UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE MATEMÁTICA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
Claudio Albergaria Martins
O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM MOODLE-UFBA COMO VEÍCULO DE DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO
Salvador
2009
Cláudio Albergaria Martins
O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM MOODLE-UFBA COMO VEÍCULO DE DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO
Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciência da Computação, Departamento de Ciência da Computação, Instituto de Matemática, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciência da Computação. Orientadora: Lanara Guimarães de Souza Co-orientadora: Claudete Mary e Souza Alves
Salvador
2009
Cláudio Albergaria Martins
O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM MOODLE-UFBA COMO VEÍCULO DE DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO
Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciência da Computação, Departamento de Ciência da Computação, Instituto de Matemática, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciência da Computação. Orientadora: Lanara Guimarães de Souza Co-orientadora: Claudete Mary e Souza Alves
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Prof. Ms.
____________________________________ Prof. Ms.
____________________________________ Prof. Ms.
Salvador
2009
RESUMO
A Universidade Federal da Bahia, como uma Instituição Pública de Ensino Superior, está no papel de desenvolver não só a própria Universidade, mas consequentemente toda a sociedade. Uma das formas de alavancar esse desenvolvimento é promovendo a difusão do conhecimento. Tal difusão na contemporaneidade tem contado com o uso de softwares livres para ferramenta essencial. É nesse contexto que esta pesquisa tem como objetivo compreender de que forma a difusão do conhecimento vem sendo realizada na Universidade Federal da Bahia, tendo como lócus de pesquisa o projeto de educação a distância Moodle-UFBA, desenvolvido pelo Centro de Processamento de Dados – CPD, desta instituição. O Centro de Processamento de Dados da Universidade tem papel fundamental nesse processo, pois existem diversas maneiras de difundir o conhecimento no meio acadêmico, sendo uma delas, a utilização de um Ambiente Virtual de Aprendizagem, nesse caso, a ferramenta Moodle-UFBA. Este trabalho mostra, através das entrevistas realizadas e da análise do Plano de Desenvolvimento Institucional e do Projeto Pedagógico Institucional, como a UFBA esquematiza o seu gerenciamento e também de que maneira ela trata essa disseminação. Finalizamos refletindo sobre as formas como esta difusão vem sendo realizada e suas possibilidades de ampliação.
Palavras-chave: Software Livre, Difusão do conhecimento, Moodle.
ABSTRACT
The Federal University of Bahia, UFBA, as a public post-secondary educational institution, holds the responsibility of developing not only the university itself, but also the whole society. One way to make this development happen is promoting the diffusion of the knowledge. At present, this diffusion has been using free software as the essential tool. Hence, the objective of this research is comprehend how the knowledge diffusion has been realized at Federal University of Bahia , and the e-learning project Moodle-UFBA is the primary study of it, a tool developed by the Data Processing Center – CPD of this institution. The CPD of the university is fundamental in this process, because there are many ways of diffusing the knowledge in the academic environment. One way is the use of a Virtual Learning Environment, in this case, the Moodle-UFBA tool. This paper shows, through interviews realized and the analyses of the Institutional Development Plan and the Institutional Pedagogic Project, how UFBA traces its management and also how this dissemination is treated. Finally, it is presented a reflection about the ways the diffusion is being realized and the expansion possibilities.
Keywords: Free Software, Knowledge's diffusion, Moodle.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS 7
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 8
INTRODUÇÃO 9
PERCURSO METODOLÓGICO 11
1. CONHECIMENTO LIVRE: O MOODLE NA EDUCAÇÃO A DISTÂ NCIA DA
UFBA 13
1.1 Conhecimento e conhecimento livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2 Software Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2.1 Liberdade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.2.2 Evolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.2.3 Vantagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.2.4 Licença Copyright x Copyleft . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3 Ensino a Distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.4 Moodle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.4.1 Origem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.4.2 Gestão do projeto Moodle-UFBA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28
2. DIFUSÃO DO CONHECIMENTO NA UNIVERSIDADE PÚBLICA 32
2.1 Papel da Universidade Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.2 UFBA (PDI E PPI) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3. O PROJETO MOODLE-UFBA COMO VEÍCULO DE DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO 36
CONSIDERAÇÕES FINAIS 40
REFERÊNCIAS 41
APÊNDICE 44
LISTA DE FIGURAS
1.1 Tux, símbolo do Software Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Tela do Moodle-UFBA especificando algumas funcionalidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.3 Home do Moodle-UFBA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
EAD – Ensino a Distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Moodle - Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
PPI - Projeto Pedagógico Institucional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
IBM - International Business Machines . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
MIT - Massachusetts Institute of Technology . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
FSF – Free Software Foundation . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
GNU – GNU’s Not Unix . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
GCC – GNU Compiler Collection . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
SO – Sistema Operacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
NSA - National Security Agency . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
GPL - General Public License . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
LDB - Lei de Diretrizes e Bases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
LMS – Learning Management Systems . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
TIC - Tecnologia de Informação e Comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
UAB - Universidade Aberta do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
INTRODUÇÃO
O papel da Universidade Pública no âmbito acadêmico e social tem fundamental
importância na formação de conhecimentos dentro da sociedade. Este papel não está somente
vinculado à capacitação dos alunos em seus respectivos mercados de trabalho, como também
ao desenvolvimento de conteúdo, através das produções científicas que envolvem interesses
de toda a coletividade.
