UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL: ESTRATÉGIAS AO
COMBATE DA INDISCIPLINA NO COTIDIANO ESCOLAR
Por: Patrícia Gomes Lins
Orientador
Prof.ª Mônica Ferreira de Melo
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL: ESTRATÉGIAS AO
COMBATE DA INDISCIPLINA NO COTIDIANO ESCOLAR
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Orientação
Educacional e Pedagógica.
Por: Patrícia Gomes Lins
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, o
maestro que rege minha vida e sonhos,
por me fazer acreditar que tudo posso
Nele.
Aos meus queridos pais, pelo eterno
zelo e incentivo.
Aos parentes e amigos pelo carinho
que dedicam a mim.
E, aos professores que tão
dedicadamente me ensinaram e
orientaram.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, especialmente, a
Deus pelo amor incondicional, aos meus
queridos pais por todos os profícuos
ensinamentos e a todos os orientadores
educacionais e pedagógicos que
acreditam que, através da pesquisa e da
formação continuada, podem promover
uma atuação mais crítica e reflexiva,
atuação capaz de atingir
significativamente o espaço escolar.
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RESUMO
Este trabalho monográfico visa abordar as possíveis causas da
indisciplina escolar e quais as estratégias eficazes utilizadas pelo orientador
educacional no tratamento dessa problemática. Acredita-se que a eficácia
desse tratamento encontra-se na sensibilidade do orientador acerca do tema,
ou seja, a consideração da complexidade do tema pó esse profissional,
possibilita uma atuação consciente que levará em consideração a importância
da construção de elos entre família-escola-aluno a fim de que olhares reflexivos
sejam lançados sobre as atuações e estratégias importantes para a melhoria
deste problema fortemente enfrentado pelas escolas. Portanto, pode-se afirmar
que tal trabalho possui como objetivos específicos: a análise do fenômeno e os
motivos causadores da indisciplina escolar e a ênfase na importância do
orientador educacional diante do controle da indisciplina, objetivos que
corroboram para que se atinja o objetivo principal, o de refletir acerca de
propostas profícuas que podem ser adotadas pelo orientador educacional no
tratamento da indisciplina escolar.
Palavras-chave: indisciplina escolar – orientação educacional – tratamento da indisciplina.
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METODOLOGIA
O presente trabalho monográfico foi desenvolvido da seguinte maneira:
em sua primeira parte, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em livros e
revistas acadêmicas a fim de se analisar o conceito de indisciplina, as causas
para este fenômeno, segundo algumas áreas do conhecimento e algumas
propostas profícuas para o “controle” da indisciplina. Esta pesquisa se baseou
em autores como: AQUINO (1996), GRINSPUN (1994), PASCOAL (2005),
PASSOS (1996), REGO (1996), entre outros.
Além da pesquisa bibliográfica, realizou-se uma pesquisa de cunho
etnográfico, ou seja, observação participante a fim de se analisar o tratamento
da indisciplina realizado por dois orientadores educacionais em duas escolas
no estado do Rio de Janeiro, sendo a primeira, uma escola particular no
município de Duque de Caxias, e a segunda, uma escola estadual no município
do Rio de Janeiro.
Como dados da pesquisa, além das observações e diários de campo, foi
realizada uma entrevista com esses dois profissionais observados. A partir dos
dados colhidos, algumas propostas profícuas acerca da melhoria da indisciplina
foram refletidas com base na prática desses profissionais, a fim de se
corroborar o papel de extrema importância que esse profissional desempenha
no tratamento dessa problemática.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR 10
CAPÍTULO II - DESVENDANDO A INDISCIPLINA ESCOLAR 19
CAPÍTULO III – DO PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 29
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 42
ÍNDICE 45
FOLHA DE AVALIAÇÃO 46
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho intitulado “O papel do orientador educacional:
estratégias de combate á indisciplina no cotidiano escolar”
propõe reflexões acerca das possíveis causas que ocasionam a indisciplina
escolar. Além de propor análises acerca da problemática da indisciplina, esse
trabalho busca corroborar a importância que o orientador educacional
apresenta no tratamento da indisciplina.
Considerando-se que a indisciplina tem se mostrado como um dos
maiores obstáculos ao cotidiano escolar, impossibilitando o desenvolvimento
pedagógico a que a instituição (escola) se propõe e “desgastando” as relações
interpessoais entre aluno – profissionais da educação – família, faz-se
fundamental um estudo acerca dos posicionamentos, estratégias que o
orientador educacional precisa ter a fim de lidar com a indisciplina no espaço
escolar.
No primeiro capítulo, procura-se compreender significativamente o
conceito de disciplina a fim de se refletir acerca da indisciplina. Além da
discussão acerca dos conceitos de disciplina/indisciplina, episódios envolvendo
a indisciplina são mencionados a fim de se buscar as prováveis causas para a
problemática, analisando-se o contexto em que estes ocorrem.
Já, o segundo capítulo apresenta os resultados da pesquisa de cunho
etnográfico com o objetivo de analisar-se o tratamento da indisciplina feito por
dois orientadores educacionais em duas escolas no estado do Rio de Janeiro,
sendo a primeira, uma escola particular no município de Duque de Caxias, e a
segunda, uma escola estadual no município do Rio de Janeiro.
A partir das observações e entrevistas realizadas nesse espaço escolar,
pode-se afirmar que o tratamento da indisciplina adquire significações
diferentes de acordo com pressupostos teóricos tomados como referência, ou
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seja, uma compreensão atual sobre o fenômeno possibilitará a eficácia no
tratamento desse tema.
No terceiro capítulo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica acerca do
novo papel que o orientador é chamado a exercer na atualidade e da
importância desse profissional para o tratamento da indisciplina, atuação que
precisa ser sensível às problemáticas vivenciadas pelos alunos para que se
busquem estratégias para o enfrentamento das incidências de indisciplina.
Na conclusão, tecem-se reflexões acerca da necessidade do orientador
educacional propor olhares significativos e práticas significativas afim de que se
garanta a eficácia no tratamento da indisciplina.
Logo, pode-se afirmar que a pesquisa proposta possui significativa
relevância social, uma vez que se propõe a discutir o conceito da indisciplina,
suas possíveis causas segundo diversas áreas de estudo, e algumas
estratégias profícuas que podem ser adotadas pelos orientadores educacionais
frente a este fenômeno.
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CAPÍTULO I
A INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR
“Tomar a indisciplina e outros comportamentos
disruptivos como fenômenos complexos ditados
pelos novos tempos pedagógicos significa
conceber a reação professor-aluno como
necessariamente conflitiva. Mais ainda: significa
concebê-la como um continente sempre mutante e
deveras distinto das monocórdias imagens que
acalentamos sobre a ambivalência escolar
(AQUINO, 2003, p.16).
Nas últimas duas décadas, um problema de cunho complexo que vem
sendo enfrentado no cotidiano escolar é a indisciplina. Esse tema tem sido alvo
de preocupação em distintos congressos pedagógicos, em salas de
professores, nas diversas instituições de ensino.
