial produtivo.

As condições de cultivo e as variações dos fatores climáticos e ou edafológicos

de cada ambiente podem influenciar a duração dos ciclos da cultura (OSÓRIO, 1992). O

ajuste do ciclo das cultivares pode favorecer o aumento da produção, pois as cultivares

ficam menos expostas às incidências de doenças e condições ambientais desfavoráveis

(WORLAND et al., 1998).

As cultivares de trigo duro e trigo comum, no Estado de São Paulo, são

classificadas de acordo com seu ciclo da emergência a maturação, em: muito precoce

(menos de 110 dias), precoce (111 – 120 dias), médio (121 – 135 dias) e tardio (acima

de 135 dias), segundo (CAMARGO et al., 2001).

Nas condições do Estado de São Paulo, as cultivares precoces foram

recomendadas para o cultivo de sequeiro, tendo em vista uma severa restrição na

disponibilidade de água após o espigamento. Em cultivos irrigados as cultivares de ciclo

médio mostraram maior potencial de produção, considerando a disponibilidade de água

durante todo o ciclo da cultura. As cultivares de ciclo tardio devem ser evitadas para que

a colheita não coincida com a estação de início das chuvas (MISTRO et al., 2001).

ZENCIRCI & KARAGOZ (2005) avaliando linhagens de trigo duro na Turquia,

verificaram ampla variabilidade genética para ciclo médio da emergência ao

florescimento (144 a 161 dias) e ciclo médio da emergência a maturação (176 a 192

dias). ANNICCHIARICO & PECETTI (2003) na Síria, também estudando linhagens de

trigo duro encontraram grandes variações nos ciclos para o florescimento (131 a 142

dias) e para a maturação (161 a 170 dias). No Estado de São Paulo, foi relatado em

linhagens dessa espécie variações de 58 a 78 dias no ciclo da emergência ao

florescimento (CAMARGO et al., 1995b).

Avaliando linhagens de trigo duro no Irã, HOUSHMAND et al. (2005),

demonstraram em condições favoráveis que a linhagem Prion-1 (143 dias) destacou-se

quanto a precocidade para florescer. No entanto, em relação à maturação destacou-se a

linhagem P140098 (185 dias). Os pesquisadores também verificaram que a linhagem

P140100, considerada a mais tardia tanto para florescer quanto para maturar exibiu o

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maior porte (127 cm) em relação às demais linhagens, demonstrando associação entre

esses dois caracteres.

Estudos realizados por BRDAR et al. (2008) na República da Sérvia,

demonstrou que a linhagem de trigo duro NSD 81/98 destacou-se entre as demais

linhagens quanto a precocidade da emergência ao florescimento (130 dias). Segundo

esses pesquisadores, o ciclo precoce apesar de diminuir o tempo de enchimento dos

grãos não interferiu na produção final.

A utilização de cultivares de trigo duro mais precoces, tanto para florescimento

quanto para maturação, tem sido um dos principais objetivos de diversos programas de

melhoramento. Estudos comparando o ciclo entre linhagens obtidas em diferentes

períodos, em Israel, demonstraram diferenças significativas quanto à precocidade para

florescer, variando de 94 a 147 dias (BEHARAV et al., 1997).

MOTZO et al. (2004) estudando genótipos de trigo duro na Itália, demonstraram

que as cultivares de trigo duro oriundas de programas de melhoramento italiano, entre

os anos de 1970 a 2000, apresentaram ciclo médio da emergência ao florescimento de

108 dias, em relação às linhagens de trigo duro introduzidas do CIMMYT entre 1900 a

1950, que apresentaram ciclo de 123 dias.

Estudos realizados por CAMARGO et al. (1995a) mostraram que os genótipos

mexicanos de trigo duro avaliados no Estado de São Paulo, apresentaram ciclo médio a

tardio. Fizeram exceção duas linhagens de trigo duro 61150/LDS//GLL“S”/3/GR“S”

/4/MEXI”S”/5/S15-CR“S” e MEXI 75, as cultivares de trigo comum (IAC-60 e IAC-

29) e a cultivar de triticale Álamos que apresentaram-se como precoces, revelaram ciclo

da emergência ao florescimento de 61 a 70 dias.

Visando conhecer a associação entre o ciclo e a produção de grãos em linhagens

de trigo comum, BIUDES et al. (2007) demonstraram que em condição de solo ácido e

com irrigação por aspersão, os genótipos mais produtivos tiveram uma tendência em

exibir ciclo mais precoce para florescer.

No entanto, em experimentos conduzidos em condição de irrigação por aspersão

na Espanha, GARCIA DEL MORAL et al. (2005) relataram que o período vegetativo

apresentou efeito indireto na produção, pois genótipos mais tardios tiveram mais tempo

de duração da fase de enchimento dos grãos e aumentaram o número de espiguetas por

espiga refletindo em efeitos positivos tanto no peso quanto no número de grãos por

espiga, caracteres esses com maior influência na produção de grãos.

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2.3.5 Comprimento da espiga

O comprimento da espiga é um caráter agronômico considerado em diversos

programas de melhoramento genético do trigo, especialmente quando são verificadas

associações positivas entre esse caráter e a produção de grãos e seus componentes.

Diversos pesquisadores têm demonstrado presença de variabilidade genética

entre genótipos de trigo comum oriundos do programa de melhoramento do IAC

(CAMARGO et al. 2001) e entre linhagens introduzidas do CIMMYT, México

(LOBATO et al. 2005).

Avaliando 25 genótipos de trigo duro em experimentos, instalados em condições

de sequeiro e irrigado, em dois anos, na Espanha, ELHANI et al. (2007) demonstraram

haver variabilidade genética para o comprimento da espiga na haste principal e nos

perfilhos. Esses pesquisadores também verificaram efeitos não significativos para

interação genótipos x anos considerando a haste principal, nessas condições. Por outro

lado, o comportamento dos genótipos diferiram em função dos anos quando se

considerou o comprimento da espiga dos perfilhos.

Visando estudar o desempenho de linhagens de trigo duro e trigo comum quanto

ao comprimento da espiga em Mococa, Monte Alegre do Sul e Tatuí, em 1992, foi

observado que as cultivares de trigo comum (IAC-24 e IAC-60), apresentaram as

espigas mais compridas (7,7 a 8,6 cm) em relação às linhagens de trigo duro. No

entanto, verificou-se grande variabilidade genética quanto a esse caráter (4,9 a 6,0 cm)

entre os genótipos de trigo duro avaliados. Esse resultado comprovou uma característica

da espécie T. durum L. que é apresentar espigas mais curtas em relação à espécie T.

aestivum L. (CAMARGO et al., 1995b).

Foi demonstrado em condições de campo por CAMARGO et al. (2003) que o

caráter comprimento de espiga em trigo comum foi positivamente correlacionado com

produção de grãos, indicando que a produção de grãos poderia ser aumentada mediante

seleção de genótipos com espigas mais compridas. Esses pesquisadores também

demonstraram uma redução no comprimento da espiga em experimentos conduzidos em

sequeiro e solo ácido, em Capão Bonito quando comparados às condições de irrigação

por aspersão e solo corrigido em Tatuí.

Em ensaios de trigo comum, conduzidos em condição de irrigação por aspersão

em Monte Alegre do Sul, nos anos agrícolas de 1999 a 2002, foram encontrados efeitos

significativos para genótipos e não significativos para anos e interação genótipos x anos,

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possibilitando a comparação dos genótipos considerando a média dos quatro anos. Os

resultados também revelaram associação positiva e significativa entre produção de grãos

e comprimento da espiga, indicando uma tendência dos genótipos mais produtivos

apresentarem espigas mais compridas (BIUDES et al., 2007).

2.3.6 Componentes da produção

Como a produção de grãos é um caráter complexo e altamente influenciado pelo

ambiente, a seleção por meio de seus componentes (número de espigas por planta, de

espigueta por espiga, de grãos por espiga e espigueta e massa de cem grãos) com

controle genético relativamente mais simples, tem mostrado ser mais eficiente em

programas de melhoramento do que a produção de grãos per si (MEDEIROS &

SCHLEHUBER, 1971).

Visando estudar a produção de grãos e seus componentes em linhagens de trigo

comum e trigo duro, BRDAR et al. (2008) demonstraram haver variabilidade genética

entre número de grãos por espiga e massa de grãos, na República da Sérvia. O genótipo

de trigo duro NSD81/98 destacou-se quanto ao número médio de grãos por espiga

(52,0) diferindo das linhagens Neodur (40,9) Durumko (45,9). No entanto a linhagem

Neodur exibiu massa de cem grãos de 5,44 g, diferindo das demais, que exibiram peso

médio de cem grãos de 5,18 e 5,22 g respectivamente. A melhor linhagem de trigo duro

revelou-se superior tanto para o número de grãos por espiga quanto para massa de cem

grãos em relação às linhagens de trigo comum, também avaliadas nesse experimento.

Analisando-se os componentes da produção de três cultivares de trigo duro, na

Itália, em condição de sequeiro, nos anos de 2001 a 2003 verificou-se variabilidade

genética para o número de grãos por espiga (22,4 a 30,6); número de grãos por

espigueta (1,0 a 1,6) e número de espiguetas por espiga (19,1 a 22,8). Para massa de mil

grãos, não foram detectadas diferenças significativas entre os genótipos estudados. A

cultivar Creso destacou-se em relação a todos os caracteres considerados (ARDUINI et

al., 2006).

Visando conhecer os efeitos diretos e indiretos dos componentes sobre a

produção de grãos em experimentos conduzidos em condição de irrigação por aspersão

e sequeiro, avaliaram-se 25 linhagens de trigo duro quanto a produção de grãos e seus

componentes na Espanha. Os resultados obtidos nesses ensaios por GARCIA DEL

MORAL et al. (2003 e 2005) revelaram presença de variabilidade genética quanto ao

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número de grãos por espiga e por espigueta e massa de cem grãos. Foram também

relatados que os componentes se beneficiaram diretamente e indiretamente, pois se

mantiveram associados a outros fatores como período vegetativo, período de

enchimento dos grãos e número de perfilhos.

GARCIA DEL MORAL et al. (2005) também evidenciaram que os componentes

foram altamente influenciados pelos fatores ambientais, entre eles presença ou ausência

de irrigação. Em ambientes sem irrigação, a produção de grãos associou-se ao número

de grãos por espiga (0,44*), no entanto, em condição de irrigação, a produção de grãos

associou-se positivamente com o número de espiguetas por espiga (0,78*), grãos por

espiga (0,41*) e massa de grãos (0,44*).

AGORASTOS & GOULAS (2005) em três experimentos instalados na Grécia,

demonstraram associação positiva e significativa entre produção e massa de grãos,

exceto para um dos experimentos.

Avaliando o comportamento agronômico de linhagens de trigo duro no Irã,

HOUSHMAND et al. (2005), em condições favoráveis ao cultivo demonstraram que a

linhagem DIPPER-6 destacou-se quanto ao número de grãos por espiga (58), diferindo

das demais linhagens (41 a 52). O genótipo LUND-6 exibiu maior peso de cem grãos

(4,86 g), diferindo das linhagens DIPPER-6 e P140100 (3,93 e 4,12 g).

Comparando o desempenho de linhagens de trigo duro obtido em diferentes

fases dos programas de melhoramento da Itália e da Espanha, ÁLVARO et al. (2008)

demonstraram que as linhagens italianas modernas apresentaram maior número de grãos

por espiga (37,7), espiguetas por espiga (17,2) e grãos por espigueta (2,19) diferindo das

linhagens obtidas no período de 1930 a 1945. Resultados similares foram obtidos nos

genótipos pertencentes à Espanha, exceto para o caráter número de espigueta por espiga

(16,7 a 17,4) que não apresentou diferença significativa entre as diferentes fases

consideradas.

Estudando genótipos de trigo duro em Otawa, Canadá, oriundos do

germoplasma da Itália e do Centro Internacional para Desenvolvimento da Pesquisa em

Áreas Secas (ICARDA), na Síria, foi verificado a existência de variabilidade genética

quanto ao peso de grãos. Foi demonstrado que os genótipos italianos, portadores do

gene de nanismo Rht, apresentaram-se superiores quanto massa de mil grãos (38,3 g),

em ralação às linhagens introduzidas do ICARDA (34,1 g) (MOTZO et al., 2004).

Visando avaliar o comportamento agronômico entre a produção e seus

componentes em cultivares de trigo duro, em condições de sequeiro e irrigado no

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Canadá, nos anos de 1978 e 1979, verificou-se que a produção de grãos foi

correlacionada com número de grãos por espiga (0,67*), massa de grãos (0,46*) e

duração do período de enchimento dos grãos (0,39*). A massa de grãos foi também

correlacionada positivamente com a duração do período vegetativo (0,42*) e com

período de enchimento dos grãos (0,56*) (GEBEYEHOU et al., 1982).

Foi avaliado o comportamento agronômico de 25 genótipos de trigo duro e suas

associações em experimentos, instalados em condições de sequeiro e irrigado, no

período 1996 a 1998, na Espanha. Verificou-se que os genótipos com maior produção

de grãos por hectare apresentaram espigas mais férteis (0,67*), com maior número de

espiguetas por espiga (0,79*) e grãos mais pesados (0,67*) em condição de irrigação.

Associações positivas e significativas foram estimadas entre número de grãos por espiga

e número de grãos por espigueta, e entre número de grãos por espiga e número de

espiguetas por espiga considerando, os ensaios de sequeiro e irrigado. As correlações

entre massa de mil grãos e número de grãos por espiga, e entre massa de mil grãos e

número de grãos por espigueta foram positivas e significativas, somente nos ensaios de

sequeiro e a correlação entre massa de mil grãos e número de espiguetas por espiga foi

positiva e significativa, apenas nos ensaios irrigados (ELHANI et al., 2007).

Estudando genótipos de trigo duro em dois locais de São Paulo, em condições de

irrigação por aspersão, demonstrou-se que a cultivar IAC-1003 (Gallareta“S”) exibiu

maior número de grãos por espiga e por espigueta comparadas com a cultivar de trigo

comum IAC-60. Verificaram também que as linhagens de trigo duro tiveram maior

massa de cem grãos em relação às cultivares de trigo comum IAC-24 e IAC-60. Estes

resultados comprovaram que os caracteres número de grãos por espiga e por espigueta e

massa de cem grãos observadas nos genótipos da espécie T. durum L. foram superiores

em relação aos da espécie T. aestivum L. Essas informações são importantes no

direcionamento dos cruzamentos interespecíficos em programas de melhoramento

genético (CAMARGO et al., 1995b).

Associações entre produção de grãos e seus componentes tem sido verificadas

em linhagens mexicanas de trigo comum por LOBATO et al. (2005) e BIUDES et al.

(2007). Segundo esses autores, entre componentes estudados, a massa de cem grãos foi

o componente que mais influenciou na produção, em condição de irrigação por aspersão

em diferentes regiões paulistas. BIUDES et al. (2007) demonstraram que os genótipos

mais produtivos revelaram também ter espiguetas e espiga mais férteis, em Monte

Alegre do Sul.

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Em experimentos com linhagens de trigo comum em Tatuí, em condição de

irrigação por aspersão, em 1999 e 2000 foi verificada ampla variabilidade genética

quanto ao comprimento (5,8 a 6,7 mm), largura (2,6 a 3,6 mm) e espessura (2,5 a 3,0)

dos grãos. Associações positivas e significativas demonstraram que as linhagens mais

produtivas apresentaram os grãos mais largos (0,25*); e que as linhagens com grãos

mais pesados tiveram grãos mais compridos (0,46*), mais largos (0,80*) e mais

espessos (0,71*). Correlações negativas significativas foram estimadas entre número de

grãos por espiga e os caracteres: comprimento (-0,26*) e espessura (-0,26) dos grãos

(MISTRO & CAMARGO, 2002) .

2.3.7 Comprimento do internódio da raque

Entre os fatores que limitam o cultivo de trigo duro, em diferentes locais do

Estado de São Paulo, é a falta de dormência dos grãos. Este problema é agravado pela

presença no trigo duro de espigas mais compactas, com menor comprimento do

internódio da raque e com grande número de espiguetas por espiga (CAMARGO &

FERREIRA FILHO, 2000). Esses caracteres favorecem o acúmulo de água nas espigas

provocando condições favoráveis à germinação dos grãos maduros na espiga antes da

colheita. Este fato mais a ocorrência de doenças podem aumentar os riscos de perdas na

colheita.

Estudando diferentes genótipos de trigo duro em condição de telado, DEL

GUERCIO (2009) demonstrou haver variabilidade genética quanto ao comprimento do

internódio da raque (0,38 a 0,43 cm). Essa pesquisadora relatou que o parental IAC-

1003, oriundo do México, revelou espigas mais compactas em relação aos demais

parentais avaliados nesse experimento.

Visando conhecer o comportamento desses caracteres em populações

segregantes de trigo comum e seus genitores, em condições de telado, CAMARGO et

al. (2000b) demonstraram haver elevada variabilidade genética. As linhagens mexicanas

CMH 79.959/2* CNO 79 e CMH 80A.747 revelaram maior comprimento médio do

internódio da raque (0,71 e 0,72 cm) diferindo das demais linhagens utilizadas como

genitores (0,29 a 0,49 cm). Esses pesquisadores também verificaram correlações

fenotípicas positivas e significativas entre os caracteres comprimento da espiga e

comprimento do internódio da raque em todos os cruzamentos, demonstrando que

quanto maior o comprimento da espiga maior foi o comprimento do internódio da raque.

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Estudos realizados por FERREIRA FILHO (1996), avaliando linhagens de trigo

comum, em condições de telado, demonstrou haver variabilidade genética quanto ao

comprimento do internódio da raque (0,29 a 0,69 cm).

A obtenção de espigas mais compridas com maior comprimento do internódio da

raque tem sido objetivo do programa de melhoramento de trigo duro do IAC, através de

cruzamentos entre as espécies T. aestivum L. e T. durum L. Acredita-se que a seleção de

genótipos com esses caracteres possam minimizar as perdas causadas pela germinação

dos grãos antes da colheita.

2.4 Doenças

2.4.1 Ferrugem-da-folha

A ferrugem-da-folha ou ferrugem-alaranjada, doença causada pelo fungo

obrigatório Puccinia recondita Rob. ex Desm. f. sp. tritici Eriks. & Henn. É uma das

doenças fúngicas mais comuns e prejudiciais à cultura do trigo no mundo, pois ocorre

em todos locais onde o cereal é cultivado (CHAVES & BARCELLOS, 2006).

Essa doença é comum nas regiões tritícolas brasileiras, causando queda na

produção, expressivas reduções da área cultivada, instabilidade de colheita e prejuízos

aos agricultores (BRAMMER et al., 2002).

Dentre as doenças da cultura do trigo comum nas condições de São Paulo, a

ferrugem-da-folha, é uma das mais importantes, não só pela freqüência com que tem

ocorrido ao longo dos anos, assim como pelo prejuízo que causa, reduzindo a produção

e a qualidade de grãos (BARROS et al., 2006).

Os sintomas da ferrugem-da-folha consistem em pústulas nos dois lados da folha

e em toda a parte aérea da planta. As pústulas são circulares ou ligeiramente ovaladas,

de cor laranja-amarelada e espalhadas na folha. Com alta infecção, há diminuição no

peso do grão e no sistema radicular da planta e, como consequência há queda na

produção de grãos (METHA, 1993).

Essa doença pode manifestar-se em qualquer fase do ciclo vegetativo, desde o

surgimento da primeira folha até a maturação da planta (REIS et al., 2000).

BEHARAV et al. (1997) avaliaram 131 genótipos de trigo duro e trigo comum

oriundos do germoplasma israelense e de outros centros, em experimentos conduzidos

em Israel, quanto a reação a dois fungos causadores das ferrugens: da folha (Puccinia

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recondita) e linear (Puccinia striiformis), utilizando inoculação artificial. Esses

pesquisadores demonstraram grande variabilidade genética quanto à reação dos

genótipos a esses patógenos, pois apenas 8 e 32% das linhagens estudadas apresentaram

resistentes ou moderadamente resistentes aos fungos P. striiformis e P. recondita

respectivamente. As demais linhagens estudadas apresentaram-se moderadamente

suscetíveis, suscetíveis e altamente suscetíveis. Dois acessos de trigo duro (39353 e

39293), oriundos de introdução, apresentaram-se resistentes aos dois patógenos.

Visando avaliar linhagens de trigo duro e trigo comum quanto à reação ao fungo

causador da ferrugem-da-folha, foram realizadas inoculações artificiais em condição de

campo na Espanha, nos anos de 1997 a 2000. Os genótipos Creso e Colosseo,

representando apenas 6% dos genótipos avaliados, destacaram-se quanto à resistência

ao agente causal da ferrugem-da-folha, revelando-se boas fontes genéticas para

programas de melhoramento. Verificou-se maior número de genótipos resistentes em

trigo comum (26%), fato atribuído aos intensivos esforços dos programas de

melhoramento em obter genótipos resistentes. O uso de cultivares com diferentes

combinações de genes (Lr), responsáveis pela resistência a essa doença em trigo

proporcionaria uma resistência parcial (poligênica). Essa seria mais eficiente na

durabilidade, contribuindo assim, com diferentes mecanismos de proteção, evitando a

quebra brusca da resistência devido a surgimento de novas raças (MARTÍNEZ et al.,

2007).

Avaliando linhagens de trigo comum oriundas de cruzamentos interespecíficos

(T. aestivum x T. durum), em experimentos instalados em diferentes locais e anos no

Estado de São Paulo, foram identificadas linhagens resistentes às principais raças do

fungo causador da ferrugem-da-folha. Os autores concluíram que provavelmente a

resistência encontrada nessas linhagens de trigo comum foi proveniente do trigo duro,

que tem apresentado resistência às principais raças do agente causador dessa

enfermidade, no Estado de São Paulo (LOBATO et al., 2007).

Estudos realizados por CAMARGO et al. (1995a) mostraram que a linhagem de

trigo duro MINDUM/KIF“S”//SAPI“S” foi imune ao agente causador da ferrugem-da-

folha, sendo que as demais linhagens de trigo duro e triticale revelaram-se resistentes,

com graus máximos de infecção entre 5 e 10%. As cultivares de trigo comum: SERI-82,

IAC-24 e IAC-29, nas mesmas condições, exibiram reações entre 30% e 40% sendo os

mais afetados pelo fungo.

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Avaliando linhagens de trigo duro e trigo comum em condições de sequeiro em

Maracaí, nos anos agrícolas de 1990 a 1992 e em condição de irrigação por aspersão em

Mococa em 1991, CAMARGO et al., (1995b) verificaram baixa incidência ao agente

causal da ferrugem-da-folha. As linhagens de trigo duro se revelaram imunes ou

resistentes, com graus máximos de 5% de área infectada. As cultivares de trigo comum

IAC-24 e IAC-60, com reações de 5 e 20%, apresentaram-se resistentes e

moderadamente resistentes a esse patógeno.

2.4.2 Mancha-da-folha

A mancha-da-folha é causada por uma série de agentes causais: Bipolaris

sorokiniana, Dreschlera tritici-repentis, Phaaeosphaeria nodorum e Septoria Tritici

formando um complexo de doenças.

Apesar de vários agentes serem causadores da mancha-da-folha, o principal

fungo é o Bipolaris sorokiniana, que se encontra disseminado em todas as regiões

tritícolas da América do Sul, em todos os estados brasileiros produtores, sendo também

o mais encontrado nas regiões tritícolas paulistas. Tem condicionado perdas de até 80%

na produção de grãos (KIMATI et al., 1997) e de 80 a 100% de prejuízos, quando

ocorre associado à giberela (MEHTA, 1993).

Os sintomas iniciais são pequenas manchas ovais, de coloração castanho-escuro

a negras nas folhas, sem esporulação. Aumentam de tamanho e tornam-se elípticas com

bastante esporulação, ficando quase preta e bordos pardos escuros (KIMATI et al.,

1997). A doença pode se manifestar em todo ciclo da planta, podendo ser disseminada

via semente.

Em diversos trabalhos são relatadas dificuldades em se obter genótipos de trigo

comum e duro com resistência aos agentes causais dessa doença, devido a grande

variabilidade de agentes causais da doença e ao fato da resistência genética ser

aparentemente governada por muitos genes (CAMARGO et al., 1995a).

Estudos realizados por BARROS et al. (2006), em Capão Bonito, revelaram

maior incidência de mancha-da-folha em cultivares de trigo comum em anos mais

chuvosos e com melhor distribuição da chuva durante o ciclo da cultura. Em anos com

menor intensidade de chuva verificou-se menor incidência da doença.

Estudos realizados por FELÍCIO et al. (2001), quanto a resistência ao agente

causal da mancha-da-folha e outras doenças em genótipos de trigo comum,

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demonstraram que as maiores porcentagens de infecções foram verificadas em Tatuí,

nos anos de 1995 a 1998, com média de 20 a 35% de área foliar infectada. Esses

pesquisadores também demonstraram baixas incidências nos ensaios instalados em

Votuporanga, Ribeirão Preto e Mococa considerando os mesmos anos e as mesmas

condições de cultivo. Este fato poderia ser explicado pela ocorrência de maior umidade

relativa em Tatuí em relação aos demais locais.

Visando estudar o comportamento agronômico de linhagens de trigo duro e

comum foram instalados experimentos em diferentes regiões e condições de cultivo do

Estado de São Paulo, nos anos de 1990 a 1992. CAMARGO et al. (1995b)

demonstraram em planta adulta que os genótipos das duas espécies apresentaram-se

suscetíveis (26 a 50%) e altamente suscetíveis (51 a 99%) aos agentes causais dessa

doença, segundo escala de avaliação proposta por METHA (1993).

Avaliando linhagens de trigo duro, trigo comum e triticale em Monte Alegre do

Sul, em condição de irrigação por aspersão nos anos de 1987 e 1988, CAMARGO et al.

(1995a) também demonstraram que os genótipos avaliados se revelaram suscetíveis aos

agentes causais das manchas foliares, apresentando 30 a 99% de área infectada, com

exceção da linhagem 6 (Dackiye/Gerardo Vezio 394), que apresentou-se

moderadamente resistente, com apenas 20% de área infectada nos dois anos.

No entanto FELÍCIO et al. (2005) estudando linhagens de trigo duro e a cultivar

de trigo comum IAC-24, em Ribeirão Preto, Mococa e Votuporanga, no período 1998 a

2002, em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido, verificaram baixa

incidência dos agentes causadores da mancha-da-folha, pois todos os genótipos

apresentaram-se moderadamente resistentes, com 10 a 20% de área foliar infectada.

Este fato ocorreu em função das condições climáticas (baixa umidade relativa) não

terem sido favoráveis ao desenvolvimento da doença.

Devido a pouca informação quanto à resistência aos agentes causais das

manchas foliares em trigo duro e a falta de cultivares de trigo duro e comum com

elevado nível de resistência, o controle químico tem sido mais indicado para a

prevenção em regiões onde há grande incidência da doença, mesmo em anos favoráveis

ou desfavoráveis para o desenvolvimento da cultura (BARROS et al., 2006). Outras

medidas, tais como emprego de sementes sadias, rotação de cultura, manejo de solo e

eliminação de restos culturais e plantas hospedeiras poderiam minimizar as perdas

causadas por essa doença.

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2.4.3 Oídio

Essa doença é causada pelo fungo Blumeria graminis f. sp. tritici, que se

caracteriza por estruturas vegetais e reprodutivas, atacando toda a parte verde da planta.

Consiste de um mofo branco a cinza composto por pústulas ovaladas ou irregulares que

saem com facilidade quando raspadas ou com a agitação da planta. Essa doença causa

danos à produção, que chega a reduzir em 55% do rendimento final (MEHTA, 1993).

O patógeno tem grande adaptação ao ambiente, representando ampla severidade

tanto em ambiente quente quanto frio (SENTELHAS et al., 1993).

O oídio é uma das mais severas doenças foliares que ocorrem no cultivo de trigo,

provocando danos significativos caso esteja presente em todas as fases de

desenvolvimento da cultura (BARROS et al., 2006). No entanto, esses pesquisadores

relataram a grande influência das condições climáticas no desenvolvimento do

patógeno. Em anos com grande intensidade pluviométrica e boa distribuição verificou-

se maiores porcentagens de área foliar infectada.

Segundo KIMATI et al. (1997) o uso de cultivares resistentes tem sido utilizado

como uma medida preferencial para o controle da doença.

Resultados obtidos por CAMARGO et al. (1993), em relação ao oídio avaliado

em planta adulta, em ensaios instalados em Campinas, nos anos de 1987 e 1988, em

condição de irrigação por aspersão, mostraram que a linhagem de trigo duro

Yavaros“S”- Anhinga“S”, a cultivar de triticale Cananea 79 e as cultivares de trigo

comum IAC-60 e IAC-29, apresentaram-se imunes ao agente causal. Apenas três

linhagens de trigo duro foram suscetíveis, com graus médios de infecção de 30 a 40%

em pelo menos um ano de avaliação.

Outros estudos realizados por CAMARGO et al. (1995a), conduzidos também

em Campinas, mostraram que a linhagem de trigo duro Sacaba-81, destacou-se quanto à

baixa incidência de oídio, apresentando 20% de área infectada (moderadamente

resistente), e as demais linhagens de trigo duro avaliadas apresentaram 60 a 80% de área

infectada (altamente suscetível).

2.5 Tolerância ao Alumínio

A triticultura brasileira instala-se em sua maioria em solos ácidos, em condições

de sequeiro, apresentando pH entre 4,0 e 5,5, baixos teores de bases (Ca, Mg, P e K) e

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fósforo e elevadas quantidades de alumínio trocável ou solúvel. O alumínio é um dos

constituintes das partículas de argila do solo e sua toxicidade é possível na maioria dos

solos, onde o pH apresenta-se inferior a 5,5 (CAMARGO & FERREIRA FILHO,

2000).

O principal efeito da toxicidade de alumínio no trigo é a paralisação irreversível

do crescimento das raízes, que por sua vez, entre outros efeitos, provocam a diminuição

da produção de grãos, da altura da planta, do número de perfilhos e outras

características da planta, tornando-se o principal fator limitante à expansão da área

mundial cultivada com esse cereal, principalmente em solos ácidos (KERRIDGE, 1969;

CAMARGO et al., 2000a; LOBATO et al., 2007).

O trigo é originário de regiões de clima semi-árido e solo alcalino, com pH

geralmente acima de 7. Linhagens introduzidas do CIMMYT, México, têm sido

sensíveis a solos ácidos, pois não sofreram pressão de seleção quanto à tolerância ao

alumínio (CAMARGO, 1993 e MISTRO et al., 2001).

A maioria das cultivares tolerantes originaram-se por seleção, em solos onde

esse elemento é encontrado naturalmente em níveis que causam toxicidade às plantas

sensíveis (CAMARGO et al., 2000a).

