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MuseologiaRoteiros Prticos
Acessibilidade
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ACESSIBILIDADE
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EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO
Diretor-presidente Plinio Martins Filho
COMISSOEDITORIAL
Presidente Jos Mindlin
Vice-presidente Laura de Mello e Souza
Braslio Joo Sallum Jnior
Carlos Alberto Barbosa Dantas
Carlos Augusto MonteiroFranco Maria Lajolo
Guilherme Leite da Silva Dias
Plinio Martins Filho
Diretora Editorial Silvana Biral
Diretora Comercial Ivete Silva
Diretora Administrativa Silvio Porfirio Corado
Editora-assistente Marilena Vizentin
Carla Fernanda Fontana
Marcos Bernardini
Reitor Adolpho Jos Melfi
Vice-reitor Hlio Nogueira da Cruz
UNIVERSIDADE DE SO PAULO
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ACESSIBILIDADE
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Ficha catalogrfica elaborada pelo DepartamentoTcnico do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP
Resource: The Council for Museums, Archives and LibrariesAcessibilidade/Resource: The Council for Museums,Archives and Libraries; [traduo Maurcio O. Santos e PatrciaSouza]. So Paulo: Editora da Universidade de So Paulo:[Fundao] Vitae, 2005.
120 pp. ; 19,5 x 27 cm. (Srie Museologia; 8)
Ttulo original: Disability PortfolioISBN 85-314-0866-0
1. Museologia. 2. Gesto Museolgica. I. Santos, MaurcioO. II. Souza, Patrcia. III. Ttulo. IV. Srie.
CDD-069
Direitos em lngua portuguesa reservados
Edusp Editora da Universidade de So PauloAv. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 3746 andar Ed. da Antiga Reitoria Cidade Universitria05508-900 So Paulo SP BrasilDiviso Comercial: tel. (0XX11) 3091-4008/3091-4150SAC (0xx11) 3091-2911 Fax (0XX11) 3091-4151www.usp.br/edusp e-mail: [email protected]
Printed in Brazil 2005
Foi feito o depsito legal.
Ttulo do original em ingls:Disability Port folio
Copyright 2004 by Resource
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SUMRIO
APRESENTAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
RESOURCE: THE COUNCILOR MUSEUMS, ARCHIVESAND LIBRARIES . . . . . . . . . . . 15
1 DEICINCIAEMSEU CONTEXTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.1 Quem so os Portadores de Deficincia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.2 Direitos dos Portadores de Deficincia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.3 Como os Portadores de Deficincia Vem a si Mesmos . . . . . . . . . . . . . 26
1.4 Experincias do Dia-a-dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Concluso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2 AO ENCONTRODOS PORTADORESDE DEICINCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.1 ace a ace com Portadores de Deficincia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.2 Linguagem e Comunicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.3 Interaes com Portadores de Deficincia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Concluso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3 INORMAO INCLUSIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.1 Gerenciamento do Acesso Informao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.2 Acesso Sensorial Informao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.3 Acesso para Todos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.4 Publicidade e Marketing de seus Servios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Concluso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
4 AMBIENTES ACESSVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
4.1 Remover Obstculos: Legislao e Orientao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.2 Obstculos ao Acesso Encontrados no Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
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4.3 Boas Prticas para o Acesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
4.4 Poltica e Prtica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Concluso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
5 EMPREGOEM TODOSOS NVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
5.1 Empregar Portadores de Deficincia: O que Isso Significa . . . . . . . . . . 101
5.2 Como atrair Candidatos Portadores de Deficincia . . . . . . . . . . . . . . . . 106
5.3 O uncionrio Portador de Deficincia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
5.4 Manter o uncionrio no Emprego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
5.5 Para Alm do Emprego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Concluso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
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APRESENTAO
Apresentao / 9
O lanamento desta obra em lngua portuguesa objetiva chamar
a ateno do pblico brasileiro para um tema da mais alta
relevncia: como garantir o acesso de todos os nossos cidados
aos bens culturais, particularmente os disponveis em museus,
arquivos e bibliotecas de nosso pas. O tema da acessibilidade
tem sido tratado, em seus mais diferentes aspectos, por diversas
instituies brasileiras. Esta publicao, traduzida a partir de
textos selecionados da srieDisability Portfoliopublicada por
Resource: Council for M useums, Archives and Libraries do
Reino Unido, certamente trar novos elementos para reflexo e
estimular novas iniciativas, complementando os esforos
realizados por indivduos e entidades brasileiras para difundir
conhecimentos variados sobre a matria.
admirvel e por que no dizer, invejvel a preocupao
existente por parte das instituies governamentais e no-
governamentais em alguns pases, mormente o Reino Unido,
para lidar com a questo da deficincia e garantir a integrao
dos portadores de deficincia na sociedade, em todos os seus
aspectos. Oxal o exemplo seja seguido no Brasil.
Em 2002, o Instituto Brasileiro de Defesa dos Direitos da
Pessoa Portadora de Deficincias, IBDD, e o Senac Rio
lanaram o livro Sem Limite,que oferece ao leitor, alm deinteressantes depoimentos, textos da legislao bsica sobre a
pessoa portadora de deficincia e sua insero no mercado de
trabalho, assim como normas que facilitam o seu acesso ao
meio fsico. A leitura de Sem Limite, retratando polticas
adotadas no Brasil para reduzir o isolamento em que se
encontram vrios de nossos compatriotas, poder suscitar
interessantes comparaes com as medidas que o Reino Unido
escolheu adotar para enfrentar problemas semelhantes aos
nossos. Cremos que, ao lanar mais um mdulo da srie de
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trabalhos publicados por Resource, estamos dando um a
contribuio para estimu lar o estudo comparado de aes
destinadas a satisfazer as mesmas necessidades sociais,
independentemente de contextos socioculturais e de limites
geogrficos.
Como temos feito nas publicaes anteriores, registramos
nossos agradecimentos ao Resource, Conselho de Museus,
Arqu ivos e Bibliotecas do Reino U nido, pela autorizao que
nos concedeu para publicar o presente trabalho. Agradecemos
tambm Editora da U niversidade de So Paulo, nossa parceira
nessa iniciativa, com a qual j publicamos sete ttulos desta
srie.
Regina WeinbergD IRETORAEXECUTIVA/VITAE APOIO CU LTU RA, EDUCAO E PROMOO SOCIAL
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Introduo / 11
Esta nova edio da srie Museologia - Roteiros Prticos, traduzida
para a lngua portuguesa a partir dos originais publicados por
Resource: Con selho de M useus, Arquivos e Bibliotecas do
Reino Unido, mais uma publicao promovida pela Vitae e
tem por objetivo disponibilizar ao pblico brasileiro um a
literatura especializada sobre o tema da acessibilidade aos bens
culturais.
Esta publicao destinada principalmente aos profissionais
prestadores de servios que operam em reas culturais como
museus, arquivos e bibliotecas. Apresentando-se como um guia
prtico e objetivo, contm importantes inform aes sobre
conceitos, caractersticas e necessidades relativas s pessoas com
deficincia, pretendendo, assim, contribuir para um a maior
conscientizao profissional acerca desses pblicos, bem como
para a ampliao e melhoria do atendimento, acesso fsico,
sensorial e intelectual aos bens culturais abrigados naqueles
espaos cultu rais.
Ao final o leitor tambm receber orientaes sobre a incluso
de pessoas com deficincias nos quadros de funcionrios,
conselheiros e voluntrios dessas instituies, e os benefcios
gerados para todos os profissionais engajados no compromisso
social de oferecer oportunidades iguais de emprego para todos.
Cabe aqui frisar que essas iniciativas acabam por beneficiar
tambm a todos os usurios, possibilitando, sem dvida, tornar
esses locais mais inclusivos e freqentados por mais pessoas.
N ote-se que, a exemplo da relao entre portadores de
deficincia e o conjunto populacional do Reino Unido, no
Brasil, segundo dados estatsticos oferecidos pelo censo
demogrfico do ano de 2000, realizado pelo IBGE (Instituto
INTRODUO
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Brasileiro de Geografia e Estatstica), atesta-se a existncia de
24,5 milhes de pessoas com deficincia para uma populao
total de 169799170 habitantes. Claro, portanto, que se trata deuma populao especial expressiva, usurios potenciais dos
espaos culturais, que, por sua vez, precisam se adaptar a esse
contigente populacional.
Desta forma, fica evidente que os mu seus, arquivos e
bibliotecas, a par de possurem um importante papel na
preservao do seu patrimnio, devem disponibilizar o mais
amplo acesso aos seus edifcios e acervos, atuando como
espaos de fruio, conhecimento, autoconhecimento e
afirmao da identidade sociocultural de todos os seus
freqentadores.
Ao destacar essas iniciativas para todos os tipos de pblicos,
reafirma-se a importante funo social destes espaos culturais,
isto , proporcionar no apenas ampla acessibilidade fsica e
sensorial, mas tambm permitir a convivncia e a compreenso
das diversidades existentes nos indivduos, seus limites e
potencialidades que podem e devem ser tambm explorados
nestas instituies, resultando em melhor ia da qualidade de
vida e valorizao do ser humano.
Mas preciso no perder de vista que tais iniciativas,
isoladamente, pouco podero produzir em termos de resultados
concretos. fundamental reconhecer que a implantao de
servios e acessibilidade universal demandam uma articulao
maior de meios e objetivos, que somente polticas pblicas de
ao cultural de carter inclusivo podero realizar.
N esse sentido, iniciativas bem-sucedidas em museus do Brasil,
como o programa Igual Diferentedo Museu de Arte Moderna de
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Introduo / 13
So Paulo e o Programa Educativo Pblicos Especiais da Pinacoteca
do Estado de So Paulo, que tm como objetivo acessibilizar de
forma perm anente os seus servios de atendimento e espaos
fsicos levando em considerao a diversidade de seus usurios,
podero servir de paradigma para outras instituies e seus
profissionais especializados.