Inúmeras são as ocorrências da indisciplina no cotidiano escolar,
manifestando-se através das conversas paralelas, através da não participação,
as degradações ocasionadas ao espaço escolar: cadeiras e paredes pichadas,
lixo no chão, a não-utilização do uniforme, fatos com violência, furtos, etc.
Considerando-se que tal problemática já se faz recorrente nas diversas
instituições de ensino, prejudicando a conjuntura escolar, urge que se discuta
questões como: o que é indisciplina? E disciplina? Por que se manifesta?
A fim de que se compreenda significativamente o conceito de
indisciplina, é necessário que se entenda o conceito de disciplina.
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1.1. – Conceituando (in)disciplina
“A disciplina significa a capacidade de comandar a si
mesmo, de se impor aos caprichos individuais, significa,
portanto, uma regra de vida, uma consciência da
necessidade livremente aceita, na medida em que é
reconhecida como necessária para que um organismo
social possa atingir o seu objetivo. (MENESES, 2009)
Segundo o conceito mencionado anteriormente, ainda que o conceito de
disciplina, na maioria das vezes, esteja associado à obediência, tal definição
não é a mais adequada, uma vez que o ser humano para que posso
“internalizar” a disciplina, precisa que determinado comportamento tem
legitimidade, e não apenas um mero comportamento pré-determinado
socialmente.
Como já afirmava Paulo Freire, a disciplina requer um aprendizado, uma
vez que nenhum ser humano é disciplinado por outro, como também ninguém
se disciplina sozinho, mas os homens se disciplinam em conjunto,
intermediados pela realidade do mundo.
Ao se compreender o conceito de disciplina, torna-se viável discutir
propriamente o conceito de indisciplina já que, na atualidade, os dois conceitos
estão fortemente atrelados Logo, compreendendo-se disciplina como
apropriação de determinado comportamento, atitude, pode-se entender
indisciplina como contraposição de disciplina, podendo ser associada à
ausência de conhecimento, conduta contestatória de determinado “acordo”
social.
Conforme afirma Estrela, a indisciplina pode ser pensada como negação
da disciplina, ou como “desordem proveniente da quebra das regras
estabelecidas pelo grupo” (ESTRELA, 1992, p. 17).
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A indisciplina vista por parte dos profissionais da educação pode ser
considerada uma ruptura das regras acordadas por determinada instituição,
mas cabe-se ressaltar que considerar indisciplina apenas como a “quebra” de
regras pode ser prejudicial uma vez que não permitirá uma visão acerca de
múltiplos fatores que circundam o espaço escolar.
Portanto, um conceito mais apurado de indisciplina escolar não a
associará apenas a dimensões comportamentais, mas tentará integrá-la a
diversos aspectos, que vão desde as condutas exercidas pelos alunos no
cotidiano escolar até o desenvolvimento cognitivo que estes apresentam.
1.2. - Fatores que causam a indisciplina escolar
Considerando-se que múltiplas são as incidências de indisciplina no
espaço escolar, é de fundamental relevância que os supostos fatores
relacionados às expressões de indisciplina sejam mencionados, fatores como o
desempenho cognitivo dos alunos, suas formas de socialização e as condutas
que exercem na escola.
Segundo Garcia (1999) as expressões de indisciplina podem ser
relacionadas fatores internos e externos à escola:
“Entre as causas externas vamos encontrar, por exemplo,
a influência hoje exercida pelos meios de comunicação, a
violência social e o ambiente família. As causas
encontradas no interior da escola, por sua vez, incluem o
ambiente escolar e as condições de ensino-
aprendizagem, os modos de relacionamento humano, o
perfil dos alunos e sua capacidade de se adaptar aos
esquemas da escola.” (p. 14)
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Entre as razões internas estariam, por exemplo, as condições de ensino
e aprendizagem, a natureza do currículo, as características dos alunos, aos
modos de relacionamento estabelecidos entre alunos e professores, e o próprio
sentido atrelado à escolarização. Entre os fatores externos destacam-se a
violência social, a influência da mídia e o ambiente familiar dos alunos.
Logo, fica evidente que as expressões de indisciplina não podem ser
consideradas como casuais “descumprimentos” às normas, mas como indícios
de que alguns fatores (internos ou externos) não estão sintonia, ou seja, os
alunos não desobedecem às ordens pelo simples fato de desobedecerem, mas
o fazem, como uma forma de mostrarem que determinadas “regras”, atitudes
priorizadas por determinada instituição ineficazes uma vez que estas não dão
conta das problemáticas enfrentadas no cotidiano escolar.
Além da consideração acerca da existência de fatores internos e/ou
externos, fatores que são responsáveis pelas expressões de indisciplina, urge
que se compreenda que as dinâmicas sociais se modificaram, ou seja, a
sociedade se encontra modificada, os valores são diferentes, o conceito de
família, etc.
Na atualidade, a escola é chamada a cumprir papéis completamente
diferentes da escola de duas décadas atrás, já que as dinâmicas sociais são
diferentes, mas, de certa forma, essa nega os papéis aos quais é chamada a
cumprir por priorizar os valores, comportamentos de uma sociedade que não é
a atual.
Considerando-se que a instituição escolar não é ingênua, mas que
possui em sua constituição uma maneira particular de organizar suas ações
pedagógicas, ações que estão pautadas em determinados valores e
concepções, faz-se necessária a análise dessas possíveis concepções, valores
a fim de que se possa entender porque, nos dias atuais, as ocorrências de
indisciplina são tão freqüentes nesse espaço.
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O primeiro fator diz respeito ao fato de que a escola como instituição
social reflete no seu interior e nas suas ações a organização e as
desigualdades sociais.
A avaliação, os conteúdos e as metodologias pedagógicas, a cultura
escolar como um todo, tem seu fundamento na influência que a classe
dominante possui sobre a educação. Além de intensificar a racionalidade
instrumental, opressiva e repressiva, prende o aluno a determinados modos
comportamentais tidos como os adequados.
Analisando-se os conteúdos escolares, percebe-se a presença
excessiva das culturas dominantes, uma vez que, inicialmente, já se privilegia
linguisticamente uma norma culta padrão, norma proveniente das classes
dominantes Além da língua, os saberes de grupos considerados menores e
pobres, que não possuem influência e poder relevantes dentro da sociedade,
geralmente são silenciados e ignorados, como se só o saber transmitido pela
escola tivesse importância.
Ao desprezar o saber que se adquire na “escola do mundo”, a escola
estende seu controle burocrático sobre a aprendizagem, dá as costas à cultura
do povo, fazendo crer que este saber é inferior.
A própria escola “beneficia” os alunos mais favorecidos já que estes têm
seu desempenho considerado por antecipação melhor, já que se beneficiam de
um suporte familiar mais eficaz, ou seja, pais bem informados, capazes de
orientar e ajudar eficazmente os filhos nas tarefas propostas pela escola.