O alumínio, nas camadas superficiais dos solos ácidos, pode ser precipitado pela

calagem, porém no subsolo permanece solúvel e tóxico às plantas (FOY et al., 1965). O

efeito da calagem geralmente atinge, no máximo, 0,30 m de profundidade. Nos solos

corrigidos, o excesso de alumínio trocável ou solúvel do subsolo pode restringir o

crescimento das raízes das cultivares de trigo, sensíveis ao alumínio, só para as camadas

superficiais do solo que receberam a calagem. Isso torna as plantas mais sensíveis à seca

pelo seu impedimento em obter água e nutrientes nas camadas mais profundas do solo

(CAMARGO & FERREIRA FILHO, 2000). Desse modo, o cultivo de trigo comum e

duro fica restrito a condição de irrigação onde as raízes poderão obter água e nutrientes

da camada de solo corrigido.

Estudos realizados por MOORE et al. (1976) informaram que é muito difícil

controlar adequadamente o complexo mineral do solo para que um determinado nível de

Al3+ possa ser reproduzido de um experimento para outro ou de um local para outro.

A vantagem oferecida pelo uso das soluções nutritivas é a imediata observação

dos efeitos da injúria de alumínio, pela inibição de crescimento da raiz, evitando-se os

inconvenientes do uso de solo, onde a intensidade de seleção não pode ser

quantitativamente controlada e outros fatores, além do alumínio, podem estar

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envolvidos. Dessa forma, o uso de solução nutritiva pode tornar mais eficiente e precisa

a separação das plantas em relação à tolerância ao Al3+ (CAMARGO et al., 2000a).

Avaliando o crescimento de raízes em diferentes concentrações de alumínio em

experimentos em laboratório, mostraram que a 1 mg L-1 de Al3+, todas as linhagens de

trigo duro foram sensíveis, isto é, apresentaram uma paralisação irreversível do

crescimento do meristema apical de suas raízes após a permanência de 48 horas em

soluções nutritivas contendo essa concentração. Nessas condições, as cultivares de

triticale Cananea e de trigo comum Glennson-81, IAC-24, IAC-60 e IAC-29 foram

tolerantes. Resultados experimentais conduzidos em condições de campo indicaram que

os melhores genótipos de trigo duro, em solos ácidos corrigidos e submetidos à

irrigação por aspersão não diferiram em produção de grãos das cultivares de trigo

comum e triticale utilizadas como controle (CAMARGO et al., 1993).

O fato das linhagens de trigo duro serem altamente sensíveis ao alumínio

confirma que, os genes para essa tolerância não são encontradas nos genomas A e B que

compõem a espécie de T. durum L. (AABB) e, sim, no genoma D, que faz parte da

espécie T. aestivum L. (AABBDD) (LAGOS et al., 1991).

Estudos realizados por CAMARGO et al. (1992), em condições de solo ácido e

solo corrigido, irrigação por aspersão e em soluções nutritivas, demonstraram a

associação entre os resultados obtidos no campo e em laboratório. Esses pesquisadores

concluíram que os genótipos de trigo comum com maior crescimento radicular em

soluções nutritivas, nas concentrações de 3 a 6 mg/litro de Al3+ demonstraram maior

produção de grãos em solo ácido quando comparadas com as linhagens de trigo duro e

duas cultivares de trigo comum sensíveis a concentração de 1 mg/litro de Al3+. No

entanto, em solo corrigido, observou-se que as melhores linhagens de trigo duro não

diferiram quanto à produção de grãos em relação aos demais genótipos estudados.

O desenvolvimento de novas cultivares tolerantes ao alumínio, para cultivo em

solos ácidos, tem sido apontado como uma das soluções econômicas para auxiliar o

incremento da produção mundial de alimentos (KIM et al., 2001). No Brasil, por

apresentar grandes áreas de cerrado, que representa 25% da área nacional, caracterizado

por exibir elevados níveis de alumínio trocável no solo, tem sido de grande interesse o

desenvolvimento de novas cultivares tolerantes ao alumínio para que novas áreas de

cultivo de trigo possam ser incorporadas permitindo expansão deste cereal.

Devido à importância da incorporação nas linhagens de trigo duro do fator

genético da tolerância ao alumínio presente nas cultivares de trigo comum, CAMARGO

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et al. (2007) realizaram sucessivas hibridações entre as duas espécies. Progressos já

foram obtidos pelos pesquisadores, pois em experimentos conduzidos em laboratório,

em solução nutritiva, linhagens de trigo duro oriundas desse cruzamento interespecífico,

apresentaram crescimento radicular até a concentração de 4 mg L-1 de Al3+. A obtenção

de linhagens tolerantes ao alumínio seria de suma importância, pois permitiria o cultivo

dessa espécie sem restrição em solos ácidos.

2.6 Interação de Genótipos x Ambientes

A seleção e a recomendação de genótipos mais produtivos são objetivos básicos

dos programas de melhoramento genético de qualquer espécie cultivada. O processo de

seleção é, frequentemente, realizado pelo desempenho dos genótipos em diferentes

ambientes (ano, local, época de semeadura, etc.). Contudo, a decisão de lançamento de

novas cultivares normalmente é dificultada pela ocorrência da interação de genótipos x

ambientes (CARVALHO et al., 2002).

Considerando o caráter produção de grãos, o fenótipo é a expressão da

constituição genética do genótipo, do efeito de ambiente e da interação dos genótipos

com ambientes, que ocorre quando os genótipos apresentam comportamento

diferenciado em função do ambiente, resultando na mudança na classificação dos

genótipos de um ambiente para outro, uma diferença na escala entre ambientes ou uma

combinação destes dois fatores (ALLARD, 1964).

A existência da interação genótipos x ambientes, para CRUZ & REGAZZI

(1997), está associada a dois fatores. O primeiro, denominado simples, é proporcionado

pela diferença entre genótipos; o segundo, denominado complexo, é dado pela ausência

de correlação entre os genótipos. A interação genótipos x ambientes reduz a correlação

entre o fenótipo e o genótipo. A correlação baixa indica que o genótipo superior em um

ambiente, normalmente, não terá o mesmo desempenho em outro ambiente.

A interação não interfere apenas na recomendação de cultivares, mas também

dificulta o trabalho do melhorista, pois o comportamento diferenciado dos genótipos

torna mais complexo a identificação de linhagens com alto potencial genético (ZOBEL

& TALBERT, 1984).

Avaliando o desempenho de genótipos em diferentes condições de cultivo,

grande número de pesquisadores identificaram interações genótipos x ambientes

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significativas entre linhagens de trigo duro, dentre eles RHARRABTI et al. (2003) na

Espanha.

Experimentos conduzidos por MOHAMMADI & AMRI (2008) no Irã também

demonstraram interações genótipos x experimentos e genótipos x anos significativas,

entre quinze linhagens de trigo duro, avaliadas em três anos e dois locais, em sistema de

sequeiro e irrigado. Esses autores concluíram que as variações ambientais tornaram-se

importantes na determinação do desempenho de genótipos, então a avaliação de

linhagens baseada em diversos anos e locais se tornou a melhor estratégia para

recomendação de novas cultivares, mais adaptadas e estáveis em diversos ambientes.

No entanto, avaliando linhagens de trigo duro na Espanha, em condições de

irrigação e sequeiro ELHANI et al. (2007), demonstraram que não houve interação

genótipos x anos quanto à produção de grãos, grãos por espiga e massa de mil grãos,

mostrando que os genótipos estudados mantiveram um desempenho similar nos anos

considerados.

Em experimentos instalados na Itália, em condição de irrigação e sequeiro nos

anos de 2001 a 2003, avaliou-se 14 linhagens de trigo duro quanto à produção de grãos

e seus componentes. Os resultados obtidos demonstraram que houve efeito significativo

para genótipos, anos e interação genótipos x anos para todos os caracteres avaliados,

exceto para efeito de anos quanto ao número de grãos por espiga (VITA et al., 2007).

Produção de grãos e seus componentes foram estudados em genótipos de trigo

duro em três experimentos instalados na Grécia e verificou-se efeito significativo

quanto à interação genótipos x ambientes em todos os caracteres estudados, exceto para

conteúdo de proteína no grão, demonstrando comportamento diferenciado dos genótipos

em função dos ambientes (AGORASTOS & GOULAS, 2005).

Avaliando linhagens de trigo duro e trigo comum, quanto à produção de grãos

em diferentes anos e locais do Estado de São Paulo, também identificou-se interação

genótipos x ambientes significativa em Tatuí, Monte Alegre do Sul e Maracaí, nos anos

de 1990 a 1992. No entanto em Campinas e Mococa o comportamento das linhagens

não diferiu em função dos anos, sendo possível comparar a produção considerando a

média dos anos considerados nesses locais (CAMARGO et al., 1995a).

Resultados similares foram obtidos por FELÍCIO et al. (1999) avaliando

linhagens de trigo duro e comum em experimentos instalados em Tatuí, Votuporanga,

Ribeirão Preto e Mococa, nos anos de 1995 a 1997. Estes pesquisadores demonstraram

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o comportamento diferenciado dos genótipos em função dos locais e anos exceto para

os experimentos instalados em Mococa nos anos considerados.

Estudando a produção de grãos dos genótipos de trigo comum, em Capão

Bonito, nos anos de 1994 a 2001, em condição de sequeiro, verificaram-se efeitos

significativos para genótipos, anos e interação genótipos x anos (FELÍCIO et al., 2004).

Avaliando linhagens de trigo comum em Monte Alegre do Sul, em condição de

irrigação por aspersão e solo corrigido, nos anos agrícolas de 1999 a 2002, verificaram-

se efeitos significativos para genótipos e anos e não significativos para interação

genótipos x anos para todos os componentes, exceto para massa de cem grãos,

demonstrando para esse caráter haver um comportamento diferenciado das linhagens em

função dos anos de experimentação (BIUDES et al., 2007).

A estimativa da interação genótipos x ambientes é de suma importância para os

agricultores e melhoristas. Para os agricultores as cultivares devem ter o mínimo de

interação com locais e/ou anos, implicando em redução nos riscos da produção agrícola

e garantia de lucros com a safra. Para os melhoristas, a interação torna necessário o

desenvolvimento de cultivares específicas para determinado ambiente, havendo a

necessidade de considerar o desempenho de futuras cultivares, em diferentes anos e

locais, a fim de se ter conclusões mais consistentes (AMORIM et al., 2006).

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Experimentos no Campo

Visando avaliar o comportamento de genótipos de trigo duro em diferentes

condições de cultivo do Estado de São Paulo foram realizados dois experimentos

denominados “Ensaios de Novas Linhagens I e II”, compostos cada um por 20

genótipos, sendo o “Ensaio de Novas Linhagens I” composto por 17 linhagens de trigo

duro, introduzidas do CIMMYT e o “Ensaio de Novas Linhagens II” composto por 17

linhagens de trigo duro oriundas do programa de melhoramento do IAC, mais as três

cultivares controle: IAC-1001, IAC-1002, IAC-1003. A genealogia dos genótipos

avaliados estão apresentados nas tabelas 1 e 2.

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As cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003 caracterizam-se por apresentar

porte semi-anão, sensibilidade à toxicidade de alumínio e elevado potencial produtivo

em solos corrigidos e com irrigação por aspersão (CAMARGO et al., 1995b).

Os “Ensaios de Novas Linhagens I e II” foram semeados manualmente em

Capão Bonito (latitude 24º 02’ S, longitude 48º 22’ W, altitude de 702 m), pertencente à

zona tritícola B, em condições de sequeiro e solo corrigido, nos anos de 2007 e 2008.

Foram semeados mecanicamente em Tatuí (latitude 23º 22’ S, longitude 47º 52’ W,

altitude de 600 m), pertencente à zona tritícola D, em condições de irrigação por

aspersão e solo corrigido com calcário nos anos de 2005, 2006, 2007 e 2008 e em

Mococa (latitude 21º 28’ S, longitude 47º 01’ W, altitude de 665 m), pertencente à zona

tritícola H, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido com calcário, nos

anos de 2007 e 2008.

O delineamento estatístico utilizado nos dois experimentos, nos três locais e em

todos os anos foi de blocos ao acaso com quatro repetições, totalizando 80 parcelas por

ensaio. Em Capão Bonito a semeadura foi manual, sendo as parcelas constituídas por

seis linhas de 3 m de comprimento, espaçadas 0,2 m entre linhas e 0,6 m entre parcelas.

Em Tatuí e Mococa, onde se utilizou semeadura mecânica, as parcelas foram

constituídas por oito linhas de 3 m de comprimento, espaçadas 0,17 m entre linhas e 0,6

m entre parcelas. A densidade de semeadura empregada foi equivalente a 1.440

sementes por parcela em uma área útil de colheita de 3,6 m2.

Em Capão Bonito, Tatuí e Mococa em 2007 e 2008 foram retiradas amostras

compostas do solo, na profundidade de 0-20 cm. Em Capão Bonito, no ano de 2008,

retiraram-se também amostras nas profundidades de 0-20, 20-40, 40-60, 60-80 e 80-100

cm (Tabela 3) a fim de mapear o perfil do solo quanto à fertilidade. As amostras das

profundidades de 0-20 foram coletadas visando efetuar análises químicas, realizadas no

Centro de Solos e Recursos Agroambientais do IAC em Campinas-SP (Tabela 3 e 4).

Os resultados da análise química foram utilizados para o cálculo da quantidade de

adubo necessário, tendo por base a tabela de adubação do Instituto Agronômico de

Campinas (INSTITUTO AGRONÔMICO, 2002).

Visando controlar a infestação de plantas daninhas, aplicou-se nos experimentos

instalados em Tatuí, nos dois anos de cultivo, em pré-emergência, o herbicida Herbadox

e em Capão Bonito, Tatuí e Mococa em pós-emergência o herbicida Ally (INSTITUTO

AGRONÔMICO, 2002).

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Tabela 1 - Genealogia e origem dos genótipos avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”.

Genótipos Origem Genealogia

1 IDSN/94 T-48 Aythya 1

2 IDSN/94 T-49 Aythya 2

3 IDSN/94 T-80 Altar 84

4 IDSN/94 T-81 Dipper 4

5 IDSN/94 T-93 Thknee 8

6 IDSN/94 T-94 Thknee 9

7 IDSN/94 T-108 Suruca

8 IDSN/94 T-113 Gote “S”/3/Medium/KIF “S”//SAPI

“S”/4/WAGTL

9 IDSN/94 T-144 KRM/TRI//Silver

10 IDSN/94 T-157 Silver

11 IDSN/94 T-178 QFN/KILL “S”

12 IDSN/94 T-189 ARAM/SRN

13 IDSN/94 T-193 SRN//HUI “S”/TUB “S”

14 IDSN/94 T-208 DAKYAV 9

15 IDSN/94 T-228 STIL “S”/YAV “S”//AUK “S”/3/Silver

16 IDSN/94 T-240 Omrabi 5

17 IDSN/94 T-273 Dukem/DON 87

18 IAC-1001 Guillemont “S”

19 IAC-1002 61150/Leeds//Gallo “S”/3/Garza

“S”/4/Mexicali “S”/5/S15/CR “S”

20 IAC-1003 Gallareta “S”

IDSN = International durum screening nursery (CIMMYT) México.

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Tabela 2 - Genealogia e origem dos genótipos avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”.

Genótipos Origem Genealogia

1 LTDTol3+/2006 - L-116-117 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

2 LTDTol3+/2006 - L-135-136 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

3 LTDTol3+/2006 - L-186-187 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

4 LTDTol3+/2006 - L-207-208 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

5 LTDTol3+/2006 - L-274-275 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

6 LTDTol3+/2006 - L-286-287 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

7 LTDTol3+/2006 - L-329-330 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

8 LTDTol3+/2006 - L-398-399 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

9 LTDTol3+/2006 - L-407-408 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

10 LTDTol3+/2006 - L-434-435 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

11 LTDTol3+/2006 - L- 454-455 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

12 LTDTol3+/2006 - L-467-469 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

13 LTDTol3+/2006 - L-511-512 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

14 LTDTol3+/2006 - L-538-539 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

15 LTDTol3+/2006 - L- 572-574 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

16 LTDTol3+/2006 - L-593-594 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

17 LTDTol3+/2006 - L-634-635 BH-1146/LGN//2*IAC-1003

18 IAC-1001 Guillemont “S”

19 IAC-1002 61150/Leeds//Gallo “S”/3/Garza

“S”/4/Mexicali “S”/5/S15/CR “S”

20 IAC-1003 Gallareta “S”

LTDTol3+ = Linhagens de trigo duro tolerantes a 3 mg L-1 de alumínio.

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Tabela 3 - Resultados das análises do solo de Capão Bonito, onde foram instalados os “Ensaios de Novas Linhagens I e II”, nos anos de 2007 e 2008, em diferentes profundidades, expressas em cm (1).

2007 2008

Determinações 0-20 0-20 20-40 40-60 60-80 80-100

P resina (mg dm-3) 107 54 2 2 1 1

M.O. (g dm-3) 25 23 15 15 13 14

pH (Cacl2) 5,4 5,5 5,3 5,3 5,2 5,3

K (mmolc dm-3) 4,7 2,2 0,3 0,5 0,3 0,3

Ca (mmolc dm-3) 43 39 17 14 11 16

Mg (mmolc dm-3) 17 16 9 7 6 8

H+Al (mmolc dm-3) 31 20 25 28 28 25

S.B. (mmolc dm-3) 64,7 57,3 26,9 21,7 18,0 23,9

CTC (mmolc dm-3) 95,5 77,5 51,9 49,5 45,8 48,9

V % 68 74 52 44 39 49

Tabela 4 - Resultados das análises do solo de Tatuí e Mococa, onde foram instalados nos “Ensaios de Novas linhagens I e II”, nos anos de 2007 e 2008, na profundidade de 20 cm (1).

Tatuí Mococa

Determinações 2007 2008 2007 2008

P resina (mg dm-3) 43 53 86

M.O. (g dm-3) 25 20 19

pH (Cacl2) 5,7 5,2 5,5

K (mmolc dm-3) 6,7 3,6 4,0

Ca (mmolc dm-3) 49 20 27

Mg (mmolc dm-3) 26 7 11

H+Al (mmolc dm-3) 22 25 22

S.B. (mmolc dm-3) 81,7 30,6 42,3

CTC (mmolc dm-3) 104,2 55,6 64,8

V % 78

45

24

4,7

7,8

30

12

47

49,6

96,6

51 55 65

(1) Análises efetuadas no laboratório do Centro de Solos e Recursos Agroambientais, Instituto Agronômico, Campinas.

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Em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008, foram realizadas sucessivas

aplicações (a cada quinze dias após a germinação) com o fungicida Nativo

(Trifloxystrobin + Tebuconazole SC), para o controle de doenças, que poderiam reduzir

significativamente a produção de grãos, devido à grande suscetibilidade da espécie trigo

duro a essas doenças e a ocorrência de alta quantidade de inóculo de fungos, causadores

principalmente de manchas foliares neste local (INSTITUTO AGRONÔMICO, 2002).

Portanto nos ensaios de Capão Bonito objetivou-se avaliar os genótipos nas condições

de solo e clima, minimizando o efeito de doenças.

Em cada ensaio instalado nos anos de 2005, 2006, 2007 e 2008 foram coletados

os seguintes dados:

Produção de grãos: considerando a produção total de grãos obtida nas seis ou

oito linhas de cada parcela, transformando em kg ha-1.

Altura das plantas: compreendendo a distância em centímetros, do nível do

solo ao ápice da espiga, excluindo-se as aristas. A mensuração é feita no campo, na

época de maturação, em três plantas de cada parcela, levando-se em consideração as

médias de diferentes pontos em cada parcela. Os genótipos foram considerados de porte

anão (abaixo de 60 cm), semi-anão (61 a 99 cm) e alto (acima de 100 cm).

Acamamento: considerando-se a porcentagem de plantas acamadas em cada

parcela, por avaliação visual na época da maturação, empregando uma escala de zero

(sem acamamento) até 100% (plantas totalmente acamadas).

Ciclo da emergência ao florescimento: contando-se o número de dias

decorridos entre a emergência das plântulas e o florescimento (quando mais de 50% das

espigas florescerem), exceto nos ensaios de Tatuí.

Ciclo da emergência à maturação: em cada parcela efetuou-se a contagem de

dias decorridos da emergência das plântulas à maturação fisiológica, avaliado apenas

em Capão Bonito. Posteriormente, os genótipos foram classificados em muito precoce

(menos de 110 dias), precoce (111 a 120 dias), médio (121 a 135 dias) e tardio (acima

de 135 dias).

Ferrugem-da-folha: avaliada através de observações gerais, em cada parcela,

em pelo menos duas repetições, nas folhas superiores das plantas, no estádio de início

da maturação, em condições naturais de infecção, usando-se a mesma escala proposta

por MEHTA (1993) para avaliação de oídio, considerando 0 = imune, 1 a 5% de área

infectada = resistente, 6 a 25% = moderadamente resistente, 26 a 50% = suscetível a 51

a 99% = altamente suscetível.

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Mancha-da-folha: a avaliação é feita em plantas adultas, em condições naturais

de infecção, empregando-se também a escala de 0 a 99% de área infectada, proposta por

MEHTA (1993), para a ferrugem-da-folha.

Oídio: a avaliação de oídio foi realizada de maneira idêntica à citada para

mancha-da-folha.

Os caracteres a seguir apresentados foram avaliados em cinco espigas coletadas

ao acaso, em cada parcela, na época da maturação, nos dois ensaios instalados em

Capão Bonito, Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Comprimento da espiga: considerando o comprimento médio das espigas, em

centímetros, excluindo-se as aristas.

Número de espiguetas por espiga: computando o número médio de espiguetas

das espigas.

Número de grãos por espiga: considerando o número médio de grãos contados

nas espigas.

Número de grãos por espigueta: efetuando a divisão do número médio de

grãos pelo número médio de espiguetas das espigas.

Massa de cem grãos: levando em consideração o peso, em gramas, do número

total de grãos das espigas, o qual foi transformado para massa de cem grãos.

Comprimento do internódio da raque: efetuando a divisão entre o

comprimento médio e o número médio de espiguetas das espigas.

Os caracteres abaixo descritos foram avaliados em dez grãos coletados ao acaso,

nas 80 parcelas, nos ensaios instalados em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, no ano de

2007.

Comprimento do grão: considerando o comprimento médio, em milímetros, do

grão.

Largura do grão: considerando a largura média, em milímetros, do grão.

Espessura do grão: considerando a espessura média, em milímetros, do grão.

Nos “Ensaios de Novas Linhagens I e II” os dados de produção de grãos, altura

das plantas, ciclo da emergência ao florescimento e da emergência à maturação,

comprimento da espiga, número de espiguetas por espiga, número de grãos por espiga e

por espigueta e massa de cem grãos, obtidos nas 80 parcelas de cada experimento, em

cada ano e local, foram submetidos á análise de variância individual, para detectar a

significância dos efeitos de genótipos e repetições, utilizando-se o teste F, ao nível de

5% de probabilidade.

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Foram realizadas análises de variância conjuntas para produção de grãos e altura

das plantas para o “Ensaio de Novas Linhagens I”, instalados em Tatuí, nos anos de

2005, 2006, 2007 e 2008. Para os demais caracteres avaliados em Tatuí e para todos os

avaliados em Capão Bonito e Mococa, nos “Ensaios de Novas Linhagens I e II”, em

2007 e 2008, também foram realizadas análises de variância conjuntas.

Posteriormente, utilizou-se o teste F, ao nível de 5%, para identificar a

significância dos efeitos de genótipos, anos e interação genótipos x anos. Com intuito de

aumentar o rigor das análises conjuntas considerou-se como estimativa do desvio

padrão residual para genótipos e anos, o quadrado médio da interação genótipos x anos

e para a interação o quadrado médio residual.

Além das análises de variância foram calculadas correlações simples entre os

dados de produção de grãos, altura das plantas, ciclos da emergência ao florescimento e

à maturação em Capão Bonito, comprimento da espiga, número de espigueta por espiga,

número de grãos por espiga e por espigueta, massa de cem grãos e comprimento do

internódio da raque, considerando os dados médios obtidos nas 80 parcelas, nos dois

anos de avaliação, de cada ensaio instalado em Capão Bonito, Tatuí e Mococa. Também

foram calculadas correlações simples entre os caracteres produção de grãos, número de

grãos por espiga, massa de cem grãos, comprimento, largura e espessura do grão

considerando as 80 parcelas nos experimentos instalados em Capão Bonito, Tatuí e

Mococa, no ano de 2007. A significância das correlações foi avaliada pelo teste t, ao

nível de 5%.

3.2 Experimentos no Laboratório

Para a determinação da tolerância à toxicidade de alumínio (Al3+) dos genótipos

avaliados nos “Ensaios de Novas Linhagens I e II” foram realizados experimentos em

condições de laboratório, empregando soluções nutritivas. O delineamento experimental

foi o de blocos ao acaso, com parcelas subdivididas, e compostas por diferentes

concentrações de alumínio e, as sub-parcelas, pelos genótipos de trigo utilizados. Foram

realizadas quatro repetições para cada solução-tratamento. Para cada repetição,

sementes dos vinte genótipos e das cultivares controle BH-1146 (tolerante) e Anahuac

(sensível) foram lavadas com solução de hipoclorito de sódio a 10% e colocadas para

germinar em placas de Petri por 72 horas na geladeira até a emergência das radículas.

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De cada placa de Petri, foram escolhidas sete sementes uniformes e vigorosas de

cada genótipo e colocadas sobre o topo de seis telas de náilon, postas em contato com

soluções nutritivas completas, em vasilhas plásticas de 8,3 litros de capacidade.

A composição da solução nutritiva completa utilizada foi: Ca(NO3)2 4mM;

MgSO4 2mM; KNO3 4mM; (NH4)2SO4 0,435mM; KH2PO4 0,5mM; MnSO4 2µM;

CuSO4 0,3µM; ZnSO4 0,8µM; NaCl 30µM; Fe-CYDTA 10µM; Na2MoO4 0,10µM e

H3BO3 10µM. O nível da solução nas vasilhas foi colocado até tocar a parte inferior da

tela de náilon, de maneira que as sementes fossem mantidas úmidas, tendo as radículas

emergentes um pronto suprimento de nutrientes. O pH das soluções foi previamente

ajustado para 4,0 com uma solução de H2SO4 1N, e assim mantido durante todo o

experimento, com aferições diárias, para correções quando necessárias. As soluções

foram continuamente arejadas e as vasilhas contendo as soluções nutritivas completas

colocadas em banho-maria com temperatura de 25±1°C.

O experimento foi mantido com luz fluorescente em sua totalidade. As plantas se

desenvolveram nessas condições por 48 horas. Após esse período, cada plântula estava

com três raízes primárias, uma mais longa medindo cerca de 4,5 cm e duas mais curtas

localizadas lateralmente à primeira.

Cada uma das seis telas de náilon contendo as sete plântulas de cada um dos

genótipos foi transferida para soluções tratamento contendo respectivamente: 0, 1, 2, 3,

4 e 6 mg.L-1 de alumínio na forma de Al2(SO4)3 18 H2O. As concentrações foram

escolhidas com base em estudos que mostraram ser esses níveis eficientes para a

separação de plantas de trigo duro, tolerantes e sensíveis ao Al3+ (CAMARGO et al.,

2007).

A composição das soluções de tratamento foi de um décimo da solução completa,

exceto o fósforo que foi omitido e o ferro, adicionado em quantidade equivalente como

FeCl3 no lugar de Fe-CYDTA, descrito por MOORE et al. (1976). O fósforo não foi

utilizado para evitar a precipitação do alumínio. Antes de transferir as telas para as

soluções de tratamento, suficiente H2SO4 1N foi adicionado para ajustar o pH para cerca

de 4,2 e, então, foi colocada a quantidade necessária de alumínio na forma de Al2(SO4)3

18H2O. O pH final foi ajustado para 4,0 com solução de H2SO4 1N, evitando-se adicionar

NaOH, que poderia causar precipitação do alumínio, pelo menos no local de queda da

gota. As plântulas ficaram por 48 horas nestas soluções. Depois deste tempo, foram

transferidas de volta às vasilhas contendo soluções nutritivas completas por 72 horas.

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Na análise dos dados, foi considerada a média do comprimento da raiz primária

central de cinco plântulas de cada genótipo, após 72 horas de crescimento nas soluções

nutritivas completas sem alumínio, que se seguiu de 48 horas de crescimento nas soluções

de tratamento contendo seis diferentes concentrações de alumínio (CAMARGO, 1981).

Com quantidade tóxica de alumínio, as raízes primárias não crescem mais e permanecem

grossas, mostrando no ápice uma injúria típica, com descoloramento ou coloração escura.

O crescimento da raiz, após esse período nas soluções completas dependeu da severidade

da prévia solução de tratamento.

Foram consideradas tolerantes as plantas com raízes que cresceram após

tratamento com determinada concentração de alumínio e consideradas sensíveis, as que

não tiverem crescimento radicular pós-tratamento (CAMARGO et al., 2006b).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Ensaio de Novas Linhagens I

4.1.1 Ensaios de campo

As produções médias de grãos do “Ensaio de Novas Linhagens I” instalado em

Capão Bonito, em condição de sequeiro e solo corrigido, nos anos de 2007 e 2008 são

apresentadas na tabela 5.

Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeito

significativo para genótipos em 2007 e 2008 e não significativos para repetições nos

dois anos considerados em Capão Bonito.

Na análise de variância conjunta dos ensaios instalados em Capão Bonito, os

quadrados médios revelaram efeitos não significativos para genótipos e significativos

para anos e interação genótipos x anos (Tabela 5). Efeitos significativos para anos e

interação genótipos x anos também foram obtidos por CAMARGO et al. (1995b)

avaliando linhagens de trigo duro em condições de sequeiro, em Maracaí, nos anos de

1990 a 1992 e por FELÍCIO et al. (2004) estudando linhagens de trigo comum em

Capão Bonito, nos anos de 1994 a 2001.

Esses resultados discordaram dos obtidos por BIUDES (2007), que demonstrou

efeito significativo para genótipos e efeitos não significativos para interação genótipos x

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Tabela 5 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Redução Média

____________ kg ha-1 ___________ _____ % _____ ___ kg ha-1 ___

1 2.806 1.476 ab 47 2.141

2 2.962 1.465 ab 51 2.214

3 3.139 1.323 b 58 2.231

4 3.427 1.490 ab 57 2.458

5 3.090 1.510 ab 51 2.300

6 3.378 2.108 a 38 2.743

7 3.240 1.594 ab 51 2.417

8 3.472 1.747 ab 50 2.609

9 2.809 1.559 ab 44 2.184

10 3.743 1.438 ab 62 2.590

11 3.656 1.483 ab 59 2.569

12 3.663 1.733 ab 53 2.698

13 2.656 1.997 ab 25 2.326

14 3.507 1.760 ab 50 2.634

15 2.927 1.993 ab 32 2.460

16 2.806 1.323 b 53 2.064

17 3.705 1.635 ab 56 2.670

IAC-1001 3.750 1.840 ab 51 2.795

IAC-1002 3.000 1.712 ab 43 2.356

IAC-1003 3.146 2.118 a 33 2.632

F (Repetições) 1,39 2,02 -

F (Genótipos) 1,85* 3,26* 1,03

F (Anos) - - 268,81*

F (G x A) - - 2,06*

d.m.s. (Tukey 5%) 1.383 711 1.238

C.V. % 16,24 16,28 17,29

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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anos quando avaliaram-se linhagens duplo haplóides de trigo comum em condição de

sequeiro de Capão Bonito, nos anos de 2005 e 2006. Por outro lado, esse pesquisador

também verificou que houve diferença significativa entre os anos considerados.