Amanda Tojal
AMANDA P INTO DA FONSECA TO JAL mu seloga e educadora em m useus,
doutoranda n a Escola de Comunicaes e Artes da U SP e coordenadora doPrograma Educativo Pblicos Especiais da rea de Ao Edu cativa da Pinacoteca do
Estado de So Paulo, desde 2003.
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Resource: Con selho de M useus, Arquivos e Bibliotecas do
Reino Unido uma entidade constituda em 2000, quando
incorporou a antiga Comisso de Museus e Galerias (Museums
& Galleries Commission) e as entidades representativas de
bibliotecas e arquivos. Sua misso consiste em universalizar o
acesso aos acervos e servios pertencentes aos museus, arquivos
e bibliotecas que congrega. O Conselho procura cumprir tal
misso ao desempenhar uma liderana de carter estratgico, ao
defender os interesses das entidades sob sua jurisdio,
fortalecendo-as institucionalmente, e ao prom over inovaes e
mudanas. A atuao de Resource estende-se tambm rea
internacional, por m eio do estabelecimento de parcerias, como
evidencia esta publicao.
Para o perodo compreendido entre 2003 e 2005, Resource
formu lou os seguintes objetivos:
Desenvolver uma infra-estrutura organizacional e financeira
que permita o crescimento de seu setor, atendendo s
necessidades das regies em que se divide a Inglaterra e
sintonizando-se com as prioridades da Irlanda do N orte,
Esccia e Pas de Gales.
Estimular o desenvolvimento de acervos e servios
abrangentes e acessveis ao pblico, visando aprendizagem,
inspirao e satisfao de todos.
Demonstrar o impacto de seu setor na vida social e
econmica.
Definir as necessidades estratgicas e as prioridades de seu
setor.
Efetuar melhorias nas atividades realizadas por Resource.
N o plano externo, a equipe de Resource pretende encorajar e
manter entendimentos com instituies de outros pases,
RESOURCE: THECOUNCIL.ORMUSEUMS, ARCHIVESANDLIBRARIES
Resource: The Council for Museums, Archives and Libraries / 15
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atuando em parceria com os organismos do Reino Unido que
j operam na arena internacional, a fim de conjugar esforos e
evitar a duplicao de trabalhos.
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Deficincia em seu Contexto / 17
INTRODUO
1 DE.ICINCIAEMSEUCONTEXTO
A identidade dos portadores de deficincia sofreu uma
mudana radical nas ltimas dcadas. Assim como a viso que
eles tm de si prprios afeta a maneira como se comportam,
tambm o modo como so vistos influencia a maneira como se
lhes prestam servios.
At recentemente, a deficincia era vista como um estado
merecedor de benevolncia e piedade. Nesse contexto, no era
comum oferecer acesso igualitrio a servios ou verdadeiras
opes de escolha para usurios portadores de deficincia.
Esperava-se que o beneficiado mostrasse gratido, satisfao e
um certo sentimento de culpa, e no lhe era oferecida escolha, a
menos que suas deficincias fsicas, intelectuais ou sensoriais
fossem mnimas.
As mudanas comearam em 1981, Ano Internacional dos
Portadores de Deficincia, quando se chamou ateno para esse
tema e se possibilitou a muitos portadores de deficincia tomar
conhecimento das estatsticas relacionadas com seu grupo. A
doutrina de oportunidades iguais para todos enfatizava a
obrigao de no se discriminar, argumentando que tal
discriminao no era justa. Esse enfoque acabou apresentando
mais dificuldades aos interessados, uma vez que o atendimento
a suas necessidades era considerado caro e difcil em
comparao com um tratamento no discriminatrio em
relao a outros grupos. O fornecimento de oportunidades
iguais era visto como um sorvedouro de recursos, resultando
que uns acabavam sendo m enos iguais do que os outros.
N os anos que antecederam 1995, desenvolveu-se a noo de
direitos dos portadores de deficincia. Segundo essa nova viso,
que ganhou fora com o que na poca acontecia nos EUA e em
outros lugares, passava-se a defini-los como pessoas com algo a
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contribuir, com direito a dar algo sociedade e receber algo
dela. Essa idia forneceu as bases para um importante
movimento e influenciou intensamente as mudanas que desde
ento ocorreram, levando implementao da Lei sobre
Discriminao contra Portadores de D eficincia [Disability
Discrimination Act (DDA)] de 1995 e, posteriormente,
criao da Comisso de Direitos dos Portadores de Deficincia,
encarregada de dar cumprimento a essa lei.
Hoje, a sociedade est sujeita a muitas influncias culturais.
Todas as trs posturas descritas acima ainda esto presentes,
tanto entre os prestadores de servio quanto entre os prprios
portadores de deficincia. As mudanas ocorrem lentamente,
porm no tem havido retrocesso. A nova viso sobre
portadores de deficincia como cidados de valor com direitos
iguais, responsveis pelas decises e escolhas em suas prprias
vidas, continua a ganhar terreno, mostrando que eles so parte
da sociedade, e influenciam o seu progresso.
Os portadores de deficincia podem contribuir em todos os
nveis dizendo o que esperam dos servios, trabalhando para
organizaes, sugerindo mudanas, fazendo recomendaes,
ampliando o nm ero de visitantes a museus, bibliotecas e
arquivos. Na cultura da incluso social, sua existncia
reconhecida, suas necessidades supridas e cria-se um espao no
qual eles podem contribuir.
1.1 QUEMSOOS
PORTADORESDE
DE.ICINCIA
Logo de incio, muitos perguntam: Quantos so? Estatsticas
so perigosas, porque podem ser elaboradas de maneira a
provar quase qualquer coisa. Entretanto, certo dizer que as
deficincias esto presentes em mais formas, e em diferentes
propores, do que se imagina.
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Deficincia em seu Contexto / 19
Muitas so as circunstncias e condies que podem levar a um
estado permanente ou temporrio de deficincia, o que faz com
que as deficincias sejam mais comuns do que mu itos
acreditam. Ao mesmo tempo, difcil fazer a pergunta da
maneira que permita chegar a uma boa definio, j que as
pessoas so influenciadas por fatores como constrangimento,
orgulho e opinies polticas quando so identificadas como
portadoras de deficincia.
Com base nas questes colocadas no censo, estima-se que haja
atualmente 8,6 milhes de portadores de deficincias no Reino
Unido (15% da populao). Incluem-se a mais de 6,8 milhes
em idade de trabalho (Pesquisa sobre a Fora de Trabalho,
primavera de 2002).
De todos, cerca de 5% usam cadeira de rodas (em outras
palavras, 95% no a usam). Desses 5%, muitos no usam
cadeira de rodas o tempo todo, mas apenas em algumas
situaes e para longas distncias. A percepo errnea de que o
usurio de cadeira de rodas o nico verdadeiro portador de
deficincia foi reforada pela adoo do desenho estilizado de
uma cadeira de rodas como cone que o representa.
A populao adulta total do Reino Unido com alguma
deficincia auditiva de 8,6 milhes (15%), de acordo com o
Real Instituto N acional para os Surdos [Royal N ational
Institute for Deaf People (RN ID)]. Isso inclui
aproximadamente de 50 a 70 mil usurios da Lngua Britnica
de Sinais.
De acordo com o Real Instituto N acional para os Cegos [Royal
N ational Institute for the Blind (RN IB)] e o Centro de
Pesquisas e Censos Populacionais [Office for Population
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Censuses and Surveys (OPCS)], h 1,7 milho de pessoas com
deficincia visual. Mais de 90% so dotados de algum tipo de
viso. De acordo com a Surdos-cegos do Reino Unido
[D eafblind U K], 23 mil pessoas so surdos-cegos.
Paralelamente, muitas outras pessoas, especialmente com mais
de 65 anos, tm algum nvel de perda auditiva ou de viso.
O nmero de adultos e crianas no Reino Unido com
dificuldade de aprendizagem estimado em 1,2 milho (2%) de
acordo com o Mencap (www.mencap.org.uk).
A proporo de pessoas que apresentam problemas de sade
mental pelo menos por uma vez de um em cada sete (14%),
de acordo com a organizao M ind (www.mind.org.uk). Isso se
baseia em dados do OPCS e da Comisso de Auditoria [Audit
Commission].
A organizao Ajuda aos Idosos [Help the Aged] apresenta a
cifra de 9 milhes de pessoas com mais de 65 anos, ou 15,7%
da populao. Isso influencia a leitura das estatsticas sobre
deficincia, em virtude da forte relao que h entre a idade e as
deficincias de fato. 34% das pessoas com 50 anos ou mais tm
alguma deficincia, comparado com 10% das pessoas entre 16 e
24 anos de idade.
N enhum dos fatores acima necessariamente exclui os outros e
muitas pessoas apresentam mais de uma deficincia.
CARACTERIZAO DASDEFICINCIAS
importante observar o que caracteriza a experincia de ser
portador de deficincia, pois isso pode criar as condies que
permitam classificar as pessoas social e economicamente.
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Deficincia em seu Contexto / 21
Deficincias podem surgir por todo tipo de razo e, de
diferentes maneiras, levar a privaes.
A probabilidade de que os portadores de deficincias no tenham
qualificaes duas vezes maior que a de outros, pois a oferta de
educao apropriada para eles bem m enor e, na maioria das
vezes, de nveis acadmicos mais baixos, enquanto que um a
educao de mais alto nvel, treinamento vocacional e experincia
de trabalho podem ser de difcil acesso (Pesquisa sobre a Fora de
Trabalho, primavera de 2002). N a busca de emprego,
particularmente, manifestam-se enormes desvantagens. A
probabilidade de um portador de deficincia estar desempregado
cinco vezes maior que a dos dem ais. A chance de uma pessoa
que se torne portadora de deficincia enquanto est empregada
perder o trabalho uma em seis, enquanto que um tero dos que
encontram trabalho demitido dentro de um ano (Pesquisa sobre
a Fora de Trabalho, primavera de 2002).