Estratégias escolares como essa aprofundam as desigualdades e
acentuam ainda mais a exclusão escolar visto que a escola delega aos pais a
capacidade de orientar judiciosamente seus filhos. Um aluno menos favorecido
sem dúvidas terá mais dificuldade de se “encaixar” nos padrões de
conhecimento exigidos pela escola já que muitas vezes seus pais e o próprio
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meio em que reside não possui o capital cultural e os conhecimentos mais
especializados exigidos por esta instituição.
Desse modo, a escola não apenas menospreza o saber das camadas
sociais menos abastadas, mas também promove a distinção entre as camadas
sociais, já que a escola toma como parâmetro a realidade da classe social que
a controla: a classe dominante.
O mal-entendido presente na situação de poder professor-aluno reedita
na maioria das vezes a relação oprimido e opressor. Quanto mais o professor
exige do aluno o saber que lhe falta, mas este se furta.
Veja o que Passos (1996) diz acerca de como as relações precisam ser
estabelecidas na construção do conhecimento:
“O ato pedagógico, enquanto momento de
construção de conhecimento, não precisa ser um
ato silenciado, que reduz o professor à única
condição “daquele que ensina” e faz o aluno não
extrapolar sua condição de “sujeito que aprende”.
Ao contrário, o ato pedagógico é o momento do
emergir das falas, do movimento, da rebeldia, da
oposição, da ânsia de descobrir e construir juntos,
professores e alunos.” (p.118)
Ao deparar-se com tal desconhecimento, incapacidade, este aluno é
“morto” pela escola, se tornando cada vez mais resistente ao saber e à própria
instituição. Estes mesmos alunos são os que questionam mais radicalmente a
escola, através de freqüentes atos indisciplinados, violência.
O segundo aspecto diz respeito à relação estabelecida entre escola e
família. No século XVII, a escola foi pensada com o objetivo de apoiar a família
visto que se considerava que a família não estava “preparada” para
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desempenhar tal função. Logo, a escola surgiu para complementar a família,
“liberando” a família para afazeres mais “relevantes”. (CUNHA, 2000)
Atualmente, a escola tem a mesma função, mas com todo avanço
tecnológico presente nessa sociedade, a escola tornar-se responsável não
apenas pela formação profissional, mas para a integração social desse
indivíduo.
Em contrapartida, as famílias, independente da classe social a que
pertençam, além de atribuírem à escola a formação profissional de seus filhos,
desejam que a escola transmita valores morais, princípios éticos a seus filhos.
Segundo Cunha (2000) o grande entrave é que a escola com o passar
do tempo tornou-se mais do que uma simples instituição com o objetivo de
complementar a família, ela posicionou-se contra a família.
Assim, a instituição familiar foi caracterizada como em permanente
estado de mau funcionamento, dada como incompetente, incapaz, sem
qualidades para educar as crianças. Fez-se então necessário inseri-la nos
padrões de normalidade.
Alguns movimentos possuíam o discurso contendo um chamamento
para que as famílias se aproximassem da escola, viessem à instituição de
ensino a fim de se instruírem sobre a educação de seus filhos. A família seria
coadjuvante enquanto que os profissionais da educação possuiriam
conhecimentos específicos, mostrando a maneira ideal de conduzir crianças e
jovens.
A partir do que estamos vivenciando, fica cada vez mais claro que a
família almejada pela escola não existe e que a escola, onipotente capaz de
formar personalidades a partir de conhecimentos científicos também não
existe.
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A escola não conseguindo cumprir sua função, se é que um dia a
cumpriu, devolve o papel de educar a família, acreditando que apenas esta é
capaz de mostras aos seus filhos “os valores corretos que regem a vida em
sociedade.”
Pelo fato dessas instituições não estarem reconhecendo seus papéis e
sendo capazes de desempenhá-los observamos, com freqüência, um jogo de
responsabilidades que só faz piorar a situação de nossas crianças e jovens
visto que candidatos a educadores não faltam como: gangues, meios de
comunicação, criminosos, candidatos que também são responsáveis pelos
comportamentos agressivos e indisciplinados de alunos.
Além da relação conflituosa entre escola e família ocasionar a escolha
de “parâmetros comportamentais” equivocados pelos alunos, devido à
ausência da transmissão de valores, essa relação também permite que esses
alunos sejam guiados pela crise ética instaurada na modernidade, crise que
apregoa a valorização do ter e não do ser, extremo desrespeito à espécie
humana e às normas sociais, vandalismos, etc.
Outro aspecto fundamental para a crise da disciplina na escola está no
esfacelamento do mito da ascensão social através da escola.
(VASCONCELOS, 2000)
Segundo esse autor, antes a escola também não era um espaço
agradável, mas os alunos tinham a motivação de, através desta, alcançar êxito
profissional, por isso o comportamento desses alunos se adequava aos
priorizados por essa instituição. Com a queda do mito da ascensão social,
torna-se mais difícil conseguir que estes alunos tenham o comportamento
esperado, ainda que seja de passividade.
Veja o que Estrela (1995) afirma sobre a questão da imposição de
regras que é feita pela escola:
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“É sobretudo o professor que produz e comunica
normas sociais que julga necessárias para exercer
sua ação pedagógica, e assim prescreve
determinadas posturas e regras a serem aceitas,
muitas vezes sem a devida discussão com os
alunos, e sem que aquelas atendam suas
expectativas e necessidades.” (p. 65)
Nessa “via de mão única”, que desconsidera aspectos importantes como
o modo como estes alunos se relacionam com o ambiente escolar, os
processos de socialização que são efetuados nesse, entre outros aspectos, é
inevitável que os alunos se rebelem criando situações complexas que
impossibilitam que os profissionais da educação resolvam de modo efetivo.
A partir dos aspectos analisados anteriormente, pode-se constatar que
os valores, concepções imbuídas nas ações pedagógicas desenvolvidas pela
escola são contestadas através de atitudes consideradas indisciplinadas por
parte dos alunos. Ao adotarem atitudes indisciplinadas, esses alunos estão
contrariando a lógica dessa instituição, com atos que estão envoltos de
resistência.
Portanto, se faz necessário que os profissionais da educação se
conscientizem acerca do caráter dessas contestações, refletindo sobre os
eventos que envolvem a indisciplina, atitudes que possibilitarão a busca de
estratégias eficazes para o enfrentamento dessa problemática.
19
CAPÍTULO II
DESVENDANDO A INDISCIPLINA ESCOLAR
Como os problemas de disciplina e convivência nos centros educativos,
especialmente no período das séries superiores do ensino fundamental, têm
adquirido maior importância na atualidade ao se considerar que esta
problemática faz parte de um momento de crise que invade as sociedades,
afetando instituições educadoras tradicionais como a família, a escola, etc., se
entende que tal problemática precisa ser alvo de constante reflexão a fim de
que se analisem suas causas e favoreçam a mobilização de ações alternativas.