Verificou-se que a média da produção de grãos dos genótipos avaliados no ano

de 2007, em Capão Bonito, foi superior, diferindo da média de 2008 (Tabela 5). Este

fato provavelmente foi ocasionado pela diferença na distribuição e intensidade de

chuvas verificada no período mais crítico do desenvolvimento da cultura (início do

florescimento até a maturação fisiológica). Em 2007 nesse período ocorreu maior

intensidade de chuvas, somando um total de 176,7 mm, segundo dados obtidos no

CIIAGRO (2008).

Essa condição somada à grande fertilidade encontrada na camada arável do solo

(Tabela 3) possibilitou o bom desenvolvimento das plantas, não havendo a necessidade

de crescimento das raízes em camadas mais profundas do solo em busca de água e

nutrientes.

Em 2008, verificou-se redução na produção final, provavelmente causada pela

menor precipitação pluviométrica, no período considerado, em relação ao ano anterior,

com 101,0 mm.

Devido a redução de água nas camadas superficiais do solo, as raízes dos

genótipos, em 2008, talvez necessitaram absorver água das camadas mais profundas do

solo (abaixo de 20 cm), que apresentam naturalmente uma maior concentração de

alumínio. A toxicidade ao alumínio poderia paralisar o crescimento radicular dos

genótipos sensíveis os quais teriam que utilizar a água disponível da camada arável do

solo.

Esses resultados concordaram com os obtidos por ANNICCHIARICO et al.

(2006), avaliando linhagens de trigo duro oriundas de introduções, na Argélia. Esses

pesquisadores também verificaram queda significativa na produção de grãos em anos

marcados pela ocorrência de estresse hídrico.

Avaliando linhagens e cultivares de trigo comum, em condições favoráveis e de

estresse hídrico, na Iugoslávia, DENCIC et al. (2000) também verificaram reduções

significativas na produção de grãos. Foi relatado que o estresse hídrico ocorrido após a

antese e antes da maturação, resultou em uma menor assimilação, reduzindo a

translocação dos fotoassimilados para os grãos, aumentando a perda por

evapotranspiração.

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Resultados similares foram obtidos por BIUDES (2007) avaliando linhagens

duplo haplóides de trigo comum em Capão Bonito, nos anos de 2005 e 2006. Esse

pesquisador também verificou queda na produção de grãos em anos desfavoráveis, pois

provavelmente a baixa intensidade pluviométrica deve ter ocasionado a redução na

produtividade somada a presença de alumínio nas camadas mais profundas do solo.

Os ensaios instalados em Capão Bonito demonstraram baixos coeficientes de

variação, pois variaram de 16,24 a 17,29%. Esses dados permitem concluir que os

resultados obtidos possuem boa precisão experimental.

Devido à presença de efeitos significativos quanto a interação genótipos x anos,

os genótipos foram avaliados individualmente em cada ano. No entanto apenas em 2008

verificou-se diferenças significativas entre os genótipos estudados, pelo teste de Tukey,

ao nível de 5% de probabilidade. A linhagem 6 (Thknee 9) e a cultivar IAC-1003

destacaram-se quanto à produção de grãos (2.108 e 2.118 kg ha-1), em 2008, diferindo

apenas das linhagens 3 (Altar 84) e 16 (Omrabi 5), com produções médias de 1.323 kg

ha-1.

Visando estudar o comportamento de linhagens de trigo comum em Capão

Bonito, em condição de sequeiro durante os anos de 1994 a 2001, FELÍCIO et al. (2004)

verificou diferenças entre os genótipos quanto à produção de grãos, em todos os anos

considerados, concordando parcialmente com os resultados obtidos no presente

trabalho.

As produções médias de grãos dos vinte genótipos avaliados no “Ensaio de

Novas Linhagens I”, instalado em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido

com calcário, em Tatuí, nos anos de 2005 a 2008, e em Mococa, nos anos de 2007 e

2008 são apresentados nas tabelas 6 e 7.

Os quadrados médios das análises de variância individuais para produção de

grãos demonstraram efeitos significativos para genótipos em Tatuí apenas nos anos de

2005, 2007 e 2008 e efeitos significativos para repetições somente em 2006 e 2007. Em

Mococa, verificou-se efeitos significativos para genótipos nos dois anos e efeito

significativo para repetições apenas em 2007.

Nas análises de variância conjuntas, por local, os quadrados médios revelaram

efeitos não significativos para genótipos, significativos para anos e interação genótipos

x anos, em Tatuí. No entanto, em Mococa, verificaram-se efeitos significativos para

genótipos e anos e efeito não significativo para a interação genótipos x anos.

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Tabela 6 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08.

Genótipos 2005 2006 2007 2008 Média

__________________________________ kg ha-1 _______________________________

1 1.629 c-e 2.567 3.960 ab 4.271 3.107

2 2.147 a-e 2.836 3.496 ab 3.590 3.017

3 1.732 b-e 2.238 4.189 ab 3.712 2.968

4 1.746 b-e 2.192 4.424 ab 4.073 3.109

5 1.935 a-e 1.828 3.760 ab 4.153 2.919

6 2.735 a 2.749 3.506 ab 3.615 3.151

7 2.104 a-e 2.553 4.104 ab 4.299 3.265

8 1.711 c-e 2.479 3.899 ab 3.167 2.814

9 1.738 b-e 2.829 3.663 ab 4.243 3.118

10 2.329 a-d 2.496 3.700 ab 3.194 2.930

11 1.985 a-e 2.483 3.481 ab 3.264 2.803

12 2.588 ab 2.844 3.565 ab 4.167 3.291

13 2.425 a-c 2.247 3.950 ab 4.542 3.291

14 1.476 de 2.367 4.068 ab 4.271 3.046

15 2.771 a 2.764 4.033 ab 3.837 3.351

16 1.444 e 2.421 3.818 ab 3.670 2.838

17 2.383 a-c 2.460 4.644 a 3.809 3.324

IAC-1001 2.224 a-e 2.286 4.304 ab 3.781 3.149

IAC-1002 2.019 a-e 2.679 4.214 ab 4.097 3.252

IAC-1003 2.492 a-c 2.671 3.050 b 4.073 3.071

F (Repetições) 2,49 7,32* 7,02* 1,54 -

F (Genótipos) 6,07* 1,34 2,00* 2,07* 0,88

F (Anos) - - - - 129,43*

F (G x A) - - - - 2,06*

d.m.s. (Tukey 5%) 864 1.182 1.403 1.433 970

C.V. % 15,82 18,02 13,73 14,03 16,66

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 7 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média _______________________________ kg ha-1 ________________________________

1 6.646 5.104 5.875 a-d

2 5.802 4.962 5.382 b-e

3 6.135 5.156 5.646 b-e

4 6.049 5.274 5.662 b-e

5 6.413 5.309 5.861 a-d

6 6.674 5.934 6.304 ab

7 5.972 5.601 5.787 a-d

8 6.264 5.215 5.740 a-d

9 6.497 4.938 5.717 a-e

10 5.587 4.326 4.957 de

11 5.618 4.014 4.816 e

12 5.688 4.986 5.337 c-e

13 6.840 5.507 6.174 a-c

14 6.024 5.205 5.615 b-e

15 6.319 5.274 5.797 a-d

16 6.004 4.837 5.420 b-e

17 6.271 5.222 5.747 a-d

IAC-1001 5.934 5.243 5.589 b-e

IAC-1002 6.222 5.295 5.759 a-d

IAC-1003 7.170 6.028 6.599 a

F (Repetições) 5,47* 0,37 -

F (Genótipos) 3.83* 4,06* 6,44*

F (Anos) - - 208,34*

F (G x A) - - 0,98

d.m.s. (Tukey 5%) 1.115 1.193 922

C.V. % 6,84 8,79 8,06

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Considerando os resultados obtidos pelas análises conjuntas, os genótipos foram

classificados analisando a média dos dois anos em Mococa e individualmente por

ensaio, em Tatuí.

Os resultados nesses experimentos concordaram com os obtidos por

CAMARGO et al. (1995b) em experimentos instalados em Tatuí e Mococa, em

condições de irrigação por aspersão, nos anos de 1990 a 1992 avaliando linhagens de

trigo duro, oriundas de diferentes origens, quanto à produção de grãos. Esses

pesquisadores demonstraram comportamento diferenciado dos genótipos em Tatuí e

comportamento similar nos ensaios instalados em Mococa, considerando os dois anos

de instalação dos ensaios.

Considerando os experimentos instalados em Tatuí, destacaram-se as linhagens

6 (Thknee 9) e 15 (STIL “S”/YAV “S”//AUK “S”/3/Silver), com produções médias de

grãos de 2.735 e 2.771 kg ha-1 respectivamente, no ensaio instalado em 2005, diferindo

das linhagens 1, 3, 4, 8, 9, 14 e 16, com produções de grãos variando de 1.444 a 1.746

kg ha-1.

No entanto, no mesmo local, no ano agrícola de 2007, sobressaíu-se a linhagem

17 (Dukem/DON 87), com produção média de 4.644 kg ha-1, diferindo apenas da

cultivar IAC-1003, que apresentou produção de 3.050 kg ha-1, nas mesmas condições de

cultivo.

Apesar do teste F demonstrar efeito significativo para genótipos, não houve

diferença entre a produção de grãos das linhagens considerando os dados obtidos em

Tatuí, no ano de 2008, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

Analisando a média dos dois anos em Mococa, verificou-se que a cultivar IAC-1003

destacou-se quanto a produção de grãos, exibindo média de 6.599 kg ha-1, não diferindo

apenas das linhagens 1, 5, 6, 7, 8, 9, 13, 15, 17 e da cultivar IAC-1002, com produções

médias de grãos variando de 5.717 a 6.304 kg ha-1.

Alta produção de grãos em ensaios de trigo comum, em condição de irrigação

também foram descritos por DENCIC et al. (2000) na Iugoslávia; e em trigo duro por

BOGGINI et al. (1997) na Itália; GARCIA DEL MORAL et al. (2005) na Espanha;

FELÍCIO et al. (1999) e CAMARGO et al. (1995a) em diferentes locais do Estado de

São Paulo, demonstrando grande variabilidade para produção de grãos em diversos

experimentos.

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As alturas médias das plantas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no

“Ensaio de Novas Linhagens I” em experimentos instalados em Capão Bonito, Tatuí e

Mococa, são demonstradas nas tabelas 8, 9 e 10.

Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeitos

significativos para genótipos em todos os anos e locais de cultivo e efeitos significativos

para repetições apenas em Tatuí em 2008 e Mococa em 2007.

As análises de variância conjuntas, por local, exibiram efeitos significativos de

genótipos e anos, e efeitos não significativos para interação genótipos x anos apenas

para Capão Bonito e Tatuí. Tendo em vista que não houve efeito significativo quanto à

interação genótipos x anos, os genótipos foram avaliados considerando a média dos dois

anos. Em Mococa o comportamento dos genótipos diferiram em função dos anos, sendo

portanto comparados em cada ano.

Resultados similares foram obtidos por CAMARGO et al. (1995b) avaliando

linhagens de trigo duro em diferentes condições do Estado de São Paulo. Esses

pesquisadores demonstraram que o comportamento das linhagens não diferiram em

função dos anos e locais considerados.

Todos os genótipos avaliados revelaram porte semi-anão, demonstrando o

grande interesse por este caráter em grande parte dos programas de melhoramento.

Em Capão Bonito, no ano de 2007, a altura das plantas variou de 74 a 93 cm. No

entanto, em 2008, variou de 69 a 84 cm. Considerando a média dos dois experimentos,

as linhagens 1, 9 e 15 exibiram porte semi-anão mais baixo, diferindo das linhagens 2,

8, 11, 12 e da cultivar IAC-1001, que exibiram nessas mesmas condições, porte semi-

anão mais alto.

Considerando as médias dos quatro anos, em Tatuí, verificou-se que as linhagens

1, 4 e 7 exibiram menor porte de planta, diferindo das linhagens 2, 6, 8, 10, 11, 12, 17 e

da cultivar IAC-1001, que exibiram porte semi-anão mais alto.

Em Mococa no ano de 2007, a linhagem 14 destacou-se quanto ao porte semi-

anão mais baixo (75 cm), não diferindo apenas das linhagens 1, 5, 7, 9, 13 e 16 (76 a 80

cm). No entanto em 2008, a linhagem 10 exibiu plantas com porte semi-anão mais baixo

(74 cm), diferindo das linhagens 2, 12, 17 e IAC-1001 (83 a 89 cm) que apresentaram

porte semi-anão mais alto.

Apesar dos experimentos serem conduzidos em diferentes zonas tritícolas,

observou-se que a linhagem 1 apresentou porte semi-anão mais baixo, demonstrando ser

uma fonte genética promissora desse caráter em programas de cruzamentos. As

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Tabela 8 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

___________________________________ cm _________________________________

1 76 69 73 d

2 90 75 83 a-c

3 78 75 76 b-d

4 79 71 75 b-d

5 75 73 74 cd

6 88 75 81 a-d

7 79 74 76 b-d

8 89 79 84 ab

9 75 71 73 d

10 86 76 81 a-d

11 90 81 86 a

12 93 84 88 a

13 78 71 74 cd

14 79 74 76 b-d

15 75 69 72 d

16 84 74 79 a-d

17 86 76 81 a-d

IAC-1001 88 78 83 a-c

IAC-1002 74 74 74 cd

IAC-1003 79 73 76 b-d

F (Repetições) 1,13 1,81 -

F (Genótipos) 6,66* 2,90* 6,81*

F (Anos) - - 81,75*

F (G x A) - - 1,23

d.m.s. (Tukey 5%) 12 12 10

C.V. % 5,80 5,98 5,95

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.

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Tabela 9 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08.

Genótipos 2005 2006 2007 2008 Média

___________________________________ cm ___________________________________

1 73 65 61 71 68 d

2 85 76 73 83 79 a

3 78 66 66 75 71 b-d

4 74 65 66 69 68 d

5 74 66 64 75 70 cd

6 81 71 69 83 76 a-c

7 70 66 63 73 68 d

8 78 74 78 78 77 a-c

9 79 70 65 78 73 a-d

10 79 73 75 79 76 a-c

11 78 74 75 76 76 a-c

12 80 73 78 88 79 a

13 75 63 68 78 71 b-d

14 76 70 70 74 73 a-d

15 78 66 63 78 71 b-d

16 79 70 70 74 73 a-d

17 81 73 78 71 76 a-c

IAC-1001 80 73 75 80 77 ab

IAC-1002 75 68 66 74 71 b-d

IAC-1003 78 65 64 75 70 b-d

F (Repetições) 1,29 1,61 2,11 9,33* -

F (Genótipos) 4,43* 4,49* 3,50* 2,85* 6,87*

F (Anos) - - - - 50,80*

F (G x A) - - - - 1,24

d.m.s. (Tukey 5%) 9 9 15 14 7

C.V. % 4,22 5,19 8,53 6,89 6,85

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.

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Tabela 10 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_____________________________________ cm ___________________________________

1 77 e-g 75 cd 76

2 91 a 89 a 90

3 81 c-f 78 b-d 80

4 83 b-d 79 b-d 81

5 80 d-g 76 b-d 78

6 82 b-e 81 a-d 82

7 80 d-g 77 b-d 79

8 87 ab 82 a-d 84

9 76 fg 80 b-d 78

10 81 c-f 74 d 78

11 87 ab 79 b-d 83

12 91 a 84 ab 87

13 76 fg 78 b-d 77

14 75 g 77 b-d 76

15 84 b-d 78 b-d 81

16 80 d-g 79 b-d 79

17 85 b-d 84 ab 85

IAC-1001 85 b-d 83 a-c 84

IAC-1002 81 c-f 79 b-d 80

IAC-1003 86 a-c 77 b-d 81

F (Repetições) 6,57* 2,59 -

F (Genótipos) 14,98* 4,65* 4,69*

F (Anos) - - 14,90*

F (G x A) - - 2,52*

d.m.s. (Tukey 5%) 6 9 10

C.V. % 2,90 4,12 3,80

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.

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linhagens 2, 8, 11 e 12 exibiram plantas de porte anão mais alto nas mesmas condições

de cultivo.

Avaliando o comportamento agronômico de linhagens de trigo duro, GIUNTA et

al. (2007) e VITA et al. (2006) também demonstraram variabilidade genética quanto à

altura das plantas na Itália, e BEHARAV et al. (1997) avaliando genótipos de trigo duro

e trigo comum em Israel. Esses autores concluíram que genótipos de porte semi-anão

mais baixo responderam melhor a elevadas adubações nitrogenadas, reduzindo a

suscetibilidade ao acamamento em relação aos genótipos de porte mais alto.

As porcentagens médias de plantas acamadas dos genótipos avaliados nos

experimentos instalados em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, são apresentadas nas

tabelas 11, 12 e 13.

Em Tatuí, no ano agrícola de 2005, todos os genótipos foram resistentes ao

acamamento com exceção da linhagem 14 (20%) e em 2006 observou-se a ocorrência

de 0 a 30% de plantas acamadas.

No ano de 2007, em Capão Bonito e Mococa, apesar das diferentes condições de

cultivo, não foram verificadas porcentagens de acamamento. Em Tatuí, no mesmo ano,

verificou-se baixas porcentagens de plantas acamadas nas linhagens 9, 13 e 14, que

exibiram médias de 10%.

As maiores porcentagens foram observadas em 2008 em todos os locais. Em

Capão Bonito, variou de 0 a 15%, em Tatuí, de 0 a 40% e em Mococa de 0 a 50% de

plantas acamadas. Os dados obtidos nos experimentos, permitiram a diferenciação dos

genótipos.

Apesar das condições favoráveis a ocorrência de acamamento, a cultivar IAC-

1003 apresentou resistência nos três locais, em todos os anos considerados. Esse

genótipo revelou ser uma fonte genética promissora para resistência ao acamamento em

programas de melhoramento. As linhagens 7 e 13 também destacaram-se, revelando

porcentagens de acamamento máximo de 10%, considerando todos os experimentos.

Apesar do acamamento ser influenciado pelo porte da planta, a cultivar IAC-

1003, apresentou porte semi-anão intermediário, demonstrando menor porcentagem de

plantas acamadas em relação as linhagens de porte semi-anão mais baixo. Segundo

CAMARGO et al. (2006a) a palha mais forte e o colmo mais resistente também podem

influenciar na porcentagem de plantas acamadas, além da altura das plantas.

Baixas porcentagens de plantas acamadas também foram relatadas por

CAMARGO et al. (1995a) avaliando linhagens de trigo duro, em solos corrigidos e com

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Tabela 11 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008

_____________________________ % _____________________________

1 0 15

2 0 5

3 0 10

4 0 10

5 0 0

6 0 10

7 0 0

8 0 10

9 0 5

10 0 5

11 0 0

12 0 5

13 0 10

14 0 10

15 0 0

16 0 15

17 0 0

IAC-1001 0 0

IAC-1002 0 0

IAC-1003 0 0

(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).

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52

Tabela 12 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no período de 2005-08.

Genótipos 2005 2006 2007 2008

_________________________________ % _____________________________________

1 0 20 0 40

2 0 20 0 30

3 0 20 0 40

4 0 10 0 30

5 0 20 0 20

6 0 10 0 20

7 0 10 0 10

8 0 20 0 20

9 0 30 10 30

10 0 30 0 10

11 0 30 0 20

12 0 20 0 10

13 0 0 10 0

14 20 10 10 30

15 0 20 0 10

16 0 30 0 30

17 0 0 0 10

IAC-1001 0 10 0 10

IAC-1002 0 10 0 20

IAC-1003 0 0 0 0

(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).

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53

Tabela 13 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008

______________________________ % ____________________________

1 0 40

2 0 15

3 0 40

4 0 35

5 0 10

6 0 10

7 0 5

8 0 40

9 0 50

10 0 5

11 0 25

12 0 0

13 0 0

14 0 45

15 0 0

16 0 25

17 0 50

IAC-1001 0 40

IAC-1002 0 0

IAC-1003 0 0

(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).

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54

irrigação por aspersão, em diferentes locais e anos no Estado de São Paulo. Estes

autores concluíram que os genótipos com menor porcentagem de plantas acamadas

tiveram alto potencial de produção, para cultivo em condições de irrigação por aspersão

e elevadas doses de adubação nitrogenada.

Os ciclos da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados nos experimentos instalados em Capão Bonito e Mococa, nos anos de 2007 e

2008, estão dispostos nas tabelas 14 e 15.

Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeitos

significativos para genótipos e repetições em todos locais e anos, demonstrando haver

variabilidade genética quanto ao ciclo da planta até o florescimento. As análises de

variância conjuntas exibiram efeitos significativos para genótipos e interação genótipos

x anos nos dois locais e efeito significativo para anos apenas em Mococa.

As linhagens 4, 6, 14, 16 e as cultivares IAC-1002 e IAC-1003 se destacaram

quanto a precocidade para florescer em Capão Bonito, no ano de 2007, com médias

variando de 60 a 61 dias, diferindo das linhagens 7, 8, 10, 11, 12 e da cultivar IAC-

1001, que se revelaram mais tardias para florescer, com ciclo de 70 dias. No ano de

2008, as linhagens 14 e 15 se revelaram mais precoces, com 63 dias da emergência ao

florescimento, diferindo das linhagens 7, 8, 9, 10, 11, 12, 16, 17 e da cultivar IAC-1001,

que foram mais tardias, com ciclo variando entre 67 a 70 dias.

Em Mococa, as linhagens 6 e 13 exibiram os menores ciclos da emergência ao

florescimento no ano de 2007 (63 dias), diferindo apenas das linhagens 10, 11, 12, 16 e

17, que foram mais tardias para florescer, com ciclos variando de 66 a 69 dias. Em 2008

a linhagem 6 e a cultivar IAC-1003 destacaram-se quanto a precocidade para florescer

(56 dias), diferindo das linhagens 7, 8, 10, 11, 12, 16, 17 e da cultivar IAC-1001, que se

apresentaram mais tardias (61 a 70 dias).

Apesar do comportamento das linhagens diferir, em Mococa, quanto ao ciclo da

emergência ao florescimento, em 2007 e 2008, a linhagem 6 se destacou quanto a

precocidade nos dois anos, na condição de irrigação por aspersão.

Os ciclos da emergência a maturação, obtidos dos vinte genótipos de trigo duro,

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e

2008, são apresentados na tabela 16.

As análises de variância individuais demonstraram efeitos significativos para

genótipos nos dois anos e para repetições apenas em 2007. Os quadrados médios das

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Tabela 14 - Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ dias __________________________________

1 63 ab 65 cd 64

2 68 ab 66 b-d 67

3 66 ab 65 cd 65

4 61 b 64 cd 62

5 63 ab 65 cd 64

6 60 b 65 cd 63

7 70 a 67 a-c 69

8 70 a 69 ab 69

9 65 ab 67 a-c 66

10 70 a 70 a 70

11 70 a 70 a 70

12 70 a 70 a 70

13 67 ab 64 cd 66

14 61 b 63 d 62

15 63 ab 63 d 63

16 61 b 67 a-c 64

17 65 ab 67 a-c 66

IAC-1001 70 a 67 a-c 69

IAC-1002 61 b 65 cd 63

IAC-1003 60 b 64 cd 62

F (Repetições) 5.32* 5,03* -

F (Genótipos) 7.25* 8,78* 4,32*

F (Anos) - - 2,88

F (G x A) - - 2,34*

d.m.s. (Tukey 5%) 8 4 8

C.V. % 4,63 2,27 3,99

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 15 - Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ dias _________________________________

1 64 bc 60 c-e 62

2 65 bc 60 c-e 62

3 65 bc 60 c-e 63

4 65 bc 60 c-e 63

5 64 bc 58 de 61

6 63 c 56 e 60

7 65 bc 63 b-d 64

8 65 bc 63 b-d 64

9 65 bc 60 c-e 63

10 69 a 70 a 69

11 68 a 68 a 68

12 68 a 67 ab 67

13 63 c 58 de 60

14 65 bc 58 de 61

15 65 bc 58 de 61

16 66 ab 61 cd 64

17 66 ab 63 b-d 65

IAC-1001 65 bc 63 b-d 64

IAC-1002 65 bc 58 de 61

IAC-1003 64 bc 56 e 60

F (Repetições) 2.80* 4,67* -

F (Genótipos) 7.67* 14,14* 4,63*

F (Anos) - - 57,86*

F (G x A) - - 3,86*

d.m.s. (Tukey 5%) 3 5 7

C.V. % 1,74 3,36 2,83

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 16 - Ciclo médio da emergência à maturação dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_______________________________ dias _______________________________

1 129 123 126 b

2 132 128 130 ab

3 129 123 126 b

4 129 123 126 b

5 132 123 127 ab

6 132 126 129 ab

7 137 133 135 a

8 134 131 132 ab

9 132 123 127 ab

10 137 133 135 a

11 137 133 135 a

12 137 133 135 a

13 134 123 129 ab

14 129 123 126 b

15 137 126 131 ab

16 126 123 125 b

17 132 131 131 ab

IAC-1001 132 131 131 ab

IAC-1002 132 123 127 ab

IAC-1003 129 123 126 b

F (Repetições) 4.25* 2,42 -

F (Genótipos) 2.23* 9,78* 6,13*

F (Anos) - - 73,78*

F (G x A) - - 1,03

d.m.s. (Tukey 5%) 12 7 8

C.V. % 3,49 2,17 3,12

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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58

análises de variância conjuntas, em Capão Bonito, revelaram efeitos significativos para

genótipos e anos e efeito não significativo para interação genótipos x anos.

Apesar da variabilidade quanto ao ciclo da emergência a maturação nos ensaios

de Capão Bonito, verificou-se que as linhagens oriundas do CIMMYT, México

demonstraram ciclo médio, variando de 121 a 135 dias, pela escala proposta por

CAMARGO et al. (2001).

Considerando a média dos dois anos, verificou-se que as linhagens 1, 3, 4, 14, 16

e a cultivar IAC-1003 se destacaram quanto ao ciclo mais precoce para maturar (125 e

126 dias), diferindo das linhagens 7, 10, 11 e 12, que apresentaram-se com ciclo da

emergência a maturação de 135 dias. A linhagem 14 foi mais precoce em Capão Bonito

tanto para florescer quanto para maturar nos dois anos, sendo, portanto, um genótipo de

interesse para cultivo de sequeiro. Esse genótipo permanecendo menos tempo no campo

poderia ser beneficiado com a colheita antecipada, antes das primeiras chuvas de verão.

Avaliando genótipos de trigo duro na Turquia, ZENCIRCI e KARAGOZ (2005)

também identificaram genótipos mais precoces para maturar. Esses autores concluíram

que esses genótipos permaneciam menos tempo no campo expostos a estresses bióticos

e abióticos que causavam perdas na produção. Estudos realizados por CAMARGO et al.

(1993) considerou que genótipos com ciclo mais curto são desejáveis visando facilitar a

sucessão de culturas e atingir um melhor preço na venda do produto.

Devido a sucessivas aplicações de fungicida, não houve ocorrência de ferrugem-

da-folha, mancha-da-folha e oídio no “Ensaio de Novas Linhagens I” instalado em

Capão Bonito nos anos agrícolas de 2007 e 2008.

Não foram verificados graus de infecção, dos agentes causais da ferrugem-da-

folha, em Tatuí (2005, 2006, 2007 e 2008) e em Mococa (2007 e 2008), provavelmente

devido ao fato dos genótipos de trigo duro, avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”,

apresentarem resistência às raças prevalentes, no Estado de São Paulo. Em outros

experimentos instalados na mesma área e nos mesmos anos, com trigo comum,

registraram-se índices de até 40% de área foliar infectada com ferrugem. O fato das

linhagens de trigo duro apresentarem-se imunes ao agente causal da ferrugem-da-folha

provavelmente associou-se ao fator de que essa espécie ainda não tenha sido explorada

em escala comercial, no nosso meio, dificultando, portanto, o desenvolvimento da

doença ou de raças específicas que poderiam causar danos à produção de grãos.

Entretanto em regiões tradicionais de cultivo de trigo duro como em Israel e

Espanha, BEHARAV et al. (1997) e MARTÍNEZ et al. (2007) avaliando linhagens

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59

demonstraram variabilidade quanto à resistência ao agente causal da ferrugem-da-folha.

Nessas condições alguns genótipos se revelaram resistentes e grande parte suscetíveis às

raças de ocorrência prevalente em cada país.

Os graus médios de infecção de mancha-da-folha dos vinte genótipos de trigo

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de solo corrigido e de

irrigação por aspersão em Tatuí, nos ensaios instalados no período de 2005-08 são

apresentados na Tabela 17.

Em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 não houve incidência de mancha-da-folha,

provavelmente devido às condições desfavoráveis à ocorrência do patógeno. Em Tatuí,

verificou-se maior ocorrência da mancha-da-folha, nos ano de 2005 (10 a 40%). Por

outro lado, nos anos de 2006, 2007 e 2008 houve menor incidência de mancha-da-folha,

com área infectada variando de 5 a 30%, provavelmente devido às condições menos

favoráveis à ocorrência da doença, nesses anos.

Segundo a classificação proposta por METHA (1993) verificou-se que nos

quatro experimentos em Tatuí, as linhagens 2, 4, 6, 7, 8, 10, 11, 12, 13, 15 e a cultivar

IAC-1001 mostraram-se moderadamente resistentes, com graus médios de infecção

entre 6 e 25%. As linhagens 1, 3, 5, 9, 14, 16, 17 e as cultivares IAC-1002 e IAC-1003

foram suscetíveis, com 26 a 50% de área infectada, em pelo menos um ano.

Resultados similares foram observados por CAMARGO (1993) e BARROS et

al. (2006) quando relataram a dificuldade em se obter genótipos de trigo duro e comum

com resistência aos agentes causais de mancha-da-folha, devido à grande variabilidade

dos patógenos causadores da doença e pelo fato da resistência genética ser governada

por muito genes, dificultando o trabalho do melhorista em obter genótipos com grande

concentração de genes para resistência na mesma cultivar.

Os resultados obtidos nesse trabalho também concordaram com os de FELÍCIO

et al. (1999) avaliando genótipos de trigo duro. Os autores observaram incidência de

mancha-da-folha em Tatuí, no período de 1995 a 1997 e ausência nos ensaios instalados

em Mococa nos mesmos anos de cultivo, provavelmente devido as condições

específicas encontradas em cada local.

Não houve ocorrência de oídio também nos experimentos instalados em Tatuí e

Mococa. Baixa incidência de oídio também foi observada por CAMARGO et al.

(1995a) em ensaios de trigo duro instalados em Mococa (1991) e Maracaí (1990). No

entanto, nas mesmas condições, em anos favoráveis ao desenvolvimento da doença,

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Tabela 17 - Graus médios de infecção de mancha-da-folha(1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, condições de solo corrigido e de irrigação por aspersão, em Tatuí, no período de 2005-08.