A perda de oportunidades de trabalho e o fato de se estar em
desvantagem na busca de emprego podem levar baixa renda e
dependncia de benefcios pblicos. Todavia, muitos
encontram m aneiras de contornar as dificuldades em suas vidas
profissionais e, quando apoiados adequadamente, geram suas
prprias rendas e benefcio econmico para a sociedade.
Existem portadores de deficincia exercendo todo tipo de papel
na sociedade. Do ponto de vista dos negcios, um forte
argumento para se oferecer melhores servios so suas famlias
ou suas posies sociais. O fato de terem u m pai ou me,
filho(a), amigo(a) ou companheiro(a) portador(a) de deficincia
pode influenciar as escolhas de quem contrata. O poder
aquisitivo dos portadores de deficincia no Reino U nido
estimado em 45-50 bilhes.
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1.2 DIREITOSDOS
PORTADORESDE
DE.ICINCIA
Por muito tempo os portadores de deficincia lutaram por
direitos civis amplos e efetivos, argumentando que a legislao
anterior havia falhado n a aplicao prevista. A Lei sobre
(Emprego de) Portadores de D eficincias [D isabled Persons
(Employment) Act] de 1944 tinha por objetivo assegurar que as
empresas empregassem uma certa proporo de portadores de
deficincia. C riou-se um registro para identific-los como aptos
s vagas especficas.
N o entanto, embora mu itos tenham se registrado, poucas
empresas foram processadas por no cumprir suas obrigaes.
O sistema tornou-se inoperante; tudo o que restou da idia foi
o conceito de portador de deficincia registrado. Em 1995,
ano em que a Lei sobre Discriminao contra Portadores de
Deficincias [Disability Discrimination Act (D DA)] passou a
vigorar, o registro foi abolido, deixando de ser usado como uma
prova de aptido para o usufruto de direitos especiais.
Outro legado dessa legislao a convico entre os militantes
de que um a lei que no seja aplicada no tem qualquer
serventia. Isso foi impor tante no processo que levou ao
estabelecimento da Comisso para os D ireitos dos Portadores
de Deficincias [Disability Rights Commission (DRC)].
A DDA foi sancionada em 1995, com um programa de
implementao que se estende at 2004. Pela primeira vez na
legislao do Reino Unido, introduz medidas com o objetivo
de pr fim discriminao. Estabelece o direito de acesso aos
bens, servios e instalaes e coloca sobre os prestadores de
servio um a responsabilidade de conhecer previamente as
necessidades dos portadores de deficincia e saber como
atend-las.
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Deficincia em seu Contexto / 23
A DDA no concede direitos civis completos, mas teve um
reforo significativo com a criao da DRC que tem poderes
de execuo similares aos de outras comisses. A DRC tambm
desempenha um papel de consultoria e tem o poder de abrir
inquritos quanto aplicao da DDA.
Alguns indivduos portadores de deficincias abraaram a idia
de que tm direitos, mas no esto bem informados sobre toda
a sua extenso, ou em que situaes se aplicam. U ma boa razo
para se informar sobre a DDA estar capacitado a julgar
quando lhe pedem que faa algo que a lei no exige.
ASOBRIGAESLEGAISDASORGANIZAES
A Lei sobre Discriminao contra Portadores de Deficincia
(DDA) cobre as reas de emprego, acesso a bens, instalaes e
servios e o gerenciamento de terras e imveis.
Desde dezembro de 1996, contra a lei uma empresa tratar
portadores de deficincia de maneira menos favorvel que
outras pessoas por razes relacionadas a suas deficincias. As
empresas tiveram que fazer adaptaes satisfatrias para que
eles no ficassem em desvantagem.
Desde outubro de 1999, passou a ser ilegal prestadores de
servio recusarem- se a atender algum por m otivos referentes
deficincia, oferecer servios em condies diferentes ou
prestar servios de pior qualidade. As organizaes tm de fazer
adaptaes satisfatrias para que qualquer um tenha acesso a
seus servios. Tambm devem rever suas polticas, prticas e
procedimentos e, nos casos em que houver algum
impedimento fsico, oferecer uma alternativa razovel para
tornar o servio acessvel.
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A partir de 2004, os prestadores de servio tero que modificar
as caractersticas dos seus espaos fsicos para que os portadores
de deficincia possam usufruir de seus servios.
M UDANASN ALEGISLAO 1
O movimento dos portadores de deficincia v alguns exemplos
de ou tros pases como indicadores das mudanas que devem
acontecer na Gr-Bretanha. A luta deste movimento por direitos
civis ganhou fora no Reino U nido, em parte com inspirao na
legislao sobre deficincia dos EUA [Lei dos N orte-
Americanos com Deficincias (Americans with Disabilities
Act)] . O s EUA desenvolveram essa legislao logo aps a guerra
do Vietn, para apoiar a incluso social dos veteranos. A Austrlia
tambm tem agora a Lei dos Australianos com Deficincias
[Australians with Disabilities Act]. N um caso inovador, os
tribunais australianos consideraram os Jogos Olmpicos de
Sidney culpados por negar o acesso dos cegos ao seu website.
A poltica europia para os direitos dos portadores de
deficincia ter impacto no desenvolvimento desses direitos no
Reino U nido. A Diretiva Europia para Emprego 2000/78/EC
(2000) declara que as exigncias da DDA sero estendidas a
todas as organizaes a partir de 2004. O Frum Europeu para
Deficincia e a Comisso de D ireitos dos Portadores de
Deficincia esto pedindo uma Diretiva da Unio Europia
para os direitos de acesso a bens a ser aprovada em 20032. O
Conselho da Europa, tal como o governo da Grande Londres,
est considerando o reconhecimento da lngua de sinais como
um a lngua de minoria.
1. Sobre legislao brasileira, v. a publicao Sem Limite, Senac Rio, 2002 (N .
do T.).
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Deficincia em seu Contexto / 25
Das aes contra discriminao que no forem reconhecidas
nos tribunais do Reino Unido caber recurso aos tribunais
europeus, dentro da Lei dos Direitos Humanos. O Art. 13 do
Tratado da U nio Europia, que reconhece a necessidade de
combater a discriminao contra os portadores de deficincia,
mais um incentivo para sua campanha por direitos civis
completos.
A NOODE COMUNIDADE
U ma das dificuldades encontradas quando se tenta fazer
contato com portadores de deficincia provm da idia de que
eles constituam uma nica comunidade.
Diferente de muitas outras minorias (inclusive a comunidade
de surdos), no h de fato uma comunidade de portadores de
deficincia. Existem pequenas comunidades, mais por conta de
ativistas e pessoas pertencentes a grupos de deficincia que
podem eventualmente preferir uma vida social em comum;
mas seu mundo essencialmente variado e heterogneo.
Todos tm vivncias em comum, mas muitos preferem no
consider-las como uma dimenso cultu ral a ser compartilhada.
Eles tambm podem circular em certos meios por questo de
necessidade (servios sociais e de sade, terapia ocupacional,
servios de emprego ou benefcios), mas errado acreditar que
isso constitua um a identidade por natureza ou por escolha.
Em vez disso, deveria presumir-se que eles esto presentes em
todas as situaes sociais, exercendo todo tipo de papel. Podem
2. O texto em ingls coloca essa data como um m omento futuro (N . do T.).
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ter identidades culturais baseadas em etnicidade, formao
social, religio, interesses ou ident idades regionais. U m
portador de deficincia est to propenso a ser um membro de
um a sociedade histrica, um pesquisador numa biblioteca de
referncia ou um estudante num curso de belas-artes quanto a
participar de eventos como um circuito ttil, uma palestra com
traduo em lngua de sinais ou uma consulta comunidade.
A expresso comunidade dos portadores de deficincia
poderia eventualmente ser usada no texto de um projeto, mas o
seu significado no identifica de fato esse pblico-alvo.
1.3 COMOOS
PORTADORESDE
DE.ICINCIA
VEMASI
MESMOS
Pelos relacionamentos que constituem, os portadores de
deficincia assumem certos posicionamentos no mundo da
deficincia. Ele poder pertencer a uma ou mais das categorias
descritas abaixo, podendo mesmo, dependendo da situao,
sentir mais afinidade com uma delas.
POLTICAEDIREITOS
Fenmeno relativamente recente o engajamento poltico dos
portadores de deficincia. Seu movimento tem vrias faces: a
face de protesto e manifestaes ativistas que bloqueiam o
trfego e fazem manifestaes nos centros das cidades, ou a
rede de Artistas Portadores de Deficincia, que usa meios
criativos para expressar sua identidade.
Pode haver conflito entre diferentes vises com relao ao
papel das instituies beneficentes e da arrecadao de fundos.
Muitos manifestam com veemncia sua antipatia para com as
idias de caridade e benevolncia.
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O movimento de luta por direitos tambm levantou a idia de
que as organizaes voltadas aos portadores de deficincia
deveriam ser por eles mesmos dirigidas com seus conselhos,
gerncias e equipes constitudos predominantemente por estes.
Como elo de ligao entre essas organizaes existe o Conselho
Britnico de Portadores de D eficincia [British C ouncil of
Disabled People (BCODP)], que representa as organizaes
cujo controle esteja em mais de 50% nas mos de portadores de
deficincia.