No capítulo I deste trabalho monográfico, aspectos que corroboram para
expressões de indisciplina no cotidiano escolar foram analisados, mas além da
discussão de fatores, faz-se necessário o estudo de casos a fim de que se
desvendem os meandros da indisciplina no cotidiano escolar e se proponham
estratégias ao seu enfrentamento.
2.1. Pesquisa de campo
Com o objetivo de se buscar alternativas para o “controle” da
indisciplina, apresentar-se-ão resultados de uma pesquisa de cunho
etnográfico, ou seja, pesquisa que consta com observação participante.
Considerando-se que a etnografia é um instrumento clássico de
investigação antropológica que descreve e interpreta o comportamento cultural,
segundo Wolccot (WOLCCOT,1985 APUD PASSOS, 1996, p. 124) a
interpretação cultural é a essência do esforço etnográfico, sendo, antes de
mais nada, uma proposta descritiva na qual o investigador procura ser o mais
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fiel possível quando descreve e interpreta o discurso social de um grupo de
pessoas.
Veja o que Ezpeleta; Rockwell (EZPELETA & ROCKWELL, 1986 APUD
PASSOS, 1996) afirmam sobre a importância de se pesquisar o cotidiano:
“Através das análises do cotidiano se pode
entender melhor a natureza dos processos
constitutivos da realidade cotidiana da escola, e,
ao mesmo tempo, articular com estes processos
sociais mais amplos que ocorrem em determinado
momento histórico.” (p. 122)
Através da pesquisa, observou-se o tratamento da indisciplina realizado
por dois orientadores educacionais em duas escolas no estado do Rio de
Janeiro, sendo a primeira, uma escola particular no município de Duque de
Caxias, e a segunda, uma escola estadual no município do Rio de Janeiro no
segundo semestre de 2010.
Como dados da pesquisa, além das observações e diários de campo, foi
realizada uma entrevista com esses dois profissionais observados. A partir dos
dados colhidos, algumas propostas profícuas acerca da melhoria da indisciplina
serão refletidas com base na prática desses profissionais.
É importante se mencionar que a observação participante surgiu a partir
do estágio exigido por uma universidade federal como requisito para a
Licenciatura em Letras: Português/Inglês, e como os episódios de indisciplina
nos dois contextos eram exacerbados, esse tema foi escolhido como material
de estudo e reflexões que encaminhassem um melhor entendimento sobre a
problemática.
As observações realizadas não só possibilitaram a análise acerca do
tratamento da indisciplina realizado por esses dois orientadores, mas também a
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observação do modo como os alunos dessas instituições se relacionavam com
o espaço escolar.
2.2. Primeiro contexto observado
O primeiro contexto observado foi uma escola particular de pequeno
porte localizada no município de Duque de Caxias. Essa escola atendia ao 1º
segmento no turno da tarde e ao segundo no turno da manhã. O foco da
observação limitou-se ao segundo segmento. Nesse segmento, existia apenas
uma turma para cada série letiva e as turmas eram relativamente pequenas,
pois contavam com cerca de quinze alunos.
É importante destacar que nessa escola havia apenas uma
coordenadora pedagógica, coordenadora que apenas estava no turno da
manhã uma vez na semana, mas que se dedicava ao turno da tarde
integralmente. Essa mesma coordenadora cuidava da parte burocrática,
pedagógica e atendia aos pais dos dois turnos quando necessário.
Apesar das turmas serem pequenas, observou-se que este fator não
corroborava para o melhor desempenho dos professores, uma vez que
inúmeros eram os episódios de indisciplina, como: desrespeito às regras da
instituição, conversas paralelas, bullying entre alunos e entre alunos e
professores, xingamentos e até violência física.
Cabe-se ressaltar que a indisciplina não era extrema em apenas uma
turma dessa escola, mas em todas as turmas, ainda que tivesse a que contava
com os maiores casos.
Em determinadas turmas, em certos momentos, o professor ficava
impossibilitado de transmitir o conteúdo programado para aquele dia visto que
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os alunos se encontravam desmotivados e preferiam conversar a aprender o
conteúdo.
Um episódio que merece ser mencionado se passou em uma aula de
português em que a professora a todo custo tentava fazer com que os alunos
prestassem atenção às explicações sobre o trabalho bimestral, e um aluno se
recusou a copiar as informações e prestar atenção. A professora calmamente
disse que a escolha de não prestar atenção não o dava o direito de manter
conversas paralelas. O aluno se enfureceu e chegou ao ponto de xingar a
professora.
Como a professora não chegou a ouvir, um colega de classe o
denunciou. Enquanto a professora e a turma discutiam a situação, a
coordenadora pedagógica, profissional, que era imbuída da parte pedagógica e
educacional, chegou à sala e ouviu o era discutido, bruscamente, sem respeitar
o papel da professora, pediu para que o aluno se levantasse e o deu uma
suspensão de três dias.
Além desse fato, outros poderiam ser mencionados: as repreensões que
essa profissional realizava quando os alunos não mantinham a postura ao
formar para cantar o hino nacional. Dependendo da ação realizada por esses, a
coordenadora exigia que o aluno “sem postura” cantasse o hino sozinho diante
de todos os outros alunos, embaraçando-o, porque às vezes esse aluno
desconhecia a letra do hino.
Outros aspectos a serem mencionados dizem respeito ao fato dessa
coordenadora exigir que as carteiras estivessem sempre em perfeita ordem, e
de se aborrecer com a ausência de silêncio que determinadas turmas tinham
quando estavam interessadas por alguma atividade proposta pelo professor.
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Após as observações realizadas acerca do tratamento que essa
profissional dava à problemática da indisciplina, tal profissional foi submetida a
uma entrevista com as seguintes perguntas:
1. Quais são os maiores problemas indisciplinares enfrentados por essa
escola?
2. A que/ quem esses problemas podem ser atribuídos?
3. Na sua opinião, qual é o papel do orientador educacional no que diz
respeito ao enfrentamento dessa problemática?
Com a entrevista, observou-se que essa profissional tem consciência
dos problemas que são enfrentados por esses alunos fora da escola, e que
esses problemas se refletem na escola, mas atribui parte desses problemas
indisciplinares à família e, de certa forma, culpa essa família por um suposto
descaso, considerando que a integração família-escola tem se tornado quase
impossível, o que também faz com que a ação da escola diante desses
problemas se encontre reduzida.
Portanto, a partir das observações e entrevista realizadas nesse espaço
escolar pode-se afirmar que a profissional responsável pela orientação
educacional, por considerar indisciplina apenas como a “quebra” de regras, tem
sua ação pedagógica pautada em regras que devem ser aceitas pelos alunos
sem discussão.
Os alunos dessa instituição não possuem voz ativa, uma vez que não
conseguem expressar suas opiniões, não possuem um representante de classe
para expor os anseios, as contestações, e quando tentam são silenciados e
punidos
Outro aspecto a ser mencionado diz respeito à desvalorização da
importância da família, segundo essa profissional, essas famílias são
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desestruturadas e incapazes de corroborarem para a melhoria das
problemáticas vivenciadas pela escola.