Genótipos 2005 2006 2007 2008

__________________________________ % _________________________________

1 30 8 20 8

2 20 5 10 5

3 30 10 20 10

4 20 8 20 5

5 10 15 30 8

6 20 5 20 15

7 20 5 15 5

8 20 8 10 8

9 30 20 10 5

10 10 5 10 5

11 10 5 15 5

12 10 5 10 5

13 20 8 20 8

14 30 10 25 5

15 20 8 15 8

16 30 10 25 5

17 40 8 15 5

IAC-1001 10 8 15 8

IAC-1002 30 8 15 13

IAC-1003 30 8 25 8

(1) Avaliação segundo escala proposta por MEHTA (1993), onde 0 = imune, 1 a 5% de área infectada = resistente, 6 a 25% = moderadamente resistente, 26 a 50% = suscetível e 51 a 99% = altamente suscetível.

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61

foram verificadas altas incidências em Campinas (1991), com graus médios de infecção

variando de 20 a 80% e em Maracaí (1991) variando de 5 a 40%.

O comprimento médio das espigas, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados

no “Ensaio de Novas Linhagens I” instalados em condição de sequeiro e solo corrigido

em Capão Bonito e em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí e

Mococa, nos anos de 2007 e 2008 são apresentados nas tabelas 18, 19 e 20.

Os quadrados médios das análises de variância individuais para comprimento da

espiga revelaram efeitos significativos para genótipos em Capão Bonito, Tatuí e

Mococa, nos dois anos de cultivo e efeito significativo de repetições apenas em Tatuí,

no ano agrícola de 2007 (Tabela 19).

As análises de variância conjuntas, por local, mostraram efeitos significativos

para genótipos, anos em Capão Bonito, Tatuí e Mococa e efeito significativo para

interação genótipos x anos apenas em Capão Bonito.

Considerando o ensaio instalado em 2007 em Capão Bonito, as linhagens 8, 10 e

11 se destacaram pelas espigas mais compridas (7,1 a 7,3 cm), não diferindo apenas das

linhagens 6, 7, 12 e 16. Em 2008, a linhagem 11 exibiu maior comprimento da espiga

(6,4 cm), não diferindo apenas das linhagens 8 e 10. Apesar do efeito significativo da

interação genótipos x anos, a linhagem 11 apresentou-se superior quanto a esse caráter

em Capão Bonito.

Em Tatuí e Mococa, considerou-se para a comparação dos genótipos a média

dos dois anos, pois não houve comportamento diferenciado dos genótipos em função

dos anos. Resultados similares foram obtidos por LOBATO et al. (2005) avaliando

linhagens de trigo comum introduzidas do México em Tatuí, Mococa e Ribeirão Preto,

no ano agrícola de 2004 e por BIUDES et al. (2007) avaliando o desempenho

agronômico de linhagens de trigo comum em Monte Alegre do Sul, considerando a

média de quatro anos.

Em Tatuí as linhagens 10, 11 e 16 se destacaram em relação ao comprimento

médio da espiga (7,0 cm), não diferindo das linhagens 3, 4, 6, 7, 8, 12 e da cultivar IAC-

1001. Em Mococa, a linhagem 10 exibiu maior comprimento médio da espiga (7,1 cm),

não diferindo apenas das linhagens 6, 8, 11, 12 e 16.

Apesar das diferentes condições de cultivo de Capão Bonito, Tatuí e Mococa, as

linhagens 10 e 11 se destacaram pelas espigas mais compridas nos três locais.

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Tabela 18 - Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

__________________________________ cm _______________________________

1 6,2 b-e 5,7 b-e 5,9

2 6,0 c-e 5,3 ef 5,6

3 6,3 b-d 5,7 b-e 6,0

4 6,3 b-d 5,8 b-e 6,0

5 6,2 b-e 5,5 de 5,9

6 6,7 a-c 5,7 b-e 6,2

7 6,6 a-c 5,6 de 6,1

8 7,1 a 6,1 a-c 6,6

9 6,2 b-e 5,8 b-e 6,0

10 7,3 a 6,1 ab 6,7

11 7,3 a 6,4 a 6,9

12 6,8 ab 5,8 b-e 6,3

13 5,8 de 5,5 de 5,7

14 6,2 b-e 5,6 c-e 5,9

15 6,3 b-d 5,8 b-e 6,0

16 6,6 a-c 5,9 b-d 6,2

17 6,1 b-e 5,3 ef 5,7

IAC-1001 6,3 b-d 5,6 c-e 5,9

IAC-1002 5,5 e 5,0 f 5,2

IAC-1003 6,2 b-e 5,7 b-e 6,0

F (Repetições) 2,32 0,97 -

F (Genótipos) 10,73 * 11,52* 10,32*

F (Anos) - - 178,27*

F (G x A) - - 1,85*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,8 0,5 0,7

C.V. % 4.48 3,19 4,06

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 19 - Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

__________________________________ cm __________________________________

1 6,8 5,9 6,4 b-e

2 6,4 5,4 5,9 fg

3 7,1 5,9 6,5 a-e

4 7,2 5,9 6,5 a-e

5 6,8 5,5 6,2 d-g

6 7,3 6,2 6,7 a-c

7 7,0 6,1 6,6 a-d

8 7,3 6,1 6,7 a-c

9 6,9 5,7 6,3 c-g

10 7,5 6,5 7,0 a

11 7,5 6,5 7,0 a

12 7,4 6,2 6,8 ab

13 6,5 5,6 6,0 e-g

14 7,0 5,9 6,4 b-e

15 7,2 6,0 6,4 b-e

16 7,8 6,3 7,0 a

17 6,5 5,6 6,0 e-g

IAC-1001 7,0 6,2 6,6 a-d

IAC-1002 6,4 5,3 5,8 g

IAC-1003 7,0 5,9 6,4 b-e

F (Repetições) 3,87* 1,09 -

F (Genótipos) 13,49* 10,61* 16,31*

F (Anos) - - 777,22*

F (G x A) - - 1,01

d.m.s. (Tukey 5%) 0,5 0,6 0,5

C.V. % 2,91 3,55 3,75

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 20 - Médias do comprimento das espigas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ cm _______________________________

1 6,1 6,6 6,4 c-f

2 5,7 6,3 6,0 ef

3 6,2 6,7 6,4 c-f

4 6,2 6,7 6,5 b-e

5 5,9 6,4 6,2 d-f

6 6,4 6,9 6,7 a-d

7 6,2 6,7 6,5 b-e

8 6,7 7,3 7,0 ab

9 6,0 6,6 6,3 c-f

10 7,1 7,1 7,1 a

11 7,0 7,0 7,0 ab

12 6,5 6,7 6,6 a-d

13 5,9 6,3 6,1 d-f

14 5,9 6,7 6,3 c-f

15 6,4 6,7 6,5 b-e

16 6,6 7,1 6,9 a-c

17 6,0 6,6 6,3 c-f

IAC-1001 6,0 6,9 6,4 c-f

IAC-1002 5,8 6,0 5,9 f

IAC-1003 5,9 6,5 6,2 d-f

F (Repetições) 0,48 0,26 -

F (Genótipos) 12,67* 4,56* 10,06*

F (Anos) - - 100,74*

F (G x A) - - 1,40

d.m.s. (Tukey 5%) 0,6 0,8 0,6

C.V. % 3,48 4,31 3,88

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Variabilidade genética para comprimento da espiga também foi demonstrada por

CAMARGO et al. (1995b) estudando o comportamento de linhagens de trigo duro,

introduzidas do CIMMYT, México, em três locais paulistas, em 1992. No entanto, esses

pesquisadores relataram a necessidade em se obter genótipos com espigas mais

compridas, pois as linhagens de trigo duro exibiram espigas muito curtas e compactas

em relação as linhagens de trigo comum.

O número médio de espiguetas por espiga, dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” instalados em condição de sequeiro e solo

corrigido em Capão Bonito e em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido em

Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008 estão dispostos nas tabelas 21, 22 e 23.

Os quadrados médios das análises de variância individuais para o número de

espiguetas por espiga exibiram efeitos significativos para genótipos em Capão Bonito,

Tatuí e Mococa, em todos os anos considerados e efeitos de repetições significativos

apenas em Tatuí, no ano de 2007 e Mococa, nos anos de 2007 e 2008 (Tabelas 22 e 23).

As análises de variância conjuntas revelaram efeitos significativos para

genótipos e anos nos três locais. Somente no ensaio de Tatuí não houve interação

genótipos x anos.

Esses resultados discordaram parcialmente dos obtidos por BIUDES et al.

(2007) estudando linhagens de trigo comum em Monte Alegre do Sul, no período de

1999 a 2002, em condição de irrigação por aspersão e por ELHANI et al. (2007)

avaliando linhagens de trigo duro na Espanha, em condições de irrigação e sequeiro.

Esses pesquisadores também demonstraram efeitos não significativos para anos e

interação genótipos x anos para o caráter número de espiguetas por espiga.

Considerando os dados obtidos nos anos de 2007 e 2008, verificou-se que houve

redução significativa quando ao número de espiguetas por espiga, em todos os

genótipos avaliados neste ensaio, provavelmente causado por fatores ambientais que

interferiram na formação da espiga, somados com a menor precipitação verificada em

2008. Em condição de estresse hídrico SHPILER & BLUM (1991) verificou redução no

número de espiguetas por espiga e grãos por espiga e consequentemente na produção de

grãos, em experimentos de trigo comum.

Em Capão Bonito, apesar da existência de interação genótipos x anos, destacou-

se a linhagem 11 nos dois anos quanto ao número de espiguetas por espiga. Em 2007

não diferiu apenas das linhagens 2, 7, 8, 10 e 12 e em 2008 diferiu somente das

linhagens 1, 3, 4, 8, 16, 17 e da cultivar IAC-1001.

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Tabela 21 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ no _______________________________

1 14,6 ef 13,4 bc 14,0

2 16,7 a-e 14,5 ab 15,6

3 15,0 d-f 13,4 bc 14,2

4 14,6 ef 13,3 bc 13,9

5 15,3 c-f 13,6 a-c 14,4

6 15,2 c-f 13,7 a-c 14,4

7 17,6 ab 14,4 ab 16,0

8 16,3 a-e 13,4 bc 14,8

9 15,0 d-f 13,5 a-c 14,3

10 17,4 a-c 14,3 ab 15,9

11 17,9 a 14,8 a 16,3

12 17,1 a-d 13,7 a-c 15,4

13 13,9 f 14,0 a-c 13,9

14 15,0 d-f 13,5 a-c 14,2

15 14,7 ef 14,0 a-c 14,3

16 15,2 c-f 12,8 c 14,0

17 14,8 ef 13,4 bc 14,1

IAC-1001 15,4 b-f 13,2 bc 14,3

IAC-1002 14,6 ef 13,6 a-c 14,1

IAC-1003 14,8 ef 14,2 ab 14,5

F (Repetições) 2,54 0,37 -

F (Genótipos) 7,01 * 3,61* 2,50*

F (Anos) - - 71,63*

F (G x A) - - 3,34*

d.m.s. (Tukey 5%) 2,3 1,4 2,7

C.V. % 5.65 3,82 5,06

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 22 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_______________________________ no _________________________________

1 16,7 14,0 15,4 ab

2 17,7 14,6 16,1 ab

3 17,6 13,6 15,6 ab

4 17,2 13,3 15,2 ab

5 17,0 13,2 15,1 ab

6 16,7 13,7 15,2 ab

7 18,4 15,1 16,7 a

8 16,6 13,8 15,2 ab

9 17,3 13,4 15,4 ab

10 17,4 15,1 16,2 ab

11 17,4 15,6 16,5 ab

12 17,5 14,6 16,0 ab

13 16,5 13,7 15,1 ab

14 17,6 14,0 15,8 ab

15 16,7 14,1 15,4 ab

16 16,9 13,7 15,3 ab

17 16,1 13,7 14,9 b

IAC-1001 16,7 14,0 15,3 ab

IAC-1002 17,8 14,0 15,9 ab

IAC-1003 17,1 13,5 15,3 ab

F (Repetições) 3,70* 2,67 -

F (Genótipos) 3,12* 3,17* 2,75*

F (Anos) - - 514,19*

F (G x A) - - 1,52

d.m.s. (Tukey 5%) 1,6 1,9 1,8

C.V. % 3,62 5,12 4,53

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 23 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ no ______________________________

1 15,5 c-e 15,4 c 15,5

2 17,1 a-c 18,3 a 17,7

3 15,7 b-e 16,2 a-c 15,9

4 15,4 de 16,0 bc 15,7

5 16,1 b-e 16,1 bc 16,1

6 15,2 e 16,6 a-c 15,9

7 16,9 a-d 17,9 ab 17,4

8 16,1 b-e 16,6 a-c 16,4

9 15,4 de 16,8 a-c 16,1

10 17,2 ab 16,7 a-c 16,9

11 17,9 a 16,7 a-c 17,3

12 16,5 a-e 15,6 c 16,1

13 15,4 de 15,5 c 15,4

14 15,8 b-e 17,0 a-c 16,4

15 16,8 a-e 16,9 a-c 16,8

16 15,6 b-e 15,9 bc 15,7

17 15,7 b-e 16,9 a-c 16,3

IAC-1001 15,2 e 16,4 a-c 15,8

IAC-1002 16,4 a-e 15,9 bc 16,1

IAC-1003 15,4 de 15,6 c 15,5

F (Repetições) 5,78* 4,78* -

F (Genótipos) 5,59* 3,49* 2,99*

F (Anos) - - 4,93*

F (G x A) - - 1,80*

d.m.s. (Tukey 5%) 1,7 2,1 2,2

C.V. % 4,10 4,88 4,97

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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A linhagem 7 exibiu maior número médio de espiguetas por espiga em Tatuí

(16,7), considerando a média dos dois anos, diferindo apenas da linhagem 17 (14,9).

Em Mococa, destacou-se em 2007 a linhagem 11 quanto ao número de

espiguetas por espiga (17,9), não diferindo das linhagens 2, 7, 10, 12, 15 e da cultivar

IAC-1002 (16,4 a 17,2). No entanto em 2008, a linhagem 2 exibiu maior número de

espiguetas por espiga (18,3), diferindo das linhagens 1, 4, 5, 12, 13, 16 e das cultivares

IAC-1002 e IAC-1003 (15,4 a 16,1).

Variabilidade genética quanto ao número de espiguetas por espiga também foi

verificada por GARCIA DEL MORAL et al. (2005) avaliando genótipos de trigo duro

na Espanha.

O número médio de grãos por espiga, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados

no “Ensaio de Novas Linhagens I” instalados em condição de sequeiro e solo corrigido

em Capão Bonito e em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí e

Mococa, nos anos de 2007 e 2008 estão dispostos nas tabelas 24, 25 e 26.

As análises de variância individuais revelaram efeitos significativos para

genótipos e efeitos não significativos para repetições em Capão Bonito, Tatuí e Mococa,

nos anos de 2007 e 2008. Esses resultados demonstraram a ocorrência de variabilidade

genética entre os genótipos avaliados, introduzidos do CIMMYT, México.

Considerando-se conjuntamente os ensaios por local, verificou-se que houve efeitos

significativos para genótipos, anos e interação genótipos x anos, exceto para efeito de

anos em Capão Bonito (Tabela 24). Portanto, as médias dos genótipos foram

comparadas individualmente em cada ano.

Esses resultados discordaram dos obtidos por GARCIA DEL MORAL et al.

(2005) e por ELHANI et al. (2007), estudando o comportamento de linhagens de trigo

em condições de sequeiro e irrigado, em dois anos de cultivo na Espanha. Esses

pesquisadores demonstraram que não houve efeito significativo quanto a interação

genótipos x anos. Por outro lado, relataram a grande influência de fatores adversos

como alta e baixa temperatura e disponibilidade de água na expressão desse caráter.

Em Capão Bonito, destacou-se a linhagem 10 (60,6), quanto ao número de grãos

por espiga (fertilidade da espiga), não diferindo apenas das linhagens 2 (52,0) e 11

(58,1), no ano agrícola de 2007. No entanto, em 2008, a linhagem 14 revelou-se

superior (50,5) em relação as demais, exceto das linhagens 1, 2, 3, 4, 5, 9, 11 e da

cultivar IAC-1002 (42,4 a 46,9).

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Tabela 24 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no ______________________________

1 41,5 c-f 46,9 ab 44,2

2 52,0 a-c 45,5 ab 48,7

3 43,6 c-f 45,2 ab 44,4

4 47,8 b-e 44,4 a-c 46,1

5 41,7 c-f 43,4 a-d 42,5

6 41,3 c-f 40,2 b-e 40,7

7 42,5 c-f 36,1 c-e 39,3

8 42,9 c-f 38,3 b-e 40,6

9 42,7 c-f 44,3 a-c 43,5

10 60,6 a 40,5 b-e 50,6

11 58,1 ab 44,7 a-c 51,4

12 40,7 c-f 33,4 e 37,0

13 37,6 d-f 39,9 b-e 38,8

14 48,8 b-d 50,5 a 49,7

15 35,3 f 39,0 b-e 37,2

16 43,8 c-f 40,8 b-e 42,3

17 37,0 ef 33,0 e 35,0

IAC-1001 41,4 c-f 35,2 de 38,3

IAC-1002 39,2 d-f 42,4 a-d 40,8

IAC-1003 39,0 d-f 41,1 b-e 40,0

F (Repetições) 2,57 0,55 -

F (Genótipos) 8,78* 7,34* 2,27*

F (Anos) - - 3,51

F (G x A) - - 4,85*

d.m.s. (Tukey 5%) 11,7 8,9 18,1

C.V. % 10.18 8,20 9,50

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 25 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no ______________________________

1 56,9 ab 47,1 a-c 52,0

2 57,5 ab 52,4 a-c 55,0

3 60,6 a 47,1 a-c 53,8

4 60,3 a 42,9 bc 51,6

5 52,7 a-d 40,6 bc 46,6

6 44,1 de 40,6 bc 42,4

7 46,4 b-e 49,3 a-c 47,9

8 46,4 b-e 43,3 bc 44,8

9 58,1 ab 46,4 a-c 52,2

10 58,8 a 55,0 ab 56,9

11 57,1 ab 59,3 a 58,2

12 41,4 de 45,6 a-c 43,5

13 45,1 c-e 42,6 bc 43,9

14 63,0 a 54,0 a-c 58,5

15 41,1 e 38,7 c 39,9

16 61,6 a 46,6 a-c 54,1

17 45,2 c-e 38,4 c 41,8

IAC-1001 46,8 b-e 50,1 a-c 48,4

IAC-1002 55,6 a-c 42,7 bc 49,1

IAC-1003 42,4 de 38,6 c 40,5

F (Repetições) 0,77 0,89 -

F (Genótipos) 12,46* 3,87* 3,41*

F (Anos) - - 17,10*

F (G x A) - - 3,11*

d.m.s. (Tukey 5%) 11,3 15,7 18,6

C.V. % 8,30 12,97 10,59

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 26 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

__________________________________ no _______________________________

1 48,3 d-g 59,9 a-c 54,1

2 58,3 a-c 70,1 a 64,2

3 52,0 c-f 57,5 b-e 54,7

4 53,3 c-e 59,4 a-d 56,3

5 48,8 c-g 54,3 b-g 51,5

6 43,3 fg 48,8 d-h 46,0

7 44,3 e-g 50,4 c-h 47,4

8 47,0 d-g 49,7 c-h 48,4

9 49,0 c-g 56,3 b-f 52,6

10 64,5 ab 59,3 a-d 61,9

11 66,2 a 57,9 b-d 62,1

12 47,8 d-g 40,4 h 44,1

13 44,6 e-g 49,6 c-h 47,1

14 55,0 b-d 64,1 ab 59,5

15 42,7 fg 47,0 e-h 39,5

16 53,3 c-e 60,1 a-c 56,7

17 41,0 g 45,3 gh 43,1

IAC-1001 44,2 e-g 51,7 c-g 47,9

IAC-1002 48,9 c-g 51,1 c-h 50,0

IAC-1003 43,1 fg 45,9 f-h 44,5

F (Repetições) 1,00 2,36 -

F (Genótipos) 13,57* 12,13* 5,47*

F (Anos) - - 12,46*

F (G x A) - - 4,21*

d.m.s. (Tukey 5%) 10,0 10,9 17,1

C.V. % 7,65 7,68 7,96

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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No ano agrícola de 2007 as linhagens 3, 4, 10, 14 e 16 destacaram-se em Tatuí,

por apresentarem alta fertilidade da espiga (58,8 a 63,0), diferindo das linhagens 6, 7, 8,

12, 13, 15, 17 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1003 (41,1 a 46,8). Em 2008, destacou-

se a linhagem 11 (59,3), pois exibiu maior fertilidade da espiga, diferindo das linhagens

4, 5, 6, 8, 13, 15, 17 e das cultivares IAC-1002 e IAC-1003 (38,4 a 43,3).

Considerando os dados obtidos em Mococa, a linhagem 11 exibiu maior

fertilidade da espiga em 2007 (66,2), diferindo das demais, exceto das linhagens 2

(58,3) e 10 (64,5). No entanto, em 2008, destacou-se a linhagem 2 (70,1), não diferindo

apenas das linhagens 1, 4, 10, 14 e 16 (59,3 a 64,1).

Este caráter tem sido de grande interesse em diversos programas de

melhoramento, pois provavelmente desempenha um papel crucial no rendimento total

dos grãos, inclusive diversos pesquisadores têm demonstrado aumento no número dos

grãos por espiga nas linhagens modernas na Itália e na Espanha (ÁLVARO et al., 2008;

MOTZO et al., 2004 e ROYO et al., 2007).

O número médio de grãos por espigueta, dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” instalados em condição de sequeiro e solo

corrigido em Capão Bonito e em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido em

Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008 são apresentados nas tabelas 27, 28 e 29.

Nas análises de variância individuais para número de grãos por espigueta, os

quadrados médios revelaram efeitos significativos para genótipos em Capão Bonito,

Tatuí e Mococa nos dois anos de cultivo e efeitos significativos para repetições apenas

no ensaio instalado em Capão Bonito, no ano de 2007.

Os quadrados médios das análises de variância conjuntas, por local, mostraram

efeitos significativos para genótipos, anos e interação genótipos x anos nos três locais.

Resultados obtidos nesses experimentos discordaram dos obtidos por ELHANI et al.

(2007) avaliando o número de grãos por espigueta no colmo principal e nos perfilhos.

Esses pesquisadores demonstraram que o comportamento das linhagens de trigo duro

não diferiram em função dos anos tanto no colmo principal quanto nos perfilhos.

A linhagem 10 (3,49) destacou-se quanto ao número de grãos por espigueta

(fertilidade da espigueta) em Capão Bonito, no ano de 2007, não diferindo das linhagens

2, 4, 11 e 14 (3,11 a 3,28). Em 2008, a linhagem 14 exibiu espiguetas com maior

fertilidade (3,75), não diferindo apenas das linhagens 1, 2, 3, 4, 5, 9, 16 e a cultivar

IAC-1002 (3,11 a 3,53).

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Tabela 27 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no ________________________________

1 2,85 b-f 3,53 ab 3,19

2 3,11 a-e 3,15 a-e 3,13

3 2,92 b-f 3,40 a-c 3,16

4 3,28 ab 3,35 a-c 3,32

5 2,73 c-f 3,19 a-d 2,96

6 2,73 c-f 2,93 b-g 2,83

7 2,43 f 2,51 e-g 2,47

8 2,64 d-f 2,87 b-g 2,75

9 2,85 b-f 3,28 a-d 3,06

10 3,49 a 2,84 c-g 3,17

11 3,23 a-d 3,03 b-g 3,13

12 2,38 f 2,43 g 2,41

13 2,74 c-f 2,87 b-g 2,80

14 3,27 a-c 3,75 a 3,51

15 2,42 f 2,80 c-g 2,61

16 2,89 b-f 3,21 a-d 3,05

17 2,49 f 2,46 fg 2,48

IAC-1001 2,69 d-f 2,68 d-g 2,68

IAC-1002 2,69 d-f 3,11 a-f 2,90

IAC-1003 2,65 d-f 2,91 b-g 2,78

F (Repetições) 5,54* 0,64 -

F (Genótipos) 9,30* 7,70* 4,07*

F (Anos) - - 8,34*

F (G x A) - - 3,05*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,54 0,67 0,85

C.V. % 7.27 8,46 8,23

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 28 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ no _______________________________

1 3,42 ab 3,36 a-c 3,39

2 3,25 a-d 3,59 a-c 3,42

3 3,45 ab 3,46 a-c 3,45

4 3,52 a 3,19 a-c 3,35

5 3,10 a-e 3,06 a-c 3,08

6 2,66 d-f 2,95 bc 2,81

7 2,53 ef 3,28 a-c 2,91

8 2,80 b-f 3,14 a-c 2,97

9 3,36 a-c 3,46 a-c 3,41

10 3,40 a-c 3,66 a-c 3,53

11 3,28 a-d 3,82 ab 3,55

12 2,38 f 3,13 a-c 2,76

13 2,74 c-f 3,12 a-c 2,93

14 3,58 a 3,87 a 3,73

15 2,47 ef 2,77 c 2,62

16 3,67 a 3,41 a-c 3,54

17 2,82 b-f 2,81 c 2,82

IAC-1001 2,82 b-f 3,59 a-c 3,20

IAC-1002 3,14 a-e 3,05 a-c 3,10

IAC-1003 2,49 ef 2,86 c 2,68

F (Repetições) 1,62 0,31 -

F (Genótipos) 10,50* 3,48* 4,43*

F (Anos) - - 10,87*

F (G x A) - - 2,23*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,68 0,91 0,92

C.V. % 8,46 10,56 9,60

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 29 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no _______________________________

1 3,10 b-f 3,89 a 3,50

2 3,42 a-c 3,87 a 3,65

3 3,32 a-d 3,55 a-d 3,43

4 3,48 a-c 3,71 a-c 3,59

5 3,03 c-f 3,38 b-e 3,20

6 2,87 c-f 2,96 e-h 2,91

7 2,62 ef 2,83 f-h 2,73

8 2,91 c-f 3,00 e-h 2,95

9 3,20 a-e 3,36 b-e 3,28

10 3,77 a 3,54 a-d 3,65

11 3,70 ab 3,48 a-d 3,59

12 2,90 c-f 2,59 h 2,74

13 2,89 c-f 3,25 c-f 3,07

14 3,47 a-c 3,78 ab 3,63

15 2,56 f 2,78 gh 2,67

16 3,43 a-c 3,79 ab 3,61

17 2,60 ef 2,69 h 2,64

IAC-1001 2,92 c-f 3,16 d-g 3,04

IAC-1002 2,98 c-f 3,22 d-g 3,10

IAC-1003 2,80 d-f 2,97 e-h 2,88

F (Repetições) 0,22 0,38 -

F (Genótipos) 9,61* 20,97* 8,85*

F (Anos) - - 12,03*

F (G x A) - - 2,92*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,61 0,47 0,71

C.V. % 7,49 5,45 6,37

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Em Tatuí, as linhagens 4 (3,52), 14 (3,58) e 16 (3,67) se sobressaíram quanto a

fertilidade da espigueta em 2007, não diferindo das linhagens 1, 2, 3, 5, 9, 10, 11 e da

cultivar IAC-1002 (3,10 a 3,45).

No entanto, em 2008, a linhagem 14 exibiu espiguetas mais férteis, diferindo

apenas das linhagens 6, 15, 17 e da cultivar IAC-1003 (2,77 a 2,95).

Em Mococa, no ano agrícola de 2007, a linhagem 10 exibiu maior fertilidade da

espigueta (3,77), não diferindo das linhagens 2, 3, 4, 9, 11, 14 e 16 (3,20 a 3,70). No

entanto em 2008, as linhagens 1 e 2 exibiram maior número de grãos por espigueta, não

diferindo das linhagens 3, 4, 10, 11, 14 e 16 (3,48 a 3,79).

Avaliando linhagens de trigo duro e trigo comum, CAMARGO et al. (1995b)

também verificou genótipos superiores quanto a fertilidade da espigueta. Esses

pesquisadores também demonstraram que as linhagens de trigo duro tiveram uma

tendência em apresentar espiguetas mais férteis em relação as linhagens de trigo comum

avaliadas em condições de irrigação por aspersão.

Nas tabelas 30, 31 e 32 estão apresentados os dados médios da massa de cem

grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”

instalados em condição de sequeiro e solo corrigido em Capão Bonito e em condição de

irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeitos

significativos para genótipos em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, nos dois anos

considerados e efeitos significativos para repetições apenas em Mococa, nos anos de

2007 e 2008.

As análises de variância conjuntas exibiram efeitos significativos para genótipos

em todos locais, efeitos significativos para anos em Tatuí e Mococa e para interação

genótipos x anos apenas em Capão Bonito.

Resultados semelhantes foram obtidos por ELHANI et al. (2007), que também

verificaram efeitos não significativos para interação genótipos x anos em condições de

irrigação por aspersão na Espanha. No entanto esses resultados discordaram dos obtidos

por BIUDES et al. (2007) avaliando linhagens de trigo comum em quatro anos em

Monte Alegre do Sul, demonstrando grande influência dos anos na expressão desse

caráter em experimentos conduzidos em condição de irrigação.

O fato das linhagens apresentarem comportamento diferenciado em função dos

anos em Capão Bonito, provavelmente foram relacionados às diferentes condições

ambientais que ocorreram nos dois anos de cultivo.