H ainda outras organizaes nacionais, como a Real Associao
para Deficincia e Reabilitao [Royal Association for Disability
and Rehabilitation (RADAR)] e a Aliana Sindical dos
Por tadores de Deficincia [Trade U nion Disability Alliance
(TUDA)], cujo objetivo prioritrio o fortalecimento de
direitos. O fornecimento de informaes e servios um a das
principais funes dessas organizaes nacionais.
Toda cidade, distrito ou regio tem suas ligas, grupos de acesso
ou outras organizaes de portadores de deficincia. Suas
filosofias e misses variam, sendo que algumas defendem os
direitos em contextos variados. Todos os portadores de
deficincia vivenciaram uma transformao na maneira de
encarar seus direitos, como resultado das mudanas de cultura
em curso na Gr-Bretanha. Esto agora mais propensos a se
posicionar como consumidores com a possibilidade de escolher
o que querem. Isso pode ser observado na crescente preferncia
por realizar suas visitas em famlia ou acompanhados, ou no
fato de eles serem mais incisivos quando encontram problemas
nas instalaes.
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COMPANHIAEAPOIO
Como todo mundo, tambm os portadores de deficincia tm
opinies variadas. Muitas organizaes os renem para que
tenham companhia e apoio mtuo. Grupos de deficincias
especficas (como clubes de pessoas que sofreram derrame ou
sociedades de deficientes visuais) podem promover apenas
encontros sociais, enquanto que outros grupos tm como
finalidade levantar fundos e oferecer cuidados.
Algumas dessas organizaes podem ter um papel como
defensores da causa dos portadores de deficincia. Outras talvez
estejam se preparando para ser geridas por eles. Contudo,
muitas delas tm pouco a ver com protestos, concentrando-se,
em vez disso, na vivncia cotidiana de uma doena ou condio
especfica.
CULTURADE SURDOS3
A comunidade de Surdos um a minoria lingstica e cultural,
que inclui surdos de nascena ou que se tornaram surdos antes
de comear a falar, que podem ter pais surdos e cuja primeira
lngua a Lngua Britnica de Sinais (BSL). As pessoas que se
identificam dessa maneira no se consideram portadores de
deficincia, mas membros de uma comunidade especfica, e se
autodefinem como Surdos com S maisculo.
A histria (de excluso do mundo auditivo) e a lngua
compartilhadas, junto com a educao que muitos recebem nas
3. Acreditamos que a razo pela qual os surdos ingleses identificam sua
comun idade com a palavra Deaf, com maiscula, tem a ver com o fato de
que em ingls os nomes de n acionalidades, de comun idades, so escritos
com maiscula. Em portugus, o contexto bastante diferente (N . do T.).
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mesmas escolas, criam fortes laos entre os membros dessa
comunidade. Viajam longas distncias para encontrar outros
surdos e muitas vezes constituem relacionamentos dentro da
comunidade que duram a vida toda.
O uso de servios oferecidos em museus, bibliotecas e arquivos
no faz parte tradicionalmente da cultura de surdos, que
tenderam, at recentemente, a usar seus prprios clubes e
organizaes como principais fontes de informao e recursos
culturais. Isso comeou a mu dar com o esforo em educar
outras pessoas sobre sua cultura, o crescimento da conscincia
entre pessoas capazes de ouvir, o aumento do acesso educao
e do apoio de intrpretes, e um amplo uso de tecnologia.
Atualmente, poucos so os jovens que freqentam clubes de
surdos, normalmente preferindo encontrar-se em bares e
centros esportivos. Eles tm uma expectativa crescente de que
muitos outros servios tambm lhes sejam acessveis.
Para mais informaes sobre a cultura de surdos, entre em
contato com a Associao Britnica de Surdos [British Deaf
Association (BDA)(www.britishdeafassociation.org.uk)] . U m
relatrio sobre pblicos de surdos em museus foi publicado
recentemente pelo escritrio de consultoria Deafworks, com
sede em Londres.
LNGUA BRITNICADE SINAIS
A Lngua Britnica de Sinais (BSL) a primeira lngua ou a
lngua preferida por 50 a 70 mil pessoas no Reino U nido,
sendo mais usada do que o gals ou o galico. A luta para que o
governo reconhea oficialmente a BSL continua. Ela j
reconhecida pela administrao da Grande Londres como um a
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deficincias dos indivduos. Esses obstculos podem ser fsicos,
organizacionais e de postura. A responsabilidade por remover
os obstculos passa ento a ser compartilhada por todos os
envolvidos em cada situao ou interao social. O Resource e
outros rgos nacionais, inclusive o C onselho de Artes [Arts
Council], adotam o modelo social.
Um exemplo simples, sempre citado, o de que, pelo modelo
mdico, uma pessoa pode ser considerada incapaz de subir
escadas porque tem uma deficincia que a obriga a usar cadeira
de rodas, enquanto que, pelo modelo social, o lance de
escadas que seria considerado um obstculo que impede a
entrada do usurio de cadeira de rodas no edifcio.
O CONCEITODEDEFICINCIA
A tarefa de se definir o conceito de deficincia tem exigido um
grande esforo por parte daqueles que elaboram as leis, com
um efeito em cadeia na maneira como os portadores de
deficincia so vistos na sociedade.
H situaes em que se faz necessrio definir esse conceito o
censo de 1991, por exemplo, continha uma questo sobre
doenas crnicas ou deficincias, includa com o intuito de
quantificar a proporo de portadores de deficincia na
sociedade. Leis anteriores introduziram um sistema de
registro como meio de certificar que as pessoas eram
portadoras de deficincia, de modo a torn-las aptas a concorrer
a vagas de emprego especficas.
H situaes em que preciso definir se uma pessoa ou no
portadora de deficincia, mas raramente necessrio saber qual
o tipo de sua deficincia. Uma simples resposta sim ou no
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deve ser suficiente, sem precisar entrar em mais detalhes ou
dizer o nome da deficincia. Antes de perguntar ao seu pblico
sobre deficincia, preciso ter clareza do porqu dessa
informao.
Formu lrios de monitoramento de oportunidades igualitrias
podem incluir perguntas sobre deficincia, preferentemente do
tipo Voc portador de deficincia? Sim/N o. A justificativa
para isso assegurar que a oportunidade (de emprego, por
exemplo) seja oferecida de maneira justa. Em outras situaes,
pode-se pedir comprovaes de deficincia para assegurar que
seus portadores possam usufruir de direitos especiais (a
comprovao pelo registro no existe mais).
Em termos de prestao de servios, todavia, a nica verdadeira
razo para se fazer essa pergunta para conhecer as
necessidades das pessoas. U ma pergunta do tipo Voc tem
alguma necessidade especial de acesso? pode ser suficiente.
Essa abordagem usa o modelo social, atentando para os
possveis obstculos, em vez do modelo mdico, pelo qual se
preocupa em mencionar os nomes das sndromes e deficincias.
A AUTODEFINIOCOMO OPO
N a realidade, h um nmero muito maior de pessoas de fato
portadoras de deficincia do que as que se autodenominam
dessa forma. Muitas razes podem levar as pessoas a preferir
no se colocarem como portadoras de deficincias podem,
por exemplo, ter adquirido a deficincia num momento
avanado de suas vidas, quando j haviam considerado a
deficincia como algo negativo, o que torna lento o processo de
aceitao de sua condio. Pessoas que adquirem deficincias
ligadas ao avano da idade esto propensas a entrar nessa
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categoria. A cultura dos portadores de deficincia no
significa nada para esse grupo que provavelmente no respoder
a mensagens dirigidas quele pblico-alvo.
O utras pessoas que no se identificam como por tadoras de
deficincia so aquelas que se esforaram para ser
completamente integradas, influenciadas por um histrico
social que tornava difcil se integrar sem ser como os outros.
Essas pessoas no viam qualquer vantagem em assumir a
identidade de portadoras de deficincia, ao contrrio, viam
muitas desvantagens (quase sempre havia discriminao contra
os que assim se identificavam).
Independente de como as pessoas definam a si mesmas, elas
tm o direito de efetuar suas prprias escolhas. Pode-se
perceber que uma pessoa tem uma deficincia ou uma
necessidade, mas no se deve insistir para que ela chame essa
deficincia ou necessidade pelo nome que se tenha escolhido.
O modelo social particularmente til nesse caso, porque
permite remover os obstculos, sem que seja necessrio expor
as pessoas que precisam de um melhor acesso.
1.4 EXPERINCIASDO
DIA-A-DIA
Independente de como os portadores de deficincia definam a
si mesmos, eles vivenciam experincias que no
necessariamente fazem parte da vida de todos. Os fatores sociais
e econmicos delineados acima contribuem para essas
experincias, que, em contrapartida, ajudam a constituir suas
expectativas.
C ULTURAINSTITUCIONAL
Centros que recebem as pessoas para passar o dia, asilos e
oficinas abrigadas fazem parte da experincia de vida de muitos
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portadores de deficincia. Embora isso seja um benefcio e
mesmo uma necessidade para dar apoio a eles e reduzir o seu
isolamento, a cultura desenvolvida nessas instituies tambm
cria certos tipos de comportamento. Pode-se incluir a ser
passivo e complacente (por exemplo, dizendo que est tudo
bem quando no est) e intimidar-se na hora de efetuar
escolhas.
ACESSO FSICO
impossvel discutir acessibilidade sem tocar nesse assunto. Os
prestadores de servio devem tambm levar em considerao
que a existncia de obstculos fsicos pode ter influenciado a
formao das expectativas dos portadores de deficincia,
fazendo com que tenham uma predisposio negativa, por
exemplo, com relao experincia que possam ter em
edifcios antigos.
REPRESENTAO
Esse tema tem ganho uma importncia cada vez maior. Ser
que as exposies e publicaes da sua instituio transmitem a
expectativa de que os portadores de deficincia tambm fazem
parte de seu pblico? Muitas vezes, eles so implicitamente
levados a se sentir como sendo os outros. Um claro exemplo
quando, num a biblioteca, todo material sobre deficincia
aparece na categoria sade e nunca em sees como arte ou
poltica.
EDUCAO
Essa outra rea em que se tem experincias diferentes. A
formao adquirida em escolas especiais pode ser considerada
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de qualidade inferior, fora o fato que o exerccio de convivncia
social e as habilidades de sobrevivncia ficam limitados apenas a
um pequeno grupo pouco diversificado, ao invs de ser
praticado numa sociedade mais ampla. Isso pode acarretar que,
num processo seletivo de emprego, eles sejam considerados
pouco qualificados e tenham, muito tempo depois de terminar
a escola, que prestar novamente os exames para obter atestados
melhor aceitos. Por outro lado, nas escolas convencionais, os
alunos podem ter dificuldade em conseguir todo o apoio de
que necessitam, o que pode prejudicar o acompanhamento das
lies e resultar num desempenho inferior.
A Lngua Britnica de Sinais foi banida do uso em instituies
educacionais em 1888. Pela maior parte do sculo que se
seguiu, essa excluso continuou , o que levou mu itos jovens
surdos a deixar a escola em idade de alfabetizao (com menos
de oito anos de idade) e sem qualquer qualificao
conseqncia do fato de no poderem usar sua lngua natural e
do peso dado ao ensino da linguagem. At muito recentemente,
surdos eram tambm impedidos de exercer a profisso de
professor, mesmo para ensinar crianas surdas.
O BTENODEINFORMAES
A obteno de informaes pode ser mais difcil para os
portadores de deficincia por muitas razes. Os
intermediadores, sejam eles assistentes, agncias especializadas
ou professores, podem ter suas prprias limitaes de
perspectiva ou de funo. Quando essas limitaes existem, os
portadores de deficincia no recebem as informaes que lhes
so dirigidas. Prever esses obstculos pode ajudar a entender
como as informaes podem ser bloqueadas.
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CONCLUSO H muitas maneiras de suprir as necessidades de portadores de
deficincia. Um dos objetivos desta publicao deixar de
enfatizar questes como adaptaes caras e rgidas em edifcios,
passando a enfatizar mudanas de comportamento, rotina,
poltica e postura em todos os funcionrios e voluntrios da
organizao. Dessa maneira, assim como atentando para
alteraes viveis no ambiente fsico, pode-se proporcionar
melhores experincias para os funcionrios e visitantes
portadores de deficincia.
Este captulo mostra como mudanas de postura e um maior
conhecimento podem permitir que organizaes reconheam,
analisem e eliminem os obstculos que eles enfrentam no dia-
a-dia. Esperamos que esta publicao seja o seu guia nessa nova
maneira de pensar. Os prximos captulos contero muitos
conselhos e explicaes, fornecendo as informaes necessrias
para desenvolver prticas e servios inclusivos. So baseados nas
melhores informaes disponveis provenientes de fontes
variadas , que so apresentadas de maneira pertinente ao seu
campo de atividade. A escolha dos temas baseou-se nas
informaes necessrias para melhorar os servios para os
portadores de deficincia levantadas pela pesquisa do Resource
sobre acessibilidade realizada em 2001.
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INTRODUO possvel que se fique nervoso ao falar pela primeira vez com
um portador de deficincia. tambm possvel perguntar-se
ento se preciso adotar algum comportamento especial para
com ele. Mas os portadores de deficincia so como qualquer
outra pessoa preferem ser t ratados com respeito e de maneira
amigvel.
Alguns tipos de comportamento ou linguagem podem, mesmo
sem inteno, ofend-los. Podem reforar um sentido de
discriminao e expressar pressupostos incorretos. Pensar sobre
suas aes e suas palavras ajuda a evitar esse tipo de
comportamento. N o se deve ficar inibido em perguntar a essas
pessoas quais so as suas necessidades elas so as maiores
especialistas no assunto.
As deficincias so to diversificadas quanto as pessoas, sendo
que portadores de deficincia podem estar entre os visitantes,
usurios e funcionrios de museus, arquivos e bibliotecas em
qualquer circunstncia.
Eles podem ser de todas as idades e com todo tipo de
procedncia e formao, e tm direitos garantidos pela Lei
sobre D iscriminao contra Portadores de Deficincia
[Disability Discrimination Act (DDA)], que os protege contra
servios inadequados por serem discriminatrios.
N em sempre possvel dizer se algum portador de
deficincia. De fato, isso se aplica para a maioria dos que so
usurios de museus, arquivos ou bibliotecas, muitos dos quais
portadores de um a deficincia que no est mostra ou que
difcil de reconhecer. Poucos so os que usam uma bengala
branca ou cadeiras de rodas ou se comunicam em lngua de
sinais.
2AOENCONTRODOSPORTADORESDEDE.ICINCIA
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Eliminar os obstculos aos portadores de deficincia significa
muito mais do que fazer alteraes em edifcios. acima de
tudo uma questo de postura. A acessibilidade precisa se
estender aos servios disponveis nos edifcios, s informaes e
comunicao relacionadas aos mesmos e equipe que presta
esses servios. Um bom atendimento ao pblico comea no
balco de recepo e sempre uma parte essencial para que a
experincia da visita seja positiva.
2.1.ACEA.ACECOM
PORTADORESDE
DE.ICINCIA
Os conselhos e informaes a seguir vo ajud-lo a assegurar
que a interao com colegas portadores de deficincia e o
servio que voc presta a eles em museus, arquivos e
bibliotecas sejam ao mesmo tempo respeitosos e teis.
AO ENCONTRO DEUSURIOSPORTADORESDEDEFICINCIA
O ferea ajuda se voc achar apropriado ou for requisitado,
mas tenha certeza de que a pessoa aceitou ser auxiliada
antes de comear. Por exemplo, no pegue uma pessoa pelobrao para conduzi-la a menos que ela lhe pea.
Portadores de deficincia so os maiores especialistas em
suas prprias necessidades: se voc lhes perguntar e ouvir o
que tm a dizer, eles lhe diro o que deve fazer para ajud-
los.
Trate a pessoa com o mesmo respeito que voc
demonstraria a qualquer outra. Chame-a pelo primeiro
nome apenas se voc estiver tratando todos os outros dessamaneira. Trate portadores de deficincia adultos como
adultos.
N o faa brincadeiras nem pergunte coisas sobre a
deficincia, a cadeira de rodas ou o co acompanhante; voc
no faria comentrios pessoais sobre outros usurios,
portanto, no o faa tambm com relao a eles.
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Em suma: sempre pergunte; evite pressuposies; e deixe
que o portador de deficincia seja o seu guia.
PORTADORESDEDEFICINCIAACOMPANHADOS
Portadores de deficincia visitam m useus, arquivos e
bibliotecas sozinhos, com acompanhantes e s vezes com
um assistente. Apesar da conscincia crescente da sociedade,
ainda pode acontecer que o funcionrio ignore o portador
de deficincia e fale apenas com o acompanhante, que
imagina ser a pessoa que cuida do primeiro ainda que sejaprovvel que a iniciativa da visita tenha partido dele
prprio.
Se um portador de deficincia e um acompanhante fazem
uma visita, claro que voc deve receb-los e fornecer
informaes gerais a ambos. Assegure-se, em todo caso, de
dirigir as informaes e questes relacionadas a
acessibilidade diretamente ao visitante portador de
deficincia. Se ele estiver acompanhado de um assistente, uma boa prtica:
- sempre falar diretamente ao portador de deficincia,
no ao seu intrprete ou assistente pessoal. Se algum
fizer uma pergunta, responda a essa pessoa, no ao seu
acompanhante;
- deixe-se guiar pelo portador de deficincia. Ele pode
lhe apresentar o seu assistente pessoal, mas nem todos
o fazem;
- d o troco ou folhetos para o portador de deficincia, se
voc estiver efetuando uma venda a ele;
- ignore os ces assistentes (ces-guias, ces-ouvintes, ces
acompanhantes para independncia de movimento etc.)
enquanto eles estiverem trabalhando e sempre pergunte
ao dono antes de lhes dar qualquer ateno; e
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- tente no fazer comentrios a respeito da habilidade de
um intrprete, a inteligncia de um co ou a pacincia,
ou altrusmo, de um assistente. Esse tipo de comentrio
pode insinuar que o portador de deficincia no tenha
controle sobre si mesmo ou que seja um estorvo.
2.2 LINGUAGEME
COMUNICAO
Falamos para ser ouvidos e usamos a linguagem para nos
comunicar. Porm, muitas vezes no temos total conscincia do
quanto as palavras e expresses que usamos em nossa
comunicao diria revelam nosso conhecimento e nossas
posturas. O uso de uma linguagem que ignora, diminui ou
qualifica negativamente os portadores de deficincia pode
arruinar um servio positivo e acessvel. Portanto, importante
prestar ateno na linguagem e dar um bom exemplo.
LINGUAGEM ADEQUADA
A expresso portadores de deficincia usada nesta
publicao para enfatizar que no a deficincia que isola as
pessoas, mas as barreiras que lhes impe a sociedade. Essa
expresso geralmente aceita como correta pela maioria das
organizaes especializadas. Faz sentido que outras
organizaes a usem, pois ela permite com preender a questo a
partir dos obstculos e no de condies individuais.
Expresses como pessoa com deficincia visual, pessoa com
deficincia auditiva, pessoa com dificuldade deaprendizagem e pessoa com problemas de sade mental so
comumente usadas e geralmente consideradas no ofensivas.
Expresses como cego e pessoa com viso parcial e surdo
ou pessoa com dificuldade auditiva so tambm usadas, por
exemplo, quando importante especificar as diferentes
necessidades das pessoas.
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A expresso pessoas com problemas de sade m ental
ainda bastante usada, embora pessoas com questes de
sade mental seja cada vez mais ouvida e a organizao
Mind (www.mind.org.uk) recomende pessoas com
necessidades de sade mental.
Algumas pessoas preferem a expresso pessoas com
deficincia para indicar que elas primeiro so pessoas e em
segundo lugar tm deficincia. Assim, voc precisa verificar
qual expresso a pessoa prefere. Em contatos individuais
face a face, use a expresso com a qual ela se sinta
confortvel. O rganizaes de por tadores de deficinciatendem a evitar o uso de pessoas com deficincia, porque
isso pode tirar a ateno de suas necessidades e direitos
especficos.
N o h necessidade de se preocupar com o uso de
expresses como a gente se v depois ou vamos
andando? desde que voc no faa piadas com elas.
Portadores de deficincia tambm usam essas expresses.
Pessoas com deficincia so to variadas quanto as demais eusar rtulos refora esteretipos.
LINGUAGEM Q U ECRIAOBSTCULOS
A linguagem importante! U ma linguagem inadequada, seja
falada, escrita ou usada em sinalizao, refora esteretipos,
mu itas vezes magoando e ofendendo. A histria nos legou uma
grande lista de palavras a evitar:
No portador de deficincia prefervel a pessoa
normal. Compare pessoas deficientes e pessoas normais,
que segrega os portadores de deficincia, com portadores e
no portadores de deficincia.
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N o portadores de deficincia no so normais, pois isso
implicaria que os portadores de deficincia so anormais,
uma expresso que normalmente insulta.
Portadores de deficincia no tm necessidades
diferenciadas ou especiais, pois isso implica uma
diferena no sentido de que eles sejam um fardo. Eles
podem, todavia, ter requisitos, necessidades de acesso ou
necessidades.
Portadores de deficincia no so corajosos, sofredores,
vtimas ou coitados, e eles no sofrem de nada mas
enfrentam posturas negativas. Evite o termo handicapped, pois d a imagem de algum
com o chapu na mo pedindo esmola. Evite o uso de
palavras que dem a impresso de que eles so sempre
frgeis e dependentes de outras pessoas ou que so dignos
de piedade.
Evite categoriz-los, como os cegos, os surdos isso os
segrega; evite tambm qualificaes ofensivas como
manco, retardado, maneta, estando portadores dedeficincia presentes ou no.
Termos mdicos (espstico, quadriplgico, por exemplo)
no dizem respeito s habilidades das pessoas e por isso no
tm qualquer relevncia na prestao de servios. Se voc
precisar se referir condio de uma pessoa para oferecer
servios adequados, ento ela pode ser uma pessoa com
dislexia, uma pessoa com paralisia cerebral etc.
Pessoas com problemas de sade mental no so doidosou esquizos.
Pessoas com d ificuldades de aprendizagem no so
retardadas, atrasadas ou dbeis mentais. Tambm no
so mongolides ou uma pessoa com sndrome de
down. Todas essas expresses refletem uma preocupao
com os sintomas e no uma vontade de suprir necessidades.
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A expresso pessoa com necessidades especiais no serve
para uma sociedade inclusiva. Foi primeiramente usada em
necessidades especiais de educao e muitos adultos
ressentem isso.
Portadores de deficincia empregam, usam ou procuram
assistentes pessoais para prestar-lhes um servio, sendo que
assistentes pessoais (ou APs) no so pessoas que
cuidam deles.
Portadores de deficincia so to diversificados quanto os
no portadores e o uso de rtulos refora esteretipos.
2.3 INTERAESCOM
PORTADORESDE
DE.ICINCIA
Embora as informaes deste captulo possam ajud-lo a
aumentar seu conhecimento prtico sobre deficincia e os
diferentes grupos de portadores de deficincia, importante
tratar as pessoas como indivduos, lembrar que existe toda um a
gama de deficincias e que uma pessoa pode ser portadora de
mais de uma delas. Deficincia relaciona-se com necessidades
fsicas, sensoriais e intelectuais, sendo que as necessidades de
uma pessoa podem variar de um dia para o outro de acordo
com o ambiente e as circunstncias. Tambm a maneira como
as pessoas vem a si mesmas (ver captulo 1) pode afetar a
quantidade de informaes que venham a fornecer a respeito de
suas necessidades. Quando se dirigir a um grupo, evite ter
como pressuposto que todas aquelas pessoas sejam no
portadoras de deficincia at que algum lhe diga o contrrio, e
fale sobre acessibilidade a todo o grupo.
AOENCONTRO DEPESSOASSURDAS
Cerca de 8,6 milhes de pessoas no Reino Unido tm algum
grau de perda auditiva. Pessoas com perda auditiva podem ser
capazes de ouvir num lugar silencioso se apenas uma pessoa
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44 / Acessibilidade
estiver falando, mas no em um ambiente ruidoso. Podem usar
aparelhos auditivos, sistemas de reduo de rudo ambiental
(induction loops), leitura de lbios, lngua de sinais ou qualquer
combinao desses recursos. As orientaes a seguir podem
ajudar a tornar a comunicao mais clara:
Assegure-se de que a pessoa esteja olhando para voc antes
de comear a falar; voc pode obter sua ateno com um
leve aceno ou um suave toque no brao ou no ombro.
Verifique como querem que voc se comun ique com eles;
podem preferir que voc fale claramente, mude de posio,fornea um intrprete ou escreva.
Se a pessoa estiver usando um assistente de comun icao
(por exemplo, intrprete, especialista em comunicao com
leitores de lbios), dirija-se ao surdo, no ao seu assistente,
e d tempo para a traduo. N o fique olhando fixamente
para o intrprete enquanto espera. Isso pode distra-lo e
ofender a pessoa surda; ela a pessoa com quem voc est
se comunicando, no o intrprete. Mantenha-se no assunto e assegure-se de que o contexto
esteja claro; indique claramente se for mudar de assunto.
Se a pessoa estiver lendo lbios, fale claramente e com
entonao normal, um pouco mais lentamente.
Mantenha o rudo de fundo o mais baixo possvel e
assegure-se de que voc esteja claramente visvel, sem
qualquer pessoa, mvel, planta, objeto etc. entre voc e a
pessoa surda. N o fique em frente a uma luz forte ou janela, pois isso
pode tornar difcil v-lo claramente.
Mantenha barba e bigode aparados, e evite cobrir seu rosto
enquanto fala.
N o grite nem use gestos exagerados.
Mantenha a calma, confira se a pessoa acompanhou o seu
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Ao Encontro dos Portadores de Deficincia / 45
discurso e repita de maneira diferente se necessrio. Diga
Voc est me acompanhando? ou Estamos de acordo
quanto a isso? ( melhor usar a palavra acompanhar do
que entender, pois esta pode implicar que voc pressupe
alguma dificuldade intelectual da pessoa com relao ao que
disse).
Surdos podem considerar a Lngua Britnica de Sinais
(BSL), que tem sua prpria estrutura gramatical, como sua
primeira lngua, no o ingls. Se este for o caso, textos
escritos podem criar obstculos. Assim, se lhe pedirem que
escreva alguma coisa, no use sentenas longas e complexas.Por exemplo, melhor do que escrever Gostaria de saber se
voc aceita uma xcara de ch escrever Ch?.
AOENCONTRO DEPESSOASCO MDEFICINCIAVISUAL
Deficincia visual raramen te significa perda total da viso. N a
realidade, existe uma grande variedade de condies que afetam
os olhos com diferentes efeitos sobre a viso. Portadores de
deficincia visual que usam ces-guias, bengalas brancas, culos
escuros ou lem braille so uma minoria. Lembre-se do
seguinte quando for se comun icar com eles:
Assegure-se de que a pessoa saiba onde voc est enquanto
fala e diga se voc for sair, para que ela no fique falando
com o vazio; por exemplo Estou indo agora para a outra
sala. Q uando oferecer um aperto de mo, diga Podemos apertar
as mos?.
Se outras pessoas estiverem falando tambm ou se elas se
juntarem ao grupo e comearem a ouvir tambm, diga
pessoa quem so e onde esto; por exemplo Meu
supervisor acabou de se juntar a ns.
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Se a pessoa parecer precisar de ajuda, pergunte primeiro e
perceba se ela d a deixa; se for necessrio gui-la, oferea o
seu brao ao invs de pegar o brao dela. Pergunte: Voc
gostaria de segurar no meu brao? ou Posso ajud-lo(a)?.
Pergunte-lhe se prefere que voc avise quanto a degraus,
portas e outros obstculos.
Se oferecer um a cadeira, explique isso e guie a mo da
pessoa at o encosto, o brao ou o assento da cadeira,
dizendo: Este o encosto da sua cadeira.
Evite deixar obstculos em reas pelas quais as pessoas
transitam. Conhea os equipamentos disponveis e saiba onde esto
guardados, para que voc possa atender pedidos de lentes
de aumento, lanternas, guias sonoros etc. Quando estiver
trabalhando com um colega com viso parcial ou cego,
assegure-se de que o equipamento de trabalho no seja
movido da posio que ele prefere.
Lembre-se de que pessoas com deficincia visual podem
perder informaes contidas nos gestos e expresses faciaise parecer reagir de modo inadequado pode parecer, por
exemplo, que elas no tenham entendido uma piada,
quando na verdade a piada que no foi contada
apropriadamente para elas.
AO ENCONTRO DEPESSOASSURDAS-CEGAS
U ma pessoa pode ser considerada surda-cega se tiver uma
combinao de perdas auditiva e visual, resultando em problemas
de comunicao, informao e m obilidade. 65% das pessoas
surdas-cegas so idosas. Tenha em m ente os seguintes conselhos:
Muitos surdos-cegos tm alguma capacidade auditiva e/ou
visual, logo as orientaes dos dois itens anteriores tambm
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Ao Encontro dos Portadores de Deficincia / 47
valem aqui; porm, os mtodos que fazem uso do tato para
comunicao e acesso a informaes so mais adequados.
Aborde a pessoa pela frente e comunique-lhe que voc est
ali com um leve toque na mo ou no brao.
Se estiver se oferecendo para gui-lo, mova delicadamente a
mo dele at o seu cotovelo; alguns surdos-cegos tambm
tm problemas de equilbrio, ento, deixe que eles lhe
mostrem a melhor maneira de gui-los.
Voc talvez possa se comunicar com eles escrevendo
claramente em letras maisculas sobre a palma da mo,
usando a palma inteira. O utros mtodos incluem o alfabeto manual de surdos-
cegos, lngua de sinais num campo de viso reduzido (visual
frame signing) ou leitura de lbios e sinalizao de contato,
que sero normalmente usados por um guia-comunicador
ou intrprete treinado. Se a pessoa pedir informaes por
escrito, use uma caneta preta de ponta grossa e escreva em
letras grandes antes de continuar, confira, com uma
palavra, se o tamanho est bom para a pessoa.
AOENCONTRO DEPESSOASCO MDEFICINCIAN AFALA
Deficincia na fala no tem qualquer relao com inteligncia.
Com pacincia e concentrao, normalmente possvel
acompanhar o que est sendo dito:
Preste muita ateno na pessoa, mantenha a calma, no acorrija e no fique constrangido. Resista tentao de
terminar as frases dela.
N o finja ter acompanhado o que a pessoa disse se isso no
for verdade. melhor pedir a algum que repita do que
adivinhar errado.
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Para obter a informao que voc precisa, pergunte um a
coisa de cada vez e diga o que voc entendeu at ento.
Trabalhe em conjunto com a pessoa para comunicar-se e
no trate a questo como se fosse um problema dela nem,
ao contrrio, como se fosse um problema seu, alegando que
voc que bobo.
AO ENCONTRO DEPESSOASCO MDIFICULDADEDE
APRENDIZAGEM
Muitas pessoas que nasceram com dificuldade de
aprendizagem, esto num estgio inicial de uma condio que
afeta o crebro, ou tiveram algum tipo de leso cerebral,
vivem suas vidas com total independncia em suas
comunidades, fazendo suas prprias escolhas e recorrendo a
variados nveis de apoio. Quando voc encontra a pessoa pela
primeira vez:
Pressuponha que ela est acompanhando e entendendo oque voc diz.
Esteja pronto a explicar de diferentes maneiras mais de uma
vez e no se impaciente.
Desmembre as informaes complexas em tpicos simples.
Elimine o m ximo possvel os elementos dispersivos do
ambiente.
O ferea-se para escrever ou gravar a conversa, incluindo
seu nome e telefone, para que a pessoa tenha um registroque possa consultar depois.
AO ENCONTRO DEPESSOASCO MDESFIGURAMENTOFACIAL
O desfiguramento facial no necessariamente um indicativo
de outra condio ou deficincia. A maioria dessas pessoas
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Ao Encontro dos Portadores de Deficincia / 49
vivencia problemas e discriminao por causa das posturas de
outras pessoas.
Se voc supreender-se com a aparncia de algum ou se
sentir desconfortvel, no deixe que isso fique evidente.
O lhe a pessoa como voc faria com qualquer outra, e evite
olhar fixamente.
Preste muita ateno no que est sendo dito e no deixe a
aparncia da pessoa distra-lo.
Controle sua curiosidade e no pergunte sobre o
desfiguramento.
AOENCONTRO DEPESSOASCO MPROBLEMASDESADE
MENTAL
A maioria das pessoas com um histrico de problemas de sade
mental se recupera completamente. Muitas vezes essas pessoas
vivenciam discriminao.
H muitos mitos envolvendo problemas de sade mental e,
como no caso de outros portadores de deficincia, a melhor
opo aqui evitar pressuposies, perguntar qual tipo de
apoio necessrio, se de fato o for, e prestar ateno na
resposta.
As pessoas que esto vivenciando esgotamento emocional e
perturbao podem achar as atividades cotidianas muito
difceis. Seja paciente, no faa julgamentos e d pessoa o tempo
de fazer suas escolhas e decises.
Resista a pressuposies ou julgamentos sobre pessoas cujo
comportamento ou aparncia lhe paream estranhos e trate-
as gentilmente.
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AO ENCONTRO DEPESSOASUSURIASDECADEIRADERODAS
Se necessrio, tente ficar em seu nvel de altura, ou saia de
trs do balco para facilitar o contato visual.
Tenha cuidado com o contato fsico apoiar-se na cadeira
de rodas de algum uma invaso de espao pessoal e dar
um tapinha nas costas de uma pessoa que voc no
conhece bem uma maneira de rebaix-la. Se precisar usar
o toque para atrair a ateno, toque delicadamente na mo,
brao ou ombro.
CONCLUSO Portadores de deficincia precisam receber respeito e
cooperao para suprir suas necessidades sem paternalismo,
piedade e sentimentalismo. Este captulo forneceu algum as
informaes prticas para ajud-lo nesse sentido. Eliminar os
obstculos e aprender como ir ao encontro de suas necessidades
individuais de maneira positiva e libertria beneficiar a todos.
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INTRODUO
3IN.ORMAOINCLUSIVA
A informao d liberdade e autonomia a quem a possui.
Muitos de ns estamos sempre to certos de obter informaes
que s nos damos conta de sua importncia quando o acesso
interrompido: nosso PCpra de funcionar; o jornal no aparece
nossa porta de manh; ou nos encontramos num aeroporto,
cercados de sinalizao em uma lngua desconhecida.
Para muitos portadores de deficincia, no entanto, as
informaes no esto prontamente disponveis. APesquisa dos
Recursos Oferecidos a Portadores de D eficincia U surios de
Museus, Arquivos e Bibliotecas [Survey of Provision for
Disabled U sers of Museums, Archives and Libraries
(encomendada pelo Resource em 2001)] mostra que 20% dos
museus, arquivos e bibliotecas fornecem informaes impressas
em letras grandes e 21% fornecem informaes de acesso
especificamente voltadas a portadores de deficincia. 6%
elaboraram guias de acesso voltados a pessoas com dificuldades
de aprendizagem. A MGC Domus Survey (1998) revelou que
apenas 4% dos museus realizam eventos em Lngua Britnica
de Sinais agora reconhecida pelo governo como uma lngua
de minoria.
A falta de informao acessvel geralmente citada por
portadores de deficincia como o pr incipal fator que os impede
de planejar uma visita ou aproveitar uma experincia como
gostariam. Freqentemente, apenas uma pequena parte das
informaes produzidas por uma organizao disponibilizada
de m aneira acessvel a eles.
crescente a conscientizao sobre o quanto pode ser feito para
tornar informaes essenciais acessveis a portadores de
deficincias, e tambm sobre como montar exposies e
desenvolver acervos de maneira a inclu-los.
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Este captulo sugere maneiras prticas de superar obstculos de
informao enfrentados por portadores de deficincia. Tambm
apresenta uma perspectiva holstica, em que so supridas as
necessidades de informao de todos.
3.1 GERENCIAMENTO
DOACESSO
IN.ORMAO
Para tornar as informaes acessveis a portadores de deficincia
preciso um compromisso contnuo, pois h ainda muitas
lacunas a serem preenchidas. Algumas melhorias so muito
fceis de se providenciar e podem ser prontamente
introduzidas; outras exigem mais recursos, coleta de
informaes e planejamento. Em ambientes de trabalho
movimentados como os dos setores de publicaes e
marketing, as necessidades de informao dos portadores de
deficincia so facilmente esquecidas. U m descuido de uma
nica pessoa envolvida o redator, o preparador de texto, o
programador visual, o responsvel pela impresso, o assessor de
marketing pode ser suficiente para criar obstculos
desnecessrios no acesso informao. U ma poltica e um
plano adequados so os meios mais prticos que qualquer
organizao pode usar para assegurar-se de que esse acesso
esteja sempre em pauta e que verdadeiras melhorias aconteam.
POLTICADEACESSO INFORMAO
U ma poltica de acesso informao para portadores de
deficincia deve fazer parte de uma poltica de acessibilidade, de
oportunidades igualitrias ou de acesso informao mais
ampla, que inclua lnguas de comunidades especficas.
Essa poltica poder ter como objetivo, por exemplo, assegurar
que os usurios possam facilmente:
obter informaes;
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compreend-las;
chegar at elas; e
obter informaes no meio ou formato de sua preferncia.
E poder incluir:
o objetivo de remover obstculos informao para
portadores de deficincia sempre que possvel;
o compromisso de cumprir as obrigaes legais;
exemplos de como a informao pode tornar-se acessvel;
referncia a qualquer poltica que tenha a ver cominformao, por exemplo: atendimento ao consumidor,
identidade visual, exposies, estoques, emprstimos,
websites e direcionamento de verbas;
alguns procedimentos-padro bsicos, como fornecer
material impresso em letras grandes quando requisitado e
treinar todo novo funcionrio em como se comunicar com
pessoas surdas ou que tenham dificuldade auditiva; e
o compromisso de informar todos os funcionrios e opblico sobre essa poltica.
PLAN O DE ACESSO INFORMAO
O plano de acesso informao deve listar as aes necessrias
para que uma organizao coloque sua poltica em prtica. Pode
ser elaborado com o intuito de implementar as recomendaes
de uma auditoria de acessibilidade ou um plano de
reformu lao de identidade visual. Pode incluir:
prazos para a implementao das recomendaes;
prazos para a obteno de informaes cruciais para o
planejamento, como: quem pode fazer a transcrio das
informaes para formatos acessveis; quem na regio pode
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fornecer suporte em comunicao ou consultoria em
tecnologia de acesso; com quanta antecedncia preciso
reservar um intrprete de lngua de sinais; o tempo
necessrio para se produzir material informativo em udio;
os custos, a estimativa das quantidades necessrias e os
benefcios aos usurios;
os nomes do responsvel direto e do gerente que vo
implementar o plano; e
uma data para revis-lo.