O último aspecto a ser analisado refere-se à constituição desse espaço
escolar, espaço que está submetido a diversas variáveis culturais, em rígidas
formas conservadorismo e como essa estruturação tem relação com os valores
impostos pela escola.
Elementos que formam uma sala de aula, como por exemplo: as
paredes, a porta, as janelas, as carteiras, a mesa do professor mostram o
caráter “cultural” que têm os discursos sobre o espaço, a função curricular que
a arquitetura dessa escola desempenha no processo de aprendizagem.
Veja o que Escolano & Frago (2003) dizem sobre a influência que
arquitetura escolar desempenha na aprendizagem:
“A arquitetura escolar é também por si mesma um
programa, uma espécie de discurso que institui na sua
materialidade um sistema de valores, como os de ordem,
disciplina e vigilância, marcos para a aprendizagem
sensorial e motora e toda uma semiologia que cobre
diferentes símbolos estéticos, culturais e também
ideológicos.”
Logo, essa escola observada, assim como outras, está dotada de
significados e transmite uma série de valores, estímulos, conteúdos do
chamado currículo oculto a partir do momento em que “impõe” seus
regimentos, suas leis, como organização disciplinar, destinadas às práticas de
submissão, onde o aluno encontra regras prontas e apenas deve obedecê-las.
Segundo Freitas (2003), a imposição de regras pela escola constitui-se
em uma maneira de organizar o trabalho pedagógico a mando das funções
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sociais que são atribuídas a essa. Contrariar essa lógica é, no âmbito de nossa
sociedade atual, um processo possível apenas como resistência.
Dentre os aspectos analisados nessa instituição, fica evidente que a
obsessão pela manutenção da ordem, ocasiona extremos episódios de
indisciplina, episódios que revelam o inconformismo e a resistência por parte
desses alunos.
Já, Michel Foucault (1999) analisa como as relações de poder e
resistência são estabelecidas:
“A resistência é contemporânea às relações de
poder. Se não se é prisioneiro eterno do poder,
será preciso que surjam sempre novas estratégias
de mudança das relações de dominação. Se
assim for, a resistência pode extrair sua força de
luta de sua capacidade de inovação, e de sua
obstinada persistência.”
Mc Laren (2002) é outro autor que faz importantes considerações acerca
da contestação à disciplina, afirmando que a disciplina é institucionalmente
determinada por um grupo hegemônico enquanto que a indisciplina se constitui
em uma ação de estudantes na direção contrária.
Segundo esse autor, o cotidiano escolar é caracterizado por “uma série
de aos inevitáveis de resistências e represálias ao ensino, a serviço da ruptura
e erosão da autoridade do professor.” (Mc Laren, 1991, p. 2002)
Contudo, quando esses alunos têm aspectos importantes como o modo
como que se relacionam com o ambiente escolar, os processos de socialização
que são efetuados nesse, entre outros aspectos desconsiderados, se rebelam,
criando situações complexas de indisciplina que impossibilitam que os
profissionais da educação resolvam de modo efetivo.
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2.3. Segundo contexto observado
O segundo contexto observado foi uma escola estadual tradicional
localizada no município do Rio de Janeiro. Essa escola atendia ao 1º segmento
do ensino fundamental e ao Ensino Médio, na modalidade de formação de
professores nos turnos da manhã e da tarde.
O foco da observação realizada foi o Ensino Médio. Nesse segmento,
existiam seis turmas para cada ano e as turmas eram grandes, visto que
contavam com aproximadamente quarenta alunos.
Faz-se necessário destacar que nessa escola não havia propriamente o
cargo de orientadora educacional, já que as redes estaduais não dispõem
desse cargo, o denominado coordenador de turno, ainda que não apresente
uma formação específica para o cargo, exerce tanto funções de coordenador
pedagógico como o de orientador educacional.
A partir das observações, analisou-se que os professores enfrentavam a
problemática da quantidade de alunos por sala, o que prejudicava a eficácia no
ensino-aprendizagem desses alunos.
Quanto à questão da indisciplina, seria ingênuo se afirmar que os alunos
dessa escola não eram indisciplinados, uma vez que, ao se considerar que a
indisciplina pode se manifestar como uma forma de contestação seria inevitável
que essas manifestações de indisciplina não ocorressem.
Portanto, um aspecto que pode ser destacado diz respeito ao fato de
apesar desses alunos enfrentarem inúmeras problemáticas recorrentes na
adolescência: dificuldades financeiras, homossexualismo, drogas, auto-estima
baixa, etc., as manifestações de indisciplina eram contornáveis uma vez que
esses alunos viam nessa escola uma aliada e facilitadora desses problemas.
27
É de extrema importância se relatar que diferentemente da primeira
escola observada, nessa escola, a indisciplina existia, mas aparecia sutilmente
e não se estendia ao passo de criar transtornos ao desenvolvimento da ação
pedagógica da instituição.
A partir da entrevista realizada com a “orientadora educacional” dessa
instituição, dois aspectos foram analisados: o primeiro diz respeito ao fato de
que essa profissional tinha um olhar sensível aos episódios de indisciplina, uma
vez que essa tinha consciência de que esses alunos lidam, continuamente,
com situações complexas que se referem às transformações ocorridas na
sociedade, sociedade que possui parâmetros e valores diferentes de outrora,
fato que atribui caráter complexo ao modo como esses alunos se relacionam
com o mundo e as pessoas.
O segundo aspecto refere-se ao fato de que essa funcionária apesar de
considerar que a família não tem desempenhado o papel de contribuir com as
atividades desempenhadas pela escola, não desqualifica essa família, mas
atribui à escola o papel de buscar estratégias que possibilitem uma maior
integração entre família e escola, relação que pode contribuir para a
amenização dos conflitos e episódios indisciplinares presentes na escola.
Ao reconhecer que alguns alunos possuem contexto ambiente familiar
com a ausência de incentivos ao enfrentamento de questões que dizem
respeito às problemáticas vivenciadas, essa orientadora corroborava o papel
da escola de possibilitar uma vivência social diferente do grupo familiar, já que
na escola este aluno terá contato como o conhecimento sistematizado e com
um universo repleto de interações, fatos capazes de provocar transformações e
desencadear novos processos de desenvolvimento e comportamento.
Veja o que Rego (2006) diz sobre a importância dos contextos
educativos para o desencadeamento de processos de desenvolvimento e
comportamento:
28
“Mesmo as crianças cujo ambiente familiar é
desprovido de adequados estímulos e orientação,
terão condições de superar estas adversidades
caso tenham a oportunidade de vivenciar, em
outros contextos educativos, um modelo diferente
de educação” (p. 98).
Portanto, a partir das observações e entrevista realizadas nesse espaço
escolar, pode-se afirmar que os episódios de indisciplina eram reduzidos
porque a equipe da instituição com o apoio da profissional que desempenhava
o papel de orientadora educacional, além de possuir um olhar sensível às
problemáticas vivenciadas por aqueles alunos, compreendia que era papel da
escola buscar estratégias a fim de enfrentar as incidências de indisciplina.