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Tabela 30 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

__________________________________ no ______________________________

1 4,72 a-d 3,70 c 4,21

2 3,94 d 3,81 bc 3,87

3 4,46 a-d 3,86 bc 4,16

4 4,28 b-d 3,75 c 4,02

5 4,69 a-d 3,86 bc 4,27

6 5,15 ab 4,80 a 4,98

7 4,17 cd 4,20 ab 4,19

8 4,41 a-d 4,52 ab 4,47

9 4,45 a-d 3,91 bc 4,18

10 2,84 e 3,65 c 3,24

11 2,96 e 3,81 bc 3,39

12 2,95 e 3,60 c 3,27

13 5,01 a-c 4,93 a 4,97

14 4,11 cd 3,50 c 3,80

15 5,35 a 4,81 a 5,08

16 4,13 cd 3,47 c 3,80

17 4,80 a-d 4,66 a 4,73

IAC-1001 4,32 b-d 4,54 ab 4,43

IAC-1002 4,95 a-c 4,53 ab 4,74

IAC-1003 5,18 ab 4,87 a 5,03

F (Repetições) 1,63 0,43 -

F (Genótipos) 15,97* 13,19* 4,77*

F (Anos) - - 3,08

F (G x A) - - 5,13*

d.m.s. (Tukey 5%) 0.96 0,74 1,51

C.V. % 8.40 6,78 7,71

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 31 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no ______________________________

1 4,79 4,68 4,73 e-h

2 4,62 3,90 4,26 g-i

3 4,86 4,33 4,59 f-i

4 4,63 4,84 4,74 e-h

5 4,78 4,69 4,74 e-h

6 5,82 5,35 5,59 a-c

7 5,15 4,58 4,86 d-h

8 5,16 4,93 5,04 b-f

9 4,80 4,86 4,83 d-h

10 4,15 3,71 3,93 i

11 4,19 3,84 4,02 i

12 4,42 4,05 4,23 hi

13 5,67 5,63 5,65 ab

14 4,63 4,26 4,45 f-i

15 5,62 5,25 5,43 a-d

16 4,51 4,24 4,38 f-i

17 5,28 4,71 5,00 b-f

IAC-1001 5,05 4,81 4,93 c-g

IAC-1002 5,37 5,33 5,35 a-e

IAC-1003 6,03 5,84 5,93 a

F (Repetições) 0,99 1,22 -

F (Genótipos) 20,50* 13,42* 21,91*

F (Anos) - - 29,16*

F (G x A) - - 1,37

d.m.s. (Tukey 5%) 0,62 0,85 0,68

C.V. % 4,71 6,92 5,88

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 32 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ no _____________________________

1 4,70 4,25 4,48 e-h

2 4,20 3,58 3,89 hi

3 4,57 4,10 4,33 f-h

4 4,57 4,09 4,33 f-h

5 4,94 4,44 4,69 d-g

6 5,88 5,18 5,53 ab

7 5,11 4,69 4,90 c-f

8 5,12 4,25 4,68 d-g

9 4,95 4,10 4,52 e-g

10 4,18 3,63 3,91 hi

11 3,92 3,40 3,66 i

12 4,07 4,19 4,13 g-i

13 5,72 5,05 5,38 a-c

14 4,43 3,96 4,20 g-i

15 5,33 4,96 5,15 a-d

16 4,42 3,94 4,18 g-i

17 5,04 4,62 4,83 c-f

IAC-1001 4,73 4,37 4,55 d-g

IAC-1002 5,28 4,65 4,96 b-e

IAC-1003 5,75 5,40 5,58 a

F (Repetições) 4,49* 3,38* -

F (Genótipos) 13,01* 8,61* 27,40*

F (Anos) - - 117,26*

F (G x A) - - 0,65

d.m.s. (Tukey 5%) 0,83 0,96 0,60

C.V. % 6,51 8,47 7,97

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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81

No ano de 2007, em Capão Bonito a linhagem 15, exibiu grãos mais pesados

(5,35 g), diferindo das linhagens 2, 4, 7, 10, 11, 12, 14, 16 e da cultivar IAC-1001 (2,95

a 4,32 g). Em 2008, as linhagens 6 (4,80 g), 13 (4,93 g), 15 (4,81 g), 17 (4,66 g) e IAC-

1003 (4,87 g) destacaram-se pelos grãos mais pesados, não diferindo apenas das

linhagens 7, 8 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1002 (4,20 a 4,54 g).

Devido a ausência de interação genótipos x anos nos ensaios instalados em Tatuí

e Mococa, em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido, a cultivar IAC-1003

destacou-se por apresentar maior peso de grãos nos dois locais (5,93 e 5,58 g,

respectivamente), não diferindo apenas das linhagens 6, 13, 15 e da cultivar IAC-1002

(5,35 a 5,65 g) em Tatuí e das linhagens 6, 13 e 15 (5,15 e 5,53 g) em Mococa. A

cultivar IAC-1003 demonstrou ser superior em condição de irrigação por aspersão e

solo corrigido, revelando ser uma fonte genética de interesse para aumentar esse caráter

em cruzamentos.

Variabilidade genética em relação ao peso de grãos também foram verificados

por GARCIA DEL MORAL et al. (2003) avaliando linhagens de trigo duro em

diferentes condições ambientais na Espanha. Esses pesquisadores demonstraram que as

linhagens estudadas apresentaram média variando de 4,27 a 5,50 g.

Avaliando linhagens de trigo comum e trigo duro na República da Sérvia e no

Brasil, BRDAR et al. (2008) e CAMARGO et al. (1995b) demonstraram uma tendência

dos genótipos de trigo duro apresentarem maior peso de grãos em relação ao trigo

comum.

Nas tabelas 33, 34 e 35 estão apresentados os dados do comprimento médio do

internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas

Linhagens I” instalados em condição de sequeiro e solo corrigido em Capão Bonito e

em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí e Mococa, nos anos de

2007 e 2008.

Nas análises individuais, os quadrados médios mostraram efeitos significativos

para genótipos em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, nos dois anos considerados e para

repetições em Capão Bonito, no ano de 2007 e em Mococa, nos dois anos.

Os quadrados médios das análises de variância conjuntas revelaram efeitos

significativos para genótipos e anos nos três locais, exceto para anos em Capão Bonito e

efeitos não significativos para interação genótipos x anos apenas em Tatuí e Mococa.

Esses dados do comprimento médio do internódio da raque mostraram que em

condições de irrigação, o comportamento dos genótipos avaliados não diferiram em

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Tabela 33 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ cm ______________________________

1 0,43 ab 0,43 ab 0,43

2 0,36 e 0,37 e 0,36

3 0,42 a-c 0,42 bc 0,42

4 0,43 ab 0,43 ab 0,43

5 0,41 bc 0,41 b-d 0,41

6 0,44 a 0,42 bc 0,43

7 0,37 e 0,39 de 0,38

8 0,44 a 0,45 a 0,45

9 0,41 bc 0,43 ab 0,42

10 0,42 a-c 0,43 ab 0,43

11 0,41 bc 0,44 ab 0,42

12 0,40 cd 0,42 bc 0,41

13 0,42 a-c 0,40 cd 0,41

14 0,42 a-c 0,41 b-d 0,42

15 0,43 ab 0,41 b-d 0,42

16 0,44 a 0,46 a 0,45

17 0,41 bc 0,40 cd 0,41

IAC-1001 0,41 bc 0,43 ab 0,42

IAC-1002 0,38 de 0,37 e 0,37

IAC-1003 0,42 a-c 0,41 b-d 0,41

F (Repetições) 5,27* 1,21 -

F (Genótipos) 11,21* 16,31* 7,59*

F (Anos) - - 0,48

F (G x A) - - 2,79*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,03 0,03 0,05

C.V. % 3,22 2,87 3,23

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 34 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ cm _____________________________

1 0,41 0,42 0,42 b-d

2 0,36 0,37 0,37 f

3 0,40 0,44 0,42 b-d

4 0,42 0,44 0,43 bc

5 0,40 0,42 0,41 c-e

6 0,44 0,45 0,44 ab

7 0,38 0,41 0,39 ef

8 0,44 0,45 0,44 ab

9 0,40 0,42 0,41 c-e

10 0,43 0,43 0,43 bc

11 0,43 0,42 0,42 b-d

12 0,42 0,43 0,43 bc

13 0,39 0,41 0,40 de

14 0,40 0,42 0,41 c-e

15 0,41 0,42 0,42 b-d

16 0,46 0,46 0,46 a

17 0,41 0,41 0,41 c-e

IAC-1001 0,42 0,44 0,43 bc

IAC-1002 0,36 0,38 0,37 f

IAC-1003 0,41 0,44 0,42 b-d

F (Repetições) 0,34 1,94 -

F (Genótipos) 24,36* 6,98* 15,05*

F (Anos) - - 30,72*

F (G x A) - - 1,41

d.m.s. (Tukey 5%) 0,03 0,04 0,03

C.V. % 2,45 3,92 3,34

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 35 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_______________________________ cm ______________________________

1 0,40 0,43 0,41 b-d

2 0,33 0,34 0,34 g

3 0,39 0,42 0,40 c-e

4 0,40 0,42 0,41 b-d

5 0,37 0,40 0,38 ef

6 0,42 0,42 0,42 a-c

7 0,37 0,38 0,37 f

8 0,42 0,44 0,43 ab

9 0,39 0,39 0,39 d-f

10 0,41 0,42 0,42 a-c

11 0,39 0,42 0,41 b-d

12 0,40 0,43 0,41 b-d

13 0,38 0,41 0,40 c-e

14 0,38 0,39 0,39 d-f

15 0,38 0,40 0,39 d-f

16 0,42 0,45 0,44 a

17 0,39 0,39 0,39 d-f

IAC-1001 0,40 0,42 0,41 b-d

IAC-1002 0,35 0,38 0,37 f

IAC-1003 0,38 0,42 0,40 c-e

F (Repetições) 4,90* 6,22* -

F (Genótipos) 9,97* 11,46* 16,21*

F (Anos) - - 61,96*

F (G x A) - - 1,01

d.m.s. (Tukey 5%) 0,04 0,04 0,03

C.V. % 3,67 3,59 4,02

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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função dos anos. No entanto, em condições de sequeiro houve comportamento

diferenciado dos genótipos em função provavelmente das diferentes condições

ambientais verificadas nos dois anos de cultivo.

Em 2007, sobressaíram-se em Capão Bonito as linhagens 6, 8 e 16 quanto ao

comprimento do internódio da raque (0,44 cm), não diferindo das linhagens 1, 3, 4, 10,

13, 14, 15 e da cultivar IAC-1003 (0,42 a 0,43 cm). As linhagens 8 e 16 também se

destacaram quanto ao comprimento do internódio da raque (0,45 e 0,46 cm) no ano de

2008, não diferindo apenas das linhagens 1, 4, 9, 10, 11 e da cultivar IAC-1001 (0,43 e

0,44 cm).

Apesar das diferentes condições entre as duas zonas tritícolas, a linhagem 16

exibiu maior comprimento médio do internódio da raque em Tatuí (0,46 cm), não

diferindo apenas das linhagens 6 e 8 (0,44 cm), e em Mococa, a linhagem 16 (0,44 cm),

não diferiu apenas das linhagens 6, 8 e 10 (0,42 e 0,43 cm).

CAMARGO et al. (2000b) verificou divergência genética muito mais evidentes

quanto a esse caráter entre os genótipos de trigo comum avaliados em relação à

encontrada no presente trabalho. Para tanto haverá necessidade de buscar nas coleções

de trigo duro fontes genéticas para aumentar o comprimento médio do internódio em

cruzamentos ou empregar genótipos de trigo comum como doador desse caráter.

Os dados médios do comprimento, largura e espessura dos grãos dos

experimentos instalados em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, no ano de 2007, são

exibidos nas tabelas 36, 37 e 38.

Os quadrados médios das análises de variância individuais, para os três

caracteres demonstraram efeitos significativos para genótipos nos três locais e para

repetições apenas para o comprimento dos grãos, em Capão Bonito e para a largura dos

grãos, em Mococa.

Considerando o comprimento médio dos grãos, destacou-se a linhagem 15 em

Capão Bonito (7,8 mm) não diferindo apenas das linhagens 6, 8 e da cultivar IAC-1003.

Em Tatuí, as linhagens 6 e 15, com comprimento médio de 8,1 e 8,2 mm, revelaram-se

superiores, não diferindo apenas das cultivares IAC-1001 e IAC-1003, com média de

7,7 e 8,0 mm, respectivamente.

A linhagem 6, com média de 8,0 mm, demonstrou maior comprimento dos grãos

em Mococa, não diferindo apenas das linhagens 1, 7, 8, 15 e das cultivares IAC-1001 e

IAC-1003, com médias variando de 7,5 a 7,8 mm.

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Tabela 36 - Médias do comprimento dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.

Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa

____________________________________ mm ____________________________________

1 7,2 bc 7,5 c-e 7,5 a-d

2 6,4 e 6,9 f 6,7 f

3 7,0 cd 7,2 d-f 7,3 b-e

4 7,0 cd 7,3 c-f 7,3 b-e

5 7,3 bc 7,2 d-f 7,3 b-e

6 7,6 ab 8,1 a 8,0 a

7 7,3 bc 7,6 b-d 7,7 a-c

8 7,4 ab 7,6 b-d 7,5 a-d

9 6,9 cd 7,2 d-f 7,3 b-e

10 6,9 cd 7,2 d-f 7,2 c-f

11 7,2 bc 7,2 d-f 7,2 c-f

12 6,7 de 7,1 ef 6,9 ef

13 7,0 cd 7,3 c-f 7,0 d-f

14 7,2 bc 7,4 c-e 7,2 c-f

15 7,8 a 8,2 a 7,8 ab

16 6,9 cd 7,2 d-f 7,2 c-f

17 7,3 bc 7,6 b-d 7,4 b-e

IAC-1001 7,2 bc 7,7 a-c 7,6 a-c

IAC-1002 7,0 cd 7,2 d-f 7,2 c-f

IAC-1003 7,6 ab 8,0 ab 7,7 a-c

F (Repetições) 3,23* 2,00 2,10

F (Genótipos) 19,09* 12,95* 8,52*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,4 0,5 0,6

C.V. % 2,05 2,52 2,93

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 37 - Médias da largura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.

Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa

_________________________________ mm _________________________________

1 3,2 a-c 3,4 a-c 3,2 b-d

2 2,9 cd 3,2 c-e 3,2 b-d

3 3,2 a-c 3,4 a-c 3,3 a-c

4 3,1 a-c 3,2 c-e 3,2 b-d

5 3,3 ab 3,4 a-c 3,4 ab

6 3,3 ab 3,4 a-c 3,5 a

7 2,9 cd 3,3 b-d 3,3 a-c

8 3,0 bc 3,3 b-d 3,3 a-c

9 3,1 a-c 3,3 b-d 3,4 ab

10 2,5 e 3,0 e 3,2 b-d

11 2,5 e 3,1 de 3,0 d

12 2,6 de 3,0 e 3,2 b-d

13 3,3 ab 3,5 ab 3,5 a

14 3,2 a-c 3,3 b-d 3,1 cd

15 3,2 a-c 3,3 b-d 3,2 b-d

16 3,1 a-c 3,2 c-e 3,2 b-d

17 3,1 a-c 3,3 b-d 3,2 b-d

IAC-1001 2,9 cd 3,2 c-e 3,1 cd

IAC-1002 3,4 a 3,6 a 3,4 ab

IAC-1003 3,1 a-c 3,4 a-c 3,3 a-c

F (Repetições) 1,40 0,41 3,29*

F (Genótipos) 10,34* 6,08* 5,12*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,4 0,3 0,3

C.V. % 5,29 3,54 3,78

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 38 - Médias da espessura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.

Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa

__________________________________ mm __________________________________

1 2,8 c-e 2,9 de 2,9 b-d

2 2,8 c-e 3,1 bc 3,0 a-c

3 3,0 a-c 2,9 de 2,9 b-d

4 2,8 c-e 2,9 de 2,9 b-d

5 2,9 b-d 3,0 cd 2,9 b-d

6 3,0 a-c 3,1 bc 3,0 a-c

7 2,7 de 2,9 de 2,8 cd

8 3,0 a-c 3,1 bc 3,1 a-c

9 2,8 c-e 2,9 de 3,0 a-c

10 2,6 e 2,8 e 2,9 b-d

11 2,6 e 2,8 e 2,7 d

12 2,6 e 2,9 de 2,8 cd

13 3,0 a-c 3,2 b 3,2 a

14 2,9 b-d 2,9 de 2,9 b-d

15 3,2 a 3,1 bc 3,1 ab

16 2,8 c-e 2,9 de 2,9 b-d

17 3,1 ab 3,2 b 3,0 a-c

IAC-1001 2,9 b-d 3,1 bc 2,9 b-d

IAC-1002 3,2 a 3,2 b 3,1 ab

IAC-1003 3,1 ab 3,4 a 3,2 a

F (Repetições) 0,17 0,64 2,71

F (Genótipos) 8,62* 12,00* 4,65*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,3 0,2 0,3

C.V. % 4,30 2,93 3,91

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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89

Quanto à largura dos grãos, a cultivar IAC-1002 revelou-se superior no

experimento instalado em Capão Bonito, com média de 3,4 mm, diferindo das linhagens

2, 7, 8, 10, 11, 12 e da cultivar IAC-1001, com média variando de 2,5 a 2,9 mm.

Em Tatuí, a cultivar IAC-1002 exibiu-se superior, com média de 3,6 mm,

diferindo das linhagens 2, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 15, 16, 17 e da cultivar IAC-1001,

com médias variando de 3,0 a 3,3 mm.

Em Mococa, destacaram-se as linhagens 6 e 13, com largura média dos grãos de

3,5 mm, não diferindo somente das linhagens 3, 5, 7, 8, 9 e das cultivares IAC-1002 e

IAC-1003, com médias variando de 3,3 a 3,4 mm.

Avaliando os genótipos quanto à espessura média dos grãos, verificou-se que a

linhagem 15 e a cultivar IAC-1002 sobressaíram-se em Capão Bonito (3,2 mm),

diferindo das linhagens 1, 2, 4, 5, 7, 9, 10, 11, 12, 14 e 16 e da cultivar IAC-1001 com

médias variando de 2,6 a 2,9 mm. Em Tatuí destacou-se a cultivar IAC-1003, com

espessura média de 3,4 mm, diferindo dos demais genótipos avaliados com médias

variando de 2,8 a 3,2 mm. Em Mococa, a linhagem 13 e a cultivar IAC-1003

apresentaram espessura média dos grãos de 3,2 mm, diferindo das linhagens 1, 3, 4, 5,

7, 10, 11, 12, 14, 16 e da cultivar IAC-1001, com espessuras médias dos grãos de 2,7 a

2,9 mm.

Avaliando linhagens de trigo comum em Tatuí, MISTRO & CAMARGO (2002)

demonstraram haver variabilidade genética quanto ao comprimento, largura e espessura

de grãos. Resultados similares também foram observados por BIUDES (2007)

avaliando linhagens de trigo comum, introduzidas do CIMMYT, México, em condição

de sequeiro e solo ácido em Capão Bonito e irrigação por aspersão e solo corrigido em

Tatuí, no ano de 2006.

As estimativas das correlações entre as médias dos caracteres produção de grãos,

altura das plantas, ciclo da emergência ao florescimento e a maturação, comprimento da

espiga, número de espiguetas por espiga, de grãos por espiga e por espigueta, massa de

cem grãos e comprimento do internódio da raque, avaliadas em Capão Bonito, nos anos

de 2007 e 2008 são apresentadas na tabela 39.

Os resultados demonstraram que em Capão Bonito, houve tendência dos

genótipos com maior produção de grãos apresentarem plantas de porte semi-anão mais

alto (0,471*) e mais tardios para maturar (0,276*).

Os genótipos de porte semi-anão mais alto tiveram uma tendência em apresentar

ciclos mais tardios para florescer (0,438*) e para maturar (0,448*), maior comprimento

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Tabela 39 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, no ano de 2007 e 2008.

Caracteres PG AP CEF CEM CE NESP NGE NGEG MCG AP 0,471*

CEF -0,040 0,438* CEM 0,276* 0,448* 0,690* CE 0,167 0,424* 0,457* 0,443*

NESP 0,072 0,359* 0,582* 0,606* 0,611* NGE -0,079 0,151 0,063 0,003 0,422* 0,404*

NGEG -0,126 -0,045 -0,260* -0,341* 0,117 -0,109 0,861* MCG 0,147 -0,359* -0,469* -0,298* -0,515* -0,561* -0,582* -0,329* CIR 0,118 0,120 -0,085 -0,130 0,522* -0,354* 0,061 0,256* -0,013

PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CEF: ciclo da emergência ao florescimento (dias); CEM: ciclo da emergência a maturação (dias); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espigueta por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.

da espiga (0,424*), maior número de espiguetas por espiga (0,359*) e menor peso de

grãos (-0,359*).

Houve ainda uma tendência dos genótipos mais tardios para florescer

apresentarem maiores ciclos da emergência à maturação (0,690*). Os genótipos mais

tardios tanto para florescer quanto para maturar mostraram tendências em exibir espigas

mais compridas (0,457* e 0,443*), com maior número de espiguetas por espiga (0,582*

e 0,606*), menor número de grãos por espigueta (-0,260* e -0,341*) e grãos mais leves

(-0,469* e -0,298*).

Ainda em Capão Bonito, os genótipos com grãos mais pesados associaram-se

aqueles com espigas menores (-0,515*), com menor número de espiguetas por espiga

(-0,561*), grãos por espiga (-0,582*) e grãos por espigueta (-0,329*).

Os genótipos com espigas mais compridas também exibiram maior número de

espiguetas por espiga (0,611*), grãos por espiga (0,422*) e maior comprimento do

internódio da raque (0,522*). Houve também uma tendência dos genótipos com maior

número de espiguetas por espiga exibir maior número de grãos por espiga (0,404*) e

com menor comprimento do internódio da raque (-0,354*). Genótipos com maior

número de grãos por espiga apresentaram maior número de grãos por espigueta (0,861*)

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e quanto maior o comprimento do internódio da raque maior o número de grãos por

espigueta (0,256*).

Resultados similares foram obtidos por BIUDES et al. (2007) que também

verificaram que os genótipos de trigo comum mais tardios exibiram espigas e espiguetas

mais férteis, e com maior número de espiguetas por espiga, porém apresentaram grãos

mais leves. Esses pesquisadores também verificaram que as espigas mais compridas

foram obtidas nas plantas mais altas, com espigas e espiguetas mais férteis e com maior

número de espiguetas por espiga.

Os resultados obtidos no presente trabalho discordaram dos informados por

DENCIC et al. (2000) e por GARCIA DEL MORAL et al. (2005), que avaliando

cultivares em condição de sequeiro na Iugoslávia e na Espanha demonstraram que a

produção de grãos associou-se positivamente com o número de grãos por espiga. Por

outro lado, concordaram que o peso de grãos associou-se negativamente com o número

de grãos por espiga.

Na tabela 40 são apresentadas as correlações entre produção de grãos, altura das

plantas, comprimento da espiga, número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e

por espigueta, massa de cem grãos e comprimento do internódio da raque, obtidas a

partir dos dados obtidos em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Verificou-se que nessas condições, os genótipos com maior produção de grãos

demonstraram uma tendência em apresentar espigas mais curtas (-0,299*) e com menor

comprimento do internódio da raque (-0,238*).

Genótipos com porte semi-anão mais alto exibiram espigas mais compridas

(0,266*), entretanto, apresentaram grãos mais leves (-0,250).

Nesse mesmo local, os genótipos com grãos mais pesados revelaram espigas

mais curtas (-0,378*), menor número de espiguetas por espiga (-0,359*), grãos por

espiga (-0,686*) e por espigueta (-0,645*). Genótipos com maior número de grãos por

espiga tiveram maior número de grãos por espigueta (0,955*).

As linhagens com espigas mais compridas demonstraram tendências em mostrar

maior número de espiguetas por espiga (0,391*), espigas mais férteis (0,291*) e maior

comprimento do internódio da raque (0,685*). Genótipos com maior número de

espiguetas por espiga exibiram maior número de grãos por espiga (0,470*) e menor

comprimento do internódio da raque (-0,400*).

As associações entre produção de grãos, altura das plantas, ciclo da emergência

ao florescimento, comprimento da espiga, número de espiguetas por espiga, grãos por

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espiga e por espigueta, massa de cem grãos e comprimento do internódio da raque, dos

ensaios instalados em Mococa, nos anos de 2007 e 2008 estão dispostas na tabela 41.

Houve uma tendência dos genótipos mais produtivos apresentar maior

precocidade para florescer (-0,592*), espigas mais curtas (-0,351*), menor número de

espiguetas por espiga (-0,364*), espigas com menor número de grãos (-0,429*) e menor

número de grãos por espigueta (-0,333*). Entretanto, verificou-se que os genótipos mais

produtivos exibiram grãos mais pesados (0,667*) nessas condições ambientais.

Esses resultados concordaram com os obtidos por LOBATO et al. (2005)

avaliando linhagens de trigo comum, em Mococa e por GARCIA DEL MORAL et al.

(2005) estudando genótipos de trigo duro, na Espanha onde também verificaram

associações positivas e significativas entre produção de grãos e massa de cem grãos.

As linhagens com porte semi-anão mais alto associaram-se com as mais tardias

para florescer (0,246*), com maior número de espiguetas por espiga (0,336*) e menor

número de grãos por espigueta (-0,227*).

Os genótipos mais tardios para florescer exibiram espigas mais compridas

(0,546*), maior número de espiguetas por espiga (0,344*), espigas mais férteis (0,274*)

e com maior comprimento do internódio da raque (0,221*). Entretanto, os genótipos

mais tardios para florescer tiveram tendência em exibir grãos mais leves (-0,598*).

Os genótipos com maior peso de grãos tiveram espigas mais curtas (-0,323*),

menor número de espiguetas por espiga (-0,381*), menor número de grãos por espiga

(-0,702*) e por espigueta (-0,614*).

Genótipos com espigas mais compridas exibiram maior número de espiguetas

por espiga (0,325*), espigas mais férteis (0,233*) e com maior comprimento do

internódio da raque (0,653*). Foram também verificadas associações positivas e

significativas entre número de espiguetas por espiga e fertilidade da espiga (0,385*) e

entre número de grãos por espiga e número de grãos por espigueta (0,924*). Houve

tendência dos genótipos com maior comprimento do internódio da raque apresentar

menor número de espiguetas por espiga (-0,501*).

Foram verificados em todos os ensaios que houve uma tendência dos genótipos

com maior peso de grãos apresentar menor número de grãos por espiga. Esses

resultados concordaram com os obtidos BRDAR et al. (2008) avaliando linhagens de

trigo duro e trigo comum na República da Sérvia.

As estimativas de correlações entre produção de grãos, massa de cem grãos,

comprimento, largura e espessura dos grãos e número de grãos por espiga nos ensaios

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Tabela 40 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Caracteres PG AP CE NESP NGE NGEG MCG AP -0,124 CE -0,299* 0,266*

NESP -0,071 0,217 0,391* NGE -0,008 0,076 0,291* 0,470*

NGEG 0,021 0,019 0,203 0,195 0,955* MCG 0,213 -0,250* -0,378* -0,359* -0,686* -0,645* CIR -0,238* 0,078 0,685* -0,400* -0,078 0,052 -0,088

PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espigueta por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.

Tabela 41 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, no ano de 2007 e 2008.

Caracteres PG AP CEF CE NESP NGE NGEG MCG AP -0,125

CEF -0,592* 0,246* CE -0,351* 0,054 0,546*

NESP -0,364* 0,336* 0,344* 0,325* NGE -0,429* -0,056 0,274* 0,233* 0,385*

NGEG -0,333* -0,227* 0,135 0,145 0,051 0,924* MCG 0,667* -0,189 -0,598* -0,323* -0,381* -0,702* -0,614* CIR -0,026 -0,202 0,221* 0,653* -0,501* -0,085 0,102 0,001

PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CEF: ciclo da emergência ao florescimento (dias); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espigueta por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.

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instalados em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, no ano de 2007, são demonstradas nas

tabelas 42, 43 e 44.

Não houve associação significativa entre produção de grãos e os demais

caracteres considerados em Capão Bonito. Em Tatuí, a produção de grãos associou-se

apenas com número de grãos por espiga (0,225*). Em Mococa, houve uma tendência

dos genótipos mais produtivos exibirem grãos mais pesados (0,635*), grãos mais

compridos (0,295*), com maior largura (0,496*) e espessura (0,521*) e espigas com

menor número de grãos (-0,409*).

Nos três locais, apesar das diferentes condições de cultivo, houve uma tendência

dos genótipos com maior massa de cem grãos mostrarem grãos mais compridos, com

maior largura e espessura. Verificou-se também que os genótipos com maior número de

grãos por espiga apresentaram uma tendência em exibirem grãos mais leves, mais curtos

e com menor largura e espessura.

Esses resultados concordaram parcialmente com os obtidos por BIUDES (2007),

avaliando linhagens de trigo comum originárias de introdução que também verificou

associações entre massa de grãos com comprimento, largura e espessura dos grãos. No

entanto esse pesquisador relatou que a produção de grãos associou-se com o

comprimento dos grãos tanto em Tatuí, em condição de irrigação e solo corrigido, como

em Capão Bonito, em condição de sequeiro e solo ácido.

Associações positivas e significativas também foram verificadas entre

comprimento, largura e espessura dos grãos nos três locais, demonstrando a tendência

dos genótipos com grãos mais compridos exibirem também os grãos mais largos e

espessos.

4.1.2 Ensaios de laboratório

As médias dos comprimentos das raízes dos vinte genótipos avaliados no

“Ensaio de Novas Linhagens I”, além das cultivares controle BH-1146 (tolerante) e

Anahuac (sensível), após 72 horas de crescimento em solução normal, que se seguiu a

um crescimento em solução-tratamento contendo seis diferentes concentrações de

alumínio, obtidas em quatro repetições para cada solução, são apresentadas na tabela 45.

Considerando a solução-tratamento com ausência de alumínio, todos os

genótipos apresentaram crescimento da raiz primária central. As diferenças observadas

entre eles foram devidas às constituições genéticas de cada genótipo.

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Tabela 42 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, no ano de 2007.

Caracteres PG MCG CG LG EG MCG -0,180 CG 0,031 0,531* LG -0,206 0,869* 0,311* EG -0,059 0,795* 0,496* 0,692*

NGE 0,185 -0,692* -0,326* -0,544* -0,595* PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.

Tabela 43 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no ano de 2007.

Caracteres PG MCG CG LG EG MCG 0,048 CG -0,099 0,647* LG 0,100 0,650* 0,279* EG -0,066 0,697* 0,495* 0,538*

NGE 0,255* -0,583* -0,587* -0,105 -0,505* PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.

Tabela 44 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, no ano de 2007.

Caracteres PG MCG CG LG EG MCG 0,635* CG 0,295* 0,601* LG 0,496* 0,801* 0,353* EG 0,521* 0,784* 0,349* 0,737*

NGE -0,409* -0,624* -0,471* -0,375* -0,413* PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.

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Tabela 45 - Comprimento médio das raízes dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens I”, após 72 horas de crescimento em solução normal, que se seguiu a um crescimento em solução-tratamento contendo seis diferentes concentrações de alumínio (média de 4 repetições).

Concentração de alumínio (mg L-1) Genótipos

0 1 2 3 4 6

____________________________________ mm ___________________________________

1 71,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

2 63,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

3 66,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

4 71,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

5 72,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

6 68,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

7 72,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

8 68,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

9 66,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

10 62,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

11 64,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

12 74,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

13 68,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

14 73,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

15 51,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

16 72,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

17 61,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

IAC-1001 62,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

IAC-1002 78,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

IAC-1003 77,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

BH-1146 85,4 89,1 80,0 62,0 64,8 57,4

Anahuac 80,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

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Na solução contendo 1 mg L-1 de Al3+ somente a cultivar controle BH-1146 foi

tolerante. Os vinte genótipos que constituíram o “Ensaio de Novas Linhagens I”,

oriundas do CIMMYT, México e a cultivar controle Anahuac apresentaram altamente

sensíveis, ou seja, revelaram paralisação irreversível do crescimento da raiz primária

central devido à morte do meristema apical da radícula nessa concentração.

Resultados semelhantes foram descrito por CAMARGO et al. (1992) avaliando

genótipos de trigo duro introduzidos do CIMMYT, México. Estes autores

demonstraram alta sensibilidade de genótipos de trigo duro ao alumínio tóxico em

solução nutritiva.

O fato das linhagens de trigo duro (T. durum L) ser altamente sensíveis ao

alumínio confirma que, os genes para essa tolerância não são encontradas nos genomas

A e B que compõem essa espécie (AABB) e, sim, no genoma D, que faz parte da

espécie T. aestivum L. (AABBDD) (LAGOS et al., 1991).

A sensibilidade desses genótipos à toxicidade de alumínio provavelmente tenha

ocorrido porque os genótipos mexicanos não sofreram pressão de seleção para

tolerância ao alumínio no programa de melhoramento do CIMMYT, México. Nesse

programa, os genótipos são selecionados em solos alcalinos de deserto, com irrigação,

onde a ocorrência de alumínio trocável ou solúvel é nula (CAMARGO et al., 2001).

