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U N I V E R S I D A D E D E S Ã O P A U L O Escola de...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Engenharia de Lorena – EEL MAIRA ELIZABETH VICENTE GOUVÊA RAFAELA GUTIEREZ ROSA Estudo de caso da viabilidade do reciclo de garrafa PET Lorena 2011
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U N I V E R S I D A D E D E S Ã O P A U L O

Escola de Engenhar ia de Lorena – EEL

MAIRA ELIZABETH VICENTE GOUVÊA

RAFAELA GUTIEREZ ROSA

Estudo de caso da viabilidade do reciclo de garrafa PET

Lorena

2011

MAIRA ELIZABETH VICENTE GOUVÊA

RAFAELA GUTIEREZ ROSA

Estudo de caso da viabilidade do reciclo de garrafa PET

Monografia apresentada à Escola de

Engenharia de Lorena EEL-USP como

requisito parcial para conclusão de

Graduação do curso de Engenharia

Industrial Química.

Orientador: Francisco José Moreira Chaves

Lorena

2011

i

DEDICATÓRIA

Aos nossos pais e irmãos,

Aos nossos amigos,

Aos nossos professores

...os quais serviram de alicerce para que pudéssemos concretizar mais uma etapa de

nossas realizações profissionais.

ii

AGRADECIMENTOS

Aos nossos pais Neusa Maria Gutierez Rosa e Milton Rosa, Claudia Regina Vicente e José

Tadeu Gouvêa , aos nossos irmãos Natália Gutierez Rosa, José Tadeu Gouvêa Junior

e Almir Donizette Vicente Gouvêa e aos nossos amigos pela compreensão, estímulo e

apoio ao longo do período de elaboração deste trabalho.

Ao nosso orientador Prof. Dr. Francisco José Moreira Chaves pela orientação durante o

período de desenvolvimento deste projeto de monografia e por sempre estar disposto a

esclarecer quaisquer dúvidas.

Aos professores que fizeram parte da nossa graduação, contribuindo para nosso

crescimento científico e intelectual.

Aos funcionários da Biblioteca que sempre nos auxiliaram e nos ajudaram durante a

nossa graduação.

iii

“O sucesso nasce do querer,

da determinação e persistência em se chegar a um objetivo.

Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos,

no mínimo fará coisas admiráveis.”

José de Alencar.

iv

RESUMO

Um dos maiores problemas da sociedade atual está relacionado com a poluição

ambiental, sendo necessário a adoção de medidas a fim de reduzir e/ou diminuir tal

problema. A reciclagem é apontada como uma das principais ferramentas para

promover melhorias não somente para o ambiente, mas também como projetos de

inclusão social e desenvolvimento econômico. Este trabalho tem o propósito do estudo

de caso da viabilidade da reciclagem de garrafas plásticas, produzidas a partir do

Polietileno Tereftalato (PET), apresentando cálculos de balanço de massa e energia a

partir de dados obtidos de uma micro-empresa que utiliza a reciclagem de garrafas PET

para produção de vassouras. Visa também, a prática da reciclagem de garrafas PET para

produção de vassouras na cidade de Ubatuba-SP, aplicando assim, os resultados obtidos

neste projeto de monografia.

v

ABSTRACT

One of the biggest problems of modern society is related to pollution environment,

requiring the adoption of measures to reduce and / or decrease such problem.

Recycling is considered one of the main tools for improvements not only the

environment but also how projects social inclusion and economic development. This

work has the purpose of the case study of the feasibility of recycling of plastic bottles

produced from polyethylene terephthalate (PET), with mass balance calculations and

energy from data obtained from a micro-enterprise that uses the recycling PET bottles

to produce brooms. It also aims, the practice of recycling of PET bottles to produce

brooms in the city of Ubatuba-SP, thus applying the results obtained in this thesis

project.

vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Destino do lixo da zona urbana no Brasil em 2008

Figura 2 - Diagrama representativo do ciclo de vida de um produto

Figura 3 - Etapas de uma Avaliação do Ciclo de Vida

Figura 4 - Diagrama da produção do polímero PET

Figura 5 - Refino do Petróleo

Figura 6 - Processo de obtenção do etileno

Figura 7 - Processo de obtenção do DMT

Figura 8 - Representação da molécula de PET

Figura 9 - Posição do Brasil na reciclagem do PET

Figura 10 - Consumo de energia para produção de PET

Figura 11 - Linha de moagem e lavagem de PET

Figura 12 - PET Reciclado: Usos finais

Figura 13 – Fluxograma da metodologia de trabalho

Figura 14 - Filetador usado na produção de vassoura

Figura 15 - Maquinário utilizado na produção de vassoura

Figura 16 - Etapa final da produção de vassoura

Figura 17 - Etapas de produção de vassoura a partir da reciclagem do PET

Figura 18 - Consumo de água e energia no Ciclo de Vida do PET

Figura 19 - Gastos de água e energia na produção de vassouras

Figura 20 - Emissão de gases no ciclo de vida das garrafas PET

Figura 21- Resíduos sólidos, líquidos e emissão atmosférica no ciclo de vida do PET

vii

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................. .............01

1.1 . Justificativa.........................................................................................................................................01

1.2 . Objetivo..................................................................................................................... ...........................02

2. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................................................ ....03

2.1. Embalagens........................................................................................................................................03

2.2. Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)...............................................................................................05

2.2.1. Etapas de um estudo de ACV....................................................................................................06

2.3. ACV de embalagens.......................................................................................................................08

2.3.1. ACV de garrafa PET....................................................................................................................09

2.3.1.1. Extração e Processamento do Petróleo...........................................................................11

2.3.1.2. Refino do Petróleo....................................................................................................................11

2.3.1.3. Obtenção da Nafta...................................................................................................................12

2.3.1.4. Obtenção do etileno e do p-xileno......................................................................................13

2.3.1.5. Obtenção do monoetileloglicol (MEG) e do dimetiltereftalato (DMT).................14

2.3.1.6. Fabricação da Resina............................................................................................................15

2.3.1.7. Fabricação da Pré-forma e da Garrafa...........................................................................16

2.3.1.8. Fabricação da Tampa e Rótulo..........................................................................................17

2.4. Reciclagem da Garrafa PET.........................................................................................................18

2.4.1. Processo básico de reciclagem...............................................................................................20

3. METODOLOGIA.....................................................................................................................................24

3.1- Fluxograma da metodologia adotada ......................................................................................25

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................................................26

4.1. Processo de Produção de Vassouras a partir do PET.........................................................26

4.2. Processo..............................................................................................................................................26

4.3. Inventário da reciclagem do PET para produção de vassouras......................................30

4.3.1. Avaliação dos gastos de água e energia na reciclagem do PET...................................30

4.3.2. Avaliação da quantidade de gases emitidos........................................................................32

4.3.3. Análise dos Resíduos Sólidos e Líquidos.............................................................................33

4.4. Análise do impacto da aplicação da técnica de produção de vassoura em Ubatuba-

SP.....................................................................................................................................................................34

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................36

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................38

1

1. INTRODUÇÃO 1.1. JUSTIFICATIVA Com o desenvolvimento urbano e tecnológico/econômico da sociedade, problemas

ambientais surgiram como consequência, evidenciando a necessidade de posturas e

práticas individuais, sociais e institucionais, bem como suas responsabilidades perante

o problema.