29
CAPÍTULO III
DO PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
“A orientação educacional é um processo social
desencadeado dentro da escola, mobilizando todos os
educadores que nela atuam – especialmente os professores –
para que, na formação desse homem coletivo, auxiliem cada
aluno a se construir, a identificar o processo de escolha por
que passam, os fatores sócio-econômicos-políticos-ideológicos
e éticos que o permeiam e os mecanismos por meio dos quais
ele possa superar a alienação proveniente de nossa
organização social, tornando-se, assim, um elemento
consciente e atuante dentro da organização social, contribuindo
para sua formação.” (PLACCO, 1994, p.30).
3.1. – As atribuições do orientador educacional
Considerando-se as constantes problemáticas, dentre elas a
indisciplina, que a escola vem enfrentando, é de extrema importância se
executar uma análise acerca das inúmeras atribuições da orientação
educacional, função articulada pelo profissional denominado orientador
educacional.
Inicialmente, o campo de atuação do orientador educacional era o de
focalizar o atendimento ao aluno, aos problemas enfrentados por esse, à sua
família e aos supostos “desajustes” escolares desse aluno.
O tipo de atuação mencionado anteriormente não valorizava a
autonomia do aluno e sua contextualização como cidadão, era uma atuação
com o mero papel de ajuste ou prevenção. Entretanto, na atualidade, requer-se
que atuação desse profissional priorize outros aspectos:
30
“A orientação, hoje, está mobilizada com outros fatores que não
apenas e unicamente cuidar e ajudar os “alunos com
problemas”. Há, portanto, necessidade de nos inserirmos em
uma nova abordagem de Orientação, voltada para a
“construção” de um cidadão que esteja mais comprometido
com seu tempo e sua gente. Desloca-se, significativamente, o
“aonde chegar, neste momento da Orientação Educacional, em
termos do trabalho com os alunos. Pretende-se trabalhar com o
aluno no desenvolvimento do seu processo de cidadania,
trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas
através do diálogo nas relações estabelecidas (GRINSPUN,
1994, p. 13).
A instituição escolar por ser um espaço onde os alunos encontram a
possibilidade de ser vistos, trazendo suas frustrações, suas raivas, seus
medos, um bom orientador precisa possibilitar que com segurança, esse aluno
o busque para aconselhamento, e não somente em casos extremos que for
encaminhado para esse profissional.
Logo, cabe-se ressaltar que o trabalho de orientação educacional
precisa ir além do atendimento a alunos com problemas, deficiências, esse
trabalho precisa corroborar o trabalho com alunos, trabalhando questões como:
cidadania, subjetividade, identidade, e possibilitando que esses pensem sobre
o ambiente que circunda e as relações que estabelecem com esse a fim de que
se tornem mais críticos e reflexivos acerca da atualidade e dos problemas
vivenciados.
Veja a definição de orientador educacional apresentada por Pascoal
(2005):
“O orientador é um profissional que compreende (ou deve
compreender) o desenvolvimento cognitivo do aluno, sua
afetividade, emoções, sentimentos, valores, atitudes. Além disso,
promove entre os alunos atividades de discussão e informações
31
sobre o mundo do trabalho, assessorando-os no que se refere a
assuntos que dizem respeito a escolhas.”
(www.revistas.ufg.br/index.php/poiesis/article/viewFile/10549/701
9, acessado em 08.01.11)
Além de promover um trabalho crítico com os alunos, levando esses a
questionarem e refletirem sobre o ambiente e as questões que os circundam, o
trabalho desempenhado pelo orientador educacional necessita propiciar o
estreitamento da relação entre família e escola, relação que pode possibilitar
uma aprendizagem mais significativa ao aluno.
Pode-se afirmar que o orientador educacional precisa ser o co-
responsável pela aprendizagem dos alunos, questionando as práticas
docentes, metodologias, avaliações, objetivos, currículo ao passo de garantir
que os alunos tenham um ensino-aprendizagem efetivo. Além de garantir a
aprendizagem dos alunos, esse profissional precisa levar a comunidade
escolar a refletir acerca da importância e função social da escola a fim de
possibilitar a maior integração nessa comunidade já que todos reconhecerão o
papel que a escola possui na sociedade.
3.2. Indisciplina face à Orientação Educacional
Ao se questionar o papel do orientador educacional face à indisciplina no
ambiente escolar, pode-se ainda ver seu papel sendo atribuído á uma função
secundária, conforme já se mostrou, como a de lidar e encaminhar os alunos
considerados “problemáticos” ou com dificuldades.
Conforme se sabe, essa visão acerca do papel do orientador
educacional é equivocada, uma vez que esse profissional, na atualidade, tem
sido chamado a desempenhar outras atribuições.
32
Já, não se pode negar que atualmente o papel desempenhado pelo
orientador educacional é um papel de extremo cunho político, já que esse
profissional fará a mediação entre escola e comunidade, propondo a esses dois
grupos, dialogicamente, reflexões críticas acerca daquele espaço e das
funções desempenhadas por esse.
É papel do orientador educacional analisar, planejar e propiciar um
ambiente harmonioso e seguro ao educando, corroborando para o respeito às
individualidades e diferenças, ambiente escolar que propiciará a construção da
aprendizagem satisfatoriamente.
Logo, esse profissional tem relevância socialmente e no processo
pedagógico, uma vez que será o mediador entre a escola e a comunidade.
No que diz respeito ao tratamento com a indisciplina, o papel desse
profissional é indiscutível, uma vez que esse possibilitará através de seu
trabalho participativo e dinâmico que essa problemática possa ser discutida e
que se busquem soluções junto à esfera escolar.
De acordo com Millet (MILLET, 1987 APUD PASCOAL, 2005) faz
algumas considerações acerca do papel político do orientador educacional
diante da indisciplina:
“A indisciplina, agressividade, desinteresse, dificuldades de
aprendizagem (queixas mais comuns dos professores) não
podem e não devem ser tratadas isoladamente e sim a partir de
um estudo das relações “professor-aluno, aluno-conteúdo, aluno-
aluno, aluno-estatutos escolares, aluno-comunidade, professor-
comunidade”. (p. 117).
A partir dessa citação, pode-se concluir que o fato do orientador ser o
elo entre escola e comunidade, esse profissional tem um papel político ao
incitar reflexões acerca do espaço e comunidades escolares, incitações que
33
permitirão o conhecimento acerca desses espaços e das relações
(poder/submissão) envolvidas nesses espaços. Essas incitações podem
possibilitar o apoio da escola na luta da comunidade por melhores condições
de vida.
Ao estabelecer uma relação dialógica entre escola e comunidade, além
de garantir a aprendizagem significativa ao aluno, o orientador educacional por
ser o elo das diferentes esferas que envolvem o aluno, poderá encontrar
“alianças” para que possa desenvolver ações preventivas ao que diz respeito à
construção disciplinar.