A cultivar de trigo comum BH-1146 mostrou elevada tolerância à toxicidade de

alumínio por apresentar crescimento da raiz primária central mesmo quando foram

adicionados 6 mg L-1 de Al3+ na solução tratamento.

4.2 Ensaio de Novas Linhagens II

4.2.1 Ensaios de campo

As médias da produção de grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no

“Ensaio de Novas Linhagens II” instalado em Capão Bonito, em condições de sequeiro

e solo corrigido, nos anos de 2007 e 2008, estão dispostas na tabela 46.

As análises de variância individuais para produção de grãos em Capão Bonito

mostraram efeitos significativos para genótipos e efeitos não significativos para

repetições nos dois anos de cultivo. Na análise de variância conjunta, considerando os

anos de 2007 e 2008, os quadrados médios revelaram efeitos não significativos para

genótipos e significativos para anos e interação genótipos x anos.

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Tabela 46 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Redução Média

___________ kg ha-1 ___________ ______ % ______ ___ kg ha-1 ___

1 1.318 d 1.052 bc 20 1.185

2 1.672 cd 1.229 a-c 26 1.451

3 2.089 bc 1.292 a-c 38 1.690

4 1.813 cd 1.323 a-c 27 1.568

5 2.130 bc 1.483 ab 30 1.806

6 1.797 cd 1.451 ab 19 1.624

7 1.531 cd 1.531 ab - 1.531

8 1.698 cd 1.403 a-c 17 1.550

9 1.807 cd 1.281 a-c 29 1.544

10 1.609 cd 1.212 a-c 25 1.411

11 1.208 d 1.302 a-c - 1.255

12 1.776 cd 1.448 ab 18 1.612

13 1.714 cd 826 c 52 1.270

14 1.698 cd 1.396 a-c 18 1.547

15 1.474 cd 1.267 a-c 14 1.371

16 1.589 cd 1.382 a-c 13 1.485

17 1.750 cd 1.267 a-c 28 1.509

IAC-1001 3.391 a 1.677 a 51 2.534

IAC-1002 2.667 b 1.517 ab 43 2.092

IAC-1003 3.422 a 1.528 ab 55 2.475

F (Repetições) 2,24 0,40 -

F (Genótipos) 19,39* 2,70* 1,97

F (Anos) - - 24,22*

F (G x A) - - 8,21*

d.m.s. (Tukey 5%) 711 597 1.474

C.V. % 14,21 16,92 15,57

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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99

Esses resultados concordaram com os obtidos por FELÍCIO et al. (2004)

avaliando linhagens de trigo comum, em Capão Bonito, cultivadas por oito anos,

oriundas do programa de melhoramento do IAC.

Em Capão Bonito, no ano de 2007, a produção de grãos variou de 1.208 a 3.422

kg ha-1, sendo que as cultivares IAC-1001 e IAC-1003, oriundas do CIMMYT, México

se destacaram com produção de 3.391 e 3.422 kg ha-1, diferindo das demais linhagens

avaliadas no experimento.

Em 2008, ano influenciado por fatores adversos, tais como estresse hídrico após

o florescimento, revelou produção de grãos menor do que em 2007, variando de 826 a

1.677 kg ha-1. A cultivar IAC-1001 exibiu maior produção (1.677 kg ha-1), diferindo

apenas das linhagens 1 e 13, com produção de 1.052 e 826 kg ha-1. Pode-se destacar que

várias linhagens oriundas do programa de melhoramento de trigo duro do IAC

mostraram produção de grãos não diferindo da cultivar IAC-1001, a mais produtiva.

Este fato é de grande interesse porque até então haviam sido feitas seleções de linhagens

somente para os caracteres de alta herdabilidade, governados por poucos genes e pouco

influenciados pelo ambiente, tais como altura das plantas, ciclo vegetativo e tolerância

ao alumínio em soluções nutritivas.

Avaliando os dois anos, verificou-se que alguns genótipos tiveram tendência em

apresentar maiores reduções na produção de grãos em anos desfavoráveis,

demonstrando menor adaptação às condições de estresse ambiental.

Redução na produção de grãos, em condições de sequeiro em relação ao cultivo

em condição de irrigação por aspersão, foi demonstrada por GARCIA DEL MORAL et

al. (2003) avaliando linhagens de trigo duro em regiões com clima quente e clima

ameno em condições do Mediterrâneo.

DENCIC et al. (2000) avaliando na Iugoslávia, genótipos de trigo comum,

identificaram alguns mais tolerantes ao estresse hídrico, que exibiram menor redução na

produção de grãos em relação ao ambiente favorável, concordando com os resultados

obtidos no presente trabalho.

Nas tabelas 47 e 48 são apresentadas as médias da produção de grãos dos vinte

genótipos avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por

aspersão e solo corrigido em Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Os quadrados médios das análises de variância individuais para produção de

grãos revelaram efeitos significativos para genótipos em todos os anos e locais e efeito

significativo para repetições apenas em Mococa no ano de 2008 (Tabela 48).

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100

Tabela 47 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

______________________________ kg ha-1 ________________________________

1 2.517 2.073 2.295 cd

2 2.921 1.913 2.417 cd

3 3.242 1.903 2.572 cd

4 3.433 1.503 2.468 cd

5 3.733 2.090 2.912 b-d

6 2.971 1.993 2.482 cd

7 3.608 2.101 2.855 b-d

8 3.367 2.243 2.805 b-d

9 3.077 2.201 2.639 cd

10 3.358 2.285 2.822 b-d

11 3.146 1.941 2.543 cd

12 3.281 1.917 2.599 cd

13 3.238 2.104 2.671 cd

14 3.379 1.969 2.674 cd

15 2.969 1.986 2.477 cd

16 3.010 1.250 2.130 d

17 3.400 1.399 2.400 cd

IAC-1001 4.448 3.149 3.799 ab

IAC-1002 3.802 2.826 3.314 bc

IAC-1003 5.056 3.767 4.412 a

F (Repetições) 2,24 1,06 -

F (Genótipos) 19,39* 3,80* 8,04*

F (Anos) - - 227,27*

F (G x A) - - 0,81

d.m.s. (Tukey 5%) 711 1.538 1.081

C.V. % 14,21 27,49 21,42

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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101

Tabela 48 - Produção média de grãos, dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

______________________________ kg ha-1 ________________________________

1 5.750 5.035 5.392 a-c

2 6.089 4.962 5.525 a-c

3 5.990 5.222 5.606 a-c

4 6.120 5.101 5.610 a-c

5 5.646 4.965 5.306 bc

6 5.729 5.208 5.469 a-c

7 5.563 5.125 5.344 bc

8 5.672 5.330 5.501 a-c

9 5.760 5.267 5.514 a-c

10 5.063 4.615 4.839 c

11 5.339 5.063 5.201 bc

12 5.464 5.240 5.352 bc

13 5.703 4.854 5.279 bc

14 5.427 4.948 5.188 bc

15 5.287 4.330 4.808 c

16 5.365 5.094 5.229 bc

17 5.417 4.347 4.882 c

IAC-1001 6.922 5.705 6.313 ab

IAC-1002 7.255 5.194 6.225 ab

IAC-1003 7.172 6.139 6.655 a

F (Repetições) 1,01 3,31* -

F (Genótipos) 4,57* 3,16* 4,60*

F (Anos) - - 58,14*

F (G x A) - - 1,38

d.m.s. (Tukey 5%) 1.510 1.193 1.264

C.V. % 9,86 8,93 9,70

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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102

Avaliando as análises conjuntas verificou-se que o quadrado médio para a

produção de grãos exibiu efeitos significativos para genótipos e anos e efeitos não

significativos para interação genótipos x anos em Tatuí e Mococa. Esses resultados

demonstraram não haver variação quanto ao comportamento dos genótipos em função

dos anos, indicando a possibilidade de avaliar os genótipos considerando a média dos

dois anos, nos dois locais.

A cultivar IAC-1003 destacou-se quanto à produção de grãos em Tatuí e

Mococa, pois exibiu nessas condições, médias de 4.412 e 6.655 kg ha-1, não diferindo

apenas da cultivar IAC-1001, com produção de 3.799 kg ha-1 em Tatuí. Em Mococa,

não diferiu das linhagens 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1002, com

produção média variando de 5.392 a 6.313 kg ha-1.

Os resultados médios obtidos em Mococa, nos dois anos de avaliação,

mostraram a existência de grande potencial no melhoramento de trigo duro para

produção de grãos. Mesmo sem ter sido realizadas seleções diretas para esse caráter

foram detectadas linhagens com produções de grãos variando de 5.392 a 5.610 kg ha-1,

não diferindo da cultivar IAC-1003 (6.655 kg ha-1) a mais produtiva.

A altura média das plantas dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no

“Ensaio de Novas Linhagens II”, em Capão Bonito, em condições de sequeiro e solo

corrigido e em Tatuí e Mococa, em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido,

nos anos de 2007 e 2008 estão dispostas nas tabelas 49, 50 e 51.

Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeitos

significativos para genótipos em todos os locais e anos e efeitos significativos para

repetições apenas em Tatuí e Mococa, nos anos de 2008.

As análises de variância conjuntas demonstraram efeitos significativos para

genótipos em Capão Bonito e Tatuí, efeitos significativos para anos em Capão Bonito e

Mococa e efeitos significativos para interação genótipos x anos apenas em Mococa.

Esses resultados discordam parcialmente dos obtidos por VITA et al. (2007)

avaliando 14 cultivares de trigo duro no Itália e por CAMARGO et al. (2006a)

avaliando linhagens duplo haplóides de trigo comum em Capão Bonito e Tatuí, nos anos

de 2001 a 2003. Esses pesquisadores verificaram que o comportamento dos genótipos

quanto a altura média das plantas diferiram em função dos anos.

Considerando a média dos dois anos em Capão Bonito a linhagem 2 destacou-se

quanto ao porte semi-anão mais baixo, com média de 57 cm, diferindo apenas da

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103

Tabela 49 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_______________________________ cm _________________________________

1 59 63 61 de

2 55 59 57 e

3 64 64 64 c-e

4 61 66 64 c-e

5 63 60 61 de

6 64 63 63 c-e

7 61 66 64 c-e

8 60 61 61 de

9 56 59 58 de

10 61 68 64 c-e

11 58 65 61 de

12 60 64 62 de

13 59 60 59 de

14 58 61 59 de

15 60 68 64 c-e

16 60 66 63 c-e

17 65 68 66 b-d

IAC-1001 83 80 81 a

IAC-1002 68 75 71 bc

IAC-1003 73 73 73 ab

F (Repetições) 0,71 0,93 -

F (Genótipos) 10,18* 4,76* 12,43*

F (Anos) - - 18,25*

F (G x A) - - 1,02

d.m.s. (Tukey 5%) 10 13 9

C.V. % 6,27 7,72 7,04

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.

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104

Tabela 50 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ cm ______________________________

1 59 63 61 b

2 59 59 59 b

3 63 61 62 b

4 68 66 67 ab

5 65 63 64 b

6 63 64 63 b

7 64 66 65 ab

8 60 61 61 b

9 59 65 62 b

10 66 65 66 ab

11 61 64 63 b

12 61 58 59 b

13 61 61 61 b

14 63 66 64 b

15 66 65 66 ab

16 60 63 61 b

17 66 64 65 ab

IAC-1001 73 79 76 a

IAC-1002 55 68 61 b

IAC-1003 71 68 69 ab

F (Repetições) 2,38 2,96* -

F (Genótipos) 3,08* 3,80* 3,79*

F (Anos) - - 1,98

F (G x A) - - 1,31

d.m.s. (Tukey 5%) 13 12 11

C.V. % 7,87 6,92 7,70

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.

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105

Tabela 51 - Altura média das plantas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ cm _______________________________

1 67 hi 74 ab 70

2 67 hi 78 ab 72

3 72 c-g 75 ab 73

4 75 b-d 77 ab 76

5 74 b-e 73 ab 73

6 69 f-i 73 ab 71

7 70 e-h 77 ab 73

8 68 g-i 76 ab 72

9 67 hi 76 ab 71

10 68 g-i 71 b 70

11 71 d-h 73 ab 72

12 73 c-f 73 ab 73

13 65 i 76 ab 70

14 68 g-i 74 ab 71

15 73 c-f 80 a 76

16 68 g-i 78 ab 73

17 78 ab 77 ab 77

IAC-1001 82 a 81 a 82

IAC-1002 74 b-e 77 ab 76

IAC-1003 76 bc 76 ab 76

F (Repetições) 1,72 3,39* -

F (Genótipos) 24,60* 2,09* 2,03

F (Anos) - - 24,17*

F (G x A) - - 4,01*

d.m.s. (Tukey 5%) 5 9 12

C.V. % 2,49 4,63 3,97

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey. (1) Medida do nível do solo ao ápice das espigas.

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106

linhagem 17 e das cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003, que apresentaram porte

semi-anão mais alto, com altura média de 66 a 81 cm.

Em Tatuí, a altura média dos dois anos, revelou que as linhagens 1, 2, 3, 5, 6, 8,

9, 11, 12, 13, 14, 16 e IAC-1002 exibiram plantas de porte semi-anão mais baixo (61 a

64 cm), diferindo apenas da cultivar IAC-1001 (76 cm), que demonstrou nessas

condições porte semi-anão mais alto.

A altura média em Mococa, no ano de 2007, variou de 65 a 82 cm, sendo que a

linhagem 13 exibiu porte semi-anão mais baixo, não diferindo das linhagens 1, 2, 6, 8,

9, 10, 14 e 16. A linhagem 17 e a cultivar IAC-1001 tiveram nessas condições, porte

semi-anão mais alto. No ano de 2008, a altura média variou de 71 a 81cm, sendo que a

linhagem 10 mostrou porte semi-anão mais baixo, diferindo da linhagem 15 e da

cultivar IAC-1001.

As linhagens obtidas pelo programa de melhoramento do IAC, de modo geral,

exibiram plantas de porte semi-anão mais baixo em relação as cultivares controles.

MISTRO et al. (2001) avaliando linhagens de trigo comum obtidas pelo

programa de melhoramento do IAC e linhagens introduzidas do CIMMYT, México

verificaram variabilidade genética para altura das plantas concordando com os dados

observados no presente trabalho.

As porcentagens médias das plantas acamadas dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo

corrigido em Capão Bonito e em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido

em Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008, são apresentados nas tabelas 52, 53 e 54.

No ano de 2007 não houve condições favoráveis ao acamamento em Capão

Bonito. Verificou-se que as linhagens 9, 11, 12 e as cultivares IAC-1002 e IAC-1003 se

revelaram resistentes ao acamamento em 2008.

Em Tatuí, verificaram-se altas porcentagens de acamamento, em 2007, variando

de 0 a 40% e em 2008 de 10 a 70%. A linhagem 8 e as cultivares IAC-1002 e IAC-1003

se destacaram quanto à resistência ao acamamento em Tatuí, com porcentagens médias

de 10 e 20% de plantas acamadas. Os demais genótipos apresentaram, em pelos menos

um ano, médias superiores a 30% de plantas acamadas nessas condições.

Não houve ocorrência de acamamento em Mococa, em 2007 fazendo exceção as

linhagens 2, 13 e 17 que exibiram 10% de plantas acamadas. No ano de 2008, a

porcentagem média de plantas acamadas variou de 0 a 70%. A cultivar IAC-1002

revelou-se muito resistente ao acamamento nesse local e as linhagens 2, 6 e a cultivar

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107

Tabela 52 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008

________________________________ % _______________________________

1 0 10

2 0 5

3 0 15

4 0 10

5 0 5

6 0 5

7 0 10

8 0 10

9 0 0

10 0 10

11 0 0

12 0 0

13 0 20

14 0 5

15 0 25

16 0 20

17 0 20

IAC-1001 0 10

IAC-1002 0 0

IAC-1003 0 0

(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).

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108

Tabela 53 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008

______________________________ % ______________________________

1 30 40

2 20 50

3 10 30

4 20 50

5 20 40

6 20 40

7 20 60

8 20 20

9 20 30

10 20 70

11 20 40

12 10 40

13 0 30

14 20 30

15 30 70

16 20 50

17 40 40

IAC-1001 0 40

IAC-1002 0 10

IAC-1003 0 10

(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).

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109

Tabela 54 - Média das plantas acamadas (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008

_______________________________ % _______________________________

1 0 35

2 10 10

3 0 30

4 0 35

5 0 40

6 0 5

7 0 70

8 0 30

9 0 20

10 0 25

11 0 20

12 0 15

13 10 15

14 0 20

15 0 35

16 0 45

17 10 30

IAC-1001 0 25

IAC-1002 0 0

IAC-1003 0 10

(1) 0 (sem acamamento) até 100% (todas as plantas totalmente acamadas).

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110

IAC-1003 também destacaram pela resistência com porcentagens iguais ou inferiores a

10% de plantas acamadas nas mesmas condições.

Apesar das linhagens provenientes do programa de melhoramento do IAC

apresentarem porte semi-anão mais baixo, os dados obtidos sugeriram a necessidade de

ser reduzida a porcentagem de plantas acamadas através da incorporação de fontes de

resistência por meio de cruzamentos. Como as cultivares IAC-1002 e IAC-1003

destacaram-se pela resistência ao acamamento nos três locais poderiam ser utilizadas

como fontes genéticas desse caráter.

Os ciclos médios da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo

duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” instalados em Capão Bonito e

Mococa e os ciclos da emergência a maturação dos vinte genótipos em Capão Bonito,

nos anos de 2007 e 2008, estão dispostos nas tabelas 55, 56 e 57.

Os quadrados médios das análises de variância individuais para os ciclos médios

da emergência ao florescimento revelaram efeitos significativos para genótipos em

todos os experimentos e significativos para repetições apenas no ano de 2007 em Capão

Bonito e no ano de 2008 em Mococa (Tabelas 55 e 56). Quanto ao ciclo da emergência

à maturação, avaliados apenas em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008, as análises

de variância individuais exibiram efeitos significativos para genótipos apenas em 2008 e

para repetições apenas no experimento instalado em 2007.

As análises de variância conjuntas quanto aos ciclos da emergência ao

florescimento e à maturação demonstraram presença de efeitos significativos para

genótipos e anos e efeitos não significativos para interação genótipos x anos.

Avaliando linhagens duplo haplóides de trigo comum em Capão Bonito, nos

anos de 2001 a 2003, CAMARGO et al. (2006a) relatou a existência de efeitos

significativos para interação genótipos x anos tanto para o ciclo da emergência ao

florescimento quanto à maturação, discordando com os resultados obtidos no presente

estudo.

Considerando a média dos dois anos em Capão Bonito, destacaram-se, as

linhagens 3, 4, 6 e 13 quanto à precocidade para florescer, com ciclos médios de 55 e 56

dias, diferindo apenas das cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003, que se

revelaram mais tardias, com ciclo médio variando de 61 e 62 dias (Tabela 55).

Em Mococa, o ciclo médio da emergência ao florescimento variou de 53 a 60

dias. As 17 linhagens oriundas do programa de melhoramento do IAC se revelaram

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111

Tabela 55 - Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_______________________________ dias _________________________________

1 54 60 57 a-c

2 55 60 57 a-c

3 53 59 56 c

4 53 59 56 c

5 54 59 56 bc

6 52 58 55 c

7 59 59 59 a-c

8 53 60 57 bc

9 56 60 58 a-c

10 55 59 57 a-c

11 56 59 57 a-c

12 55 60 57 a-c

13 53 56 55 c

14 55 59 57 a-c

15 52 60 56 c

16 54 59 56 bc

17 53 60 56 bc

IAC-1001 60 63 62 a

IAC-1002 59 63 61 ab

IAC-1003 60 64 62 a

F (Repetições) 8,76* 1,62 -

F (Genótipos) 3,50* 6,49* 4,56*

F (Anos) - - 139,96*

F (G x A) - - 1,12

d.m.s. (Tukey 5%) 7 4 5

C.V. % 5,09 2,32 4,41

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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112

Tabela 56 - Ciclo médio da emergência ao florescimento dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ dias __________________________________

1 56 50 53 b

2 56 52 54 b

3 56 53 54 b

4 56 52 54 b

5 56 51 54 b

6 56 53 54 b

7 56 50 53 b

8 56 54 55 b

9 56 53 54 b

10 56 51 54 b

11 56 51 54 b

12 56 51 54 b

13 55 50 53 b

14 56 51 54 b

15 56 50 53 b

16 56 51 54 b

17 56 52 54 b

IAC-1001 61 59 60 a

IAC-1002 61 59 60 a

IAC-1003 61 58 60 a

F (Repetições) 0,79 7,21* -

F (Genótipos) 85,06* 6,91* 13,81*

F (Anos) - - 221,06*

F (G x A) - - 1,00

d.m.s. (Tukey 5%) 1 6 4

C.V. % 0,72 4,11 3,24

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 57 - Ciclo médio da emergência à maturação dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_______________________________ dias _________________________________

1 126 123 125 b

2 127 123 125 b

3 126 123 124 b

4 126 123 124 b

5 126 123 124 b

6 126 123 125 b

7 129 123 126 b

8 126 123 124 b

9 126 123 124 b

10 129 123 126 b

11 126 123 124 b

12 130 123 126 b

13 126 123 125 b

14 129 123 126 b

15 126 123 124 b

16 126 123 124 b

17 126 123 124 b

IAC-1001 131 133 132 a

IAC-1002 129 123 126 b

IAC-1003 132 126 129 ab

F (Repetições) 3,29* 1,00 -

F (Genótipos) 1,39 16,58* 4,18*

F (Anos) - - 69,54*

F (G x A) - - 1,03

d.m.s. (Tukey 5%) 9 3 5

C.V. % 2,61 0,90 2,08

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma mesma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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mais precoces para florescer (53 a 54 dias), diferindo das cultivares controle IAC-1001,

IAC-1002 e IAC-1003.

As 17 linhagens oriundas do IAC e a cultivar IAC-1002 se destacaram quanto à

precocidade para maturar em Capão Bonito, considerando a média dos dois anos (124 a

126 dias), diferindo da linhagem IAC-1001 (132 dias), que se revelou mais tardia para

maturar.

Genótipos mais precoces para florescer e maturar também foram identificados

por VITA et al. (2006) na Itália, avaliando genótipos de trigo duro nos anos de 2001 a

2004 e por CAMARGO et al. (2001) estudando linhagens de trigo comum originária de

hibridações e de introduções do CIMMYT, México em diferentes locais do Estado de

São Paulo.

A obtenção de linhagens mais precoces, tanto para florescer quanto para

maturar, tem sido um dos objetivos do programa de melhoramento do IAC, pois as

plantas com ciclo precoce ficam menos tempo expostas aos estresses bióticos e

abióticos, permitindo a escolha da melhor época de semeadura, de forma a aproveitar as

condições ambientais mais favoráveis ao seu desenvolvimento (CAMARGO, 1993). A

utilização de cultivares de trigo mais precoces também facilita a sucessão entre as

culturas, exercendo grande influência no potencial produtivo (POEHLMAN &

SLEPER, 1995). As linhagens precoces identificadas no presente trabalho poderiam ser

utilizadas como fontes genéticas em blocos de cruzamento.

Nos experimentos instalados em Capão Bonito não houve ocorrência de

ferrugem-da-folha, mancha-da-folha e oídio, devido as sucessivas aplicações de

fungicidas, nos dois anos de cultivo.

Os genótipos avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” também se

revelaram imunes a ferrugem-da-folha nos experimentos instalados em Tatuí e Mococa,

nos dois anos. CAMARGO et al. (1995a e 1995b) verificaram também que os genótipos

pertencentes à espécie Triticum durum L. apresentaram imunidade às principais raças do

fungo causador da ferrugem-da-folha no trigo comum de ocorrência no Estado de São

Paulo. Conforme já discutido para o “Ensaio de Novas Linhagens II” este fato poderia

ser explicado pela reduzida área de cultivo com trigo duro no Brasil, dificultando,

portanto, o desenvolvimento da doença e ou o surgimento de novas raças específicas.

Em Tatuí, ocorreram infecções pelos agentes causais da mancha-da-folha nos

dois anos. Em 2007, todos os genótipos apresentaram-se moderadamente resistentes

(Tabela 58), isto é, com graus médios de infecção variando de 10 a 20% segundo a

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115

Tabela 58 - Graus médios de infecção de mancha-da-folha (1) dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008

_______________________________ % _________________________________

1 15 5

2 15 8

3 20 5

4 15 8

5 20 5

6 15 8

7 15 10

8 10 8

9 15 8

10 10 10

11 15 8

12 15 8

13 20 10

14 15 5

15 10 15

16 15 5

17 20 8

IAC-1001 10 5

IAC-1002 15 10

IAC-1003 10 5

(1) Avaliação segundo MEHTA (1993): 0 = imune, 1 a 5% de área infectada = resistente, 6 a 25% = moderadamente resistente, 26 a 50% = suscetível e 51 a 99% = altamente suscetível. t=traço (apenas algumas pústulas); S= reação de suscetibilidade.

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116

escala proposta por METHA (1993). Entretanto, no experimento instalado em 2008, as

linhagens 1, 3, 5, 14, 16 e as cultivares IAC-1001 e IAC-1003 revelaram-se resistentes,

com graus médios de infecção de apenas 5%. Os demais genótipos avaliados no “Ensaio

de Novas Linhagens II” se mostraram moderadamente resistentes, com graus médios

variando de 8 a 15% de área foliar infectada (Tabela 58).

Avaliando linhagens de trigo comum oriundas do programa de melhoramento do

IAC, CAMARGO et al. (2001) também demonstraram baixa incidência do agente

causal da mancha-da-folha em experimentos conduzidos em Ribeirão Preto e Cruzália

nos anos de 1996 e 1997. Em Tatuí, verificou-se alta incidência dessa doença, sendo

que todos os genótipos apresentaram suscetíveis, exceto a cultivar IAC-289, que se

revelou moderadamente resistente as manchas foliares.

Diversos pesquisadores têm relatado a dificuldade em obter genótipos com boa

resistência a Bipolaris sorokiniana e Dreschslera tritici-repentis, provavelmente devido

ao fato de a resistência genética para os fungos necrotróficos envolver muitos genes e

pelo fato dessa doença ser favorecida pelas condições climáticas predominantes em

grande parte das regiões tritícolas do Estado de São Paulo (FELÍCIO et al. 2004). No

presente trabalho verificou-ser reduzida ocorrência de manchas foliares em Tatuí e

ausência da doença em Mococa, nos anos de 2007 e 2008, indicando resistência das

linhagens aos agentes causais dessa doença. Esses resultados devem ser considerados

com cautela talvez pela não ocorrência de condições ambientais predisponentes ao

desenvolvimento dos patógenos.

Não houve ocorrência de oídio também nos experimentos instalados em Tatuí e

Mococa, nos anos de 2007 e 2008, provavelmente devido a fatores ambientais

desfavoráveis ao desenvolvimento do patógeno. Estes resultados discordam dos obtidos

por CAMARGO et al. (1995b) que mostraram haver grande incidência de oídio em

Campinas (20 a 80%) e pequena incidência em Mococa (0 a 20%), em condições de

irrigação por aspersão, no ano de 1991.

Os dados médios do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, nos

anos de 2007 e 2008, encontram-se nas tabelas 59, 60 e 61.

As análises de variância individuais revelaram efeitos significativos para

genótipos e efeitos não significativos para repetições em todos os anos e locais. As

análises de variância conjuntas, por local, revelaram efeitos significativos para

genótipos exceto em Capão Bonito, anos e interação genótipos x anos.

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117

Tabela 59 - Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ no _______________________________

1 5,7 bc 5,6 ab 5,7

2 5,6 bc 5,6 ab 5,6

3 5,9 bc 5,6 ab 5,7

4 6,1 ab 5,9 ab 6,0

5 5,8 bc 5,6 ab 5,7

6 5,8 bc 5,6 ab 5,7

7 5,7 bc 5,7 ab 5,7

8 5,8 bc 5,6 ab 5,7

9 5,6 bc 5,8 ab 5,7

10 6,0 a-c 5,8 ab 5,9

11 5,8 bc 5,5 ab 5,7

12 5,8 bc 5,8 ab 5,8

13 5,8 bc 5,6 ab 5,7

14 5,5 c 5,6 ab 5,6

15 5,9 bc 6,0 a 6,0

16 5,7 bc 5,6 ab 5,7

17 6,0 a-c 5,7 ab 5,9

IAC-1001 6,5 a 5,4 bc 6,0

IAC-1002 5,7 bc 4,9 c 5,3

IAC-1003 6,0 a-c 5,4 bc 5,7

F (Repetições) 0,20 0,22 -

F (Genótipos) 3,82* 3,83* 1,05

F (Anos) - - 10,03*

F (G x A) - - 3,90*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,6 0,6 0,9

C.V. % 3,76 4,11 3,85

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 60 - Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no _______________________________

1 6,1 b-d 5,8 a-c 6,0

2 5,8 cd 5,6 bc 5,7

3 6,3 a-d 6,0 ab 6,1

4 6,3 a-d 6,3 a 6,3

5 6,0 b-d 6,0 ab 6,0

6 6,1 b-d 5,7 a-c 5,9

7 6,2 b-d 6,0 ab 6,1

8 6,0 b-d 5,7 a-c 5,9

9 5,8 cd 5,8 a-c 5,8

10 6,5 ab 6,0 ab 6,3

11 6,1 b-d 5,7 a-c 5,9

12 5,8 cd 5,6 bc 5,7

13 5,7 d 5,3 c 5,5

14 6,0 b-d 5,6 bc 5,8

15 6,3 a-d 6,0 ab 6,2

16 5,8 cd 5,5 bc 5,6

17 6,2 b-d 6,0 ab 6,1

IAC-1001 6,9 a 6,0 ab 6,4

IAC-1002 6,3 a-d 5,2 c 5,7

IAC-1003 6,4 a-c 5,8 a-c 6,1

F (Repetições) 1,86 1,49 -

F (Genótipos) 4,48* 4,41* 3,43*

F (Anos) - - 35,64*

F (G x A) - - 1,94*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,7 0,7 0,7

C.V. % 4,31 4,29 4,38

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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Tabela 61 - Médias do comprimento da espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no ________________________________

1 5,8 b-f 6,7 a 6,3

2 5,5 ef 6,3 ab 5,9

3 5,9 a-e 6,9 a 6,4

4 6,3 ab 6,8 a 6,6

5 5,9 a-e 6,4 ab 6,2

6 5,7 c-f 6,4 ab 6,0

7 6,0 a-e 6,7 a 6,4

8 5,6 d-f 6,4 ab 6,0

9 5,5 ef 6,6 ab 6,1

10 5,9 a-e 6,5 ab 6,2

11 5,6 d-f 6,5 ab 6,0

12 5,3 f 6,3 ab 5,8

13 5,7 c-f 6,1 ab 5,9

14 5,7 c-f 6,4 ab 6,1

15 6,2 a-c 6,9 a 6,5

16 5,6 d-f 6,7 a 6,1

17 6,1 a-d 6,9 a 6,5

IAC-1001 6,4 a 6,6 ab 6,5

IAC-1002 5,6 d-f 5,9 b 5,8

IAC-1003 6,1 a-d 6,6 ab 6,4

F (Repetições) 0,42 1,30 -

F (Genótipos) 8,06* 2,90* 3,41*

F (Anos) - - 138,99*

F (G x A) - - 2,05*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,6 0,8 0,8

C.V. % 3,60 4,73 4,27

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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120

Esses resultados concordaram parcialmente com os obtidos por VITA et al.

(2007) avaliando genótipos de trigo duro na Itália, no período de 2000 a 2002, que

identificaram variabilidade genética entre as linhagens e também demonstraram que os

comportamentos das mesmas diferiram em função dos anos avaliados.

No ano de 2007, destacou-se quanto ao comprimento da espiga a cultivar IAC-

1001 (6,5 cm), não diferindo apenas das linhagens 4, 10, 17 e da cultivar IAC-1003 (6,0

a 6,1 cm) em Capão Bonito. Nesse mesmo local, no ano de 2008, a linhagem 15 exibiu

espigas mais compridas (6,0 cm), diferindo das cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-

1003 (4,9 e 5,4 cm).

Em Tatuí, no ano agrícola de 2007, a cultivar IAC-1001 exibiu maior

comprimento médio da espiga de 6,9 cm, diferindo das demais, exceto das linhagens 3,

4, 10, 15 e das cultivares IAC-1002 e IAC-1003, que mostraram médias de 6,3 a 6,5 cm.

Em 2008, destacou a linhagem 4, que exibiu espigas mais compridas (6,3 cm) diferindo

apenas das linhagens 2, 12, 13, 14, 16 e da cultivar IAC-1002 (5,2 a 5,6 cm).

No ensaio instalado em Mococa, no ano de 2007, destacou-se a cultivar IAC-

1001, com comprimento médio das espigas de 6,4 cm, diferindo das linhagens 1, 2, 6, 8,

9, 11, 12, 13, 14, 16 e da cultivar IAC-1002, que exibiram comprimento médio de 5,3 a

5,8 cm. Em 2008, as linhagens 1, 3, 4, 7, 15, 16 e 17 demonstraram maior comprimento

médio da espiga (6,7 a 6,9 cm), diferindo apenas da cultivar IAC-1002 (5,9 cm).

Apesar do comportamento diferenciado em função dos experimentos instalados

em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, de modo geral, as linhagens 4, 15 e a cultivar IAC-

1001 destacaram-se pelo maior comprimento das espigas.

O número médio de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro

avaliados no “Ensaio de Novas linhagens II” em Capão Bonito, em condições de

sequeiro e solo corrigido e em Tatuí e Mococa, em condições de irrigação por aspersão

e solo corrigido, nos anos de 2007 e 2008, estão dispostos nas tabelas 62, 63 e 64.

As análises de variância individuais revelaram efeitos significativos para

genótipos em Capão Bonito, Tatuí e Mococa nos dois anos, exceto para Mococa, no

experimento instalado em 2008 e efeitos significativos para repetições apenas no

experimento instalado em Tatuí, no ano de 2007.

Os quadrados médios das análises de variância conjuntas exibiram efeitos não

significativos para genótipos e efeitos significativos para anos e interação genótipos x

anos, nos três locais, exceto para anos em Tatuí. Esses resultados mostraram que o

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121

Tabela 62 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ no _______________________________

1 11,9 e 13,5 ab 12,7

2 12,2 de 14,5 ab 13,4

3 12,5 de 14,2 ab 13,3

4 12,7 c-e 14,2 ab 13,5

5 12,9 c-e 14,2 ab 13,5

6 12,7 de 13,9 ab 13,3

7 12,1 e 14,5 ab 13,3

8 12,8 c-e 14,4 ab 13,6

9 12,6 de 14,7 ab 13,6

10 12,9 c-e 14,5 ab 13,7

11 12,3 de 14,2 ab 13,2

12 12,4 de 15,3 a 13,8

13 13,6 b-d 14,0 ab 13,8

14 12,1 e 14,7 ab 13,4

15 12,4 de 14,2 ab 13,3

16 12,7 de 14,3 ab 13,5

17 12,6 de 14,0 ab 13,3

IAC-1001 15,0 ab 13,1 b 14,0

IAC-1002 15,2 a 13,3 b 14,2

IAC-1003 14,2 a-c 13,2 b 13,7

F (Repetições) 0,40 0,79 -

F (Genótipos) 10,27* 2,52* 0,24

F (Anos) - - 16,88*

F (G x A) - - 9,33*

d.m.s. (Tukey 5%) 1,5 1,8 3,9

C.V. % 4,42 4,88 4,64

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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122

Tabela 63 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no _______________________________

1 13,7 d 12,8 b 13,2

2 13,5 d 14,1 ab 13,8

3 14,1 cd 14,1 ab 14,1

4 14,9 b-d 15,4 a 15,1

5 14,8 b-d 15,0 ab 14,9

6 14,1 cd 13,7 ab 13,9

7 14,5 cd 14,5 ab 14,5

8 14,5 cd 13,6 ab 14,1

9 13,8 cd 14,5 ab 14,1

10 15,4 bc 14,7 ab 15,0

11 14,4 cd 14,0 ab 14,2

12 13,8 cd 14,5 ab 14,1

13 14,1 cd 12,9 b 13,5

14 14,1 cd 13,8 ab 13,9

15 14,0 cd 14,1 ab 14,0

16 14,1 cd 13,9 ab 14,0

17 13,7 d 14,4 ab 14,0

IAC-1001 16,4 ab 13,8 ab 15,1

IAC-1002 17,1 a 13,6 ab 15,3

IAC-1003 16,4 ab 13,8 ab 15,1

F (Repetições) 5,22* 1,30 -

F (Genótipos) 9,39* 1,85* 1,00

F (Anos) - - 3,59

F (G x A) - - 4,14*

d.m.s. (Tukey 5%) 1,7 2,4 3,4

C.V. % 4,56 6,44 5,77

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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123

Tabela 64 - Médias do número de espiguetas por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_______________________________ no _______________________________

1 14,3 c-e 15,8 15,0

2 14,8 a-e 15,7 15,2

3 14,8 a-e 16,6 15,7

4 15,7 a-c 15,6 15,6

5 15,1 a-d 15,9 15,5

6 14,5 b-e 15,4 14,9

7 15,1 a-d 16,4 15,7

8 14,7 a-e 15,7 15,2

9 14,3 c-e 16,2 15,2

10 15,0 a-e 15,8 15,4

11 14,1 de 15,9 15,0

12 13,6 e 15,1 14,3

13 15,3 a-d 15,6 15,4

14 14,8 a-e 15,8 15,3

15 15,1 a-d 15,8 15,5

16 14,5 b-e 16,0 15,2

17 14,8 a-e 15,4 15,1

IAC-1001 16,0 a 15,6 15,8

IAC-1002 16,0 a 15,8 15,9

IAC-1003 15,8 ab 15,9 15,9

F (Repetições) 0,50 1,47 -

F (Genótipos) 4,64* 0,64 1,21

F (Anos) - - 33,60*

F (G x A) - - 1,75*

d.m.s. (Tukey 5%) 1,5 2,2 2,0

C.V. % 3,96 5,35 4,76

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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124

comportamento das linhagens diferiram em função dos anos, havendo a necessidade em

classificar os genótipos em cada ano de experimentação.

Apesar dos locais se demonstrarem contrastantes, a cultivar IAC-1002 destacou-

se entre os demais genótipos quanto ao número de espiguetas por espiga em Capão

Bonito (15,2) e em Tatuí (17,1), no ano de 2007, não diferindo apenas das cultivares

IAC-1001 (15,0 e 16,4), em Capão Bonito e IAC-1003 (14,2 e 16,4), em Tatuí.

Em Capão Bonito, no ano de 2008, a linhagem 12 (15,3) revelou maior número

de espiguetas por espiga, diferindo apenas das cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-

1003 (13,1 a 13,3). No mesmo ano, em Tatuí, destacou-se a linhagem 4 (15,4) diferindo

apenas das linhagens 1 e 13, que demonstraram nessas condições, médias de 12,8 e

12,9, respectivamente.

Em Mococa, no ano de 2007, destacaram-se as cultivares IAC-1001 e IAC-1002,

quanto ao número de espiguetas por espiga (16,0), diferindo apenas das linhagens 1, 6,

9, 11, 12 e 16, com médias variando de 13,6 a 14,5. Os dados obtidos em Mococa, no

ano de 2008 revelaram que não houve efeito significativo para genótipos quanto ao

número médio de espiguetas por espiga, demonstrando que os mesmos não diferiram

entre si nessas condições.

Estudando os componentes da produção em três cultivares de trigo duro na

Itália, ARDUINI et al. (2006) verificaram diferenças entre as linhagens quanto ao

número médio de espiguetas por espiga. Resultados anteriores obtidos por CAMARGO

et al. (2001) avaliando linhagens de trigo comum em Tatuí e Ribeirão Preto, em 1996 e

1997 mostraram também a ocorrência de interação genótipos x experimentos, quando

esse caráter foi analisado.

O número médio de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados

no “Ensaio de Novas Linhagens II” em Capão Bonito, em condições de sequeiro e solo

corrigido e em Tatuí e Mococa, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido,

nos anos de 2007 e 2008, acham-se nas tabelas 65, 66 e 67.

As análises de variância individuais demonstraram efeitos significativos para

genótipos em Capão Bonito, Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008 e efeito

significativo para repetições apenas em Tatuí, no ano de 2007.

Os quadrados médios das análises de variância conjuntas revelaram efeitos

significativos para genótipos nos três locais, efeitos não significativos para anos, apenas

em Capão Bonito e efeitos não significativos para interação genótipos x anos, somente

em Tatuí.

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125

Tabela 65 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no _______________________________

1 23,8 f 21,1 g 22,5

2 29,5 c-e 30,8 b-f 30,1

3 27,3 c-f 24,4 fg 25,8

4 27,1 c-f 28,0 b-f 27,5

5 26,5 c-f 24,9 e-g 25,7

6 24,6 ef 26,0 c-g 25,3

7 26,5 c-f 29,0 b-f 27,7

8 30,1 c-e 32,7 a-c 31,4

9 27,9 c-f 31,5 b-e 29,7

10 28,2 c-f 25,0 d-g 26,6

11 28,0 c-f 29,0 b-f 28,5

12 29,8 c-e 31,8 b-d 30,8

13 31,1 c 24,6 fg 27,8

14 26,5 c-f 25,5 d-g 26,0

15 25,2 d-f 24,3 fg 24,7

16 30,6 cd 31,6 b-e 31,1

17 25,1 d-f 20,5 g 22,8

IAC-1001 44,9 a 32,5 a-c 38,7

IAC-1002 43,0 ab 38,6 a 40,8

IAC-1003 37,6 b 34,3 ab 35,9

F (Repetições) 0,48 0,77 -

F (Genótipos) 27,97* 12,91* 6,50*

F (Anos) - - 2,60

F (G x A) - - 5,19*

d.m.s. (Tukey 5%) 5,7 6,8 11,0

C.V. % 7,33 9,17 8,19

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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126

Tabela 66 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no _______________________________

1 26,0 24,9 25,4 f

2 31,9 28,9 30,4 c-f

3 29,9 28,1 29,0 d-f

4 32,6 30,0 31,3 c-e

5 29,4 25,6 27,5 ef

6 30,1 27,1 28,6 d-f

7 31,5 28,4 29,9 d-f

8 36,3 30,3 33,3 cd

9 33,7 32,7 33,2 cd

10 32,5 27,5 30,0 d-f

11 34,7 35,8 35,3 c

12 32,6 31,7 32,2 c-e

13 31,3 26,4 28,8 d-f

14 31,4 28,5 30,0 d-f

15 27,2 24,5 25,8 f

16 31,9 28,9 30,4 c-f

17 27,1 27,4 27,2 ef

IAC-1001 48,0 46,5 47,2 a

IAC-1002 44,7 42,5 43,6 ab

IAC-1003 42,2 39,0 40,6 b

F (Repetições) 3,77* 0,30 -

F (Genótipos) 11,12* 13,24* 44,10*

F (Anos) - - 42,63*

F (G x A) - - 0,51

d.m.s. (Tukey 5%) 9,0 8,5 5,0

C.V. % 10,29 10,58 10,72

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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127

Tabela 67 - Médias do número de grãos por espiga dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no _______________________________

1 31,8 c 36,3 d 34,1

2 32,6 c 43,0 b-d 37,8

3 30,8 c 42,0 b-d 36,4

4 35,7 c 42,6 b-d 39,1

5 33,0 c 38,6 d 35,8

6 31,3 c 40,4 d 35,8

7 33,7 c 42,7 b-d 38,2

8 33,3 c 40,7 cd 37,0

9 33,6 c 42,4 b-d 38,0

10 33,3 c 39,1 d 36,2

11 36,4 c 43,1 b-d 39,7

12 33,5 c 44,6 a-d 39,1

13 34,1 c 38,6 d 36,3

14 31,9 c 40,0 d 36,0

15 31,5 c 35,9 d 33,7

16 31,8 c 42,1 b-d 36,9

17 31,0 c 38,2 d 34,6

IAC-1001 48,8 ab 49,8 a-c 49,3

IAC-1002 51,6 a 52,4 a 52,0

IAC-1003 44,1 b 50,3 ab 47,2

F (Repetições) 0,33 0,20 -

F (Genótipos) 18,85* 6,41* 11,34*

F (Anos) - - 109,44*

F (G x A) - - 1,87*

d.m.s. (Tukey 5%) 7,1 9,2 8,5

C.V. % 7,73 8,31 7,96

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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128

A cultivar IAC-1001 destacou-se quanto à fertilidade da espiga em Capão

Bonito, no ano de 2007 (44,9), não diferindo apenas da cultivar IAC-1002 (43,0). Em

2008, a cultivar IAC-1002 exibiu espigas mais férteis, com média de 38,6, não diferindo

apenas da linhagem 8 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1003, com número médio de

grãos por espiga variando de 32,5 a 34,3.

Nos experimentos instalados em Tatuí, considerou-se a média dos dois anos para

classificação das linhagens. O número médio de grãos por espiga em Tatuí variou de

25,4 a 47,2. A cultivar IAC-1001 destacou-se entre as demais linhagens quanto à

fertilidade da espiga, não diferindo apenas da cultivar IAC-1002.

Apesar da análise de variância conjunta ter demonstrado efeito significativo para

interação genótipos x anos em Mococa, a cultivar IAC-1002, exibiu maior fertilidade da

espiga nos dois anos considerados, com médias de 51,6 e 52,4, diferindo das demais

linhagens, exceto da cultivar IAC-1001, em 2007, com média de 48,8. Em 2008, a

cultivar IAC-1002 não diferiu apenas da linhagem 12 e das cultivares IAC-1001 e IAC-

1003, com médias variando de 44,6 a 50,3.

Apesar das interações observadas as cultivares IAC-1001 e IAC-1002

sobressaíram-se quanto ao número de grãos por espiga, considerando-se todos os

experimentos.

Presença de variabilidade genética para número de grãos por espiga foram

verificadas por VITA et al. (2007) e por ARDUINI et al. (2006) avaliando genótipos de

trigo duro na Itália. Genótipos superiores para esse caráter foram também identificados.

Nas tabelas 68, 69 e 70 são apresentados os números médios de grãos por

espigueta dos vinte genótipos de trigo avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em

Capão Bonito, em condição de sequeiro e solo corrigido e em Tatuí e Mococa, em

condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em experimentos instalados nos

anos de 2007 e 2008.

As análises de variância individuais revelaram efeitos significativos para

genótipos e efeitos não significativos para repetições em todos os experimentos

instalados nos três locais.

Os quadrados médios das análises de variância conjuntas por local exibiram

efeitos significativos para genótipos nos três locais, e efeitos não significativos para

anos, apenas em Tatuí e para interação genótipos x anos, somente em Mococa.

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129

Tabela 68 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no _______________________________

1 2,02 d-f 1,56 hi 1,79

2 2,42 bc 2,13 c-f 2,27

3 2,19 c-f 1,72 g-i 1,96

4 2,14 c-f 1,96 d-h 2,05

5 2,07 c-f 1,76 e-i 1,91

6 1,95 f 1,88 d-h 1,92

7 2,19 c-f 2,00 d-g 2,09

8 2,36 b-e 2,28 b-d 2,32

9 2,22 c-f 2,17 c-e 2,19

10 2,19 c-f 1,72 g-i 1,96

11 2,29 b-f 2,05 d-g 2,17

12 2,41 b-d 2,09 c-g 2,25

13 2,31 b-f 1,77 e-i 2,04

14 2,19 c-f 1,73 f-i 1,96

15 2,05 c-f 1,72 g-i 1,88

16 2,43 bc 2,22 b-d 2,32

17 1,99 ef 1,46 i 1,72

IAC-1001 3,01 a 2,49 bc 2,75

IAC-1002 2,85 a 2,91 a 2,88

IAC-1003 2,66 ab 2,61 ab 2,63

F (Repetições) 1,55 0,48 -

F (Genótipos) 14,24* 22,15* 11,18*

F (Anos) - - 46,65*

F (G x A) - - 3,02*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,39 0,41 0,54

C.V. % 6,45 7,71 7,04

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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130

Tabela 69 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no ______________________________

1 1,91 e 1,85 d 1,88

2 2,36 b-e 2,05 cd 2,21

3 2,13 b-e 1,96 d 2,05

4 2,20 b-e 1,98 d 2,09

5 2,00 c-e 1,73 d 1,86

6 2,13 b-e 1,99 d 2,06

7 2,19 b-e 1,98 d 2,09

8 2,49 a-c 2,24 cd 2,37

9 2,44 a-d 2,27 b-d 2,36

10 2,12 b-e 1,90 d 2,01

11 2,42 a-d 2,57 bc 2,49

12 2,36 b-e 2,22 cd 2,29

13 2,25 b-e 2,07 cd 2,16

14 2,24 b-e 2,08 cd 2,16

15 1,95 de 1,74 d 1,84

16 2,25 b-e 2,10 cd 2,18

17 1,96 de 1,93 d 1,94

IAC-1001 2,92 a 3,37 a 3,14

IAC-1002 2,61 ab 3,13 a 2,87

IAC-1003 2,58 ab 2,81 ab 2,69

F (Repetições) 1,88 0,58 -

F (Genótipos) 6,91* 17,33* 8,64*

F (Anos) - - 2,25

F (G x A) - - 2,60*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,51 0,56 0,67

C.V. % 8,50 9,70 9,13

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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131

Tabela 70 - Médias do número de grãos por espigueta dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_______________________________ no _______________________________

1 2,23 2,31 2,27 de

2 2,21 2,75 2,48 c-e

3 2,08 2,55 2,32 de

4 2,28 2,73 2,51 c-e

5 2,19 2,43 2,31 de

6 2,15 2,63 2,39 c-e

7 2,24 2,61 2,43 c-e

8 2,28 2,60 2,44 c-e

9 2,35 2,64 2,49 c-e

10 2,22 2,49 2,35 c-e

11 2,58 2,73 2,66 b-d

12 2,47 2,95 2,71 bc

13 2,23 2,49 2,36 c-e

14 2,15 2,56 2,36 c-e

15 2,08 2,27 2,18 e

16 2,21 2,64 2,42 c-e

17 2,11 2,48 2,30 de

IAC-1001 3,03 3,21 3,12 a

IAC-1002 3,23 3,33 3,28 a

IAC-1003 2,78 3,16 2,97 ab

F (Repetições) 0,71 0,91 -

F (Genótipos) 20,40* 7,43* 19,02*

F (Anos) - - 115,49*

F (G x A) - - 1,15

d.m.s. (Tukey 5%) 0,37 0,55 0,39

C.V. % 5,95 7,81 7,05

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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132

As cultivares IAC-1001 e IAC-1002 destacaram-se quanto à fertilidade da

espigueta em Capão Bonito, no ano de 2007 (3,01 e 2,85), não diferindo apenas da

cultivar IAC-1003 (2,66). Em 2008, a cultivar IAC-1002 revelou maior número de

grãos por espigueta, com média de 2,91, não diferindo apenas da cultivar IAC-1003,

com média de 2,61.

Em Tatuí, no ano de 2007, verificou-se que a cultivar IAC-1001 revelou alta

fertilidade da espigueta (2,92), diferindo das demais, exceto das linhagens 8, 9, 11 e das

cultivares IAC-1002 e IAC-1003. As cultivares IAC-1001 e IAC-1002 se destacaram

também no ano de 2008, quanto ao número de grãos por espigueta (3,37 e 3,13), não

diferindo apenas da cultivar IAC-1003 (2,81).

Considerando os dados médios obtidos nos anos de 2007 e 2008, em Mococa, o

número de grãos por espigueta variou de 2,18 a 3,28, sendo que as cultivares IAC-1001

e IAC-1002 exibiram espiguetas mais férteis (3,12 e 3,28), não diferindo apenas da

cultivar IAC-1003 (2,97).

As cultivares IAC-1001 e IAC-1002 destacaram-se como fonte genética para

aumentar o número de grãos por espiga e por espigueta em cruzamentos de trigo duro.

Estudando linhagens de trigo comum originárias de hibridações entre cultivares

adaptadas e linhagens oriundas de introdução CAMARGO et al. (2001) também

verificou genótipos promissores quanto à fertilidade da espigueta, em ensaios instalados

em Tatuí e Ribeirão Preto. Esses pesquisadores relataram a possibilidade em utilizarem

genótipos superiores em blocos de cruzamento visando transferência desse caráter.

Nas tabelas 71, 72 e 73 estão apresentados os dados médios quanto à massa de

cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens

II” instalados em condição de sequeiro e solo corrigido em Capão Bonito e em condição

de irrigação por aspersão e solo corrigido em Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Os quadrados médios das análises de variância individuais exibiram efeitos

significativos para genótipos nos três locais e efeitos significativos para repetições,

apenas no experimento instalado em Mococa, no ano de 2007. As análises de variância

conjuntas exibiram efeitos significativos para genótipos e anos, nos três locais e efeito

significativo para interação genótipos x anos, em Capão Bonito e Tatuí.

Em Capão Bonito, no ano agrícola de 2007, destacaram-se as cultivares IAC-

1002 e IAC-1003 quanto ao peso de grãos (5,22 e 5,26 g), não diferindo das linhagens

1, 3, 5, 6, 15 e 17, que exibiram médias de 4,66 a 4,92 g. Em 2008, as linhagens 1, 15,

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133

Tabela 71 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ no ________________________________

1 4,82 a-c 4,72 a 4,77

2 4,33 b-d 3,98 b 4,16

3 4,80 a-c 4,28 ab 4,54

4 4,46 b-d 4,15 ab 4,31

5 4,92 ab 4,28 ab 4,60

6 4,66 a-d 4,32 ab 4,49

7 4,46 b-d 3,84 b 4,15

8 4,22 cd 3,93 b 4,07

9 4,37 b-d 3,92 b 4,15

10 4,55 b-d 4,15 ab 4,35

11 4,49 b-d 4,14 ab 4,32

12 4,50 b-d 3,93 b 4,21

13 4,09 d 4,15 ab 4,12

14 4,36 b-d 3,92 b 4,14

15 4,84 a-c 4,72 a 4,78

16 4,45 b-d 3,97 b 4,21

17 4,75 a-c 4,78 a 4,77

IAC-1001 4,55 b-d 4,46 ab 4,50

IAC-1002 5,22 a 4,21 ab 4,72

IAC-1003 5,26 a 4,75 a 5,01

F (Repetições) 2,58 0,25 -

F (Genótipos) 6,37* 6,32* 4,89*

F (Anos) - - 44,19*

F (G x A) - - 2,11*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,64 0,64 0,73

C.V. % 5,26 5,79 5,57

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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134

Tabela 72 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_________________________________ no _______________________________

1 4,62 d 4,37 bc 4,50

2 4,41 d 3,85 c 4,13

3 4,79 cd 4,45 bc 4,62

4 4,53 d 3,86 c 4,19

5 4,87 cd 4,04 bc 4,45

6 4,50 d 4,25 bc 4,38

7 4,66 d 4,07 bc 4,37

8 4,58 d 4,00 bc 4,29

9 4,66 d 4,07 bc 4,37

10 4,55 d 4,23 bc 4,39

11 4,73 cd 4,15 bc 4,44

12 4,83 cd 3,91 c 4,37

13 4,46 d 4,30 bc 4,38

14 4,56 d 4,09 bc 4,33

15 4,86 cd 4,49 bc 4,68

16 4,46 d 4,04 bc 4,25

17 4,79 cd 3,62 c 4,21

IAC-1001 5,41 ab 4,45 bc 4,93

IAC-1002 5,17 bc 4,85 ab 5,01

IAC-1003 5,64 a 5,67 a 5,66

F (Repetições) 2,56 0,55 -

F (Genótipos) 12,92* 6,00* 5,86*

F (Anos) - - 62,28*

F (G x A) - - 2,16*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,47 0,93 0,84

C.V. % 3,77 8,39 6,25

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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135

Tabela 73 - Médias da massa de cem grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ no _______________________________

1 5,13 4,74 4,93 b-d

2 5,00 4,26 4,63 b-e

3 5,20 4,39 4,79 b-e

4 4,84 4,54 4,69 b-e

5 4,97 4,36 4,67 b-e

6 4,84 4,33 4,58 c-e

7 4,72 4,31 4,51 de

8 5,09 4,41 4,75 b-e

9 5,12 4,30 4,71 b-e

10 4,76 4,43 4,60 c-e

11 5,19 4,37 4,78 b-e

12 4,97 4,40 4,68 b-e

13 5,10 4,49 4,79 b-e

14 4,55 4,15 4,35 e

15 5,52 4,79 5,16 ab

16 5,15 4,31 4,73 b-e

17 5,22 4,81 5,02 a-d

IAC-1001 5,02 4,66 4,84 b-e

IAC-1002 5,45 4,69 5,07 a-c

IAC-1003 5,76 5,17 5,47 a

F (Repetições) 6,31* 0,58 -

F (Genótipos) 6,15* 4,52* 7,17*

F (Anos) - - 199,04*

F (G x A) - - 1,16

d.m.s. (Tukey 5%) 0,60 0,61 0,53

C.V. % 4,48 5,16 5,08

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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136

17 e a cultivar controle IAC-1003 exibiram grãos mais pesados (4,72 a 4,78 g),

diferindo das linhagens 2, 7, 8, 9, 12, 14 e 16, com peso médio de grãos variando de

3,84 a 3,98 g.

Apesar da análise de variância conjunta exibir efeito significativo para interação

genótipos x anos em Tatuí, a cultivar IAC-1003 revelou-se superior quanto ao peso de

grãos nos dois anos (5,64 a 5,67 g), não diferindo apenas da cultivar IAC-1001 em 2007

(5,41 g) e da cultivar IAC-1002 em 2008 (4,85 g).

Em Mococa, considerando os dados médios obtidos nos dois anos, a massa de

cem grãos variou de 4,35 a 5,47 g. A cultivar IAC-1003 destacou-se quanto aos grãos

mais pesados em relação às demais, não diferindo apenas das linhagens 15, 17 e da

cultivar IAC-1002, com peso de grãos variando de 5,02 a 5,16 g.

A cultivar IAC-1003 nos “Ensaios de Novas Linhagens II”, confirmou o

desempenho nos “Ensaios de Novas Linhagens I”, isto é demonstrou superioridade em

relação à massa de cem grãos em todos os locais considerados, revelando ser uma fonte

genética de interesse para aumentar esse caráter em cruzamentos.

Os comprimentos médios do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo

duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo

corrigido, em Capão Bonito e em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido,

em Tatuí e Mococa, nos anos de 2007 e 2008 estão dispostos nas tabelas 74, 75 e 76.

Os quadrados médios das análises de variância individuais revelaram efeitos

significativos para genótipos e efeitos não significativos para repetições nos dois anos,

nos três locais.

As análises conjuntas demonstraram efeitos significativos para genótipos em

Tatuí e Mococa, para anos e interação genótipos x anos em todos os locais, exceto para

interação genótipos x anos em Mococa.

As linhagens 1, 4, 15 e 17 exibiram maior comprimento do internódio da raque

em Capão Bonito, no ano de 2007, com médias de 0,48 cm, diferindo das linhagens 5, 8,

9, 13, 16 e das cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003, variando de 0,38 a 0,45 cm.

Em 2008, as linhagens 1, 4, 15 e a cultivar IAC-1001 exibiram médias de 0,42 cm,

diferindo das linhagens 2, 3, 7, 8, 11, 12, 14, 16 e da cultivar IAC-1002, com médias de

0,37 a 0,39 cm.

Apesar do comportamento diferenciado entre os genótipos avaliados em Capão

Bonito, as linhagens 1, 4 e 15 exibiram maior comprimento do internódio da raque nos

dois anos.

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137

Tabela 74 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_______________________________ cm ______________________________

1 0,48 a 0,42 a 0,45

2 0,46 a-c 0,39 b-d 0,42

3 0,47 ab 0,39 b-d 0,43

4 0,48 a 0,42 a 0,45

5 0,45 b-d 0,40 a-c 0,42

6 0,46 a-c 0,40 a-c 0,43

7 0,47 ab 0,39 b-d 0,43

8 0,45 b-d 0,39 b-d 0,42

9 0,44 c-e 0,40 a-c 0,42

10 0,47 ab 0,40 a-c 0,43

11 0,47 ab 0,39 b-d 0,43

12 0,47 ab 0,38 cd 0,43

13 0,43 de 0,40 a-c 0,41

14 0,46 a-c 0,38 cd 0,42

15 0,48 a 0,42 a 0,45

16 0,45 b-d 0,39 b-d 0,42

17 0,48 a 0,41 ab 0,44

IAC-1001 0,43 de 0,42 a 0,43

IAC-1002 0,38 f 0,37 d 0,37

IAC-1003 0,42 e 0,41 ab 0,42

F (Repetições) 1,48 0,71 -

F (Genótipos) 15,85* 5,39* 1,99

F (Anos) - - 117,44*

F (G x A) - - 7,21*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,03 0,03 0,07

C.V. % 2,75 3,01 2,88

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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138

Tabela 75 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

________________________________ cm ______________________________

1 0,45 a 0,43 ab 0,44

2 0,43 ab 0,40 ab 0,42

3 0,45 a 0,42 ab 0,43

4 0,42 a-c 0,41 ab 0,41

5 0,41 bc 0,40 ab 0,41

6 0,43 ab 0,42 ab 0,43

7 0,43 ab 0,41 ab 0,42

8 0,41 bc 0,42 ab 0,42

9 0,42 a-c 0,40 ab 0,41

10 0,43 ab 0,41 ab 0,42

11 0,42 a-c 0,41 ab 0,42

12 0,42 a-c 0,39 b 0,40

13 0,41 bc 0,41 ab 0,41

14 0,43 ab 0,41 ab 0,42

15 0,45 a 0,43 ab 0,44

16 0,41 bc 0,39 b 0,40

17 0,45 a 0,42 ab 0,43

IAC-1001 0,42 a-c 0,44 a 0,43

IAC-1002 0,37 d 0,39 b 0,38

IAC-1003 0,39 cd 0,42 ab 0,41

F (Repetições) 2,69 2,33 -

F (Genótipos) 9,90* 2,28* 2,38*

F (Anos) - - 7,14*

F (G x A) - - 2,68*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,04 0,05 0,06

C.V. % 3,16 4,54 4,03

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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139

Tabela 76 - Médias do comprimento do internódio da raque dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Genótipos 2007 2008 Média

_______________________________ cm ______________________________

1 0,41 0,43 0,42 ab

2 0,38 0,40 0,39 de

3 0,40 0,41 0,41 bc

4 0,40 0,44 0,42 ab

5 0,39 0,40 0,40 cd

6 0,39 0,41 0,40 cd

7 0,40 0,41 0,40 cd

8 0,38 0,40 0,39 de

9 0,39 0,41 0,40 cd

10 0,39 0,41 0,40 cd

11 0,39 0,41 0,40 cd

12 0,39 0,42 0,40 cd

13 0,37 0,40 0,38 e

14 0,39 0,41 0,40 cd

15 0,41 0,44 0,42 ab

16 0,38 0,42 0,40 cd

17 0,41 0,45 0,43 a

IAC-1001 0,40 0,43 0,41 bc

IAC-1002 0,35 0,37 0,36 f

IAC-1003 0,39 0,42 0,40 cd

F (Repetições) 2,25 1,48 -

F (Genótipos) 11,11* 5,03* 14,57*

F (Anos) - - 184,42*

F (G x A) - - 0,82

d.m.s. (Tukey 5%) 0,02 0,04 0,02

C.V. % 2,10 3,41 2,92

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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140

Em Tatuí, no ano de 2007, destacaram-se quanto ao comprimento do internódio

da raque as linhagens 1, 3, 15 e 17, com média de 0,45 cm, diferindo apenas das

linhagens 5, 8, 13, 16 e das cultivares IAC-1002 e IAC-1003, que apresentaram nessas

condições, médias variando de 0,37 a 0,41 cm. Entretanto, em 2008, o comprimento

médio do internódio da raque variou de 0,39 a 0,44 cm. A cultivar IAC-1001 destacou-

se entre as demais, diferindo apenas das linhagens 12, 16 e da cultivar IAC-1002.