Igualmente importante que a coleta de novas inform aes seja
acompanhada do arquivamen to e da atualizao das obtidas
anteriormente. Q uando o fornecimento de informaes
acessveis torna-se um a rotina, certamente um sinal de que a
organizao est incorporando uma abordagem inclusiva no setor.
ACESSO INFORMAO ELEGISLAO
As numerosas maneiras pelas quais as informaes podem-se
tornar acessveis a portadores de deficincia so exemplos do
que a Lei sobre D iscriminao contra Portadores de D eficincia
[Disability Discrimination Act (DDA)] chama de auxlio e
servios de apoio. A DDA atribui aos prestadores de servio a
obrigao de fazer as adaptaes satisfatrias e oferecer auxlio
de modo a tornar seus servios mais acessveis. Muitos dos
exemplos de auxlio includos no Cdigo de Prticas da DDA
referem-se a acesso informao e destacam a importncia vital
que ele tem no dia-a-dia dos portadores de deficincia.
As polticas governamentais para internet enfatizam que os
websites de servios pblicos devem, at 2005, ser acessveis aos
portadores de deficincia e cumprir os padres de acessibilidade
internet (AA) nvel 2 [web-accessibility standards level 2].
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3.2 ACESSO
SENSORIAL
IN.ORMAO
SURDOSEPESSOASC O MDIFICULDADEAUDITIVA
H cerca de 8 milhes de pessoas no Reino Unido com algum
grau de perda auditiva, ou uma em cada sete da populao.
Muitas usam aparelhos auditivos. Cerca de 50 a 70 mil usam a
Lngua Britnica de Sinais (BSL) como primeira lngua; muitas
so bilnges em BSL e ingls. Elas podem ter nascido surdas,
ter perdido parte ou toda a audio antes de comear a falar ou
ter ensurdecido nu ma idade mais avanada.
De acordo com o Real Instituto N acional para os Surdos
[Royal Nacional Institute for Deaf People (RN ID)], 68% dos
surdos sentem-se isolados por causa de sua surdez e 75%
vivenciam problemas em lojas, bancos, espaos pblicos e
transporte.
Surdos e muitas das pessoas com dificuldade auditiva acham
difcil quando no impossvel entender o discurso falado,
seja face a face ou ao telefone. U surios de aparelhos auditivos,
muitas vezes utilizando tambm leitura de lbios para
acompanhar as falas, podem ainda assim enfrentar obstculos
comunicao como:
rudo de fundo;
interferncia visual;
volume insuficiente; e
pouca clareza no discurso.
Surdos e pessoas com dificuldade auditiva fazem um grande
esforo para compreender o que est sendo dito, o que torna a
comunicao mais cansativa.
A menos que haja apoio comunicao ou interpretao em
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BSL, a maioria dos surdos provavelmente enfrentar obstculos
no acesso informao:
na recepo ou balco de informaes;
numa conferncia;
numa visita guiada;
numa reunio; e
num videotape.
Usurios de BSL (que podem considerar-se como uma minoria
lingstica e usar um S maisculo na palavra Surdo ver
captulo 1) podem tambm achar difcil lidar com textos
complexos escritos em ingls.
Algumas maneiras de superar obstculos:
Comunicao clara face a face
sempre bom procurar saber primeiro como a pessoa surda
prefere se comunicar, o que evita confuso. De incio, voc
precisa ganhar sua ateno e ter certeza de que ela est vendo
claramente o seu rosto. Mu itos surdos so capazes de
acompanh-lo da maneira como voc fala normalmente, talvez
mais devagar e claramente, se necessrio, mas no de maneira
exagerada. Talvez voc precise usar papel e caneta.
Ambiente
Ser muito mais fcil para os surdos e pessoas com dificuldade
auditiva acompanhar discursos ou ouvir inform aes sonoras e
anncios se o ambiente for planejado de modo a ter:
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- boa iluminao;
- boa acstica;
- rudo de fundo reduzido; e
- sistemas de reduo de rudo ambiental para usurios
de aparelho auditivo (induction loops).
Induction loops
Esse tipo de sistema pode tornar mais fcil para pessoas com
dificuldade auditiva o uso de aparelhos auditivos em espaos
fechados.
Informaes escritas
Deve estar sempre disponvel material impresso contendo
informaes claras sobre servios, acervo e eventos.
Outros formatos
Organizaes como a Associao Britnica de Surdos [British
Deaf Association] podem transcrever suas informaes para
formato vdeo ou CD-ROM em lngua de sinais. Algumas
organizaes produziram suas prprias verses de videotapes
com legendas e/ou em lngua de sinais sobre seus servios (por
exemplo, Warwickshire Libraries) e acervos (por exemplo,
Colchester M useums).
Auxlios comunicao
Voc pode facilitar seu contato com a pessoa surda ou com
dificuldade auditiva utilizando:
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- telefones amplificados com redutor de rudo de fundo
para usurios de aparelho auditivo (inductive couplers);
- fax e e-mail (incluindo os nmeros e endereos em seu
material pu blicitrio);
- uma in scrio no Typetalk, sistema que pe em contato
usurios de telefone por voz e por texto. Para mais
informaes, contate a RN ID ou British Telecom; e
- um textphone.
Apoio comunicao
Vrios tipos de apoio comunicao em eventos ou reun ies
podem ser providenciados.
Para surdos cuja primeira lngua o ingls:
- especialistas em comunicao com leitores de lbios;
- tomadores de notas; e
- Palantype ou Speedtext, produzidos por um digitadorespecializado que transcreve as falas numa tela.
Para usurios de ingls com uso de sinais [BSL ou Sign
Supported English (SSE)]:
- equipe de apoio comunicao; e
- intrpretes.
Para mais informaes, entre em contato com a Associao de
Intrpretes em Lngua de Sinais [Association of Sign Language
Interpreters (ASLI)], a RN ID ou o Conselho para o
Desenvolvimento da Comunicao com Surdos [Council for
Advancement of Communication with Deaf People
(CADCP)].
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Pode-se contratar um servio de apoio comunicao
autnom o ou em agncias locais ou nacionais, como a U nidade
de Servio de C omunicao da RN ID. A maioria dos servios
custa entre 30 e 100, normalmente devendo ser contratados
por um mnimo de duas horas. Se o servio for de mais de duas
horas ou as informaes forem complexas, sero necessrias
duas pessoas. N o h grande disponibilidade de prestadores de
servio de apoio comunicao, portanto bom agend-los o
mais cedo possvel pelo menos com algumas semanas de
antecedncia.
Eventos
Empregar surdos em eventos para, por exemplo, conceder
sesses de narrao em lngua de sinais, palestras ou oficinas
uma maneira eficaz, direta e positiva de aumentar o acesso a
eventos. Alguns museus, por exemplo a Tate Modern,
introdu ziram visitas guiadas conduzidas por surdos usurios de
BSL.
CEGOSEPESSOASC O MVISO PARCIAL
Cerca de 2 milhes de pessoas no Reino Unido tm deficincia
visual. A grande maioria tem alguma capacidade visual, que usa
em sua vida cotidiana. A maioria dos cegos e pessoas com viso
parcial enfrenta vrios tipos de obstculos no acesso
informao.
Material impresso em letras pequenas geralmente de difcil
leitura para qualquer pessoa. Algumas fontes tipogrficas criam
grande dificuldade para pessoas com deficincia visual, por
exemplo, as que so:
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serifadas (como a Times);
em itlico (como a Chancery);
ornamentadas (como a Curlz); e
estreitas ou condensadas (como a H elvetica N arrow).
Outros tipos de obstculo podem ser:
pouco contraste entre o fundo e o texto;
papel cuch, que reflete a luz;
papel muito fino, que deixa transparecer o texto da outra
face;
texto sobreposto a figuras;
iluminao insuficiente leitura; e
reflexos nos vidros das vitrines.
Sem informaes orais ou em braille ou Moon um alfabeto
simplificado e em relevo , cegos no tm como saber sobre
servios e acervos.
Algumas maneiras de superar os obstculos:
O ambiente
Ambientes bem iluminados, organizados, desobstrudos e
logicamente projetados, com contraste de cor ou tonalidade,
facilitam bastante a movimentao independente de pessoas
com deficincia visual at uma estante especfica ou objeto
exposto. importante providenciar uma sinalizao clara,
inclusive ttil e sonora.
Fornecer informaes face a face
Funcionrios podem ajudar pessoas com deficincia visual a ler
os ttulos de audiolivros ou listas de ttulos, fornecer
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informaes ao visitante e visitas guiadas por exemplo,
descrevendo o edifcio e exposies e oferecendo ajuda no uso
de equipamentos.
Material impresso
Duas em cada trs pessoas com deficincia visual so capazes de
ler textos em letras grandes (com fonte no mnimo em
tamanho 14). A produo de m aterial informativo em letras
grandes fcil e barata. Folhetos com informaes breves e
chamativas podem normalmente ser feitos em fontes de
tamanho 14 ou 16. Os ttulos podem ser ainda maiores e em
negrito.
Q uando no for possvel usar letras grandes em todo o m aterial
impresso, a RN IB aconselha que o tamanho mnimo das fontes
seja 12 e que se apliquem as orientaes de Clareza na
impresso, pois estas tornam o texto mais fcil de ler. [Este
captulo segue as orientaes da RN IB.] Em todo caso,
tambm deve ser oferecido m aterial informativo em letras
grandes. Atualmente, todos os computadores oferecem um
amp