A atuação do orientador educacional nos casos de indisciplina designa a
continuidade do processo, uma vez que esse profissional propicia a mediação
entre família e escola e a função social de formar cidadãos capazes de
analisar, refletir e agir de maneira consciente.
O orientador educacional consciente organizará seu trabalho em
conjunto com os professores, a coordenação, a direção, os alunos, pais
possibilitando que alunos com problemas relacionados à indisciplina possam
contar com um profissional preocupado com o estabelecimento de relações
dialógicas e a investigação dos possíveis fatores de comportamentos
indisciplinados, orientando-os para novos caminhos a fim de que tenham seus
processos de ensino-aprendizagem garantidos e que se posicionem de forma
diferente e crítica.
3.3. - O trabalho da orientação educacional frente à indisciplina escolar
Considerando-se a complexidade do tema indisciplina e das
conseqüências que essa problemática tem ocasionado ao espaço escolar: a
desmotivação de professores, a crescente falta de respeito por parte dos
34
alunos, etc., faz-se necessário que o trabalho de orientação acerca desse tema
seja efetivo.
A partir desse momento, discutir-se-ão possíveis estratégias e
posicionamentos que precisam ser adotados pelo orientador educacional a fim
de que o enfretamento eficaz dessa problemática seja possível.
A fim de que o tratamento da indisciplina realizado pelo orientador seja
eficaz, alguns fatores e posturas precisarão ser levados em consideração.
O primeiro aspecto diz respeito ao olhar do orientador diante da
indisciplina, ou seja, a intervenção significativa desse profissional dependerá de
como esse analisa o fenômeno da indisciplina. O conhecimento desse
profissional acerca dos postulados de Vygotsky pode ser de grande
importância para a significação desse olhar, uma vez que esses postulados
permitem a análise da in(disciplina) num quadro mais amplo, pois inspira uma
visão abrangente, integrada e dialética dos diferentes fatores que atuam na
formação do comportamento e desenvolvimento individual. (REGO, 1996, p.
95).
Veja o que Rego (1996) afirma sobre a importância de uma visão mais
abrangente acerca dos diversos fatores que atuam sobre a formação do
comportamento:
“Os traços de cada ser humano (comportamento, funções
psíquicas, valores, etc.) estão intimamente vinculados ao
aprendizado, à apropriação (por intermédio das pessoas mais
experientes, da linguagem e outros mediadores) do legado de
seu grupo cultural (sistemas de representação, formas de pensar
e agir etc.).” (p. 98)
35
Pode-se afirmar que um comportamento menos ou mais indisciplinado
está associado aos estímulos, e às experiências sócio-históricas do grupo de
origem desse aluno.
Atribui a causa de um comportamento indisciplinado à natureza do aluno
é um equívoco, uma vez que esse indivíduo está, constantemente, recebendo
influências do(s) espaço (s) que está inserido. Assim como, não se pode
atribuir a causa da indisciplina a um fator isolado, mas a um conjunto de fatores
que atingem aquele aluno.
Portanto, um orientador educacional competente levará essas diversas
influências sofridas pelo aluno, vendo na escola um espaço de mediação,
responsável pelos processos educativos, processos que não só envolvem os
conteúdos a serem assimilados, mas também comportamentos e atitudes.
Outro aspecto que precisa ser considerado pelo orientador a fim de que
esse tenha seu trabalho com a (in)disciplina viabilizada diz respeito ao modo
como esse profissional considera a educação, quais os objetivos que essa
precisa atingir, etc.
Segundo Rego, a partir dos postulados de Vygotsky, pode-se analisar
claramente o papel crucial que a educação tem sobre o comportamento e o
desenvolvimento de funções psicológicas complexas (REGO, 1996, p. 95).
Ao se referir a funções psicológicas complexas, essa autora está
salientando aspectos como: agir de modo consciente, deliberado, de
autogovernar-se (aspectos diretamente relacionados à disciplina).
Quando essa autora destaca o papel da educação para o
desenvolvimento dessas funções, afirma que tanto a escola quanto a família,
por serem “agentes educativas”, são responsáveis pelo tratamento do
36
problema da indisciplina, uma vez que esse comportamento é aprendido, e não
espontâneo.
A família por ser o primeiro contexto de socialização apresenta grande
influência sobre a criança e o adolescente. Inquestionavelmente, as práticas de
criação, os valores transmitidos corroborarão para o processo de aprendizado
da (in)disciplina. Entretanto, o impacto que a família desempenha na formação
do comportamento e desenvolvimento não é absoluto, a escola como uma
“agente educativa” também possui impacto nesses processos.
Os traços que caracterizam essa criança ou adolescente aluno também
são desenvolvidos na escola. Logo o conhecimento acerca desse fator,
permitirá que o orientador organize o espaço escolar da melhor maneira
possível para que as relações que transcorrem nesse espaço possibilitem o
melhor desenvolvimento de comportamento e formação para esse indivíduo.
O trabalho desse orientador deve privilegiar algumas implicações como:
a escola apesar de reconhecer os conflitos internos e externos que
continuamente esse aluno vivencia, não pode se eximir de sua tarefa educativa
no que diz respeito à disciplina, uma vez que é papel da escola que os alunos
aprendam as posturas socialmente valorizadas e postuladas como;
solidariedade, respeito ao outro, etc., a escola precisa possibilitar que esses
alunos construam e interiorizem essas práticas.
Além de contribuir para a construção dessas práticas educativas, a
escola precisa possibilitar que esses alunos compreendam a importância
dessas regras estabelecidas, como essas se originaram, e que conseqüências
a infração dessas regras ocasionarão (REGO, 1996, p. 99).
Somente a exposição de regras e explicações acerca de seu surgimento
não possibilitarão que os alunos “internalizem” a disciplina. Além da exposição,
é necessário permitir que esses alunos reflitam acerca da pertinência de
37
determinadas regras presentes na escola, realizando questionamentos acerca
da necessidade dessas, da possibilidade de flexibilidades das mesmas, a fim
de que os alunos se sintam participantes dos parâmetros de comportamento, e
não meros receptáculos e imitadores de modelos pré-determinados.
O terceiro aspecto diz respeito ao trabalho que o orientador precisa
realizar com a equipe de professores, considerando-se que esses serão
“peças” fundamentais para a eficácia do tratamento da indisciplina e que esses
lidam diretamente com os episódios indisciplinares.
Segundo Aquino, não é possível se imaginar que “a saída para a
compreensão e o manejo da indisciplina esteja em alguma instância alheia à
relação professor-aluno, ou que esta permaneça sempre a reboque das
determinações extra-escolares” (AQUINO, 1996, p.50).
O orientador precisa ter a sensibilidade de promover incentivos á
melhora da relação professor-aluno, levando esse professor a conscientizar-se
da importância dos vínculos construídos em sala de aula, da importância da
maneira como esse se coloca diante de seu aluno e que o sucesso dessa
relação dependerá do nível de disponibilidade de ambas as partes para que
essa parceria seja saudável.