Entre os diversos danos causados ao ambiente, um está relacionado aos resíduos

plásticos. Esses resíduos, em geral, levam muito tempo para sofrerem degradação

espontânea e, quando queimados, produzem gases tóxicos (ZANIN, MANCINI, 2004).

Portanto, existe uma tendência geral ao aproveitamento desses resíduos através da

reciclagem, considerando-se o imenso valor potencial dos plásticos e as implicações dos

desperdícios e poluição decorrentes de não utilização desses resíduos (FORLIN, FARIA,

2002).

Segundo Gonçalves-Dias e Teodósio uma parcela relevante da literatura focaliza a

análise de tecnologias (SANTOS et al. 2004; SPINACÉ; PAOLI, 2005), de políticas

públicas (DEMAJOROVIC, 1995; JACOBI, 2006) e de grupos sociais organizados que

“vivem” do lixo (BERTHIER, 2003; CARMO et al. 2004). Assim, o estudo do ciclo de vida

dos resíduos plásticos, destacando a reciclagem e suas aplicações, faz-se necessário

para demonstrar a viabilidade social, ambiental e econômica.

2

1.2. OBJETIVO O projeto de monografia tem como objetivo o estudo de caso dos resíduos plásticos,

especificamente o Polietileno Tereftalato (PET), baseando-se em dados obtidos a partir

de uma micro-empresa localizada em Jacareí-SP, a qual faz usa da reciclagem de

garrafas PET para produção de vassoura, demonstrando assim, a viabilidade da técnica

de reciclagem.

Como segundo intuito, o projeto visa à aplicação da técnica de produção de vassouras a

partir do PET na cidade de Ubatuba-SP, levando até a cidade os benefícios obtidos pela

micro- empresa de Jacareí- SP como inclusão social, desenvolvimento econômico e

redução dos resíduos plásticos na cidade.

3

2. REVISÃO DA LITERATURA

O desenvolvimento de nossa sociedade urbana e industrial, por não conhecer limites,

ocorreu de forma desordenada, sem planejamento, à custa de níveis crescentes de

poluição e degradação ambiental (BRAGA et al, 2005). Schmidheiny (2002) adverte

que não é possível um desenvolvimento econômico sem prejuízo da natureza. Saber

administrá-la é fator principal. Para uma boa gestão do desenvolvimento, deve-se aliar a

utilização responsável dos recursos naturais disponíveis com as expectativas

econômicas, gerando benefícios para ambas as dimensões. Assim, o conceito

ideológico que permeia a definição de desenvolvimento sustentável conciliando-se com

a decisão de custo versus benefícios, retoma a necessidade de repensar como produzir

e aproveitar de forma eficiente os recursos, visto que estes são escassos e as

necessidades ilimitadas (SILVA, 2005).

Segundo Braga et al. (313p., 2005), a poluição somente ocorre quando as pessoas usam

recursos materiais e energéticos, gerando resíduos que causam impactos negativos no

ecossistema. Seguindo essa linha, os resíduos gerados por embalagens, são grandes

poluidores do ecossistema atual. Os descartes dessas embalagens constituem o maior

problema, pois a partir de dados do IBGE e Ministérios da Cidades, 2010, mais de 25%

do lixo produzido nas cidades poderia ser reciclados ou reutilizados. Diante deste

contexto a reciclagem, o reuso e a logística reversa surgem como ferramentas que

evidenciam as preocupações ambientais, econômicas e sociais.

2.1. Embalagens

A indústria de embalagem é hoje um dos setores mais importantes do mundo, embora

somente agora comece a ser reconhecida e diagnosticada como um setor estratégico

para a sociedade. Representa um mercado de US$ 500 bilhões, composto por

aproximadamente 100.000 empresas e com uma geração de 5 milhões de empregos

(ANTUNES, 2005).

O consumo per capita anual de embalagens também é um indicador de

4

desenvolvimento. Na década de 90, onde notava-se um grande contraste do consumo do

Brasil (US$ 62) com o dos EUA (US$ 400), da Europa (US$ 385) e do Japão (US$ 450)

(BELO, 1993). Atualmente, de acordo com a World Packaging Organization, o segmento

de papel e papelão lidera o mercado mundial (33%), seguido de plásticos (26%),

metálicas (25%), vidro (6%) e outros (10%) (ANTUNES, 2005).

A partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de todo o lixo

produzido no Brasil, 97,8% é coletado, sendo que as regiões Norte e Nordeste

apresentam a menor porcentagem (95,1 e 94,9, respectivamente). A figura 1 apresenta

o destino do lixo na zona urbana em 2008.

Figura 1- Destino do lixo da zona urbana no Brasil em 2008

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008.

5

Acusada de ser a grande geradora do lixo não reutilizável, a embalagem vem sofrendo

ataques de grupos ambientalistas, sem que seja verdadeiramente analisada a sua

utilidade e, na maioria das vezes, a sua indispensabilidade. Apesar disso, através da

implementação dos estudos de ciclo de vida (ACV’s), ou por meio de processos de

reciclagem de embalagens pós-consumo o problema ambiental envolvendo as

embalagens está diminuindo (GARCIA, 2000).

2.2. Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)

O discutido desenvolvimento sustentável está focado em melhoria de qualidade de vida,

fugindo da utilização desbalanceada de recursos naturais. Muitos conceitos têm sido

desenvolvidos nos últimos tempos para avaliar o uso desses recursos e o

gerenciamento ambiental desde uma visão individual até em um âmbito mais global

(HOSPIDO et al., 2005).

Um exemplo da preocupação com o meio ambiente são os materiais para embalagens

que vem sendo um importante tópico na área de análise do ciclo de vida nesses últimos

anos (HISCHIER et al., 2005).

A Avaliação do Ciclo de Vida de um produto, ou ACV estuda a complexa interação entre

um produto e o ambiente, utilizando para tanto a avaliação dos aspectos ambientais e

dos impactos potenciais associados a um produto (VIGON et al., 1993; BRENTRUP et

al., 2004).

Uma das características da ACV é identificar oportunidades de aperfeiçoamento

ambiental no processo de fabricação e utilização de materiais, apoiando a redução dos

resíduos, planejando a reutilização e a reciclagem (COLTRO, 2003). Este é, também, o

primeiro passo na busca do desenvolvimento sustentável (COLTRO, 2003) (ANTON et

al, 2003).

A Figura 2 ilustra um diagrama representativo do ciclo de vida de um produto.

