Date post: | 08-Jul-2015 |
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Pierre Lévy é um filósofo francês da cultura virtual contemporânea.
Leciona no Departamento de Hipermídia da Universidade de Paris VIII.
Especializou-se em abordagens hipertextuais quando lecionou na Universidade de Ottawa, no Canadá.
Após sua graduação, preocupou-se em analisar e explicar as interações entre Internet e sociedade.
Desenvolveu um conceito de rede, juntamente com Michel Authier, conhecido como ’Árvores do Conhecimento’.
Lévy também pesquisa a inteligência coletiva focando em um contexto antropológico.
É um dos maiores estudiosos sobre a Internet e um dos principais filósofos da mídia atualmente.
Suas pesquisas se concentram principalmente na área da cibernética.
“A palavra virtual
vem do latim
medieval virtualis,
derivando
por sua vez do
virtus, força,
potência.
Na filosofia
escolástica,
é virtual o
que existe
em potência
e não em
ato.” (p. 5)
Momento de virtualização. Afetando
a comunicação e os corpos.
Digitalização de mensagens e
extensão do ciberespaço.
A virtualização não é nem boa, nem
má.
O virtual surge como uma afinidade
ao falso, ilusório ou imaginário.
Momento de desterritorialização.
Surge uma nova sensibilidade
estética.
CONTEXTO ATUALI
VIRTUALIZAÇÃO:
É o movimento
inverso da
atualização.
Passa de uma
solução dada
a outro problema.
Um problema
repensado,
em vez de
uma solução
estável.
A entidade carrega e produz suas virtualidades
O virtual constitui a entidade. As virtualidades inerentes ao ser. (problemáticas e nós de tensões)
ATUALIZAÇÃO (p. 6)
É a criação, invenção de uma forma a partir de uma configuraçãodinâmica de forças e de finalidades”
EX: Interação entre humanos e sistemas informáticos.
Programas de computador, são soluções a problemas.
II
O virtual é
não-presente
ou onipresente ?
Em uma empresa virtual, os elementos são nômades. Livre de pertinência em posição geográfica.
O texto agora apresenta-se como a atualização de um hipertexto de suporte informático ‘conectado à memória digital’
“Quando uma pessoa, uma coletividade, um ato, uma informação se virtualizam, eles se tornam ‘não-presentes’” (p. 9)
“A virtualização submete a narrativa clássica a uma prova rude: unidade de tempo sem unidade de lugar (graças às interações em tempo real por redes eletrônicas, às transmissões ao vivo, aos sistemas de telepresença)” (p. 9)
As representações
digitalizadas no
ciberespaço não
são totalmente
independentes
de espaço físico
uma vez que
estão hospedadas
nos servidores.
III
VIRTUALIZAÇÃO(Desterritorialização)
“Saída da ‘presença’,
do ‘agora’ e do
‘isto’ como uma
das vias régias
da virtualização”
“Cada forma de vida inventa seu
mundo” (p. 10)
O universo cultural, próprio dos
humanos, estende ainda mais essa
variabilidade dos espaços e das
temporalidades. (p. 10)
A linguagem surge como sistema de
registro e de transmissão (oral,
escrita, audiovisual, digital)
INTERAÇÃO MEDIADA E PRESENCIAL
“As pessoas que mais telefonam são
também as que mais encontram
outras pessoas em carne e osso”
(p. 11)
IV
A virtualização,
passagem à
problemática,
deslocamento do ser
para a questão,
é algo que
necessariamente
põe em causa a
identidade clássica,
pensamento
apoiado em
definições,
determinações,
exclusões,
inclusões
e terceiros
excluídos’
(p. 12)
Partimos da mesa de trabalho do trabalhador clássico às empresas virtuais, interligadas em sistemas de gestão eletrônica de documentos (bancos de dados).
Memória virtual.
Reversão entre exterioridade e interioridade.