A fim de instrumentalizar o professor e fazer com que a disciplina seja
um objetivo do processo educacional, o orientador pode desenvolver práticas
internas prevenção da indisciplina, programas que possam formar
continuamente o professor agir diante dessa problemática.
O quarto aspecto que precisa ser valorizado pelo orientador diz respeito
à importância que esse atribui à relação entre a família e a escola. Cabe ao
orientador buscar parcerias que contribuam para o desenvolvimento de atitudes
e competências nos alunos.
38
Necessita-se considerar que a disciplina não é algo pronto, mas algo
que é construído socialmente, a partir de um desejo e compromisso político
com uma aprendizagem significativa.
A fim de que essa construção seja possível, é preciso que o orientador
forje na instituição escolar o desejo de ter a parceria da comunidade, a fim de
que o trabalho com disciplina tenha continuidade no exterior da escola.
De acordo com Meneses, no trabalho com a disciplina é preciso que
haja a participação efetiva de todos no enfrentamento do problema, sem
receitas, modelos ou verdades prontas e acabadas. Sem empurra-empurra,
sem caça aos culpados. (www.webartigos.com/articles/30410/1/A-INDISCIPLINA-
NAS-ESCOLAS/pagina1.html#ixzz1C5rpQtb0, acessado em 05.01.11)
Portanto, o que o orientador precisa forjar é o apoio da família para que
coletivamente possam incitar reflexões na comunidade acerca do tema,
buscando alternativas adaptadas à realidade sócio-histórica de cada escola, de
acordo com o projeto político e pedagógico da instituição.
Segundo GARCIA, o trabalho desenvolvido pela escola precisa levar em
consideração o seguinte aspecto:
“Tal diretriz deve incluir o desenvolvimento de orientações
disciplinares claras e amplas, e que ganharão legitimidade à
medida que são desenvolvidas com a participação dos
estudantes, tornadas claras e conhecidas de toda comunidade
envolvida na escola (GARCIA, 1999, p. 102.)
Contudo, pode-se ressaltar que o desenvolvimento disciplinar precisa
ser objetivo não só do processo educacional e da equipe pedagógica, mas
precisa ser um objetivo para todos os agentes que fazem parte do cotidiano
39
escolar (professores, alunos, equipe pedagógica, funcionários da escola, pais,
etc.)
Em ambientes escolares que a indisciplina se encontra instaurada, cabe
ao orientador, a partir do conhecimento daquela comunidade escolar, promover
reflexões acerca dos fatores intra-escolares, das possíveis causas que levaram
àquele fenômeno, ao passo de buscar alianças entre os agentes educativos
(equipe escolar, comunidade) para que se construam conjuntamente as
soluções para essa problemática.
Ao se propor a ouvir o aluno, o orientador detectará se a indisciplina está
associada a anseios frustrados, necessidades, inseguranças, excessos de
cuidado e carinho ou se é simplesmente um problema em corresponder-se com
normas e regras.
A partir do momento que detectar as possíveis causas de
comportamentos indisciplinados, caberá ao orientador trabalhar com esse
aluno todos os seus aspectos emocionais, cognitivos, estéticos, sociais e
interpessoais, a fim de que esse profissional possa agir junto ao aluno e à
família para combaterem a indisciplina.
Um trabalho efetivo contra a indisciplina precisa levar em consideração o
ambiente escolar observado, acreditando-se na possibilidade de mudança de
postura, comportamento, e de transformação de determinada realidade.
Portanto, necessita-se mudar o que precisa ser mudado, viabilizar a
aprendizagem de valores e atitudes básicas como: o respeito mútuo, a
solidariedade, a cidadania, a busca de direito e deveres, não se esquecendo
que a família também é uma grande aliada nessa luta contra a indisciplina e a
instauração de uma disciplina, que não é algo imposto, mas algo que a ser
construído coletivamente e que corroborará para a melhoria das relações
humanas naquele espaço institucional.
40
CONCLUSÃO
Conforme se esperava, esse trabalho não tinha o objetivo de responder
a todos os questionamentos acerca das possibilidades no tratamento da
indisciplina, mas ao contrário, buscava promover um espaço de reflexão acerca
do caráter indisciplinar, a fim de instrumentalizar o fazer dos profissionais da
educação diante de tal tema.
Nesta reflexão procurou-se demonstrar que o olhar acerca da
indisciplina pode adquirir significações diferenciadas de acordo com os
pressupostos teóricos que são tomados como referência, olhar que pode
encaminhar para trabalhos diferenciados.
É interessante se ressaltar que há a necessidade de uma nova
compreensão sobre o tema da indisciplina, superando-se a visão de
unilateralidade e compreendendo-se que diversos são os aspectos que
corroboram para comportamentos indisciplinados.
Somente a conscientização acerca dos múltiplos fatores capazes de
desencadear a indisciplina, não possibilitará o tratamento eficaz dessa
problemática, mas sim a constante reflexão acerca das causas que levam a
essa problemática e o interesse pela busca de estratégias que procurem
solucionar tal tema.
Requer-se, na atualidade, que o orientador educacional além de
conhecer o contexto sócio-econômico e cultural da comunidade, bem como a
realidade social mais, deve ser um profissional da educação encarregado de
“desvelar” as forças e contradições presentes no cotidiano escolar, forças que
quando não identificadas podem interferir no ensino-aprendizagem dos alunos.
41
O orientador educacional comprometido com a Educação considera que
a escola precisa se constituir como um espaço social e político que corrobora
para uma sociedade mais democrática e mais humana. Logo, reconhece que
problemáticas como a indisciplina precisam ser analisadas por um prisma mais
humano.
Faz-se imprescindível a adoção de uma nova prática pelo orientador
educacional, prática que buscará o auxílio da comunidade escolar no
tratamento faz questões disciplinares, a fim de auxiliar os alunos na construção
crítica de parâmetros disciplinares. Ainda que essa missão pareça difícil, o
orientador não pode ver impossibilidade para alcançar esse objetivo se estiver
realmente comprometido com o ato de educar.
42
BIBLIOGRAFIA
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45
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO S 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR 10
1.1 – Conceituando (in)disciplina 11
1.2 – Fatores que causam a indisciplina escolar 12
CAPÍTULO II
DESVENDANDO A INDISCIPLINA ESCOLAR 19
2.1 – Pesquisa de campo
2.2 – Primeiro contexto observado 21
2.3 – Segundo contexto observado 26
CAPITULO III
DO PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 29
3.1 – As atribuições do orientador educacional
3.2 – Indisciplina face à Orientação Educacional 31
3.3 – O trabalho da Orientação Educacional frente à indisciplina escolar 33
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 42
WEBGRAFIA 44
ÍNDICE 45
46
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes
Título da Monografia: O papel do orientador
Autor: Patrícia Gomes Lins
Data da entrega: 26/01/11
Avaliado por: Mônica Melo Conceito: