UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE
ANÁLISE DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL DA UNICOBA DA
AMAZÔNIA LTDA: A GESTÃO ESTRATÉGICA DO LIXO ATRAVÉS
DA COLETA SELETIVA.
MANAUS-AM
2018
ADAILSON FEITOZA VEIGA
ANÁLISE DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL DA UNICOBA DA
AMAZÔNIA LTDA: A GESTÃO ESTRATÉGICA DO LIXO ATRAVÉS
DA COLETA SELETIVA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Ciências e Meio
Ambiente, como requisito obrigatório para obtenção
do Título de Mestre em Ciências e Meio Ambiente
pela Universidade Federal do Pará – UFPA. Área de
Concentração: Gestão Ambiental. Orientador: Prof.
Dr. Jerônimo Lameira Silva. Coordenador: Prof. Dr.
Claudio Nahum Alves.
MANAUS-AM
2018
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca de Pós-Graduação do ICEN/UFPA
______________________________________________________________ Veiga, Adailson Feitoza Análise do sistema de gestão ambiental da UNICOBA da Amazônia Ltda.: a gestão estratégica do lixo através da coleta seletiva/ Adailson Feitoza Veiga; orientador, Jerônimo Lameira Silva.-2018. 68f. il. 29 cm Inclui bibliografias Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Programa de Pós-Graduação em Ciências . e Meio ambiente , Belém, 2018.
1. Desenvolvimento sustentável. 2. Recursos naturais-Conservação. 3. Sustentabilidade e meio ambiente. 4. Resíduos sólidos. 5. Política Ambiental. I. Silva, Jerônimo Lameira, orient. II. Título. . . CDD – 22 ed. 338.927
____________________________________________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa científica à meus pais Inácio Sena Veiga e em especial a
minha mãe Tacila Feitoza de Oliveira (In Memoriam), que apesar de suas origens
simples, pequenos agricultores oriundos do interior do Amazonas, foram meus
primeiros incentivadores e patrocinadores da minha vida acadêmica. Dedico ainda à
meus filhos Gabriela Feitoza Veiga, Gabriel Vitor de Azevedo Veiga e Maria Clara
Nascimento Veiga, que me fornecem energias, alegrias e abrilhantam a minha vida
neste plano de evolução espiritual. Dedico ainda a todos os meus amigos, que sempre
estiveram presente na minha vida me influenciando e servindo de inspiração.
AGRADECIMENTOS
À Deus, em primeiro lugar por ter me dotado de capacidades da qual tenho me utilizado
para realizar meus sonhos.
Ao meu Orientador, Prof. Dr. Jerônimo Lameira Silva, por toda a sua elegância, cuidado
e zelo ao mostrar o melhor caminho a ser percorrido.
Ao Coordenador do PPGCMA, Prof. Dr. Cláudio Nahum Alves, por toda a sua
dedicação e empenho no que tange a qualidade de ensino do nosso curso.
À empresa Unicoba da Amazônia Ltda, que através do seu SGA serviu de fonte para
minhas pesquisas e dissertação.
Aos meus professores do PPGCMA da UFPA, por tanta sabedoria e conhecimentos
transmitidos.
À Msc. Tereza Rodrigues Felipe Cabral e ao Dr. Jandecy Cabral Leite, por proporcionar
o acesso ao PPGCMA da UFPA através do ITEGAM.
“É muito melhor lançar-se em busca de conquistas grandiosas, mesmo expondo-se ao
fracasso, do que alinhar-se com os pobres de espírito, que nem gozam muito nem
sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta, onde não conhecem nem vitória,
nem derrota.” (Theodore Roosevelt).
RESUMO
As organizações com estratégia de manutenção e expansão dos seus negócios vêm adotando nas últimas décadas posturas compromissadas com a chamada responsabilidade social, ética e ambiental, com perceptível envergadura para o uso sustentável dos recursos naturais. No presente trabalho o objeto de pesquisa foi o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da empresa Unicoba da Amazônia Ltda, com uma abordagem panorâmica elencando, analisando e criticando as políticas ambientais praticadas, além do mapeamento das oportunidades de melhorias no que tange a implantação de novas políticas ambientais de forma a mitigar riscos aos negócios e agregar valor aos produtos e serviços, como por exemplo, a gestão estratégica do lixo, através da coleta seletiva e a reutilização da água da estação de tratamento de esgotos. Outra abordagem se fez necessário no sentido de investigar e, também mapear as práticas sustentáveis, entendidas e empreendidas pela Unicoba, razão de enfatizar o âmago da questão, trazendo a baila reflexões no que concerne a essência desse valor no sentido mais íntimo e pujante para a organização, e dentro de tais características, também foram mapeadas oportunidades de melhorias sustentáveis para a aludida empresa. Instalando-se no Polo Industrial de Manaus em 2000, a Unicoba sempre foi uma empresa de vanguarda, sendo pioneira no Brasil no que tange a tecnologia para a manufatura D, justamente, por possuir 60% de luminárias LED nas suas vias públicas. Os investimentos tecnológicos da Unicoba, também canalizam esforços para a manufatura de baterias de celulares e fonte para computadores. A metodologia adotada foi a pesquisa quali-quantitativa com a utilização de instrumentos de coletas de dados, como questionários, e observação direta. Quanto aos procedimentos técnicos, foi utilizada a pesquisa de campo. Ao final, nos resultados, será demonstrado se o Sistema de Gestão Ambiental tem contribuído significativamente para expressivos resultados corporativos e se tem características sistêmicas e sustentáveis.
Palavras-chaves: Unicoba, Gestão, Sustentabilidade, Coleta Seletiva,
Cultura.
Sumário 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 9
1.2 IDENTIFICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA DE DISSERTAÇÃO ............................................ 11 1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................................... 13 1.4 CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA DA PESQUISA .................................. Erro! Indicador não definido. 1.5. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................... Erro! Indicador não definido. 1.6. ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................. Erro! Indicador não definido.
CAPÍTULO II ........................................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL .................................................................................................... 14 2.1 Questão Ambiental no Brasil ...................................................................................................... 14 2.2 Coleta Seletiva e Sustentabilidade .............................................................................................. 15 2.3 Evolução histórica do saneamento no Brasil .............................................................................. 16 2.4 O lixo urbano e consciência ambiental ....................................................................................... 19 2.5 A importância da Coleta Seletiva ................................................................................................ 21 2.6 Educação Ambiental ................................................................................................................... 23
CAPÍTULO III ......................................................................................................................................... 31
3. METODOLOGIA .................................................................................................................................. 31 3.1 LOCAL DA PESQUISA ................................................................................................................... 32
CAPÍTULO IV ........................................................................................................................................ 40
4 O PERCURSO HISTÓRICO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL COM ÊNFASE NA IMPLANTAÇÃO NA UNICOBA DO
PROJETO “A GESTÃO ESTRATÉGICA DO LIXO, ATRAVÉS DA COLETA SELETIVA” .............. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 4.1 Observação e análise dos resíduos sólidos industriais, administrativos, ambulatoriais e da área de refeitório. .......................................................................................... Erro! Indicador não definido. 4.2 Tabela de resíduos acondicionados de forma inadequada ......................................................... 42 Matriz de resíduos gerados por setor ............................................................................................... 43 4.3 Mapeamento dos resíduos gerados no processo produtivo em 2017............. Erro! Indicador não definido. Matiz 2 ................................................................................................... Erro! Indicador não definido. 4.4.VANTAGEM E DESVANTAGENS DA COLETA SELETIVA ..................... Erro! Indicador não definido. 4.5 Dificuldades para a manutenção da eficiência da coleta seletiva ... Erro! Indicador não definido.
5 RESÍDUOS RECICLÁVEIS/REUTILIZADO ............................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 5.1 Não recicláveis ................................................................................. Erro! Indicador não definido.
6 PROPOSTA DE COLETA SELETIVA A SER IMPLANTADA NA EMPRESA UNICOBA DA AMAZÔNIA ....... ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO. Matriz de estimativa para 1º semestre de implantação do projeto de coleta seletiva Erro! Indicador não definido. Mapeamento dos coletores na planta da Unicoba da Amazônia ..................................................... 48
7 ORÇAMENTO GERAL DO PROJETO ........................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 10 CONCLUSÕES/RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................... 62
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 64
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1. INTRODUÇÃO
A reciclagem dos resíduos sólidos é uma alternativa viável para propiciar
a preservação de recursos naturais, a economia de energia, A Revolução
Industrial, iniciada na Inglaterra em 1779, desencadeou o processo de
urbanização (Dias, 2002), mudando significativamente avida das pessoas. Um
tema que vem sendo discutido no Brasil dando referência a errada
denominação de lixo que é produzido pós-consumo e da poluição desenfreada
que ocorre no mundo. As grandes áreas urbanas onde estão situadas
empresas, indústrias, residências e que todos os dias produzem resíduos em
larga escala: plástico, garrafas, metais, material orgânico.
No entanto e necessário preservar o meio ambiente e criar uma nova
perspectiva a qual se fara presente por meio da responsabilidade social no
processo organizacional.
No século XXI a busca por soluções no que tange os problemas
ambientais e sustentáveis do nosso planeta se torna cada vez mais crescente.
Segundo Almeida (2009), as novas abordagens conceituais sobre o meio
ambiente, tais como a preservação, educação, sustentabilidade, ecologia,
controle dos recursos escassos e a pressão da sociedade, inclusive de
clientes, têm direcionado as organizações a pensar modelos eficazes com
posturas e comportamentos compromissados com o meio ambiente. Nesse
contexto a Educação Ambiental e uma aliada de programas de coleta seletiva
de lixo identificando problemas os quais poderão impactar a qualidade de vida
do cidadão ampliando assim a quebra de paradigmas permitindo abrir novos
horizontes na busca de alternativas individuais e coletivas frente aos problemas
socioambientais proporcionando uma mudança de mentalidade nos aspectos
econômicos, ecológicos, éticos, culturais e políticos.
Destarte, as organizações tratam suas questões relacionadas ao meio
ambiente em escalas e escopos diferentes, ou seja, umas com maior
preocupação, responsabilidades e compromissos e outras nem tanto, isso se
torna uma constante em detrimento da constatação de que toda empresa
causa impactos ambientais em escalas e escopos também proporcionais.
Portanto, com a intensificação dos estudos nessa área, que nos levam a refletir
que somos os responsáveis pela degradação e ao mesmo pela preservação do
planeta, incluindo as pessoas jurídicas, a tendência é que as empresas cada
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vez mais, planejem investimentos na área ambiental para que os impactos
causados ao meio ambiente em razão dos seus processos fabris sejam
amenizados com alternativas sustentáveis e ao mesmo tempo agregando valor
aos produtos e serviços finais.
Essa pesquisa aborda o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) no processo
da implantação de um programa de coleta seletiva no aspecto de mudanças de
atitudes, valores e na sensibilização e o aumento da produção de resíduos per
capta na organização. Isto posto trará grandes benefícios à população
proporcionando o destino correto do lixo. Diante das discussões acerca da
temática em questão a população local e organização poderão alcançar
objetivos significativos concernentes na geração e transformação do sistema
ambiental socioeducativo, sendo uma alternativa a organização como meio de
melhorar e contribuir com a qualidade de vida dos colaboradores uma vez que
o programa trará benefícios emergindo o desenvolvimento de competências e
economias emergentes no processo do SGA na empresa UNICOBA a qual
poderá servir de modelo no Polo Industrial da cidade Manaus.
A empresa em estudo destaca-se por estar em processo de
implementação da Norma NBR ISO 14001:2015, conforme dados fornecidos
pela área ambiental da empresa, observa-se ainda, que a adaptabilidade dos
processos para atender as práticas ambientais corretas, conforme rege a
legislação brasileira se faz presente como fator que agrega valores e
estratégias a fim de que as politicas sejam atendidas e praticadas dando
suporte e cumprindo com seu papel ao meio ambiente e a responsabilidade
social.
A reciclagem tem como objetivo desenvolver e aplicar os projetos
proporcionando à população a sustentabilidade no reaproveitamento dos
resíduos sólidos, sendo indispensável ao meio ambiente e trazendo vantagens
no âmbito organizacional, além, de cumprir com os fenômenos observáveis e
transformando o ser humano a pensar mais criticamente, e ser um agente
multiplicador do processo apreendido como meio de sobrevivência ao contexto
socioeducativo organizacional.
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1.1. ESTRUTURA DO TRABALHO
No Capitulo I, introdução: são apresentados de maneira clara, os
componentes elementares e os fatores ao estimulo da pesquisa, permeando os
objetivos, a relevância e contribuição da dissertação e o escopo descritivo do
estudo.
No Capítulo II, refere-se á revisão bibliográfica e o estado da arte por meio
de pesquisas em autores renomados. Destarte os capítulos, são descritos
detalhadamente os elementos necessários à composição do SGA com ênfase
a coleta seletiva e permeando a sustentabilidade.
No Capítulo III, neste item abordam-se os procedimentos metodológicos e
suas características que permitiram desenvolver métodos e técnicas por meio
da observação, da especificação do problema da pesquisa, caracterização e a
arquitetura da pesquisa, dos participantes, inclusão, exclusão, coleta e análise
de dados.
No Capítulo IV, apresenta o percurso histórico do Sistema de Gestão
Ambiental com ênfase na implantação do projeto da coleta seletiva na
UNICOBA, com o intuito de desenhar o processo por meio da ferramenta da
qualidade e seus pressupostos fazendo um comparativo equivalente da
questão econômica sustentável para o colaborador e organização. Por ultimo,
apresentam-se as conclusões proporcionadas pelos resultados da dissertação,
recomendações e aplicações do projeto como modelo da coleta seletiva, a fim
de divulgar em nível regional, nacional e internacional, que as organizações do
Polo Industrial de Manaus (PIM) possam adotar a Responsabilidade Social
Ambiental.
1.2 IDENTIFICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA DE DISSERTAÇÃO
Com a melhoria continua na administração de empresas, o SGA torna-se
uma ferramenta necessária e indispensável para a saúde dos negócios e
sobrevivência das empresas. Segundo o INMETRO, no Brasil até 2016, cerca
de 1970 empresas receberam a certificação da ISO 14001, sendo deste total,
82 empresas amazonenses. É importante salientar que para implantar o SGA,
a empresa não precisa necessariamente da certificação da ISO 14001, o que
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facilita a implantação de uma ferramenta para gerir os processos ambientais
dentro de qualquer empresa.
Observamos que o percurso da história no que tange as ações implantadas
em razão da preservação ambiental é fruto de vários problemas e sinistros
ambientais acontecidos em vários continentes. Diante dos fatos grandes
inquietações foram determinantes e motivacionais para eleger o SGA da
Unicoba, como elemento eixo de estudo para a pesquisa científica ora
apresentada. Uma das inquietações é justamente compreender tal processo,
analisar cenários e mapear oportunidades, inclusive, no que diz respeito à
política de sustentabilidade.
À medida que as análises das posturas ambientais exigidas pelas empresas,
com envergadura para a preservação do meio ambiente e controle dos
recursos escassos são realizadas e classificadas como vitais para a
sustentação dos negócios das organizações, demonstrando além da
preocupação ambiental, a preocupação social, econômica e financeira das
empresas e da sociedade. Diante do exposto, cuidar do meio ambiente faz
parte das estratégias organizacionais, portanto foi necessária uma investigação
a fim de compreender o processo desenvolvido na melhoria e transformação do
cenário vigente ambiental.
Tendo em vista o preceituado à pesquisa também se debruçará sobre as
políticas de treinamentos voltadas para as questões ambientais, utilizando
ferramentas, no sentido de potencializar oportunidades que possam melhorar
tais programas, inclusive, o nível e os mecanismos de comunicação aplicados
aos programas de treinamentos em SGA.
As empresas têm tomado outros rumos neste atual cenário,
especificamente ao tratarmos do SGA, levando em conta dentre inúmeros
fatores o enfraquecimento regional e demográfico.
A preservação do meio ambiente e responsabilidade social passaram a
fazer parte do cotidiano das empresas, que tiveram que se adequar
especialmente às legislações relacionadas à qualidade, meio ambiente e
responsabilidade social se tornam mais competitivas no mercado.
Conforme a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente de N° 6.938/81,
em seu art. 3º, inciso I, que é resoluto quando diz que, “Meio ambiente é o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
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biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Perante
o preceituado, é enfática a resolução que defende este conjunto regido pelas
suas diretrizes, precisam estar esclarecidas e rigorosamente respeitadas para
a harmonia e equilíbrio do homem com o meio onde vive. Permitindo assim que
o ser humano uma vez conhecendo as leis poderá também contribuir
significativamente para o progresso do sistema o qual esta inserido.
Essa pesquisa justifica-se muito mais ainda, pela externalidades
positivas decorrentes do ganho ambiental gerado pelo reaproveitamento dos
resíduos recicláveis, pois à medida que a sustentabilidade adquire a
capacidade de manter o padrão da vida social adequada aos cidadãos
permeando que na organização seja construtor das ações, estabelecidas na
projeção de uma conjuntura arquitetônica, baseada e fundamentada nas
questões socioambientais, enfatizando como agente multiplicador, uma vez
que recebeu treinamento adequado das politicas ambientais na universalidade
do estudo proposto, aplicando métodos e ferramentas, tornando-se um
instrumento para avaliar bens e serviços pertinentes ao programa de coleta
seletiva, gerando renda em função da aplicabilidade da valorização do
contingente economicamente sustentável.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Analisar o SGA da Unicoba, bem como, identificar, contextualizar e
explicar suas práticas sustentáveis, propondo a partir das oportunidades
constatadas a implementação de ações e políticas ambientais sustentáveis
para tornar o SGA da Unicoba ainda mais atraente, eficiente e eficaz.
E especificamente estará contemplando os seguintes itens.
Implantar o sistema estratégico do lixo, por meio da coleta seletiva;
Estudar a política de sustentabilidade empreendida pela UNICOBA ;
Compreender os procedimentos que a UNICOBA adotou para a
adequação do SGA à certificação da ISO 14001;
Conhecer as ações, práticas e políticas utilizadas no SGA e mapear
oportunidades de melhorias sustentáveis.
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CAPÍTULO II
2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL
A categoria chamada de desenvolvimento sustentável surge no século
passado tendo em sua essência uma crítica, mas, segundo alguns
posicionamentos, na verdade, trata-se de uma tentativa de perpetuar o modelo
de acumulação de capital em outras bases (LEFF, 2006, 2010, 2006; ALIER,
2007). No Brasil, essa expressão foi inserida no cotidiano institucional nacional
no encontro do Rio de Janeiro, conhecido como ECO-92, em 1992. Nesse
momento histórico buscou-se demarcar a responsabilização das nações que
mais consomem os recursos naturais no mundo. Ficou estabelecido que o
desenvolvimento devesse ser atrelado à noção de sustentabilidade, ou seja,
dever-se-ia ter como direito o desfrutar de um meio ambiente saudável e
equilibrado, que deve ser preservado para as atuais gerações e as próximas
(SILVA, 2008; SILVA, 2010).
2.1 Questão Ambiental no Brasil
O meio ambiente, na verdade, só veio ganhar destaque no cenário
político nacional entre os anos de 1989 e 1992, instigados pela discussão
internacional, desde a convenção de Estocolmo (1972), mas ainda dando
ênfase ao meio ambiente como um problema global e não local, apesar da
existência de uma lei que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente e da
ampliação dessa institucionalização jurídica do tema na Constituição de 1988.
É importante considerar que a gestão ambiental é uma prática muito recente,
que vem ganhando espaço nas instituições públicas e privadas. Através dela é
possível a mobilização das organizações para se adequar à promoção de um
meio ambiente ecologicamente equilibrado.
No século XXI percebemos que esse tema em questão tem sido dado e
recebido um apoio muito melhor nas organizações, haja vista a preocupação
ser importante ao aplicar o conceito de sustentabilidade, a fim de preparar e
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capacitar os profissionais fazendo uma interface entre colaboradores, diretores
e sociedade, pois o governo tem um papel relevante nesse âmbito quanto à lei
e o desenvolvimento sustentável estabelecendo critérios ambientais a ser
cumpridos por todos permeando mudanças de comportamentos e padrões
contribuindo com a ética no contexto das ações socioambientais.
No que tange as organizações no Polo Industrial de Manaus, é
importante fazer um desenho da estrutura ambiental aplicando as politicas
ambientais fortalecendo mecanismos mediando à participação e o
entendimento para uma discussão a qual poderá emergir novos projetos e
sensibilizar quanto à degradação ao meio ambiente. A Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ou Eco-92 reuniu chefes de
Estados e representantes oficiais de 179 países e, ainda, organizações não
governamentais de todo o mundo em um evento paralelo, a fim de permitir a
participação da sociedade na construção de programas e ações para o
desenvolvimento sustentável que irá contribuir estrategicamente nas politicas
pública por meio de uma metodologia participativa.
2.2 Coleta Seletiva e Sustentabilidade
A questão ambiental vem sendo discutida por todo o mundo devido a
grande quantidade de resíduos que surgem a cada dia, interferindo na
qualidade de vida das pessoas. Essa qualidade de vida é notada claramente
nas enfermidades e anomalias no homem e animais.
A humanidade consumidora descarta seus utensílios, muita das vezes
sem ter um comprometimento desses e suas consequências. Isso ocorre muito
mais nas áreas urbanas onde estão situadas empresas, indústrias, residências.
Com a falta de tratamento adequado num processo de seletividade na coleta o
meio ambiente sofre e apresenta esse impacto da falta de responsabilidade
social.
O Caderno Globo Universidade (2012, p.13), O tema de resíduos sólidos é bem recente no Brasil – a lei relata que: que institui a Politica Nacional de Resíduos Sólidos data de agosto de 2010. A previsão legal, entretanto, não muda por si só o comportamento de uma sociedade. É com base no comportamento atual que devemos buscar as soluções para a temática dos resíduos sólidos.
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As grandes fábricas no período do surgimento Industrial sem tomar
qualquer consciência sobre o grande dano que causará ao meio ambiente
jogam seus lixos e resíduos para a natureza. A urbanização também é fator
primordial nesse processo de poluição. Numa retrospectiva histórica da
civilização humana, PEREIRA et al. (2013) relata que a ocupação da terra e a
crescente migração da população para as cidades, desencadearam um maior
descarte dos resíduos e aumento do lixo, comprovando ainda que, a
eliminação dos mesmos não sofreu mudanças profundas, pois no século 5 a.C.
na Grécia as pessoas eram responsáveis pelo transporte dos resíduos, lixos
gerados por suas atividades sociais, familiares e econômicas.
2.3 Evolução histórica do saneamento no Brasil
Compreender a evolução histórica do saneamento no Brasil, segundo
Rezende e Heller (2008) diz que ela é influenciada pelo panorama sanitário dos
colonizadores portugueses em suas práticas de higiene, cuidados com a
saúde, recolhimento de lixo e dejetos. Isso implica retroceder o tempo na
história da sociedade europeia e no modo de vida dos povos da antiguidade.
Nesse tempo não era comum os sujeitos se preocuparem com a geração de
resíduos. Só passaram a dar atenção necessária aos cuidados coletivos com
saúde e saneamento após o surgimento de grandes epidemias e pandemias,
como por exemplo, a Peste Negra ou Peste Bubônica. Perceberam que os
cuidados faziam com que as doenças fossem eliminadas ou mesmo
controladas. Essa situação indicava a necessidade de uma organização de
ações de tratamento dos resíduos.
Juuti (2007) diz que foi durante esse período, que houve uma
preocupação com o despejo de lixo na água corrente. O hábito de despejar
resíduos na água não é um problema do período atual, perdura há anos: desde
a idade antiga até os dias de hoje, motivo de atritos em várias partes do Brasil.
Além da morosidade no processo de regulamentação do sistema brasileiro
integrado de gestão de resíduos sólidos, ainda enfrenta-se a urgência de
colocar em prática a legislação. Somente a partir do final da década de 80
surgiram as primeiras iniciativas legislativas sobre as diretrizes voltadas aos
resíduos sólidos. Após 21 anos de tramitação no Congresso Nacional aprovou-
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se a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). Esse longo período de
espera da aprovação da PNRS configura-se como um indicador da falta de
atenção merecida à área dos resíduos sólidos pelo poder público.
Após a década de 90 as discussões sobre os resíduos começaram a ser
sistematizadas. Houve a constituição de alguns grupos de trabalho e
comissões específicas, contribuições de seminários sobre o tema e dos
anteprojetos de lei apensados ao Projeto de Lei nº 203, de 1991 (BRASIL,
2010). Esse Projeto de Lei refere-se às etapas de acondicionamento, coleta,
transporte, tratamento e disposição dos resíduos de serviços de saúde,
delineando o que seria regulamentado, somente em agosto de 2010, na
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que define as diretrizes
nacionais para a gestão dos resíduos sólidos.
Acreditavam que a maneira mais fácil de amenizar o problema dos
resíduos era removê-los para longe os despejando em locais impróprios. Zaneti
(2006, p. 37) considera que “[...] esse tipo de ação não resolve o problema, já
que mesmo longe, o lixo fica depositado em algum lugar, contaminando o meio
ambiente.” No entanto, isso tudo é ilusão segundo a perspectiva que considera
o ser humano como parte do meio. Nessa lógica ao mesmo tempo em que o
sujeito é poluidor também sofre as consequências desse ato. A vida humana
faz parte do circuito retroativo em que “[...] vai unir o ser vivo a seu
ecossistema, um produzindo o outro reciprocamente [...]” (MORIN, 2008, p.
254).
Historicamente a relação que vem ocorrendo da autodestruição foi de
certa forma impulsionada pelo surgimento da Revolução Industrial, iniciada no
fim do século XVII no qual se intensificou no decorrer do século XVIII, se
tornando responsável pela crescente necessidade de explorar cada vez mais
os recursos naturais em busca de matéria-prima. Foi um momento intenso de
desenvolvimento industrial, tecnológico e científico no mundo. Os reflexos
dessa revolução foram sentidos pelo ser humano nos mais diversos campos:
tecnologia, saúde, meio ambiente, educação e trabalho. Carvalho (2003) deixa
bem claro quando a firma que:
A Revolução Industrial, dada início no século XVIII, alicerçou-se, até as primeiras décadas do último século, nos três fatores básicos da
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produção: a natureza, o capital e o trabalho. Porém desde meados do século XX um novo, dinâmico e revolucionário fator foi acrescentado: a tecnologia. Esse elemento novo provocou um salto, qualitativo e quantitativo, nos fatores resultantes do processo industrial. Passou-se a gerar bens industriais numa quantidade e numa brevidade de tempo antes impensáveis. Tal circunstância, naturalmente, não se deu sem graves prejuízos à sanidade ambiental (CARVALHO, 2003, p.67).
Nesse sentido a natureza que teve que arcar com a maior parte das
consequências do desenvolvimento industrial. Com o pretexto de oferecer
melhorias e qualidade de vida à população através de produção e consumo, foi
iniciado um processo de agressão ambiental sem estudos sobre as
consequências futuras.
FIORILLO (2007) apud Carvalho (2016) diz que os termos lixo e resíduo
podem ter o mesmo significado. Num conceito genérico, pode-se afirmar que
constituem toda substância resultante da não interação entre o meio e aqueles
que o habitam, ou somente entre estes, não incorporada a esse meio, isto é,
que determina um descontrole entre os fluxos de certos elementos em um dado
sistema ecológico. Numa linguagem coloquial, é o “resto”, a “sobra” que não
reaproveitada, dando origem a uma desarmonia ecológica.
PEREIRA et al. (2013) esclarece que, os resíduos sólidos são
comumente denominados lixo. O lixo pode ser classificado quanto à origem,
composição química, presença de umidade e, por fim, quanto à toxicidade.
Após a fabricação, o manuseio e a utilização de quaisquer materiais, sobras,
desperdícios e resíduos são gerados em suas diversas formas. Muitos desses
resíduos são descartados de forma irregular, sem qualquer tipo de cuidado ou
tratamento.
Ainda o autor PEREIRA et al. (2013) faz uma importante observação
dizendo que o crescente descarte de resíduos sólidos, líquidos e de outros
tipos contribuem para o aumento da degradação ambiental. A partir da
fabricação, o manuseio e a utilização de quaisquer materiais, sobras,
desperdícios e resíduos são gerados em suas diversas formas. São muitos
desses resíduos que serão descartados de forma irregular, sem ter qualquer
tipo de cuidado ou tratamento. Os resíduos sólidos (sobras, desperdícios ou
simplesmente resíduos) são comumente denominados lixo.
Milaré (2007) apud Carvalho (2016, p.18) afirma que:
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As formas mais comuns da destinação do lixo são os populares “lixões”, aterros sanitários, usinas de compostagem, reciclagem e incineração, sendo o lixão uma forma ultrapassada de disposição final, sem qualquer estudo prévio, monitoramento ou tratamento. Importante esclarecer que o item X da Portaria 053/1979 já proíbe esse tipo de disposição final. O aterro sanitário ainda é uma das formas tecnicamente adequadas de disposição final e a menos custosa de ser implantada.
Com o passar dos tempos vários fenômenos naturais e antrópicos
surgiram e passaram a assolar a humanidade, como: o efeito estufa, a
poluição, a camada de ozônio, o degelo das calotas, a inversão climática, e,
outros. Os indivíduos tiveram que ter conhecimento e começar a compreender
que estamos no mesmo espaço e dividimos o mesmo meio e o que afeta a um
termina por afetar a todos.
Leff (2001) apud Silva (2017) afirma que:
O conceito de ambiente gera, portanto, uma corrente que vai se entrelaçando nas tramas da sustentabilidade e nas artimanhas do discurso do desenvolvimento sustentável, definindo categorias de racionalidade e de saber ambiental, problematizando o avanço das ciências e da interdisciplinaridade, para penetrar com sua visão crítica no campo das etnociências, do habitat, da população, do corpo, da tecnologia, da saúde e da vida (LEFF, 2001, p.13).
2.4 O lixo urbano e consciência ambiental
No mundo inteiro a população vem aumentando sem controle o lixo
urbano pela grande massa de consumismo, resultando em um elevado número
de resíduos nas últimas décadas. Em 2011 éramos 7,3 bilhões, e, segundo
estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) no Relatório World
Population Prospects: The 2015 Revision (UNITED NATIONS, 2015, p.01) irá
chegar em 8,5 bilhões em 2030, e, em 2050, prováveis 9,7 bilhões de
habitantes. Nesse sentindo a conscientização que se apresenta na atualidade e
o relacionamento do ser humano com o planeta Terra tende à degradação
ambiental, então, parece lógico que o futuro deste populoso planeta dependerá
diretamente de uma reorientação dessa relação.
20
Fala-se muito de conscientização ambiental, mas pouco se tem locais
adequados para as coletas seletivas. Encontramos muito as famosas “lixeiras
viciadas”, essas são “organizadas” pela própria população. Essas lixeiras
precisam ser trabalhadas com a população de forma educacional e maçante,
no intuito de que possa ser eliminadas para que o meio ambiente possa
“respirar”.
Na sociedade industrial e urbana, a aquisição e o acúmulo de bens
ultrapassaram a satisfação das necessidades de sobrevivência, relacionando-
se ao habitus (BOURDIEU, 1983), da segurança em longo prazo, logo, o prazer
da compra não era imediato, mas uma promessa de felicidade futura
(BAUMAN, 2008).
A crise ambiental que vem sendo vivenciada pelas sociedades humanas
em todo o planeta tem gerado sofrimento, dúvidas e insatisfações. Vive-se uma
crise de valores. Os modelos de felicidade, baseados na capacidade de
adquirir bens materiais e na ideia de que os recursos naturais durariam para
sempre, se tornaram um sonho impossível para a maioria da população. Os
resultados são sentimentos de frustração e baixa autoestima.
Vivemos em uma época em que a grande utopia é a busca da felicidade privada, e o consumo é visto como um dos meios para alcançar essa felicidade. Mas todo mundo sabe que o consumo não faz ninguém feliz. Consumir traz satisfação, que não é a mesma coisa que felicidade. Se você compra um carro, se faz uma viagem, o consumo lhe proporciona uma sensação de evasão, o faz esquecer seus problemas, mas esse sentimento é temporário. Então a civilização hipermoderna tem algo de paradoxal (LIPOVETSKY apud GARCIA & GENEROZO, 2013, p. 2).
Desta forma, pode se enfatizar que em todas as sociedades houve
desperdício, dilapidação, gasto e consumo sempre além do estritamente
necessário, pela simples razão de que é no consumo do excedente e do
supérfluo que tanto o individuo como a sociedade sentem-se não apenas pelo
existir, mas também viver. (BAUDRILLARD, 2008).
21
2.5 A importância da Coleta Seletiva
Nas grandes indústrias já se encontram as coletas. No entanto, resta
saber se ao serem entregues as empresas de coleta do lixo o caminho dado
serão adequados e tratados ecologicamente correto.
O mundo inteiro produz muito lixo. Esse é o alerta que vem sendo falado
o tempo todo. Que as maiores empresas tem que diminuir a poluição
ambiental. Mas o consumismo também de uma forma indireta contribui para
que isso aconteça. Hoje, há uma maior facilidade de compra e venda, vivemos
na era da tecnologia, da internet, o mecanismo facilitador para todo e qualquer
meio de comunicação global.
A importância da educação ambiental nos dias atuais vem incentivando
estudiosos do mundo inteiro a debaterem e divulgarem cada vez mais sobre a
necessidade do envolvimento e participação da população no debate
ambiental. Andrade et al (2008) diz que isto é uma forma de garantir a adoção
de mecanismo que viabilize uma mudança comportamental nas pessoas,
referentes ao uso dos recursos naturais de forma racional e sustentável, sem
prejuízo à natureza e à qualidade de vida do planeta e das sociedades
presente e futura.
Segundo Silva (1978, p.89) apud Andrade et al (2008):
É necessário o desenvolvimento de práticas que fomentem o progresso sobre a ótica do desenvolvimento sustentável calçado em bases de ferramentas tecnológicas para a produtividade e o crescimento econômico em defesa da evolução humana, contudo evitando-se a degradação do meio ambiente. A educação ambiental pode proporcionar essa mudança comportamental na população. A meta principal deve ser a construção de sociedades sustentáveis, mediante ações voltadas à minimização de resíduos, à conservação do meio ambiente, à melhoria de qualidade de vida e à formação de recursos humanos comprometidos com a sustentabilidade da economia e dos recursos naturais do planeta.
A objetividade é a fomentação na formação de pessoas que tenham a
sensibilidade e capacidade de refletir, compreender e recriar novas alternativas
e formas de crescimento e desenvolvimento econômico para tomar decisões
com valores coletivos, solidários e comprometidos com toda a sustentabilidade
das ações.
22
Está aprendizagem ocorre a partir de toda uma nova visão do que é
natureza, do que é meio ambiente, do que é urbanização e o homem inserido e
contido nela. É na urbanização que se pode obter resultados na coleta seletiva.
Pois esta mesma urbanização esta dentro das empresas, fábricas, indústrias
onde há o Sistema de Gestão Ambiental. Este Sistema objetiva qualificar e
organizar toda a questão ambiental nas empresas com conscientização da
questão.
Nesse sentido é percebida a importância de se procurar e dar o valor
necessário que é através da educação ambiental com foco na coleta seletiva,
criando motivação para que as possas possam criar responsabilidade pela
primeira triagem dos resíduos. Chiavenato (1993 apud Andrade et al (2008)
afirma que isto desenvolverá simultaneamente, uma consciência coletiva e
ecológica e, também, orientando as pessoas para contribuírem com a geração
de emprego e renda para os catadores, bem como para a preservação do meio
ambiente. Afinal é oportuno lembrar que: “O termo motivação refere-se, assim,
a sentimentos de realização, de crescimento e de reconhecimento
profissionais, manifestados por meio de execução das tarefas e atividades que
oferecem desafio e significado para o trabalho”. (CHIAVENATO, 2008, p.66).
No contexto da atualidade será sempre necessário lembrar que é no
saber educativo que acontecerá o sentido de acessar os valores ambientais da
sociedade. Portanto, a educação funciona e funcionará como diz Carvalho
(2001) “Uma prática interpretativa, que desvela e produz sentido e contribui
para a constituição do horizonte compreensivo das relações sociedade-
natureza e para a invenção de um sujeito ecológico”. A educação ambiental
pode ser desenvolvida por meio de vários instrumentos educacionais formais e
informal como nas escolas, nas igrejas, nas comunidades, entre outros lugares
de acesso público. A educação ambiental informal, no que se refere aos
resíduos sólidos, pode possibilitar o exercício de cidadania motivando com que
as pessoas possam participar cada vez mais do sistema mediante a coleta
seletiva. A escola é uma das maiores ferramentas educacionais nesse sentido,
onde pode efetivar mudanças comportamentais na sociedade. No entanto, para
que se tenha um processo sustentável, tem a necessidade da participação das
instituições sociais, governamentais, institucionais e não governamentais
desenvolvendo uma total sustentabilidade neste processo. Segundo Reigotta
23
(1998, p.47) apud Andrade (2008), “A escola tem sido, historicamente, o
espaço indicado para a discussão e o aprendizado de vários temas urgentes da
atualidade, como resultado da sua importância na formação dos cidadãos”.
2.6 Educação Ambiental
A educação ambiental é a forma de maior concepção e a prática para
uma grande mudança da população em relação ao seu comportamento,
hábitos e atitudes na gestão de resíduos sólidos e no processo de coleta
seletiva. Para que isso aconteça se faz necessário que haja uma metodologia
onde deverá conduzir no sentido de elaborar conceitos em relação a
capacidade de formação, capacitação, produção de questionamentos a
respeito da preservação ambiental poderá multiplicar os conhecimentos em sua
praticidade, pelas comunidades, no sentido do esclarecimento da população
em torno dos problemas ambientais causados pela grande quantidade gerada
de resíduos, sua disposição final e sobre os problemas ambientais
consequentes ao meio ambiente.
Nessa educação ambiental se busca a questão da sustentabilidade num
desenvolvimento sustentável e ambiente urbano onde o ritmo das atividades e
a geração de resíduos na atualidade são algumas das principais preocupações
da sociedade no sentido total da conservação ambiental como também de
garantir uma sobrevivência com qualidade das futuras gerações.
Souza (2005) relata que existe uma preocupação global em crescer
conservando o ambiente e desenvolvendo atividades econômicas que não
degradem a natureza. O desenvolvimento sustentável é o que preserva o
ambiente, sobretudo os recursos naturais não renováveis.
Segundo Queiroz (2014, p. 20, 21):
A definição de sustentabilidade surge, então, com a necessidade de desenvolver atividades que durem em longo prazo, se auto mantendo e abastecendo o presente e preservando a sobrevivência futura da atividade. O desenvolvimento sustentável propõe a sustentabilidade em todos os setores, em especial no ambiente, pois este é formado de recursos essenciais à sobrevivência humana e precisam ser sustentáveis para atender às necessidades básicas.
24
Existe uma grande questão sobre sustentabilidade, pois, há uma
necessidade humana onde é impossível não mexer com a natureza. Contudo,
há também a necessidade de preservação da natureza. Um necessita do outro
para seu próprio sustento.
Para Fenzl (2001):
Existe uma constante confusão entre desenvolvimento sustentável e preservação ambiental. “Qualquer processo econômico (mesmo sendo ele no nível de uma sociedade de coletores e caçadores) exige a permanente intervenção e transformação da natureza não humana. Nosso ambiente não é a "natureza" no senso estrito da palavra, senão é o produto de nossa intervenção coletiva. Assim, o que se busca é a sustentabilidade desta intervenção, apropriação e transformação da natureza. De princípio isto não tem nada ver com preservação ou conservação da natureza. Entretanto, a preservação pode se tornar imprescindível para poder garantir a disponibilidade de determinados recursos vitais ou a manutenção de certos parâmetros ambientais que possam garantir nossa vida sem prejuízos para a próxima geração.
Nesse sentido, a conscientização e a busca de equilíbrio entre um e
outro são pontos cruciais de grandes discursões para que se chegue a um
entendimento coerente. FENZIL & MACHADO (2009) afirmam que as ações
irracionais sobre o ambiente produzem efeitos desastrosos, como: impactos
ambientais, níveis de injustiças sociais crescentes e uma voracidade
desenfreada em relação aos recursos naturais. A percepção dessas limitações
do modelo econômico globalizado traz consequências profundas na maneira de
encarar o futuro da humanidade. Assim, o desenvolvimento sustentável pode
ser considerado de certa maneira um contra conceito, na medida em que ele
surge como antítese a um desenvolvimento econômico e social do planeta que
é percebido como insustentável.
A Coleta Seletiva é sem dúvida alguma uma das maiores soluções no
que se refere ou se espera para ter um controle adequado no desperdício do
lixo ou resíduo urbano e empresarial. Pois, juntos com outros programas
poderá combater a questão da poluição do meio ambiente.
O consumismo deve ser trabalhado. Há uma necessidade coletiva de
possuir e descartar sem nenhuma consciência o que não serve, o que é
“entulho” doméstico. Esse comportamento urbano deve ser reeducado e
trabalhado na coleta seletiva. Essa coleta por outro lado deve ser devidamente
25
administrada por empresas coletoras com seriedade. (FENZIL & MACHADO,
2009).
No que se refere às indústrias e sua fabricações. Já há todo um trabalho
e preocupação e reeducação, dentro de seus espaços particulares. Em muitas
outras empresas, seja em qual segmento for se encontra uma campanha sobre
a fidelidade do copo descartável. Essa conscientização faz com que as
pessoas tenham a atenção no desperdício desses copos e possam
compreender de forma educativa a necessidade desse controle. São de certas
formas uma maneira simples, contudo faz com se “plante uma pequena
semente” de atenção sobre o problema que assola a humanidade, o lixo.
(FENZIL & MACHADO, 2009).
Esses programas preventivos precisam estar presentes em todos os
lugares de forma maçante para que realmente haja entendimento e
compreensão do que estão acontecendo no processo “homem e meio
ambiente e meio ambiente e homem”, suas reais necessidades e um convívio
saudável com qualidade por ambas as partes. Um desses processos é a
reciclagem. O Brasil é ainda um país onde pouco se recicla. A reciclagem pode
colaborar com as empresas na gestão sustentável eficiente nos resíduos
gerados. Esse sistema tem o início a partir de um diagnóstico seguindo por
etapas desenvolvendo soluções e finalmente tendo a implantação e gestão. A
reciclagem busca e trás soluções práticas e sustentáveis para todos. Contudo,
o Brasil tem tido números satisfatórios de reciclagem nos últimos anos. Esses
números permitem uma comemoração nos resultados preventivos e de
redução dos resíduos jogados nos aterros, rios e córregos. São toneladas de
materiais que além de serem novamente utilizadas, geraram renda para uma
parcela da população. (FENZIL & MACHADO, 2009).
A Coleta Seletiva é a coleta diferenciada de resíduos que foram
previamente separados segundo a sua constituição ou composição. Ou seja,
resíduos com características similares são selecionados pelo gerador (que
pode ser o cidadão, uma empresa ou outra instituição) e disponibilizados para
a coleta separadamente. De acordo com a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, a implantação da coleta seletiva é obrigação dos municípios e metas
referentes à coleta seletiva fazem parte do conteúdo mínimo que deve constar
26
nos planos de gestão integrada de resíduos sólidos dos municípios. (FENZIL &
MACHADO, 2009).
De acordo com o site reciclagem e coleta seletiva
(www.setorreciclagem.com.br), um dos produtos recicláveis mais comuns são
as latinhas de alumínio. De acordo com a Associação Brasileira de Alumínio,
em 2004, o Brasil reciclou nove bilhões de latinhas, o equivalente a 121 mil
toneladas que correspondem a 95,7% da produção nacional. Outra importante
marca de sucesso para a coleta seletiva destaca o Brasil com a reciclagem de
173 mil toneladas de garrafas plásticas de refrigerante tipo PET, em 2004, com
o equivalente a 48% da produção nacional. No caso do vidro, o Brasil produz,
em média, 890 mil toneladas por ano, onde 45 % são reaproveitados pela
indústria.
O lixo e o tratamento dado a ele têm que deixar de ser um problema
oculto aos olhos da população e requer providências urgentes por se tratar de
qualidade de vida das pessoas e do planeta. É necessário que se tenha
consciência da necessidade de técnicas eficientes na decomposição das
matérias orgânicas (como a compostagem), bem como mudar os padrões de
produção e consumo de matérias, utilizando os princípios dos 3R’s (Redução,
Reutilização e Reciclagem) dos resíduos sólidos. (MONTEIRO, 2001)
É preciso que haja um entendimento e compreensão que o grande
problema do meio ambiente não é a forma pela qual se dá a reciclagem ou a
coleta seletiva do lixo, mas sim o descarte desordenado, este sim, inclusive, é
o principal gerador dos grandes lixões. Aliado a isto se cita: a falta de uma
cultura comunitária para os princípios dos 3R’s, a falta de logística necessária
para a coleta de resíduos, a falta de educação de ambiental formal e não
formal voltada para conscientização, participação, emancipação e, ainda, a
falta de pesquisa direcionada para a preservação do meio ambiente de forma
sustentável. Em outras palavras, faltam principalmente políticas públicas e
privadas que reduzam a produção de lixo e a poluição da natureza, bem como
a exploração dos recursos naturais de forma predatória e criminosa.
No pensamento Barsano (2012) define os resíduos sólidos, “São todos
os rejeitos das diversas atividades humanas, são materiais não aproveitados
que se encontram em estado sólidos”. Os resíduos sólidos urbanos podem ser
classificados em: Resíduos sólidos do dia a dia das atividades residenciais, de
27
serviços e industriais: papel, papelão, vidros e embalagens de diversos tipos,
dentre outros. Esses tipos de resíduos na maioria são recicláveis,
principalmente se a prática da coleta seletiva for realizada adequadamente, ou
seja, se houver a segregação de papel, plástico, vidro, metal em recipientes
específicos, dentre outros.
Resíduos sólidos dizem respeito a materiais heterogêneos, (inertes,
minerais e orgânicos) produto das atividades humanas e da natureza, que
podem ser parcialmente reaproveitados, produzindo, entre outros fatores,
proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Os resíduos sólidos
são sinônimos de problemas sanitário, ambiental, econômico e estético
(COELHO, 2010).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas define os resíduos sólidos
e semissólido, resultantes das atividades de origem industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como,
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviáveis o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou corpos de águas, ou exijam para isso soluções
técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível
(ABNT - NBR de 10.004/2004).
Segundo Volk (2010) é necessário compreender primordialmente o
conceito de desenvolvimento sustentável. A definição mais aceita para
desenvolvimento sustentável traduz-se como “o desenvolvimento capaz de
suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de
atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não
esgota os recursos para o futuro”.
A coleta seletiva possibilita uma melhor qualidade de vida evitando
assim os catadores de lixo e também o risco a saúde, sendo que são inúmeros
os ganhos dentro das organizações no que tange a implantação da coleta
seletiva proporcionando pratica ambientalmente saudável, reforçando o espirito
solidário, permitindo assim, parcerias entre empresas e minimizando e
favorecendo a redução do volume de lixo nos aterros.
2.7. Resíduos Sólidos
28
Diversos assuntos são encontramos com inúmeras definições sobre o
tema resíduos sólidos, sempre se apresentam numa mesma base, aqui foram
destacas algumas: Conforme a Lei Federal Nº 12.305/2010, em seu Art. 3º,
inciso XVI, resíduos sólidos são definidos como:
XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;
A Agência Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), define resíduos
sólidos, na NBR 10004 de 2004, como: Resíduos sólidos:
Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
A Classificação dos Resíduos Sólidos conforme a Lei 12.305/10 se pode
encontrar inúmeras maneiras de se classificar os resíduos sólidos, porém as
mais comuns são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio
ambiente e quanto à sua natureza ou origem FENZIL & MACHADO (2009).
O artigo 13º da Lei 12.305/10, o qual da à classificação dos resíduos
sólidos em duas categorias: uma em relação a sua origem e outa em relação a
sua periculosidade. Quanto à sua origem, os resíduos sólidos podem ser
classificados como: resíduos domiciliares; resíduos de limpeza urbana;
resíduos sólidos urbanos; resíduos dos serviços públicos de saneamento
básico; resíduos industriais; resíduos de serviços de saúde; resíduos
agrossilvopastoris; resíduos de serviços de transportes; resíduos de mineração.
Quanto à sua periculosidade: resíduos perigosos: recebem essa classificação
devido as suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e
mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade
29
ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; resíduos não
perigosos: são todos os resíduos que não se enquadrarem como perigosos.
No Cenário brasileiro dos resíduos sólidos, atualmente vem busacando
alcançar um equilíbrio entre a geração e a prestação dos serviços de
gerenciamento e gestão de resíduos sólidos, entre tanto ainda a um longo
caminho a ser trilhado para se alcançar este objetivo, porém os indicadores
têm apontado que estamos no caminho certo.
Segundo o IBGE (2010) ocorreu uma expansão de 79%, no ano 2000,
para 97,8% em 2008, referente à prestação dos serviços de coleta de resíduos
domiciliares na zona urbana. Deve-se atentar também para o crescimento
ocorrido neste período, do número de empresas privadas que passaram a
realizar a coleta dos resíduos sólidos urbanos, conforme dados da Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), do
ano 2000 até o ano de 2009, seu quadro de afiliadas dobrou de 45 empresas
para 92, que juntas no ano de 2009 foram responsáveis pela coleta diária de
aproximadamente 183 toneladas (ABRELPE, 2009). Para a Abrelpe, enquanto
o crescimento populacional ficou, entre os anos de 2011 e 2012 em 0,9%, a
geração per capita apresentou um crescimento de 1,3% na quantidade de
resíduos domiciliares gerados, o que indica a ausência de ações com o objetivo
de minimizar a geração de resíduos (ABRELPE, 2012).
Nas Políticas Públicas de Resíduos Sólidos no Brasil, temos que ter a
compreensão da grande complexidade envolvida, por estarem diretamente
ligadas a questões econômicas, ambientais, sociais, culturais e de saúde
pública. No Brasil ao falarmos das políticas públicas referentes a Resíduos
Sólidos, temos que destacar como marco legal no que diz respeito à limpeza
urbana, em especial da gestão e manejo dos resíduos sólidos, as seguintes
normas: à Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB), Lei n. 11.445, de
2007, a qual determina que o plano de resíduos sólidos deve integrar os Planos
Municipais de Saneamento e a Lei n. 12.305, criada pelo governo federal em 2
de agosto de 2010, a qual instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS). Dispõe em seu Artigo 1º “sobre os princípios, objetivos e instrumentos,
bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento
de Resíduos Sólidos[...]”. Política a qual teve a sua regulamentação por meio
do Decreto nº 7.404, de 2010, tendo após vinte anos de tramitação no
30
Congresso Nacional estabelecido um novo marco regulatório para o país
(ABRELPE, 2012).
Vale ressaltar o Artigo 2º PNRS o qual traz outras leis e normas,
aplicadas aos resíduos sólidos, fora as já citadas anteriormente, temos ainda a
Lei 9.974, de 6 de junho de 2000 a qual alterou Lei no 7.802, de 11 de julho de
1989, que dispõe sobre agrotóxicos, seus componentes e afins e a Lei 9.966,
de 28 de abril de 2000 que dispõe sobre a prevenção, o controle e a
fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias
nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras
providências, além das normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
(Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Sinmetro), (BRASIL, 2010).
Fatores que marcaram a Lei nº. 12.305, como um marco das políticas de
resíduos sólidos, foram seus princípios e objetivos, dispostos nos Artigo 6º e 7º
respectivamente. Os municípios que decidirem pela implantação de soluções
consorciadas intermunicipais para gestão dos resíduos sólidos, podem ser
dispensados da elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos. Para isso, o plano intermunicipal ou regional deve observar
o conteúdo mínimo previsto no Artigo 19 da Lei nº 12.305/2010 (BRASIL,
2010). Se Deve destacar a Lei nº 11.107/2005 a qual regulamenta o Art. 241 da
Constituição Federal e estabelece as normas gerais de contratação de
consórcios públicos. Pois através dos consórcios públicos é possível realizar de
forma regionalizada a prestação dos serviços públicos instituídos pela Lei
Federal de Saneamento Básico, sendo essa forma incentivada e priorizada
pela PNRS (BRASIL, 2005).
A gestão e o gerenciamento integrado de resíduos sólidos podem ser
definidos como a ação conjunta dos diferentes órgãos da administração pública
e da sociedade civil com o intuito de realizar a limpeza urbana, a coleta, o
tratamento, e a disposição final dos resíduos sólidos, culminando em uma
cidade mais asseada, o que por sua vez acarreta um aumento da qualidade de
vida da população (MONTEIRO, 2001).
31
CAPÍTULO III
3. METODOLOGIA
A pesquisa foi baseada numa abordagem quali-quantitativa, ou seja, por ser
“um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos ou
grupos de indivíduos atribuem a um problema social ou humano” (CRESWELL,
2010, p.26) permite-nos uma abordagem que “parte do fundamento de que há
uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência
viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo
e a subjetividade do sujeito” (CHIZZOTTI, 2003, p. 79). Desta forma, nos
permitiu uma interação e o contato face a face no decorrer da pesquisa com os
sujeitos participantes, cujo objeto de análise é a avaliar as práticas do SGA.
De acordo com Creswell (2010), foi realizada uma pesquisa-ação
participativa que incluiu observação direta, questionários com perguntas
fechadas. A comparação entre as formas de gerir e implementar ações
ambientais foi possível através da análise de publicações e estudos, ou seja, a
partir de um pressuposto conceitual. A pesquisa pressupõe uma participação
planejada do pesquisador na situação problemática a ser investigada. Recorre
a uma metodologia sistemática, no sentido de transformar as realidades
observadas, a partir da sua compreensão, conhecimento e compromisso para a
ação dos elementos envolvidos na pesquisa. Para Thiollent in Minayo (2007) “A
pesquisa ação é um tipo de investigação social com base empírica que é
concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a
resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo”. O processo de pesquisa ação envolve o
planejamento, o diagnostico, a ação, a observação e a reflexão, num ciclo
permanente.
Os métodos estão fundamentados na utilização de agrupamentos
intuitivos, confrontações a conhecimentos e induções generalizadas. Conforme
32
a classificação proposta por Vergara (2007) este tipo de caracterização é
definida quanto aos fins da pesquisa e quanto aos meios utilizados:
Quanto aos fins esta pesquisa é descritiva, pois, procurou-se interpretar a
realidade da Gestão Ambiental da Unicoba, procurando descrevê-la, classificá-
la e interpretá-la. Quanto aos procedimentos técnicos esse estudo se
caracteriza como uma pesquisa de campo, pois, desenvolveu-se um estudo
sistematizado tendo por base o levantamento de informações a partir dos
questionários, análises e observações in loco. Como método lançamos mão do
estudo de caso, que segundo Yin (2015), é um método de pesquisa que utiliza,
geralmente, dados qualitativos, coletados a partir de eventos reais, com o
objetivo de explicar, explorar ou descrever fenômenos atuais inseridos em seu
próprio contexto. Caracteriza-se por ser um estudo detalhado, ou mesmo de
um único objeto, fornecendo conhecimentos profundos, já que a Gestão
Ambiental nas organizações tomou uma amplitude considerável nas últimas
décadas. Investigamos os processos ambientais e sustentáveis da Unicoba e
os impactos nas suas linhas de negócios, além de detectar os benefícios da
gestão ambiental da empresa objeto de estudo para o meio ambiente.
3.1 LOCAL DA PESQUISA
A pesquisa delineou-se na UNICOBA, localizada na Avenida Cupiúba,
753 Distrito Industrial I, Manaus – AM uma empresa fundada em 1973,
desenvolvemos soluções de eficiência energética em iluminação LED, baterias
portáteis e soluções de armazenamento de energia.
A UNICOBA combina extensa experiência em manufatura de eletrônicos
com agilidade operacional para liderar os mercados que atende. Presente em
mais de 85% das maiores empresas do Brasil, o Grupo conta com mais de
1.000 funcionários diretos e é reconhecido pela sua abordagem consultiva, de
inovação e empreendedorismo nestas quatro décadas de operação. Sua sede
está em São Paulo/SP e suas filiais em Extrema/MG, Manaus/AM, Seul/Coréia
do Sul e Shenzhen/China.
A visão é ser reconhecida pelos clientes e mercado, como a melhor e
mais ágil empresa em suas áreas de atuação, através da melhor performance
33
de equipes, produtos e serviços, com a contínua criação de valor para os seus
clientes.
O foco está voltado para os clientes, para o mercado, para a agilidade,
para alta performance, para trabalho em equipe e para os produtos e serviços.
Os valores definem claramente o que a empresa é, e o que a empresa
espera das pessoas que fazem parte da organização. São os princípios que
norteiam o negócio e devem orientar e equilibrar as relações com os clientes,
acionistas, colegas de trabalho, representantes, distribuidores, prestadores de
serviços, fornecedores e comunidade. Constituem a base dos Padrões de Ética
da Unicoba.
Mapa da empresa
figura 1: Mapa da localização UNICOBA
Fonte: UNICOBA Manaus-AM/2018
Manaus - AM AAAM AMAAM
Seul
Shenzen
34
A pesquisa foi aplicada na empresa UNICOBA utilizando questionários
com cinco perguntas que permitiu aos colaboradores responderem se
conheciam as politicas da organização as quais evidenciam a coletiva seletiva
sendo uma dos fatores principais desse estudo. E também adotando o SGA o
qual estabelece parâmetros pertinentes na sociedade interna e externa,
sensibilizando os colaboradores sobre a preservação ambiental e a importância
do SGA a fim de formar uma cultura permeando reuniões indicando os
procedimentos que serão adotados na organização e cumprindo de acordo
com a ISO 14001, a qual será a cada seis (6 meses) auditada internamente
como suporte e um indicador aos colaboradores dos procedimentos cumpridos.
Dentro desse contexto foi observado que a empresa estudada já trabalha com
um programa Housekeeping 8S.
O Programa 8’S é um conjunto de oito conceitos simples que quando
aplicados são capazes de aumentar a qualidade de vida no trabalho, podendo
ser praticado também em nossa vida pessoal. Proporcionando um ambiente
mais saudável, seguro e limpo, o que gerará uma maior integração entre
indivíduos, ambiente e processos, aumentando a produtividade e eliminando os
desperdícios o qual será ampliado com a implantação da coleta seletiva, uma
vez que os resíduos não são separados adequadamente, e então se percebe a
necessidade de que todos possam conhecer a politica da empresa, sendo que
a educado ambiental é um processo que envolve as dimensões sociais,
culturais, políticas, econômicas, científicas e éticas do ser humano, que
objetiva mudança de comportamento por meio da sensibilização e do
desenvolvimento do senso crítico de forma a incorporar atitudes
ambientalmente sustentáveis, haja vista cada ser humano entender de
maneiras diferentes, e com a coleta seletiva bem estruturada na organização
teremos resultados satisfatórios os quais serão revestidos em prol da própria
comunidade, uma vez que o desperdício e muito grande e com a separação e
identificada a estética organizacional trará melhor qualidade de vida funcional e
a mudança de cultura.
35
Foi aplicado um questionário com base na observação in loco junto aos
colaboradores e gestores e autores que deram embasamento para fazer
analise das respostas.
1) A empresa possui um sistema de gerenciamento ambiental?
Fonte: Unicoba 2018
As empresas e os setores da indústria para empreender e disseminar
práticas ambientais devem promover uma maior responsabilidade das
empresas quanto às questões ambientais, mediante a adoção de padrões na
redução de resíduos e impacto a sociedade na modificação e qualidade de vida
aos colaboradores. Pois um sistema de gerenciamento em funcionamento
ambientalmente correto ira facilitar que o colaborar e os demais que compõe a
organização estejam participando de um progresso da ciência no contexto
sócio econômico e culturalmente adequado.
Desde o começo da década de 90, portanto, a realidade do
ambientalismo dentro do mundo dos negócios tem se tornado mais complexa
que a simples conformidade com as leis político, social e mercadológico das
empresas. Muitas organizações, ao obterem boa performance ambiental
associada à boa gestão operacional, baixo risco financeiro e boas perspectivas
de sucesso econômico futuro, estão começando a influenciar as normas de
práticas corporativas e estão transformando o ambientalismo, de algo externo
SIM NÂO CONHECEM QUEREMCONHECER
75%
15% 5%
A empresa possui um sistema de gerenciamento ambiental?
36
para algo que está dentro do sistema de mercado e que é central para os
objetivos das empresas (Hoffman, 2000).
Diante das respostas percebemos que o gráfico demonstra que os
colaboradores conhecem o gerenciamento ambiental da organização, o qual de
acordo com as respostas percebeu a necessidade de que dentro da empresa
possamos mostrar com mais ênfase que a politica ambiental aos
colaboradores.
2) A empresa possui uma política ambiental?
Fonte: Unicoba 2018
Durante séculos, o desenvolvimento econômico decorrente da
Revolução Industrial impediu que os problemas ambientais fossem
considerados. O meio ambiente era predominantemente visto como acessório
do desenvolvimento, e não como parte intrínseca dele. No caso do Brasil, a
política ambiental brasileira nasceu e se desenvolveu nos últimos quarenta
anos como resultados da ação de movimentos sociais locais e de pressões
vindas de fora do país. Do pós-guerra até 1972–ano da Conferencia de
Estocolmo –, não havia propriamente uma política ambiental, mas sim, políticas
que acabaram resultando nela. Ao longo dos anos 1990, o modelo de política
ambiental executado no Brasil entrou em crise. Por um lado, por não atender à
nova pauta da política internacional definida na ECO-92; por outro, por não
atender às demandas de cidadania e de consciência ambiental que se
sim mas nao conhecoo funcionamento
quero conhecer
85%
10% 5%
A empresa possui uma política ambiental ?
37
generalizava. Isso fez com que se evidenciasse, finalmente, a necessidade de
redefinição das opções de política ambiental e do próprio papel do Estado
brasileiro. No entanto o gráfico aponta que a politica ambiental dentro das
organizações se faz necessária e especificamente conforme mostra o gráfico a
politica ambiental na UNICOBA apesar de ser conhecida entendemos que
precisa ser mais bem divulgado a fim de que os colaboradores compreendam
qual o objetivo principal.
3) A empresa é certificada em alguma norma ambiental?
Fonte: Unicoba 2018
A norma NBR ISO 14001 estabelece requisitos para o gerenciamento de
sistemas de gestão ambiental (SGA’s) sem definir a forma e o grau que eles
devem ter ou alcançar, permitindo, portanto, que as empresas desenvolvam
suas próprias soluções para o atendimento das exigências da norma a questão
de pesquisa que norteou o desenvolvimento deste trabalho foi: os benefícios e
as dificuldades do gerenciamento de sistemas de gestão ambiental com base
na norma ISSO 14001 que norteou os processos ambientais e sustentáveis da
UNICOBA e os impactos nas suas linhas de negócios, e como poderão
beneficiar a gestão ambiental na implantação da coleta seletiva. Pelo gráfico
apresentado identificou que os colaboradores conhecem que a empresa e
certificada, no entanto precisam aprofundar com intuito de aplicar em dar
continuidade no projeto da coleta seletiva.
sim precisamos deinformacoes
precisamos detreinamento
80%
15% 5%
A empresa é certificada em alguma norma ambiental?
38
4) Como o colaborador classificaria o gerenciamento ambiental de sua
empresa?
Fonte: Unicoba 2018
De acordo com as respostas entendemos que o sistema de gestão
ambiental poderá crescer muito, no entanto nos chama a atenção a
preocupação com a divulgação na organização a fim de que todos os
colaboradores e lideres e gestores estejam em sintonia em prol da melhoria
continua e qualidade de vida.
responderam quee bom
poderia melhorar precisa serdivulgado
55%
20% 25%
Como o colaborador classificaria o gerenciamento ambiental de sua
empresa?
39
5) A implantação da coletiva seletiva e importante para sua empresa?
Fonte: Unicoba 2018
De acordo com o gráfico as respostas sinalizaram que os colaboradores
querem a implantação da coleta seletiva, no entanto há uma necessidade
imediata, haja vista, o desperdício ser muito grande não sabendo especificar o
quantitativo. E também que ira contribuir significativamente com a preservação
ambiental e sustentável. A prática da educação ambiental é uma importante
ferramenta de orientação para a tomada de consciência dos indivíduos frente
aos problemas ambientais, por isso sua prática faz importante para solucionar
o acúmulo de resíduos sólidos, como o lixo. Neste sentido, a educação
ambiental adquire um sentido estratégico na condução do processo de
transição para uma sociedade sustentável (TOALDO; ADRIANE, 2010). De
acordo com o art. 225 da Constituição Federal do Brasil (1988), todos têm
direito ao meio ambiente equilibrado, essencial à qualidade de vida, sendo
dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações
(LOPES et al., 2009 p. 4).
Esse questionário em forma de perguntas aplicado aos colaboradores
nos permitiu compreender como a empresa UNICOBA poderá melhorar dentro
do contexto do SGA na implantação da coleta seletiva e entender que os
mesmos tem a necessidade de receber treinamento continuamente do
funcionamento da gestão ambiental e em todo o processo, pois assim teremos
sim e necessario ja deveria ter na empresa
90%
10%
A implantação da coletiva seletiva e importante para sua empresa?
40
uma organização dentro dos padrões da ISO 14001 e contribuindo com a
responsabilidade sócio ambiental.
4.3.1 Mapeamento dos resíduos gerados no processo produtivo em 2017
A etapa de separação dos resíduos é importante, pois através dela é
possível limitar as impurezas dos rejeitos. A presença de macro contaminante,
como vidro, papel, metal ou outros polímeros, mesmo em concentrações
pequenas pode alterar as propriedades do polímero minimizando o valor de
venda. A identificação dos plásticos descartados é uma medida importante que
facilita na separação e podem ser utilizados por todos os ramos da indústria de
reciclagem de polímeros.
DESTINAÇÃO TIPOS DE RESÍDUOS
Resíduos vendidos Isopor, papel, papelão e plásticos.
Materiais incinerados
Pó de varrição, EPI’s avariados, lâmpadas fluorescentes, panos contaminados, sacos e copos plásticos contaminados, papel A4 contaminado, vidros de reagentes, frascos plásticos de amostras, bombonas de produtos de limpezas, vidros quebrados, canetas, (óleo, graxa, adesivos, cola outros), papéis cinza, material de escritório (clipes, resto de lápis, suporte de canetas e outros).
Logística reveza Bombonas (álcool isopropílico)
Matiz 2: Mapeamento dos resíduos UNICOBA 2018
O mapeamento foi realizado para melhor identificar os resíduos sólidos
mais gerados durante o processo de manipulação de células para montagem
de baterias de celulares no período de 2017.
41
CAPÍTULO IV
4 RESULTADOS E DISCUSSAO
Constatou-se ainda que a Unicoba, dentro das suas limitações busca
alternativas consideradas paliativas para minimizar esta problemática, pois
atualmente já executa o processo de identificação e de separação dos resíduos
sólidos, porém, de maneira inadequada. A constatação deu-se a partir de
visitas e observações nos setores geradores de resíduos e rejeitos, tais como
setor de Produção e Manutenção.
Figura 1: Resíduos sólidos gerados depositados na “central de resíduos”, sem identificação de cores
Central sem estrutura adequada Resíduos expostos ao tempo Fonte: Unicoba/2018.
Verificou-se que a Unicoba possui um sistema de coleta de lixo
identificado por cores, com coletores espalhados pelos principais pontos da
empresa, porém, sem nenhuma tratativa com base no que preceitua as normas
de coleta seletiva, ou seja, os resíduos são misturados ainda no processo,
configurando ainda, a necessidade de aplicação de treinamentos no concerne
a educação ambiental. Abaixo apresentamos a tabela composta por dados e
imagens:
42
Tabela 1: Resíduos sólidos em não conformidade UNICOBA 2018.
Fonte: Unicoba/2018
Os resíduos estão acondicionados em desacordo com o preceituado na
Lei 12.305/10, e que os coletores poderão configurar-se de maneira adequada
na organização, permitindo visibilidade nos postos os quais se tem maior
Corpos descataveis mistrados com outros residuos
Rejeitos em coletores errados
Residuos exportos ao tempo
Residuo misturados com rejeitos
43
desperdício. Percebemos que o plástico é o maior gerador de resíduo no
processo produtivo da empresa, portanto, é necessário desenvolver
procedimentos para armazenar adequadamente esses resíduos, evitando a
contaminação e mantendo a valorização no mercado, minimizando a
destinação para a incineração reduzindo assim a poluição gasosa ambiental.
Realizamos visitas nos setores de Almoxarifado, Administração,
Laboratório, Produção e Manutenção, onde foi possível identificar dez tipos de
resíduos e três se destacaram pela expressiva quantidade gerada, ou seja, o
papel, papelão e o plástico, justamente, por estarem presente em todos os
setores da empresa (Matriz 1).
Matriz de resíduos gerados por setor
Matriz 1: Resíduos sólidos gerados nos setores UNICOBA 2018
De acordo com as informações citadas na matriz 1 pode-se notar que o
setor da manutenção apresenta o maior número de resíduos/rejeitos em sua
área física, este fato de acúmulo de resíduos no setor da manutenção é
justificado pelas inúmeras atividades executadas para atender outros setores
da empresa.
O setor do laboratório é o que menos apresenta resíduos/rejeitos, por
ser uma área restrita, os poucos resíduos gerados são removidos por uma
empresa especializada.
Resíduos sólidos
encontrados
Almoxarifado
Administração
Laboratório
Produção
Manutenção
Epi’s avariados
X
Panos X X
Madeira X X
Metais em geral
X X X
Metais X X
Papeis X X X X X
Papelão X X X X
Plásticos X X X X
Refugo/Borra X
Varrição X X X X X
Vidros X X
Total 7 5 2 5 10
44
Na identificação dos resíduos sólidos descartados pelo processo
produtivo, observou a necessidade de realizar treinamentos para os
colaboradores na obtenção de reconhecer os resíduos sólidos ainda na fonte e
buscar alternativas para uma melhor separação.
Constatado pela análise de separação e pesagem, sendo possível
descrever os resíduos encontrados e a sua quantidade, conforme mostra a
matriz abaixo.
As informações foram coletadas em 2017, vale ressaltar ainda que a
empresa Rio Limpo, é a responsável pela retirada e destinação do plástico,
papel e papelão, conforme consta na documentação e notas fiscais nos
anexos. O levantamento realizado demonstra que a organização poderá obter
um rendimento maior com os resíduos sólidos quando bem separados na fonte
geradora. A coleta seletiva bem aplicada proporciona um rendimento favorável
para a organização. Segue os dados coletados do 1º semestre e 2º semestre
de 2017:
Matiz 3: Matriz amostral dos medidas e valores UNICOBA 2017.
A matriz de resíduos foi possível analisar o ganho com as vendas dos
resíduos e o custo total com a retirada dos rejeitos. A empresa no ano de 2017,
enviou para a reutilização o total de 153.174 toneladas de resíduos, com um
Tonelada
R$ 80,00
Transporte
R$ 260,00
Tonelada
R$ 80,00
Transporte
R$ 200,00
JAN 4.329 R$ 346,32 9.420 R$ 1.884,00 3.560 484,80R$
FEV 3.996 R$ 319,68 7.150 R$ 1.430,00 0,260 R$ 208,80 1.820 345,60R$
MAR 4.460 R$ 356,80 5.600 R$ 1.120,00 0,227 R$ 278,16 1.990 359,20R$
ABRI 1.755 R$ 140,40 1.720 R$ 344,00 1.690 335,20R$
MAI 4.106 R$ 328,48 8.320 R$ 1.664,00 0,132 R$ 270,56 1.740 339,20R$
JUN 6.645 R$ 531,60 11.790 R$ 2.358,00 2.320 385,60R$
Total 25.291 R$ 2.023,28 44.000 R$ 8.800,00 0,619 R$ 757,52 13.120 2.249,60R$
JUL 4.169 333,50R$ 6.820 206,82R$ 0,173 273,84R$ 1.340 R$ 307,20
AGO 8.675 694,00R$ 13.010 213,01R$ 1.270 361,60R$ 2.800 R$ 424,00
SET 4.959 396,72R$ 9.690 209,69R$ 0,240 279,20R$ 5.150 R$ 372,00
OUT 5.611 448,88R$ 10.080 210,08R$ 0 0 1.920 R$ 353,60
NOV 6.129 490,32R$ 5.870 205,87R$ 0 0 3.030 R$ 442,40
DEZ 4.009 320,72R$ 4.870 204,87R$ 0 0 2.000 R$ 360,00
Total 33.552 2.684,14R$ 50.340 1.250,34R$ 1270,413 R$ 914,64 16.240 R$ 2.259,20
58.843 94.340 1.271 29.360
Ganhos com residuos em 2017 Gastos com rejeitos em 2017
R$ 4.707,42 10.050,34R$ Peso e
valor total R$ 1.672,16 R$ 4.508,80
MATRIZ DE RESÍDUOS SOLÍDOS/2017
1º Semestre
INCINERADOS/COM CUSTO
REJEITOS
2º Semestre
SCRAP CELULAS
MÊS
RECICLADOS/SEM CUSTO
SUCATA APARAS
PAPELÃOSUCATA DE PLÁSTICO
Tonelada R$ 80,00 Tonelada R$ 200,00
45
retorno R$ 14.757,76 e ao enviar 30.631 toneladas de rejeitos para a
incineração, a empresa arcou com um custo de R$ 6.180,96, que em média é
41,88% do que é arrecadado com a venda dos resíduos para reciclagem.
A Empresa Unicoba visa mitigar o custo com rejeitos minimizando a
poluição aresférica a qual aumenta sempre toneladas de rejeitos quando é
incinerada, com a visão na melhoria a empresa propôs aplicar a coleta seletiva
para toda organização.
46
46
FLUXOGRMA DOS RESIDUOS
Resíduos de aparas de
papelão
Central de Resíduos
Resíduos de plásticos
Scrap de células
Rejeitos
Reciclados
Seletivo
Ven
da
R$
C
ust
o R
$
Não seletivos
Incinerados Com a implantação da coleta seletiva:
* A empresa obterá resíduos com melhor qualidade para venda; *Resíduos que podem ser doados para cooperativas e serem retirados sem ônus para empresa;
*Menos rejeitos para retiradas e redução de custo * Praticando a sustentabilidade conforme a Lei 12,305/10
*
Doação (ação não existente) social
47
O custo com a incineração irá reduzir em média, somente no 1º
semestre de 2018 cerca de 37,13% em relação aos dois semestres de 2017.
As células utilizadas no processo de montagem das baterias de celulares que
forem danificadas serão doadas a uma Instituição de Ensino Superior (a
instituição não autorizou a divulgação de seu nome) para pesquisas
laboratoriais em benefícios da reutilização dos componentes nelas contidas.
No 1º semestre a empresa obteve um ganho de R$ 15.421,90 na venda
de seus produtos e um custo de apenas R$ 880,96 com incineração dos
rejeitos. A meta para o 2º semestre é reduzir o custo com incineração em 8%,
buscando sempre alternativas para reduzir os rejeitos gerados durante o
processo produtivo da Unicoba.
Para que esta proposta de implantação de Coleta Seletiva na Unicoba
surta os efeitos esperados será necessário o fechamento de parcerias com as
seguintes organizações:
AGA – Comercio de Recicláveis;
Amazon Metais Ltda;
Ecoplast da Amazônia Ltda;
CCA – Cooperativa de Catadores Aliança.
Ressaltamos que será necessário contar com a estrutura física e
também pedagógica da Escola Unicoba do Amanhã, como contribuição no
processo de elaboração e aplicação dos treinamentos sobre a educação
ambiental.
Com a finalidade de mapear os coletores pela empresa foi realizado um
projeto de pontos estratégicos para disposição que atenda a necessidade dos
colaboradores.
48
Mapeamento dos coletores na planta da Unicoba da Amazônia
49
61
Matriz 5 – Orçamento geral do projeto UNICOBA
PROJETO: GESTÃO ESTRATÉGICA DO LIXO, ATRAVÉS DA COLETA SELETIVA NA EMPRESA UNICOBA DA AMAZÔNIA LTDA.
PROPONENTE:
MESTRANDO ADAILSON FEITOZA VEIGA
Item Discriminação da
despesa Unidade Quant. Valor unit. Valor total
1 Construção da Central de Resíduos na área externa da Unicoba.
UN 1 R$ 10.000,00 R$ 10.000,00
2 Aquisição de lixeiras seletivas com suporte e 4 cestos.
UN 4 R$ 850,00 R$ 3.400,00
3 Aquisição de sacos azuis para Coleta Seletiva.
PCT com 100 UN
5 R$ 16,00 R$ 80,00
4 Aquisição de sacos amarelos para Coleta Seletiva.
PCT com 100 UN
5 R$ 16,00 R$ 80,00
5 Aquisição de sacos vermelhos para Coleta Seletiva.
PCT com 100 UN
5 R$ 16,00 R$ 80,00
6 Aquisição de sacos verdes para Coleta Seletiva.
PCT com 100 UN
5 R$ 16,00 R$ 80,00
7
Custo com material de divulgação do projeto, tais como, banners, cartazes, filipetas, bonés, camisetas e outros.
UN Variada Variada R$ 3.500,00
8 Custo com coquetel na implantação do projeto
UM Variada Variada R$ 2.000,00
TOTAL DO INVESTIMENTO R$ 21.220,00
62
10 CONSIDERACOES FINAIS
A pesquisa foi direcionada na Análise do Sistema de Gestão Ambiental da
Unicoba da Amazônia Ltda: A Gestão Estratégica do Lixo Através da Coleta
Seletiva, a qual possibilitou de acordo com os dados coletados durante a pesquisa
fazer analises a fim de que compreenda a importância de adequar a empresa no
processo da implantação da coleta seletiva proporcionando aos colaboradores
melhor qualidade de vida, autores renomados permearam o assunto em questão
fazendo um resgate da historia na complexidade do entendimento do porque estudar
o Sistema de Gestão Ambiental, relacionando os eixos do meio ambiente e que
beneficiam a organização e colaboradores visando assim a responsabilidade sócio
ambiental no mundo contemporâneo.
Diante do exposto abordar a educação ambiental pode proporcionar essas
mudanças de comportamento na organização frente a novos desafios, pois a meta
principal deve ser a construção de sociedades sustentáveis, mediante ações que
estejam voltadas a minimização de resíduos, a conservação do meio ambiente, e
também a formação de recursos humanos que possam comprometer-se com a
sustentabilidade da economia e do planeta.
Ao problematizarmos inserimos tópicos relacionados com o Sistema de
Gestão Ambiental e também a implementação do projeto da Coleta Seletiva, e nesse
item elaboramos questionários com perguntas que pudéssemos ter respostas e
entender como se processa a coleta seletiva na organização. Dessa maneira
analisamos as respostas dos colaboradores, lideres e gestores, que tiveram
dificuldades em compreender todo o funcionamento da organização nesse item o
qual obtivemos respostas estatisticamente de acordo com os gráficos que confirmam
que o Sistema de Gestão Ambiental através do projeto da coleta seletiva, se faz
necessário para fomentar a formação de pessoas capazes de refletir e criar novas
formas de crescimento para tomar decisões valorizando o desenvolvimento
econômico e comprometido com a sustentabilidade no meio organizacional e social.
No item do projeto da coleta seletiva se faz um percurso apresentando a
elaboração de como pode ser aplicado e os benefícios que trarão a organização e
também aos colaboradores, sensibilizando a preservação ao meio ambiente
contemplando a ISO 14000.
63
A postura da Unicoba ao investir no Projeto de Coleta Seletiva demonstra sua
preocupação com o socioambiental, com a mudança de comportamento dos
colaboradores e gestores no que se refere ao meio ambiente, com a qualidade de
vida corporativa. Uma preocupação é a de mitigar riscos ao meio ambiente por meio
dos seus resíduos gerados em seu processo fabril.
Ao utilizarmos o questionário com seis questões direcionadas aos
colaboradores, lideres e gestores nos permitiu entender que as respostas tiveram
uma posição em agregar treinamentos e mudanças de comportamentos frente a
uma realidade.
Observa-se que e possível vencer estrategicamente um novo olhar do
sistema de gestão ambiental por meio da coleta seletiva, criando assim um ambiente
favorável frente à mudança de cultura.
Ao buscarmos entender quais as contribuições oriundas do Sistema de
Gestão Ambiental através da coleta seletiva, percebemos que pode mudar a
concepção da pratica em relação ao comportamento dos hábitos e atitudes na
gestão dos resíduos sólidos, potencializando e capacitando pessoas a fim de que se
tornem multiplicadores na organização e na sociedade fortalecendo iniciativas
transformando em estímulos a participação possibilitando um dialogo de
informações envolvendo com a temática em questão comprometendo com a
redução dos resididos e a prevenção ao meio ambiente.
Mediante aos fatos somos levados à conclusão que a nossa sugestão no
Sistema de Gestão Ambiental através da coleta seletiva ira contemplar e agregar
valor aos seus produtos e serviços na organização permeando vantagem
competitiva a qual servira de referencial para as demais empresas, e ainda constitua
um Comitê Ambiental para supervisionar o projeto e também possa realizar auditoria
interna periódicas, e ademais que a empresa crie uma meta ambiental no que
concerne a Coletiva Seletiva e que sirva de base de cálculo para o pagamento da
Participação nos Lucros e Resultados apurados ao final de cada exercício
envolvendo os setores da organização.
64
REFERÊNCIAS
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