6

Figura 2 – Diagrama representativo do ciclo de vida de um produto

Fonte: PEREZ, 2005.

A análise do ciclo de vida estuda a interação entre o produto e o ambiente, utilizando

para avaliação dos aspectos ambientais e impactos potenciais associados desde a

extração de suas matérias- primas até o efeito pós-consumo.

De uma forma geral, dois objetivos podem ser considerados principais na ACV:

descrever quais emissões serão geradas e quais matérias-primas serão usadas durante

a vida de um produto e realizar a análise de quais são os impactos destas emissões e

consumos de matérias-primas (PRE CONSULTANTS BV, 2004).

2.2.1. Etapas de um estudo de ACV

As principais etapas da Avaliação do Ciclo de Vida de um produto são: a definição de

objetivo e escopo, análise do inventário, avaliação de impacto, interpretação e revisão

crítica. Estas fases estão ilustradas na Figura 3.

7

Figura 3 - Etapas de uma Avaliação do Ciclo de Vida

Fonte: ABNT NBR ISO 14040, 2001

Na etapa de definição de objetivo e escopo do trabalho (etapa de planejamento) são

consideradas as principais razões para a realização do estudo. (SETAC, 1993). Após a

definição clara do objetivo e escopo do estudo, o próximo passo é a análise do

inventário, quando são efetuadas a coleta e a quantificação de todas as variáveis

envolvidas durante o ciclo de vida do produto, processo ou atividade. São realizadas

medidas, buscas em literatura, cálculos teóricos e busca em bancos de dados

(CHEHEBE, 1998).

A proposta da avaliação dos impactos é compreender e avaliar o tamanho e

significância dos impactos ambientais baseada na análise do inventário realizada. Nesta

etapa é feita a classificação, caracterização e valoração dos dados coletados (CHEHEBE,

1998).

Na etapa de interpretação é feita a identificação e análise dos resultados obtidos nas

fases de inventário e/ou avaliação de impacto de acordo com o objetivo e o escopo

previamente definidos para o estudo (CHEHEBE, 1998).

8

2.3. ACV de embalagens

No Brasil, o Instituto de Tecnologia de Alimentos – ITAL, através do Centro de Tecnologia

de Embalagem – CETEA é pioneiro em estudos de ACV de embalagens. Em 1997, o

Instituto desenvolveu um estudo com objetivo de estabelecer a capacitação brasileira

para realização de ACV de produtos e processos associados à embalagem. O intuito foi

assessorar setor privado e órgãos governamentais nas decisões de otimização e

interpretação da relação da embalagem com o meio ambiente (COLTRO, 2003). A

embalagem é essencial para a indústria e para o comércio, sendo fundamental para a

logística de distribuição dos produtos desde os centros de produção até o consumo.

Entretanto, é notório que após seu uso, ainda há um valor agregado à embalagem, seja

pelo material que pode vir a ser aproveitado ou pela energia que ainda está disponível

nesse resíduo.

Muitos estudos de ACV de embalagens vêm sendo desenvolvidos em todo o mundo.

Esses estudos envolvem os mais variados tipos de embalagens. Em pesquisa realizada

em Portugal, foi analisado o setor das embalagens e, em particular, o impacto ambiental

das embalagens de bebidas mais representativas no país, ao longo do seu ciclo de vida.

Esta informação foi utilizada para promover a inovação ambiental das embalagens. A

avaliação de impacto ambiental foi realizada com recurso da técnica de ACV. A fase de

produção da embalagem revelou-se como a principal responsável pela maior parte dos

impactos ambientais, sendo a maior contribuição devida ao processo de fabricação da

embalagem primária. Os resultados do estudo mostraram que a embalagem de PET

necessita aumentar cerca de 3900% a sua taxa de reciclagem para conseguir atingir

uma redução do impacto ambiental, na categoria de emissões de gases de efeito estufa.

Ainda necessita aumentar em pouco mais de 50% (com o processo de reciclagem

química de PET), enquanto que a embalagem de vidro teria que aumentar a sua taxa de

reciclagem em 134% para atingir uma redução da mesma ordem de grandeza (SILVA,

2002).

9

2.3.1. ACV de garrafa PET

Os plásticos, cuja origem da palavra vem do grego “plastikós”, ou seja, adequado à

moldagem, são materiais produzidos através de um processo químico chamado de

polimerização, que proporciona a união de monômeros para formar polímeros

(ABIQUIM, 2003).

A principal matéria-prima dos plásticos é o petróleo, formado por uma complexa

mistura de compostos que, por possuírem diferentes temperaturas de ebulição,

separaram-se através de um processo conhecido como destilação. Uma das frações, a

nafta, é fornecida para as centrais petroquímicas, onde passa por uma série de

processos, dando origem aos principais monômeros, como por exemplo, o eteno. Para

a produção de plásticos são destinados cerca de 4% da produção mundial de petróleo.

De uma maneira geral, os plásticos têm ocupado uma posição de destaque entre os

materiais mais utilizados para embalagens. Entre suas principais vantagens estão o

menor consumo de energia na sua produção, a redução do peso do lixo, o menor custo

de coleta e destino final, não apresentam riscos no manuseio, são práticos e totalmente

recicláveis.

O PET é o mais importante membro da família dos poliésteres, grupo de polímeros

descoberto na década de 1930 por W. H. Carothers, da Du Pont (ABIQUIM, 2003).

As garrafas produzidas com este polímero só começaram a ser fabricadas na década de

70 (CEMPRE, 2004).

Atualmente no Brasil a resina PET para embalagens tem sido utilizada principalmente

no envase de bebidas carbonatadas (61%), de água mineral (14%) e de óleo comestível

(13%) (ABIPET, 2008).

As garrafas de PET são totalmente inertes, ou seja, mesmo que sejam indevidamente

descartadas, não causam nenhum tipo de contaminação para o solo ou lençóis freáticos.

No entanto, o descarte adequado destas embalagens e seu encaminhamento para a

reciclagem são fundamentais para que os aterros sanitários sejam poupados e para que

inundações causadas pelo lixo jogado nos rios sejam evitados.

A Figura 4 ilustra um diagrama contendo as principais etapas do ciclo de vida do PET

para a fabricação de garrafas, etapas que vão desde a extração do petróleo até a

reciclagem das garrafas após o consumo.

10

Figura 4 – Diagrama da produção do polímero PET

Fonte: VALT, 2004

O início do ciclo de vida das garrafas PET ocorre na extração do petróleo que, após ser

destilado e refinado, é separado em diversos compostos, entre os quais a nafta. A partir

da nafta, são obtidos outros produtos como o etileno e o p-xileno. Estes são matérias

primas para a fabricação do monoetilenoglicol (MEG) e do dimetiltereftalato (DMT),

respectivamente.

O polímero PET é obtido à partir desses dois materiais, na forma de flocos. Os flocos são

transformados nas chamadas pré-formas que seguem para o engarrafador, onde

ocorrem as etapas de sopro, para a formação das garrafas e o envase do refrigerante

(VALT, 2004).

As garrafas de refrigerante seguem para os centros de distribuição, chegando aos

consumidores onde, após serem usadas, são descartadas. Parte dessas garrafas

descartadas é recolhida e encaminhada para reciclagem. O restante segue para

disposição em aterros sanitários.

11

2.3.1.1. Extração e Processamento do Petróleo

A extração do petróleo ocorre através da perfuração de um poço que atinge o lençol

petrolífero, que jorra espontaneamente. Esse tipo de extração é conhecido como

primeira recuperação, tem baixo custo e extrai 5% da reserva total.

O sistema de extração do petróleo varia de acordo com a quantidade de gás acumulado

na jazida. Se a quantidade de gás for grande o suficiente, sua pressão pode expulsar por

si mesma o óleo, bastando uma tubulação que comunique o poço com o exterior. Se a

pressão for fraca ou nula, será preciso ajuda de bombas de extração. Mesmo assim, há

uma perda de quase 50% do petróleo que fica retido no fundo da jazida, não sendo

possível sua total extração (SHREVE, 1997).

2.3.1.2. Refino do Petróleo

O refino do petróleo constitui-se de uma série de beneficiamentos pelos quais passa o

mineral bruto, para obtenção de produtos determinados. Refinar petróleo é, portanto,

separar as frações desejadas, processá-las e industrializá-las, transformando-as em

produtos vendáveis.

O objetivo inicial das operações na refinaria consiste em conhecer a composição do

petróleo a destilar, pois são variáveis a constituição e o aspecto do petróleo bruto,

segundo a formação geológica do terreno de onde é extraído. A Figura 5 ilustra o

processo de refino do petróleo (SHREVE, 1997).

12

Figura 5 – Refino do Petróleo

Fonte: ANP, 2006.

2.3.1.3. Obtenção da Nafta

A primeira etapa do processo de refino é a destilação atmosférica, pela qual passa todo

o óleo cru a ser beneficiado. Ela se realiza em torres de pratos perfurados. Em cada

região da torre é possível obter uma fração desejada de determinado componente.

Nessa etapa, são recolhidos como derivados da primeira destilação, principalmente, gás,

gasolina, nafta e querosene.

Após ser separada, a nafta passa por um processo onde são obtidos uma série de

monômeros, sendo os principais denominados Benzeno, Propeno, Butadieno, Etileno,

Tolueno, P-xileno, O-xileno, outros xilenos, MTBE e Butadieno-I.

Dentre esses monômeros, o etileno e o p-xileno são matérias-primas para fabricação

do PET.

13

2.3.1.4. Obtenção do etileno e do p-xileno

A nafta bruta, utilizada como matéria-prima na produção de todos os petroquímicos

básicos incluindo-se o etileno, é uma mistura de hidrocarbonetos cujo ponto inicial de

destilação situa-se em torno de 30º C e final a 200º C. A Figura 6 ilustra o processo de

obtenção do etileno.

Figura 6 – Processo de obtenção do etileno

Fonte: LIMA, 2001.

Essa nafta bruta é aquecida e alimentada nos fornos de craqueamento, junto com vapor

d’água, ocorrendo a pirólise. O gás combustível, obtido nesta etapa, é recolhido. O

material restante segue para a etapa de fracionamento primário, separando-se em três

frações: a de fundo (resíduo de pirólise), a retirada lateralmente (gasóleo) e a de topo

(vapor d'água, fração leve e gasolina).

Esta última fração é rica em aromáticos e também composta por uma mistura de

hidrocarbonetos, entre eles o etileno.

O processo seguinte consiste na purificação da corrente de etileno, onde traços de

acetilenos são convertidos para etilenos ao passar por um conversor. Na última

fracionadora é retirada uma corrente concentrada de etano que retorna para ser

realimentada nos fornos como matéria-prima. A corrente de topo dessa fracionadora

(fracionadora de etileno) tem pureza elevada e está pronta para ser utilizada. O etileno

segue para produção do monoetilenoglicol (MEG).

De uma maneira semelhante, em uma unidade de reforma catalítica, processa-se uma

14

fração rica em aromáticos, que foi separada dos hidrocarbonetos por compressão, com

o objetivo de aumentar a concentração. Com uma destilação extrativa, obtém-se uma

corrente rica em benzeno, tolueno, xilenos e etilbenzeno (SHREVE, 1997; VALT, 2004).

2.3.1.5. Obtenção do monoetileloglicol (MEG) e do dimetiltereftalato (DMT)

O monoetilenoglicol (MEG) é o mais simples dos etilenoglicóis e é produzido pela

reação de água com óxido de etileno. A partir da reação do etileno com o oxigênio, pelo

processo da oxidação catalítica, obtém-se o óxido de etileno. O óxido de etileno é um dos

mais importantes derivados do etileno.

Etilenoglicol é um consumidor de óxido de etileno. Outras denominações dadas a este

produto são: monoetilenoglicol, etilenoglicol, glicol etilênico e 1,2- etanodiol.

Os etilenoglicóis são líquidos límpidos, incolores, inodoros e miscíveis com água em

qualquer proporção. As reações de processo do monoetilenoglicol (MEG) são

fortemente exotérmicas e são realizadas na fase líquida. O MEG é empregado na

síntese do polietileno tereftalato (PET).

Já o dimetiltereftalato (DMT) é um outro produto utilizado na fabricação do polietileno

tereftalato. Uma empresa localizada no Estado da Bahia é a única produtora nacional de

DMT. A maior parte da produção é consumida no mercado interno para produzir o PET.

O processo de obtenção de DMT com pureza superior a 99.9% a partir de p-xileno é

dividido nas seguintes etapas:

1. Oxidação

2. Esterificação

3. Destilação de Éster Cru

4. Cristalização

5. Destilação de DMT

6. Escamação e Ensacamento

A Figura 7 ilustra o processo de obtenção do DMT.

15

Figura 7 – Processo de obtenção do DMT

Fonte: BRASKEM, 2005.

A última etapa do processo consiste na destilação do DMT cristalizado, obtendo-se,

assim, um produto de elevada pureza que, juntamente com o MEG, podem ser

encaminhados para a fabricação da resina PET.

2.3.1.6. Fabricação da Resina

O Polietileno Tereftalato (PET) forma-se a partir dos monômeros dimetiltereftalato

(DMT) e monoetilenoglicol (MEG), através de transesterificação, para formar o

Dihidroxietileno Tereftalato (DHET) que é um monômero do PET. A reação ocorre na

presença de um catalisador com liberação de metanol.

No monômero puro (DHET) tem-se n igual a 1, o qual é aumentado em

aproximadamente 80 vezes para se obter a cadeia final do PET. O fator n é referido

como grau de polimerização. A Figura 8 ilustra uma representação da molécula de

PET.

Figura 8 – Representação da molécula de PET

16

A reação continua até que a massa molecular ideal seja alcançada e o polímero PET seja

totalmente formado. Após sua fabricação, o polímero segue para a extrusão. Depois é

resfriado e enviado para produção de grãos (pellets), forma mais comum de

comercialização do PET pronto. Os pellets são então levados a um processo de secagem

para reduzir o teor de umidade e por fim ensacados (PEREIRA et al., 2002).

2.3.1.7. Fabricação da Pré-forma e da Garrafa

O processo inicia-se pela chegada da matéria prima, o PET em forma de pellets,

protegida por embalagens tipo big-bag de 1000 ou 1200 kg.

Antes de ir para moldagem por injeção, o material passa por uma secagem pelo fato do

PET ser higroscópico. Na injeção, a resina PET, em forma de pellets brancos, é

transportada através de arraste a vácuo, até os silos de secagem onde se remove a

umidade do pellet pela passagem em contracorrente de ar seco aquecido.

A moldagem pode ser feita por Injeção e por Sopro:

Moldagem por Injeção: Nesta etapa o objetivo é obter mudanças físicas no PET. A

matéria prima seca, situada no silo de secagem sobre a injetora, entrará por tubulações

flexíveis pela garganta de entrada na injetora para sofrer o processo de plastificação.

O processo de plastificação é assim denominado, pois o PET em estado sólido e a uma

temperatura de aproximadamente de 150º C (temperatura proveniente da secagem),

passará para um estado pastoso (atingindo a temperatura de 300º C), isto ocorre em

uma parte da injetora denominado extrusor. O PET entra pela garganta e é aquecido por

resistências e numa rosca é cisalhado, até atingir o estado pastoso. O PET pastoso e

compactado é transferido para um outro canhão, denominado canhão injetor, onde este

também contém resistências para manter a temperatura e / ou homogenizar a mesma.

O canhão injetor transfere o PET para o molde.

No molde será dada a forma e realizada uma primeira resfriada nas pré-formas, onde

elas atingem uma temperatura aproximada de 90º C. As pré-formas são retiradas do

molde por um equipamento robô, onde serão resfriadas para o armazenamento. Após o

17

resfriamento são descarregadas sobre uma esteira transportadora que as direciona

para uma caixa de papelão à frente da injetora, onde são armazenadas para serem

distribuídas para os clientes.

Estas pré-formas são semelhantes a um tubo de ensaio, com a aba suporte e rosca já

estabelecidas. Podem ser nas cores cristal ou verde, dependendo da coloração a ser

solicitada pelo mercado.

Uma quantidade da produção já sai da empresa na forma de pré-forma, e poderá ser

transportada para a fábrica que irá desenvolver as próximas etapas. A parte final,

moldagem por sopro, pode ser realizada na mesma fábrica, em outra especializada ou

na indústria de refrigerantes.

A moldagem por sopro é normalmente realizada nas indústrias de refrigerantes. O

processo consiste no aquecimento da pré-forma e inserida no molde com formato da

garrafa. Dentro do molde da garrafa, a pré-forma é submetida a um estiramento,

sofrendo orientação axial e ao mesmo tempo é insuflado ar comprimido, expandindo a

pré-forma contra a parede do molde, proporcionando orientação radial, ao mesmo

tempo em que a garrafa recém formada é resfriada pela parede do molde. Em seguida a

garrafa é retirada do molde (LIMA, 2001).

2.3.1.8. Fabricação da Tampa e Rótulo

As tampas utilizadas nas garrafas PET são fabricadas a partir de polipropileno (PP),

com anéis retentores de policloreto de vinila (PVC). Já os rótulos são fabricados a partir

do polietileno de baixa densidade (PEBD).

O PP é obtido na polimerização do propileno. Possui elevada resistência mecânica,

rigidez e dureza. Apresenta baixa densidade e alta resistência ao calor.

O PVC termoencolhível é obtido a partir da polimerização do cloreto de vinila a altas

temperaturas. Para amolecimento da resina pura, normalmente dura e rígida, são

utilizados os chamados modificadores, obtendo-se assim, materiais de cores variadas e

mais flexíveis.

Já o PEBD é resultado da polimerização do etileno a alta pressão e elevada temperatura.

18

Trata se de um termoplástico flexível e tenaz, mas com pouca resistência mecânica

(BLASS, 2001).

2.4. Reciclagem de garrafa PET

O PET é uma embalagem barata, leve, resistente e reciclável e por isso é amplamente

utilizada pela indústria. Tem excelente barreira para gases e odores. Ele é um

termoplástico, o que significa que pode ser reprocessado várias vezes, pois quando

submetido ao aquecimento esse plástico amolece, se funde e pode ser novamente

moldado.

A figura 9 mostra que o Brasil ocupa uma posição de destaque em volume de PET

reciclado, superando índices da Europa e Estados Unidos, ficando abaixo apenas do

Japão.

Figura 9: Posição do Brasil na reciclagem do PET

Fonte: ABIPET, 6º Censo da reciclagem de PET no Brasil 2009/2010.

O Brasil produziu, em 2009, 471.000 toneladas de resina PET destinada para a

produção de embalagens, onde 55,6% das embalagens pós-consumo foram recicladas,

totalizando 262.000 toneladas. A tabela 1 apresenta os dados obtidos da ABIPET,

19

relacionando a produção e reciclagem do PET que coloca o Brasil na atual posição de

destaque.

Ano Demanda Nacional de Resina PET (t) Reciclagem Pós-Consumo (t)

1994 80 mil 13 mil

1995 120 mil 18 mil

1996 150 mil 22 mil

1997 185,7 mil 30 mil

1998 223,6 mil 40 mil

1999 244,8 mil 50 mil

2000 255,1 mil 67 mil

2001 270 mil 89 mil

2002 300 mil 105 mil

2003 330 mil 141,5 mil

2004 360 mil 167 mil

2005 374 mil 174 mil

2006 402 mil 194 mil

2007 407 mil 231 mil

2008 469,7 mil 253 mil

2009 471 mil 262 mil

Tabela 1- Produção e reciclagem pós-consumo do PET

Fonte: ABIPET

Com relação ao consumo de energia no processo produtivo, dados do Censo realizado

pela ABIPET (2006), registram menor quantidade para o processo de reciclagem.

Figura 10: Consumo de energia para produção de PET

Fonte: http://www.abipet.org.br/noticias/censo.pps

20

2.4.1. Processo básico de reciclagem

O processamento básico de reciclagem compreende três etapas básicas segundo a

ABIPET: recuperação, revalorização e transformação.

O crescente volume de PET reciclado no Brasil esta relacionado com os sistemas de

coleta alternativa, que também se encontra em fase de expansão. A principal destas

alternativas é a Coleta Seletiva, um dos métodos da etapa da recuperação na reciclagem

do PET. Para traçar um breve cenário da situação atual da Coleta Seletiva no Brasil, pode-

se dizer que: 7% dos municípios têm programas de coleta seletiva (CEMPRE, 2008)

Embora o número de municípios seja, ainda, relativamente pequeno, são os maiores

que adotam esta prática. De tal forma que estes representam aproximadamente 14% da

população. Isto quer dizer que 405 municípios, com 26 milhões de habitantes,

praticam a coleta seletiva. Destes municípios 2% se localizam no Norte do país; 4% no

Centro Oeste; 11% no Nordeste; 35% no Sul e 48% no Sudeste. A experiência desses

municípios permite afirmar que a composição dos resíduos geralmente denominados

secos e que podem ser reciclados é aproximadamente como indicada na tabela 2.

Material % da Composição

Alumínio 1

Longa Vida 3

Diversos 3

Metais 9

Vidros 10

Rejeitos 13

Plásticos 22

Papel e Papelão 39

Tabela 2- Composição dos resíduos da Coleta Seletiva

Fonte: CEMPRE, 2008.

Fatores como alto custo é apontado como a principal dificuldade do processo, pois é

cinco vezes maior que a coleta convencional, numa proporção de R$ 376 versus R$73,

respectivamente. Outro método utilizado é a Coleta Dirigida, que consiste na

conscientização da população para separar os materiais recicláveis, para posterior

entrega ou coleta domiciliar. Essa modalidade de coleta é realizada principalmente por

Cooperativas de Catadores promovendo não apenas o desenvolvimento ambiental, mas

21

principalmente a inclusão social.

Após o processo de coleta, os resíduos são separados, inicialmente, pelo material:

metais, plásticos, vidros etc. Dentro desses grupos há nova separação entre as

variedades de cada material. Entre os plásticos são separados PET, Polietileno,

Polipropileno e todos os outros. As embalagens pós-consumo de PET serão separadas

entre si, sempre que possível e conforme volume coletado por: cor, conteúdo

(refrigerante, água, óleo, comestível, etc) e origem (coleta seletiva, lixões, etc). A etapa

posterior envolve a prensagem e a amarração do PET para diminuir o volume e

facilitar o transporte. Os fardos obtidos serão vendidos a uma escala de preço variável

que se eleva quando:

o fardo for composto apenas por PET;

as garrafas forem de uma única cor;

garrafas de óleo, maioneses e outros conteúdos oleosos estiverem separados dos

demais;

a embalagem vier de coleta seletiva;

o fardo tiver maior densidade possível (fardos densos contém uma maior

quantidade de garrafas no mesmo espaço volumétrico)

o fardo fechado com ráfia e amarrado com fitas de arquear plásticas (o PET

reciclado também é utilizado na produção deste tipo de produto)

Os fardos devem atender à essas especificações, e sua posterior adequação significa

maior custo de processamento, o explica possíveis variações no preço do mesmo.

A segunda etapa, revalorização, consiste basicamente na lavagem e moagem do PET

para produzir matéria-prima reciclada. As garrafas são enviadas para uma peneira

onde é feita a primeira lavagem para retirada de contaminantes maiores (pedras,

tampas, etc). As garrafas vão para uma esteira de seleção onde é monitorado a

presença de outros materiais como PVP, PP, etc e seguem para moinho. O material

moído é retirado, passa pelos tanques de separação onde pode ocorrer a adição de

produtos químicos. É repetido os processos de lavagem e moagem e secagem e, por

fim, passa por um detector de metais e são enviados para as chamadas big-bags. A

figura 11 detalha o processo de revalorização da reciclagem do PET.

22

Figura 11: Linha de moagem e lavagem de PET

Fonte: http://www.abipet.com.br/reciclagem.php

A última etapa, transformação, utiliza a matéria-prima oriunda das garrafas de PET

pós-consumo para fabricação de diversos produtos. O processo de transformação é

versátil e varia conforme a aplicação do produto a ser obtido. A figura 12 ilustra os

principais destinos do PET reciclado no Brasil.

Figura 12: PET Reciclado: Usos finais

Fonte: http://www.abipet.org.br/noticias/AbipetSextoCenso.pps

23

Como mostra o gráfico, a industria têxtil é a maior usuária de PET reciclado (39%). As

fibras de poliéster são obtidas através de um processo de extrusão, tendo inúmeras

aplicações que variam desde roupas até revestimentos automotivos. As resinas

insaturadas e alquídicas também utilizam largamente o PET reciclado em suas

composições, estão presente em cabines de caminhões, caixas d´agua, piscina

(insaturadas) e tintas (alquídicas). São produzidas a partir de reações químicas.

Seguindo o contexto de transformação de PET reciclado, temos a produção, em

crescimento, de cordas e vassouras. Neste trabalho será apresentado o processo de

obtenção de vassouras a partir do PET pós-consumo, bem como a utilização dos dados

de produção para desenvolvimento do inventário.

24

3. METODOLOGIA

Primeiramente foi feito um levantamento bibliográfico a fim de obter exemplos viáveis

envolvendo reciclagem. Visou-se também obter um método que utilizasse a maior

quantidade possível de PET. Após esse levantamento, escolheu-se a produção de

vassouras a partir da reciclagem de garrafas PET, por ser um processo que utiliza

grande quantidade da matéria prima.

Foram encontrados alguns lugares que utilizavam esse método e, devido a proximidade,

escolheu-se a micro-empresa de Jacareí-SP para realização da visita técnica.

Acompanhou-se todo processo de produção da vassoura, desde a lavagem, secagem,

desfiamento dos fios e montagem do produto. Os dados de produção como, a quantidade

de garrafas utilizadas, a energia gasta no processo foram obtidos, e será usado

posteriormente para o cálculo de balanço de massa e energia do processo.

Fez-se um segundo levantamento na cidade de Ubatuba-SP para verificar a possível

implementação da técnica de reciclagem citada acima. Fatores como quantidade de

resíduos plásticos disponíveis, mão de obra e capital para compra do maquinário são de

extrema relevância.

Em uma etapa posterior, serão apresentados os cálculos, a partir dos dados obtidos,

aliados a pesquisa bibliográfica, a fim de demonstrar a viabilidade da produção de

vassouras a partir do PET e implementação da técnica na cidade de Ubatuba-SP.

25

Figura 13: Fluxograma da metodologia de trabalho

Levantamento

Bibliográfico

Escolha do método de

reciclagem

Visita

técnica

Obtenção dos dados de

produção

Pesquisa sobre a possibilidade de

implementação da técnica em Ubatuba-SP

Cálculos e pesquisa bibliográfica

Implementação da técnica de reciclagem

em Ubatuba-SP

26

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste trabalho será avaliado uma etapa da ACV do PET, a reciclagem. Será apresentado

todo o processo de reciclagem do PET para a produção de vassouras, demonstrando

dados do procedimento, bem como a avaliação dos resultados obtidos. Em uma etapa

posterior, serão apresentados dados da aplicação dessa técnica de reciclagem na cidade

de Ubatuba-SP, analisando seu impacto.

4.1. Processo de Produção de Vassouras a partir do PET

Após levantamento bibliográfico dos métodos de reciclagem praticados no Brasil,

escolheu-se um método com grande viabilidades devido a quantidade de PET utilizado.

Dados relatam que a produção de uma camiseta a partir das fibras têxteis obtidas da

reciclagem do PET utilizam 2 garrafas de 2 litros, enquanto que a produção de vassoura

utiliza de 12 a 15 garrafas. Para o acompanhamento do processo e obtenção de dados,

foi realizada uma visita técnica na micro empresa LimPET, localizada na cidade de

Jacareí-SP.

4.2. Processo

O processo de reciclagem é iniciado pela coleta/compra de garrafas PET, sendo estas

separadas por cor devido o fato das garrafas de cor branca serem mais resistentes por

terem sido submetidas a menores processos. Nesta etapa do processo, é importante

ressaltar a parte social que existe na reciclagem, promovendo a inclusão, social e

econômica, das pessoas que participam.

São separados os rótulos, as tampas e os fundos da garrafas, que devem ser destinados

para outros fins como um novo processo de reciclagem ou reutilização. O proprietário

da empresa ressalta a importância de parcerias com outras empresas de reciclagem,

27

pois esse é um dos pontos negativos do processo: a má utilização desses resíduos.

As garrafas são lavadas em uma caixa d´agua de 250 m3. A caixa d´água é preenchida

com 1/3 de água e, uma pequena quantidade de água sanitária é adicionada para evitar

proliferação de insetos, etc. Dois pontos importantes da reciclagem do PET são

observados: a pouca quantidade de água utilizada no processo e o seu destino. Métodos

viáveis de tratamentos de efluentes para reutilização ou descarte da água seriam ideais.

Após a lavagem e secagem das garrafas, elas seguem para um processo de corte em um

aparelho chamado filetador. O filetador corta a garrafa PET em finas tiras que são

ligadas a uma bobina para que sejam enroladas, simultaneamente. A figura 14

apresenta um filetador.

Figura 14- Filetador usado na produção de vassoura

Fonte: http://rodrigobarba.com/blog/2008/01/10/ferramenta-para-artesanato-com-

garrafas-pet/

A figura mostra a etapa descrita na empresa visitada em Jacareí.

28

Figura 15- Maquinário utilizado na produção de vassoura

Fonte: LimPET

Os fios são transferidos da bobina para um suporte de ferro e levados para o forno. O

suporte permanece no forno por 7 minutos em uma temperatura em torno de 100 º C

a fim de que os fios percam o efeito 'frisado' que adquirem depois do corte. Esta é uma

etapa que também comprova a literatura quando enfoca que os gastos energéticos na

etapa da reciclagem do PET são pequenos.

A etapa final é semelhante a produção de vassoura comum, após cortados, os fios são

encaixados em um capa de plástico e com auxilio de uma cunha de madeira, são fixados.

A micro empresa LimPET produz cerca de 40 vassouras de garrafas PET por dia. Cada

vassoura utiliza para sua produção aproximadamente 14 garrafas, portanto, em uma

produção mensal, o processo utiliza cerca 11200 garrafas PET.

29

Figura 16: Etapa final da produção de vassoura

Fonte: LimPET

O fluxograma abaixo ilustra todas as etapas do processo de produção de vassoura a

partir da reciclagem do PET.

Figura 17- Etapas de produção de vassoura a partir da reciclagem do PET

Fonte: Projeto de Monografia

30

4.3. Inventário da reciclagem do PET para produção de vassouras

A tabela abaixa apresenta todos os dados obtidos no processo de reciclagem do PET pós-

consumo para produção mensal de vassouras.

Recursos naturais Reciclagem

Emissões Atmosféricas Reciclagem

Balanço Global

Água 400 (Kg) 0,40000 MP Total

entradas 1017,80 1,01780

Petróleo CO2 4,8800 0,00488 Total saídas 611,80 0,61180

Energia 52,3084

(Kw) 0,05231 CO2 0,0927 0,00009 Total 406,00 0,40600

Total 400,00 SO2 0,0160 0,00002

Matéria-Prima

Secundária NO 0,1350 0,00014

Petróleo HCl

DMT HC

MEG VOC

Gás 13 (Kg) 0,0130 Total 5,123700 0,005124

Garrafas 604,8 (kg) 0,6048

Efluentes Líquidos 400 (kg) 0,4000

Total 617,80 0,6178 Águas rediduárias

Total Entradas 1017,80 1,0178 Metanol

Água de reação

NH3

Total 400,00 0,4000

Resíduos Sólidos

20,6786 (kg) 0,020670

Cinzas

Industrial

Inerte 186,00 (kg) 0,186000

Total 207,2486 0,2072486

Total Saídas 611,8023 0,6118023

Tabela 3: Inventário da reciclagem do PET para produção de vassouras

4.3.1. Avaliação dos gastos de água e energia na reciclagem do PET A partir de estudos de AVC do PET, observou-se que o maior consumo de água e energia

encontra-se na etapa de extração do petróleo (38,22%) e no refino (36,65%),

respectivamente. O gráfico abaixo representa esse consumo em todas as etapas do ciclo

de vida do PET.

31

Figura 18- Consumo de água e energia no Ciclo de Vida do PET

Fonte: PRADO, 2007

A partir dos dados obtidos no processo de produção da vassoura, montou-se um gráfico

sobre o consumo de água e energia.

Figura 19- Gastos de água e energia na produção de vassouras

32

Comparando o inventário do Ciclo de Vida do PET obtido na literatura com os dados da

produção de vassoura, confirmamos a viabilidade da reciclagem do PET envolvendo os

gastos com água e energia. Do inventário, temos que os gastos de água e energia giram

em torno de 10% e 4%, respectivamente. No processo de produção de vassoura

analisado o consumo mensal de água é 400 kg e o de energia é, aproximadamente

52Kw/h, dividindo ambos pela base de cálculo do balanço de massa (1000), temos o

gráfico na página anterior comprovando os dados da ACV do PET.

4.3.2. Avaliação da quantidade de gases emitidos

Seguindo a linha de avaliação do ciclo de vida do PET, obteve-se da literatura o gráfico

que relata a emissão de gases, CO e CO2.

Figura 20- Emissão de gases no ciclo de vida das garrafas PET

Fonte: PRADO, 2007

Vemos que a maior emissão de CO2 é na produção da garrafa PET (40,56%) e, de CO é

no refino do petróleo (53,57%). Na etapa da reciclagem, a porcentagem de emissão de

gases é muito baixa, em torno de 1%, o que também comprovamos no inventário do

33

reciclo de PET para produção de vassouras.

4.3.3. Análise dos Resíduos Sólidos e Líquidos

A figura apresenta a quantidade de resíduos, efluentes e gases emitidos no Ciclo de Vida

do PET segundo PRADO (2007).

Figura 21- Resíduos sólidos, líquidos e emissão atmosférica no ciclo de vida do PET

Fonte: PRADO, 2007

A maior geração de resíduos sólidos ocorre no refino (30,36%) e de efluentes líquidos

ocorre na extração do petróleo, comprovando também a viabilidade da reciclagem do

PET na questão da geração de resíduos e efluentes.

Vale ressaltar a importância do cuidado com o efluente líquido e o resíduo sólido gerado

pois, apesar da pequena quantidade, são considerados como desvantagem do processo.

Tratamentos viáveis da água de lavagem das garrafas PET para o descarte em esgoto

doméstico ou para sua reutilização seriam ideais. Parcerias com outras empresas de

34

reciclagem também seriam indicados para reaproveitar os resíduos da garrafa, rótulo e

tampa.

4.4. Análise do impacto da aplicação da técnica de produção de vassoura em Ubatuba-

SP

Como segundo intuito, o projeto visa a aplicação da técnica de produção de vassouras a

partir do PET na cidade de Ubatuba-SP, levando até a cidade os benefícios obtidos pela

micro-empresa de Jacareí-SP como inclusão social, desenvolvimento econômico e

redução dos resíduos plásticos na cidade. A idéia de utilizar a cidade de Ubatuba-SP para

implantação veio da razão da grande quantidade de garrafas que se encontram

disponíveis durante o ano como um todo e principalmente após a chamada “alta

temporada”.

De acordo com a pesquisa realizada pelo IBGE no ano de 2010 a cidade de Ubatuba

possui 78870 habitantes, e na chamada alta temporada que atinge os meses de

Novembro a Março a população atinge valores médios/dia de 300.000 turistas com

permanência média de 7 a 10 dias, chegando a picos de 800.000 no Reveillon e

carnaval.

Foi realizada uma pesquisa junto a empresa responsável por recolher os lixos gerados

na cidade de Ubatuba chamada Sanepav que nos forneceu os seguintes dados:

Baixa temporada: 50 – 60 toneladas/ dia

Alta temporada: 180- 280 toneladas/ dia

Da literatura sabe-se que apenas uma porcentagem desse valor é reciclado, cerca de

30% e, desse valor, 20% é plástico. Portanto, temos:

considerando a média de lixo gerado em baixa temporada igual a 55 ton/dia

Desse valor, 30% é reciclado, portanto:

55 * 0,2= 11 ton/dia de plástico

35

Desse valor, uma porcentagem será descontada devido a plásticos que não estejam

adequados para este tipo de técnica de reciclagem. Será considerado para os cálculos

3ton/dia de plástico adequado para esta técnica de reciclagem.

A partir dos dados do presente trabalho presentes na Tabela 3:

quantidade de garrafa utilizada na produção= 0,6048 ton/mês

Este valor tem como base o trabalho de uma pessoa, portanto, já entrando na questão

social da reciclagem, com a criação de empresa com 50 funcionários, teríamos:

0,6048 ton/mês * 50 pessoas= 30,24 ton/mês de garrafas utilizadas

A partir dos dados, vemos que uma simples técnica, considerada artesanal, teria um

impacto muito pequeno se realizada por apenas uma pessoa, mas se aplicada

coletivamente como foi adotado (50 pessoas) teria um grande impacto no ambiente,

reduzindo até 34% de todo o PET descartado na cidade de Ubatuba-SP e,

principalmente, promoveria a inclusão social e econômica daqueles envolvidos.

Esta técnica foi aplicada na cidade por educadores e já está varrendo Ubatuba!

11 * 0,3= 3,3 ton/dia de plástico reciclado

3 ton/dia * 30 dias= 90 ton/mês de

plástico para ser reciclado

(30,24 / 90) * 100 = 33,6%

36

5. Conclusões e Considerações

Vale salientar que a Avaliação do Ciclo de Vida é um assunto que vem sendo

amplamente discutido e estudado. A metodologia mostra sua importância no

conhecimento dos processos, redução dos impactos ambientais e melhoria dos

processos industriais, visando à proteção do meio ambiente, a melhoria da qualidade de

vida da população e a prevenção à poluição.

As novas técnicas de industrialização desenvolvidas nos últimos anos, juntamente com

o aumento populacional e consumo, têm provocado a elevação da demanda mundial de

plásticos, vidros e alumínio com conseqüente aumento na quantidade de descarte pós-

consumo, dificultando sua destinação final.

Neste contexto, a ACV dos produtos surge como uma opção real para a indústria e para

a sociedade, com o intuito de conhecer melhor o produto e sua influência sobre o meio

ambiente.

O caminho para o desenvolvimento sustentável passa pela utilização de mecanismos

como a produção mais limpa, que está diretamente ligada à ACV. Ambos funcionam

para auxiliar no cumprimento de metas muito mais amplas que somente o

atendimento à legislação. Trata-se do compromisso com a prevenção da poluição, a

minimização do consumo dos recursos e a geração de resíduos na certeza de que não

acarrete danos ao meio ambiente. Na certeza de que a prática é interessante e a favor

do meio ambiente, isso também acontecerá com a economia, de modo geral.

Os resultados obtidos mostram que, apesar das dificuldades e ser pouco explorada ainda,

a reciclagem é um método muito viável no que diz respeito à redução de impactos

ambientais, melhoria da qualidade de vida da população e prevenção a poluição.

Comparada com as demais etapas do Ciclo de Vida do PET, foi observado que a

reciclagem do PET tem poucos gastos com água e energia e uma parcela quase

insignificante na emissão de gases como CO e CO2. A emissão de resíduos sólidos e

efluentes também é baixa, mas foi ressaltado a importância de um descarte/tratamento

ideal para os efluentes e parcerias com outras empresas de reciclagem para o destino

dos resíduos sólidos.

Com relação a aplicabilidade da técnica em uma cidade litorânea do Brasil, verifica-se

que há melhora na questão ambiental, mas que necessita de outros tipos de método de

37

reciclagem, bem como um aumento na produção utilizando o método estudado neste

trabalho.

Como considerações, devem ser citado que a maior dificuldade da micro empresa

LimPET é a obtenção do PET a ser reciclado. Este fato, extremamente contraditório

devido a quantidade de PET produzida, deve-se a falta de coleta seletiva, cooperativas e

políticas públicas que apóiem o processo de reciclagem no Brasil.

Uma segunda consideração seria o incentivo do governo brasileiro com a redução de

tributos para empresas como a estudada neste trabalho, o que facilitaria os processos

burocráticos e incentivaria a abertura das mesmas, trazendo a todos os benefícios já

citados.

38

6. Referências Bibliográficas

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