VIRTUALIZAÇÃO DO CORPO
“Nova etapa na aventura de autocriação que sustenta nossa espécie” (p. 13)
Cuidados com o corpo. (dietas, plásticas, academia, etc.)
Virtualização da informação, do conhecimento, da economia e da sociedade.
V
Telepresença
Projeção e Percepção
Corpo tangível
Corpo sonoro
Realidade virtual
Comandos
cerebrais
efetuando
movimentos
à distância
ONIPRESENÇA MIDIÁTICA
“Estamos ao mesmo tempo aqui e lá, graças às técnicas de telepresença” (p. 13)
“Os sistemas ditos de realidade virtualnos permitem experimentar, além disso, uma integração dinâmica de diferentes modalidades perceptivas” (p. 14)
O telefone é um exemplo de telepresença. (forma parcial de ubiquidade)
As vídeo chamadas são exemplos de projeções associadas à telepresença.
Os sistemas de realidade virtual transmitem uma quase presença.
Transmissão multimídia associada à possibilidade de manipulação sensório-motora.
VI
CICLO EVOLUTIVO
Desenvolvimento
ao longo dos
tempos.
O psiquismo constitui uma
interioridade.
A unidade do
psiquismo é de uma
‘multiplicidade fervilhante’
e sua interioridade
‘afetiva’ não é
em absoluto um
fechamento.
PSIQUISMO
‘O psiquismo, por construção,
transforma o exterior em interior (o lado
de dentro é uma dobra do lado de fora)
e vice-versa’.
MULTIDÕES EM INTERAÇÃO
‘Os coletivos humanos são espécies de
megapsiquismos, não apenas por
serem percebidos e afetivamente
investidos por pessoas, mas porque
podem ser adequadamente modelados
por uma topologia uma semiótica, uma
axiologia e uma energética
mutuamente imanentes’.
VII
SOFTWARES
Os softwares são
micromódulos
cognitivos automáticos
que aumentam a
capacidade de
cálculo, raciocínio,
imaginação,
criação,
comunicação,
aprendizagem
e navegação,
dos humanos.
VIRTUALIZAÇÃO DA MEMÓRIA
A escrita, o alfabeto e a imprensa.
As sabedorias passam de geração em geração.
Surgimento de uma memória dinâmica ou consciência comum.
Paisagens de significação partilhadas nas árvores do conhecimento.
A memória coletiva é virtualizada no ciberespaço.
Diálogos virtuais em fóruns eletrônicos.
Passa-se da inteligência coletiva ao coletivo inteligente.
O ciberespaço manifesta propriedades novas.
VIII
Desterritorialização
do texto
O ciberespaço está
misturando as
noções de unidade,
identidade e de
localização.
No mundo digital, a
distinção entre o
original e a cópia
deixa de ter qualquer
pertinência.
Uma tecnologia intelectual, quase sempre, exterioriza, objetiviza, virtualiza uma função cognitiva, uma atividade mental.
A partir da escrita, as mensagens, frequentemente, são separadas no tempo e espaço de sua fonte de emissão.
‘A tela informática é uma nova máquina de ler’.
A passagem ao hipertexto é uma virtualização.
A digitalização e as novas formas de apresentação do texto nos interessam por darem acesso a outras maneiras de ler e compreender.
Devido à possibilidade de interação, a partir do hipertexto, toda leitura tornou-se um ato de escrita.
IX
As obras de arte
possuem aspectos de
virtualidade. Enquanto
fonte de prestígio, aura
ou valor mercantil.
Surgem novas moedas
virtuais. Valores de
troca entre o que
é intercambiado
no ciberespaço.
A informação se
torna mercadoria.
O plágio se torna
crime comum.
VIRTUALIZAÇÃO DA ECONOMIA
“A informação e o conhecimento, de fato, são doravante a principal fonte de produção de riqueza” (p. 33)
Vivemos em um mundo onde há coisas ‘materiais’ e ‘imateriais’.
A informação e o conhecimento são bens imateriais. Supondo a metafísica da substância.
Vivemos uma economia da desterritorialização.
Os mercados online são exemplos de virtualização do mercado.
No mercado virtual entra questão dos direitos autorais e da apropriação de conteúdo.
X
Máquinas
Darwinianas
“A noção de
inteligência coletiva
não é uma simples
metáfora”
Além da inteligência
artificial e da
capacidade de
aprendizagem,
projetam-se
sistemas
capazes de
autocriação.
CORPO COLETIVO
‘Cada corpo individual torna-se parte integrante de um imenso hipercorpo híbrido e mundializado’
A reunião de conhecimentos, saberes e informações individuais dá origem à Inteligência coletiva.
Há um processo de virtualização do saber, da memória e do corpo.
RESPLANDECÊNCIA
‘A virtualização do corpo não é portanto uma desencarnação mas uma reinvenção, uma reencarnação, uma multiplicação, uma vetorização, uma heterogênese do humano’
XI
ALGORÍTIMOS
A linguagem de
programação e os
códigos informáticos
surgem como um
formato evoluído
de comandos e
fórmulas
matemáticas.
“Um cérebro é ao mesmo tempo o resultado de um processo darwiniano na escala da evolução biológica e na escala da aprendizagem individual”
Mensagens complexas: Ideogramas, diagramas, mapas, esquemas, mensagens iconográficas e fílmicas.
Passagem do privado ao público. Atributos de virtualização.
Inversão entre o interno e o externo.
Corpo ampliado e modificado.
Surgimento de novos signos.
Extensões cognitivas.
Intercâmbios subjetivos.
Transformação nas ações humanas e nas relações sociais.
Virtualização dos relacionamentos.
XII
Desterritorialização
dos relacionamentos
Virtualização da arte
Surgimento de novos
códigos linguísticos
Códigos eletrônicos
Linguagens de
programação
Criação de
universos de
significação
XIII OS 3 PROCESSOS DE
VIRTUALIZAÇÃO
Virtualização do tempo real.
Virtualização das ações, do corpo e do
ambiente físico.
Virtualização da violência.
(complexidade das ações sociais)
O TRÍVIO (TRÍPLICE VÍA)
Gramática ( saber ler e escrever
corretamente )
Dialética ( saber racional)
Retórica ( saber compor discursos e
convencer )
PADRONIZAÇÃO
‘A padronização
permite a
compatibilidade
entre sistemas
de informação,
sistemas
econômicos,
sistemas de
transporte
distintos’.
‘As árvores do conhecimento propõem uma verdadeira gramatização do reconhecimento dos saberes’.
‘A operação dialética funda o virtual porque abre, sempre de uma forma diferente, um segundo mundo’
‘As operações gramaticais multiplicam os graus de liberdade’
A retórica reúne operações de criação de um mundo humano.
‘O ato retórico, que diz respeito à essência do virtual, coloca questões, dispõe tensões e propõe finalidades’. ( pondo em jogo e em cena no processo vital )
XIV
Virtualização da
inteligência.
O pensamento
coletivo está no
indivíduo.
‘O desenvolvimento da comunicação assistida por computador e das redes digitais planetárias aparece como a realização de um projeto mais ou menos bem formulado, o da constituição deliberada de novas formas de inteligência coletiva, mais flexíveis, mais democráticas, fundadas sobre a reciprocidade e o respeito das singularidades’. (Cap 7)
Estão associadas à virtualização, a desterritorialização e a constituição recíproca da interioridade e da exterioridade.
INTELIGÊNCIA
‘O conjunto canônico das aptidões cognitivas, o saber, as capacidades de perceber, de lembrar, de aprender, de imaginar e de raciocinar’.
XV
Aa tecnologia é uma
das principais
responsável pela
transformação do
mundo moderno.
A virtualização da
presença e do saber
possibilita um
intercâmbio maior de
conhecimentos.
O coletivo humano é o palco de uma ecologia ou economia cognitiva.