Considerando a média dos dois anos em Mococa, o comprimento do internódio

da raque variou de 0,36 a 0,43 cm. A linhagem 17 revelou-se superior quanto a esse

caráter em relação às demais, exceto das linhagens 1, 4 e 15, que exibiram média de

0,42 cm.

Esses resultados concordaram com os obtidos por FERREIRA FILHO (1996),

avaliando linhagens de trigo comum, em condições de telado, que também mostraram

variabilidade genética para esse caráter. Por outro lado, esse pesquisador demonstrou

diferenças mais evidentes entre os genótipos avaliados em relação aos obtidos no

presente estudo.

Os resultados demonstraram que houve uma tendência dos genótipos oriundos

do programa de melhoramento do IAC exibir maior comprimento do internódio da

raque em relação a cultivar IAC-1002 introduzida do CIMMYT, México. Esse fato

mostra o progresso já alcançado pelo programa de melhoramento de trigo duro do IAC

em relação a esse caráter.

Os dados médios do comprimento, largura e espessura dos grãos dos vinte

genótipos de trigo duro, avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, instalados em

Capão Bonito, Tatuí e Mococa, no ano de 2007, são apresentados nas tabelas 77, 78 e

79.

Os quadrados médios das análises de variância individuais para comprimento,

largura e espessura dos grãos revelaram efeitos significativos para genótipos em todos

os anos e locais e significativos para repetições somente em Mococa, para comprimento

e espessura dos grãos, e em Capão Bonito e Tatuí, para largura dos grãos.

Apesar das diferentes condições de cultivo, as cultivares IAC-1001 e IAC-1003

se destacaram quanto ao comprimento dos grãos em Capão Bonito e Mococa, diferindo

das demais linhagens estudadas. Em Tatuí verificou-se que a cultivar IAC-1001 (8,0

mm) revelou-se superior, diferindo dos demais genótipos. Em Capão Bonito, o

comprimento médio variou de 6,6 a 7,6 mm; em Tatuí, variou de 6,4 a 8,0 mm e em

Mococa, de 6,3 a 7,8 mm (Tabela 77). Os resultados obtidos sugerem a necessidade de

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141

Tabela 77 - Médias do comprimento dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.

Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa

_________________________________ mm _________________________________

1 6,9 c 6,8 de 6,6 c-e

2 6,6 d 6,6 de 6,4 ef

3 6,9 c 6,7 de 6,7 cd

4 6,6 d 6,4 e 6,3 f

5 6,7 cd 6,7 de 6,5 d-f

6 6,8 cd 6,7 de 6,4 ef

7 6,9 c 6,8 de 6,6 c-e

8 6,6 d 6,5 e 6,6 c-e

9 6,7 cd 6,6 de 6,6 c-e

10 6,7 cd 6,8 de 6,5 d-f

11 6,8 cd 6,7 de 6,7 cd

12 6,7 cd 6,7 de 6,5 d-f

13 6,6 d 6,6 de 6,7 cd

14 6,7 cd 6,7 de 6,5 d-f

15 6,9 c 6,9 cd 6,7 cd

16 6,6 d 6,6 de 6,8 c

17 6,9 c 6,8 de 6,6 c-e

IAC-1001 7,6 a 8,0 a 7,7 a

IAC-1002 7,2 b 7,3 bc 7,2 b

IAC-1003 7,6 a 7,6 b 7,8 a

F (Repetições) 1.64 1.25 4.38*

F (Genótipos) 22.75* 33.66* 42.32*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,3 0,4 0,3

C.V. % 1,86 1,94 1,82

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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142

Tabela 78 - Médias da largura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.

Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa

________________________________ mm ________________________________

1 3,2 a-c 3,2 bc 3,4 ab

2 3,3 ab 3,2 bc 3,5 ab

3 3,4 a 3,3 a-c 3,6 a

4 3,2 a-c 3,3 a-c 3,5 ab

5 3,2 a-c 3,3 a-c 3,6 a

6 3,2 a-c 3,3 a-c 3,5 ab

7 3,1 bc 3,1 c 3,3 b

8 3,1 bc 3,3 a-c 3,6 a

9 3,2 a-c 3,3 a-c 3,5 ab

10 3,1 bc 3,2 bc 3,4 ab

11 3,2 a-c 3,4 ab 3,6 a

12 3,3 ab 3,4 ab 3,4 ab

13 3,2 a-c 3,3 a-c 3,6 a

14 3,2 a-c 3,3 a-c 3,4 ab

15 3,3 ab 3,3 a-c 3,6 a

16 3,2 a-c 3,2 bc 3,6 a

17 3,2 a-c 3,2 bc 3,5 ab

IAC-1001 3,0 c 3,3 a-c 3,3 b

IAC-1002 3,4 a 3,5 a 3,5 ab

IAC-1003 3,1 bc 3,3 a-c 3,3 b

F (Repetições) 3.09* 3.31* 0.96

F (Genótipos) 3.31* 3.03* 3.19*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,3 0,3 0,3

C.V. % 3,17 3,05 3,68

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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143

Tabela 79 - Médias da espessura dos grãos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, e condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí e Mococa no ano de 2007.

Genótipos Capão Bonito Tatuí Mococa

________________________________ mm _________________________________

1 3,0 a-c 3,0 b 3,1 ab

2 2,9 bc 3,1 ab 3,1 ab

3 2,9 bc 3,0 b 3,0 b

4 2,9 bc 3,1 ab 3,0 b

5 2,9 bc 3,0 b 3,1 ab

6 2,9 bc 3,0 b 3,1 ab

7 2,9 bc 3,1 ab 3,0 b

8 2,8 c 3,1 ab 3,2 a

9 2,9 bc 3,1 ab 3,2 a

10 2,9 bc 3,1 ab 3,1 ab

11 2,9 bc 3,0 b 3,2 a

12 2,9 bc 3,1 ab 3,1 ab

13 2,8 c 3,0 b 3,2 a

14 2,9 bc 3,1 ab 3,0 b

15 3,0 a-c 3,1 ab 3,1 ab

16 2,9 bc 3,1 ab 3,2 a

17 2,9 bc 3,0 b 3,1 ab

IAC-1001 3,1 ab 3,2 a 3,0 b

IAC-1002 3,2 a 3,2 a 3,1 ab

IAC-1003 3,2 a 3,2 a 3,2 a

F (Repetições) 2.09 2.01 3.93*

F (Genótipos) 4.70* 2.82* 2.67*

d.m.s. (Tukey 5%) 0,3 0,2 0,2

C.V. % 3,24 2,61 2,86

*Significativo ao nível de 5%. Médias seguidas de uma letra em comum não diferem, entre si, pelo teste de Tukey.

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144

se aumentar o comprimento dos grãos das linhagens de trigo duro selecionadas no IAC

através de cruzamentos.

Quanto à largura dos grãos, em Capão Bonito, a linhagem 3 e a cultivar IAC-

1002 exibiram grãos mais largos, com média de 3,4 mm, diferindo apenas das linhagens

7, 8, 10 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1003, com média variando de 3,0 a 3,1 mm.

Em Tatuí, a cultivar IAC-1002 exibiu grãos mais largos (3,5 mm), diferindo apenas das

linhagens 1, 2, 7, 10, 16 e 17, com largura média variando de 3,1 a 3,2 mm. Entretanto,

em Mococa, as linhagens 3, 5, 8, 11, 13, 15 e 16 exibiram grãos mais largos (3,6 mm),

diferindo apenas da linhagem 7 e das cultivares IAC-1001 e IAC-1003, que exibiram

nessas condições, médias de 3,3 mm (Tabela 78).

Em Capão Bonito, a espessura média dos grãos variou de 2,8 a 3,2 mm. As

cultivares IAC-1002 e IAC-1003 exibiram grãos mais espessos, não diferindo apenas

das linhagens 1, 15 e da cultivar IAC-1001. Em Tatuí, os genótipos demonstraram

espessura média de 3,0 a 3,2 mm. As cultivares IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003

revelaram grãos mais espessos, diferindo apenas das linhagens 1, 3, 5, 6, 11, 13 e 17. As

linhagens 8, 9, 11, 13, 16 e a cultivar IAC-1003 demonstraram em Mococa, grãos mais

espessos (3,2 mm), diferindo apenas das linhagens 3, 4, 7, 14 e da cultivar IAC-1001,

com espessura média de grãos de 3,0 mm (Tabela 79).

Presença de variabilidade genética quanto ao comprimento, largura e espessura

dos grãos em linhagens de trigo comum, oriundas de cultura de anteras, também foram

demonstradas por BIUDES (2007) em Capão Bonito e Tatuí, no ano de 2006,

concordando com dados obtidos nesses experimentos.

As estimativas das correlações simples entre as médias dos caracteres produção

de grãos, altura das plantas, ciclo da emergência ao florescimento e à maturação,

comprimento da espiga, número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e por

espigueta, massa de cem grãos e comprimento do internódio da raque, avaliadas nos

experimentos instalados em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008 são apresentadas

na tabela 80.

Considerando-se a média dos ensaios de Capão Bonito, verificou-se que houve

uma tendência dos genótipos mais produtivos apresentarem porte semi-anão mais alto

(0,781*), mais tardios para florescer (0,474*) e para maturar (0,550*), com maior

número de espiguetas por espiga (0,470*), com espigas e espiguetas mais férteis

(0,695* e 0,653*) e com maior massa de cem grãos (0,333*). Em contrapartida, as

plantas mais produtivas associaram-se com espigas mais compactas (-0,354*).

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145

Tabela 80 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, nos anos de 2007 e 2008.

Caracteres PG AP CEF CEM CE NESP NGE NGEG MCG AP 0,781*

CEF 0,474* 0,428* CEM 0,550* 0,547* 0,591* CE 0,118 0,270* -0,157 0,163

NESP 0,470* 0,436* 0,216 0,283* 0,364* NGE 0,695* 0,552* 0,581* 0,452* -0,070 0,581*

NGEG 0,653* 0,492* 0,592* 0,422* -0,173 0,412* 0,980* MCG 0,333* 0,388* 0,196 0,126 -0,014 -0,223* 0,018 0,052 CIR -0,354* -0,191 -0,342* -0,138 0,525* -0,597* -0,608* -0,542* 0,178

PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CEF: ciclo da emergência ao florescimento (dias); CEM: ciclo da emergência a maturação (dias); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espiguetas por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.

Os genótipos de porte semi-anão mais alto exibiram ciclo mais tardio, tanto para

florescer (0,428*) quanto para maturar (0,547*), com espigas mais compridas (0,270*),

com maior número de espiguetas por espiga (0,436*), espigas e espiguetas mais férteis

(0,552* e 0,492*) e com grãos mais pesados (0,388*).

Os genótipos mais tardios para florescer também apresentaram mais tardios para

maturar (0,591*) e menor comprimento do internódio da raque (-0,342*). Houve

tendência dos genótipos com maior ciclo da emergência ao florescimento e à maturação

exibir espigas e espiguetas mais férteis.

Foram verificadas associações positivas e significativas entre o ciclo médio da

emergência à maturação e o número de espiguetas por espiga (0,283*). Houve uma

tendência dos genótipos com maior peso de grãos mostrar menor número de espiguetas

por espiga (-0,223*).

Os genótipos com espigas mais compridas revelaram maior número de

espiguetas por espiga (0,364*) e maior comprimento do internódio da raque (0,525*).

Associações significativas também foram verificadas entre número de espiguetas

por espiga e os caracteres: número de grãos por espiga (0,581*), grãos por espigueta

(0,412*) e comprimento do internódio da raque (-0,597*).

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146

Houve tendência dos genótipos com maior comprimento do internódio da raque

exibir espigas e espiguetas com menor número de grãos (-0,608* e -0,542*). Associação

positiva e significativa foram verificadas entre número de grãos por espiga e grãos por

espigueta (0,980*).

As estimativas das associações entre produção de grãos, altura das plantas,

comprimento da espiga, número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e por

espigueta, massa de cem grãos e comprimento do internódio da raque, dos experimentos

instalados em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008 estão dispostas na tabela 81.

Houve uma tendência dos genótipos mais produtivos exibir plantas de porte

semi-anão mais alto (0,583*), com espigas mais compridas (0,272*), maior número de

espiguetas por espiga (0,521*), espigas e espiguetas mais férteis (0,635* e 0,560*),

grãos mais pesados (0,729*) e menor comprimento do internódio da raque (-0,329*).

Os genótipos com porte semi-anão mais alto mostraram espigas mais compridas

(0,584*), com maior número de espiguetas por espiga (0,438*), espigas e espiguetas

mais férteis (0,416* e 0,333*) e grãos mais pesados (0,361*). Genótipos com espigas

mais compridas exibiram maior número de espiguetas por espiga (0,593*), número de

grãos por espiga (0,241*) e maior comprimento do internódio da raque (0,288*).

Associações positivas e significativas foram verificadas entre os caracteres:

número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e por espigueta e peso de grãos.

Genótipos com maior comprimento do internódio da raque tiveram menor número de

espiguetas por espiga e menor número de grãos por espiga e por espigueta.

Na tabela 82 são exibidas as correlações simples entre produção de grãos, altura

das plantas, ciclo da emergência ao florescimento, comprimento da espiga, número de

espiguetas por espiga, grãos por espiga e espigueta, massa de cem grãos e comprimento

do internódio da raque, nos experimentos instalados em Mococa, nos anos de 2007 e

2008.

Houve uma tendência dos genótipos mais produtivos mostrarem plantas de porte

semi-anão mais alto (0,404*), com ciclos mais tardios para florescer (0,654*), maior

número de espiguetas por espiga (0,279*), espigas e espiguetas mais férteis (0,710* e

0,681*) e grãos mais pesados (0,281*).

Os genótipos com porte semi-anão mais alto tiveram ciclo mais tardio para

florescer (0,537*), espigas mais compridas (0,429*), maior número de espiguetas por

espiga (0,278*), espigas e espiguetas mais férteis (0,461* e 0,419*), grãos mais pesados

(0,314*) e maior comprimento do internódio da raque (0,249*).

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147

Tabela 81 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, nos anos de 2007 e 2008.

Caracteres PG AP CE NESP NGE NGEG MCG AP 0,583* CE 0,272* 0,584*

NESP 0,521* 0,438* 0,593* NGE 0,635* 0,416* 0,241* 0,556*

NGEG 0,560* 0,333* 0,071 0,337* 0,966* MCG 0,729* 0,361* 0,197 0,222* 0,530* 0,517* CIR -0,329* 0,091 0,288* -0,561* -0,400* -0,297* -0,039

PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espiguetas por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t. Tabela 82 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, nos anos de 2007 e 2008.

Caracteres PG AP CEF CE NESP NGE NGEG MCG AP 0,404*

CEF 0,654* 0,537* CE 0,062 0,429* 0,088

NESP 0,279* 0,278* 0,393* 0,589* NGE 0,710* 0,461* 0,797* 0,032 0,414*

NGEG 0,681* 0,419* 0,745* -0,152 0,138 0,958* MCG 0,281* 0,314* 0,380* 0,138 0,096 0,263* 0,257* CIR -0,191 0,249* -0,263* 0,629* -0,257* -0,351* -0,305* 0,078

PG: produção de grãos (kg ha-1); AP: altura das plantas (cm); CEF: ciclo da emergência ao florescimento (dias); CE: comprimento da espiga (cm); NESP: número de espigueta por espiga; NGE: número de grãos por espiga; NGEG: número de grãos por espigueta; MCG: massa de cem grãos (g) e CIR: comprimento do internódio da raque (cm). * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.

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148

Associações positivas e significativas foram verificadas entre ciclo da

emergência ao florescimento e os caracteres: número de espiguetas por espiga (0,393*),

número de grãos por espiga e por espigueta (0,797* e 0,745*) e massa de cem grãos

(0,380*). Em contrapartida, os genótipos mais tardios exibiram menor comprimento do

internódio da raque (-0,263*).

Genótipos com espigas mais compridas tiveram maior número de espiguetas por

espiga (0,589*) e maior comprimento do internódio da raque (0,629*). Associações

significativas também foram verificadas entre número de espiguetas por espiga com os

caracteres: número de grãos por espiga (0,414*) e comprimento do internódio da raque

(-0,257*).

Associações positivas e significativas também foram observadas entre os

caracteres: número de grãos por espiga, grãos por espigueta e massa de cem grãos.

Genótipos com maior comprimento do internódio da raque exibiram espigas e

espiguetas com menor número de grãos (-0,351* e -0,305*).

Apesar das diferentes condições de cultivo, os genótipos superiores quanto à

produção de grãos tiveram tendência em exibir nos três locais plantas de porte semi-

anão mais alto, maior ciclo da emergência ao florescimento, maior número de

espiguetas por espiga, espigas e espiguetas mais férteis e grãos mais pesados. No

entanto, verificou-se que os genótipos mais produtivos mostraram a tendência em

apresentar menor comprimento do internódio da raque.

GARCIA DEL MORAL et al. (2003) avaliando diferentes genótipos de trigo

duro na Espanha encontraram associações entre produção de grãos e número de grãos

por espiga e massa de grãos dependendo das condições de cultivo: clima quente ou frio

e ou sequeiro ou irrigado. Por outro lado ELHANI et al. (2007) avaliando linhagens de

trigo duro em condição de irrigação e sequeiro na Espanha identificaram associações

positivas e significativas entre a produção de grãos e número de espiguetas e de grãos

por espiga, e massa de grãos. Verificou que a produção de grãos somente correlacionou-

se com número de grãos por espigueta em condição de sequeiro.

As correlações simples entre a produção de grãos, massa de cem grãos,

comprimento, largura e espessura dos grãos e número de grãos por espiga referentes aos

dados obtidos no “Ensaio de Novas Linhagens II”, instalado em Capão Bonito, Tatuí e

Mococa, no ano de 2007, são apresentadas nas tabelas 83, 84 e 85.

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149

Tabela 83 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de sequeiro e solo corrigido, em Capão Bonito, no ano de 2007.

Caracteres PG MCG CG LG EG MCG 0,416* CG 0,751* 0,566* LG -0,043 0,508* 0,003 EG 0,566* 0,711* 0,720* 0,394*

NGE 0,780* 0,171 0,638* -0,061 0,434* PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t. Tabela 84 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Tatuí, no ano de 2007.

Caracteres PG MCG CG LG EG MCG 0,686* CG 0,496* 0,749* LG 0,339* 0,436* 0,241* EG 0,496* 0,500* 0,515* 0,488*

NGE 0,644* 0,629* 0,600* 0,476* 0,575* PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t. Tabela 85 - Estimativas das correlações simples entre os caracteres agronômicos dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II” em condições de irrigação por aspersão e solo corrigido, em Mococa, no ano de 2007.

Caracteres PG MCG CG LG EG MCG 0,362* CG 0,607* 0,544* LG -0,091 0,426* -0,219 EG 0,077 0,598* 0,233* 0,489*

NGE 0,646* 0,268* 0,725* -0,210 0,052 PG: produção de grãos (kg ha-1); MCG: massa de cem grãos (g); CG: comprimento dos grãos (mm); LG: largura dos grãos (mm); EG: espessura dos grãos (mm) e NGE: número de grãos por espiga. * significativo, ao nível de 5%, pelo teste t.

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150

Em Capão Bonito, houve uma tendência dos genótipos mais produtivos exibirem

maior número de grãos por espiga (0,780*) e maior massa de grãos (0,416*), grãos mais

compridos (0,751*) e mais espessos (0,566*).

Em Tatuí, os genótipos superiores quanto à produção de grãos demonstraram

maior número de grãos por espiga (0,644*), grãos mais pesados (0,686*), com maior

comprimento (0,496*), largura (0,339*) e espessura (0,496*).

Os dados obtidos em Mococa revelaram que houve uma tendência dos genótipos

mais produtivos apresentar apenas maior número de grãos por espiga (0,646*), grãos

mais pesados (0,362*) e mais compridos (0,607*).

Em todos os experimentos verificaram-se associações positivas e significativas

entre os caracteres: massa de cem grãos, comprimento dos grãos, largura do grãos e

espessura dos grãos, exceto entre comprimento e largura dos grãos em Capão Bonito e

Mococa.

Quanto ao número de grãos por espiga verificou-se que houve uma tendência

dos genótipos com maior fertilidade da espigas exibirem grãos mais pesados em Tatuí e

Mococa, grãos mais compridos nos três locais, grãos mais largos em Tatuí e com maior

espessura em Capão Bonito e Tatuí.

Esses resultados concordaram parcialmente com os obtidos por MISTRO &

CAMARGO (2002) avaliando linhagens de trigo comum introduzidas do CIMMYT,

México, em Tatuí, no ano de 2000. Esses pesquisadores demonstraram que a produção

de grãos correlacionou com peso e largura dos grãos. Associações positivas e

significativas entre massa de cem grãos, comprimento, largura e espessura dos grãos

também foram verificadas por esses pesquisadores em Tatuí.

4.2.2 Ensaios de laboratório

Analisando-se os dados pode-se observar que houve grande variabilidade entre

os genótipos nas diferentes concentrações de alumínio, notando-se uma tendência de

diminuição do comprimento das raízes à medida em que se aumentaram as

concentrações de alumínio nas soluções tratamento (Tabela 86).

Verificou-se que os genótipos obtidos pelo programa de melhoramento do IAC

revelaram-se tolerantes às diferentes concentrações de alumínio (1 a 6 mg L-1). No

entanto, as cultivares controle IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003, originárias de

introduções do CIMMYT, México, apresentaram-se altamente sensíveis, pois exibiram

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Tabela 86 - Comprimento médio das raízes dos vinte genótipos de trigo duro avaliados no “Ensaio de Novas Linhagens II”, após 72 horas de crescimento em solução normal, que se seguiu a um crescimento em solução-tratamento contendo seis diferentes concentrações de alumínio (média de 4 repetições).

Concentração de alumínio (mg L-1) Genótipos

0 1 2 3 4 6

_________________________________ mm ___________________________________

1 84,3 60,2 39,9 29,1 15,3 5,5

2 85,7 48,9 29,8 19,0 11,4 3,7

3 82,2 58,7 41,3 26,3 16,1 6,7

4 89,9 54,2 37,0 25,4 13,7 8,0

5 89,1 55,5 36,0 25,2 13,7 5,4

6 90,5 54,6 39,5 21,8 12,0 8,1

7 91,1 60,9 43,5 29,5 16,7 5,8

8 78,8 51,1 28,2 18,8 12,5 3,9

9 82,6 52,2 30,6 16,9 8,0 3,3

10 87,2 53,8 38,2 21,4 11,9 3,8

11 80,5 50,7 34,0 18,3 13,6 3,7

12 84,0 54,0 31,4 21,1 11,9 2,9

13 78,0 56,2 38,1 26,1 18,4 4,7

14 88,5 60,6 36,2 20,0 17,8 2,8

15 84,2 55,4 39,6 22,4 13,6 8,0

16 77,2 51,0 28,1 18,0 12,1 3,9

17 92,2 58,8 34,7 20,5 14,6 5,2

IAC-1001 67,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

IAC-1002 87,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

IAC-1003 90,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

BH-1146 119,3 103,7 85,6 70,9 62,7 56,5

Anahuac 92,6 2,8 0,0 0,0 0,0 0,0

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a paralisação irreversível do meristema apical das raízes primárias centrais, em soluções

contendo 1 mg L-1 de alumínio.

Os genótipos de trigo duro mais tolerantes ao alumínio poderão ser utilizados

como fontes genéticas desse caráter em blocos de cruzamento. Genótipos de trigo duro

com tolerância genética poderão favorecer o crescimento e expansão do cultivo desse

cereal em solos onde o alumínio se encontra naturalmente nas camadas mais profundas

do solo, provocando perdas pela toxicidade.

Comparando o comportamento agronômico e o crescimento radicular em

solução nutritiva de linhagens de trigo comum obtidas pelo programa de melhoramento

do IAC e linhagens obtidas pelo CIMMYT, México, MISTRO et al. (2001) relatou que

os genótipos nacionais demonstraram maior tolerância ao alumínio em solução

nutritiva, concordando com os resultados obtidos no presente trabalho.

O fato das linhagens mexicanas de trigo duro serem altamente sensíveis ao

alumínio confirmaram resultados obtidos por CAMARGO (1993) em trigo comum

introduzidos do CIMMYT, México, que também demonstraram a alta sensibilidade ao

alumínio. Esse pesquisador sugeriu que uma das causas dessa sensibilidade seria a falta

de pressão de seleção para tolerância ao alumínio no programa de melhoramento do

CIMMYT, México, pois o mesmo se desenvolve em solos alcalinos de deserto, onde a

toxicidade de alumínio não ocorre.

5 CONCLUSÕES

Demonstram grande potencial produtivo em Capão Bonito, em condição de

sequeiro e solo corrigido, em 2008, a linhagem 6 e a cultivar IAC-1003; em Tatuí, em

2005 e 2007, em condição de irrigação por aspersão e solo corrigido, as linhagens 15 e

17; e em Mococa, em 2007 e 2008, em condição de irrigação por aspersão e solo

corrigido, a linhagem 6 e a cultivar IAC-1003, no “ENL-I”. As cultivares IAC-1001 e

IAC-1003, no “ENL-II”, se destacam para esse caráter nos três locais.

Os genótipos avaliados nos dois ensaios têm porte semi-anão. A linhagem 1

apresenta porte semi-anão mais baixo e as linhagens 2, 8, 11 e 12 exibem plantas de

porte anão mais alto no “ENL-I”. As linhagens selecionadas no IAC e avaliadas no

“ENL-II”, de modo geral, exibem porte semi-anão mais baixo em relação às cultivares

controles (IAC-1001, IAC-1002 e IAC-1003).

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A cultivar IAC-1003, nos dois ensaios e as linhagens 7 e 13 no “ENL-I” e IAC-

1002 no “ENL-II” demonstram resistência ao acamamento. Pela grande resistência a

cultivar IAC-1003 é considerada fonte genética promissora para esse caráter, em

programas de melhoramento.

No “ENL-I” a linhagem 14, em condição de sequeiro, apresenta-se mais precoce

tanto para florescer quanto para maturar e a 6, em condição de irrigação por aspersão, é

mais precoce para florescer. No “ENL-II” destacam-se as 17 linhagens selecionadas no

IAC, quanto à precocidade para florescer e maturar.

Todos os genótipos de trigo duro avaliados nos “ENL-I e II” são resistentes ao

agente causal da ferrugem-da-folha. Os genótipos estudados em Tatuí, no “ENL-I”

variam de moderadamente resistentes a suscetíveis em relação aos patógenos causadores

das manchas foliares e no “ENL-II” todos os genótipos apresentam-se moderadamente

resistentes.

Distinguem-se para comprimento da espiga as linhagens 10 e 11 no “ENL-I” e

os genótipos 4, 15 e a cultivar IAC-1001 no “ENL-II”; para número de grãos por espiga

e por espigueta as cultivares IAC-1001 e IAC-1002 no “ENL-II”; para massa de cem

grãos, a cultivar IAC-1003 destaca-se nos “ENL-I e ENL-II” e a linhagem 15 apenas em

condição de sequeiro no “ENL-I”, sendo que a cultivar IAC-1003 é uma fonte genética

para esse caráter; para comprimento do internódio da raque a linhagem 16 no “ENL-I” e

todas as linhagens selecionadas no IAC no “ENL-II”; para comprimento dos grãos as

linhagens 6 e 15 no “ENL-I” e a cultivar IAC-1001 no “ENL-II”; para largura dos grãos

as linhagens 6 e 13 no “ENL-I”, a linhagem 3 no “ENL-II” e a cultivar IAC-1002 nos

“ENL-I e ENL-II”; e para espessura dos grãos nos “ENL-I e ENL-II” a cultivar IAC-

1003 destacam-se para esse caráter, e a linhagem 15 e a cultivar IAC-1002 apenas em

condição de sequeiro no “ENL-I”.

No “ENL-I”, as plantas mais produtivas associam-se às mais altas e às mais

tardias para maturar, em Capão Bonito; às plantas com espigas mais curtas e mais

compactas, em Tatuí; e às plantas mais precoces para florescer, com espigas mais

curtas, com menor número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e por espigueta, e

grãos mais pesados, em Mococa. Considerando apenas os dados de 2007, as plantas

mais produtivas associam-se com as de grãos mais compridos, largos e espessos, apenas

em Mococa.

No “ENL-II”, as plantas com maior produção de grãos correlacionam-se, às mais

altas, com maior número de espiguetas por espiga, grãos por espiga e por espigueta, e

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grãos mais pesados, nos três locais; às mais tardias para florescer em Capão Bonito e

Mococa; às mais tardias para maturar em Capão Bonito; às com espigas mais compridas

em Tatuí; e às com espigas mais compactas em Capão Bonito e Tatuí. Considerando

apenas os dados de 2007, as plantas mais produtivas associam-se com as de grãos mais

compridos, nos três locais; às de grãos mais largos, em Tatuí; e às de grãos mais

espessos, em Capão Bonito e Tatuí.

As linhagens de trigo duro avaliadas no “ENL-I” e as cultivares controles são

altamente sensíveis à toxicidade de alumínio, em soluções nutritivas, e as selecionadas

pelo programa de melhoramento do IAC, no “ENL-II”, são tolerantes.

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