Os sistemas de comunicação, de escrita, de registro e de tratamento da informação fazem parte de um conjunto de tecnologias intelectuais.
As infraestruturas de comunicação e as tecnologias intelectuais estabelecem estreitas relações com as formas de organização política e econômica.
O ideal é que todos pudessem tomar conhecimento das leis e discuti-las.
As técnicas não determinam. As técnicas condicionam.
XVI
Como coordenar as
inteligências que se
multiplicam umas
através das outras ?
Como fazer sociedade
de maneira flexível,
intensa e inventiva ?
O ideal da inteligência coletiva será o
momento em que haverá ‘avaliação
permanente das obras pelos pares e
pelo público, reinterpretação
constante da herança,
inaceitabilidade do argumento de
autoridade, incitação a enriquecer o
patrimônio comum, cooperação
competitiva, educação contínua do
gosto e do senso crítico, valorização
do julgamento pessoal, preocupação
com a variedade, encorajamento à
imaginação, à inovação, à pesquisa
livre’.
XVII
A comunidade
científica é um exemplo
de coletivo inteligente
unido pela circulação
de objetos.
A inventividade
científica é responsável
por colocar os objetos
em circulação,
transformando
assim sua
identidade da
comunidade.
O indivíduo dominante exerce uma
função de unificação e coordenação.
VIRTUALIZAÇÃO DA RIQUEZA
O dinheiro não é a riqueza, mas a
sua virtualidade.
A moeda no regime capitalista
constitui um dos objetos mais
eficazes. Mas precisa circular.
Precisa haver fluxo econômico.
Se cada um guardasse o próprio
dinheiro em um cofre pessoal, o
jogo econômico contemporâneo se
desmantelaria.
XVIII
O ciberespaço faz
circular conhecimento e
riqueza.
A técnica virtualiza a
ação e as funções
orgânicas.
Os objetos mantém
os homens juntos.
Tem relação de
memória com o espaço.
A extensão do ciberespaço representa o último dos grandes surgimentos de objetos indutores de inteligência coletiva.
O que torna a internet interessante?
Dizer que ela é anarquista é um modo grosseiro e falso de representar as coisas.
Trata-se de um objeto comum, dinâmico, construído, ou pelo menos alimentado, por todos os que o utilizam.
O ciberespaço possibilita o intercâmbio de saberes em um espaço de compartilhamento de memórias individuais e coletivas.
Induz o crescimento considerável da força virtualizante e circulação de objetos científicos e monetários.
XIX
POTENCIALIZAÇÃO
Do real ao possível
Real ( Atual )
Possível ( Virtual )
A potencialização
produz ordem e
informação.
A potencialização
pode ser assimilada
a uma subida na
contracorrente da
entropia.
Entropia ‘é uma grandeza termodinâmica
que mensura
o grau de irreversibilidade
de um sistema, encontrando-se
geralmente associada ao que denomina-
se por "desordem“’
( Wikipédia )
LATENTE x MANIFESTO
SUBSTÂNCIA
Possível (insiste) – Real (subsiste)
ACONTECIMENTO
Virtual (existe) – Atual (acontece)
Embora vivemos hoje a sua
aceleração, a virtualização não é um
fenômeno recente.
O virtual não está aí. Sua essência
está na saída. Ele existe.
XX
ARTE DA VIDA
(Restabelecer o
equilíbrio)
‘Quando o possível
esmaga o virtual,
quando a
substância
sufoca o
acontecimento,
o papel da arte
viva (ou arte
da vida) é restabelecer
o equilíbrio’.
REALIZAÇÃO
Do potencial ao real (do que insiste
ao que subsiste)
POTENCIALIZAÇÃO
(o inverso)
ATUALIZAÇÃO
Do virtual ao atual (do que existe ao
que acontece)
VIRTUALIZAÇÃO
(o oposto)
XXI
Apresentação:
O que é o virtual ?
De: Pierre Lévy
Por: Juliano Dornelles