O conteúdo construído em artigos científicos, publicações em revistas nacionais e
internacionais e até mesmo em atividades acadêmicas corriqueiras, pelo fato de ter a
característica de ser um conhecimento de qualidade, deixa a Universidade, com a
responsabilidade de uma instituição de ensino público, com o propósito de difundir esse
conhecimento.
No passado recente, pelo fato de não se ter um grande avanço tecnológico, as pessoas
utilizavam muito as bibliotecas. Os estudantes ficavam limitados a somente o material que ali
estava à disposição, provavelmente também não tinham acesso a materiais que são produzidos
em todo o mundo, principalmente os mais recentes.
Entretanto, atualmente, com o mundo globalizado, tornou-se necessário, que as
informações fossem disseminadas para um maior número de usuários, em uma maior
quantidade e em um menor espaço de tempo. Esses avanços só foram possíveis, graças à
expansão em nível mundial dos computadores. Os e-mails tornaram-se tão populares, quanto
os números de telefones e os celulares são ferramentas indispensáveis ao dia a dia de qualquer
usuário.
Todavia, tanta tecnologia obrigou a uma mudança de atitude dos leitores, uma vez que,
uma boa parte das informações que são veiculadas, carece de confirmação, e muitas vezes
criam falsas tendências e posicionamentos, em virtude dessa baixa confiabilidade. Os usuários
são bombardeados a todo tempo, por informações que não agregam valor, e que, no entanto,
no tempo da livraria, por terem acesso a livros e revistas, com escritores e autores
referendados, esses riscos de informação defeituosa, praticamente inexistia.
O mundo ficou pequeno, a comunicação via satélite aproximou os povos, em uma
tendência praticamente irreversível, trazendo dentre, outros benefícios, a democratização da
informação. Essa tendência também se reflete nas classes sociais menos abastadas, criando
um ambiente favorável à inclusão social, que também é um dos papéis de uma Instituição de
Ensino Público.
A computação tem uma participação de fundamental importância nessa nova forma
de veicular o conhecimento. Uma das tecnologias criadas foi o Ambiente Virtual de
Aprendizagem - AVA. Tal ambiente é capaz de propagar muita informação, porém,
diferentemente da Internet, esse conteúdo é filtrado e qualificado, de acordo com o assunto
que está sendo tratado. Tudo isso seguindo os princípios da interatividade de aprendizagem
colaborativa, que são os pilares da Educação a Distância - EAD.
Nesse contexto o Centro de Processamento de dados da Universidade Federal da
Bahia, em 2005, deu início ao projeto Moodle-UFBA, como forma de dinamizar a
educação a distância na Universidade e ao mesmo tempo oferecer um recurso pedagógico
poderoso para o ensino presencial, entre outros motivos pela sua capacidade de difundir
conhecimentos. Diante dessa realidade, trazemos o problema de pesquisa, como a difusão
do conhecimento vem sendo realizada na Universidade Federal da Bahia, no âmbito do
projeto EAD/MOODLE/UFBA?
Este trabalho tem como objetivo geral analisar de que forma a difusão do
conhecimento vem sendo realizada na UFBA, tendo como lócus de pesquisa o projeto de
educação à distância Moodle-UFBA, desenvolvido pelo Centro de Processamento de Dados
– CPD. Como objetivos específicos, pretendemos identificar o conceito e as principais
características da difusão do conhecimento em ambientes virtuais de aprendizagem;
compreender como a UFBA trata a questão de difusão do conhecimento sob o ponto de
vista institucional, qual o papel do projeto Moodle-UFBA neste contexto.
Este trabalho está distribuído da seguinte forma: o capítulo 1 apresenta os principais
conceitos relacionados ao tema: Conhecimento, Software Livre, Ensino a Distância e
Moodle. O capítulo 2 apresenta o papel da Universidade Pública, e o conceito de difusor de
conhecimento. O capítulo 3 apresenta uma pesquisa de campo, analisando como o Moodle-
UFBA contribui para esta difusão. Finalizando, mostro as conclusões sobre a pesquisa de
campo.
PERCURSO METODOLÓGICO
A origem desse projeto surgiu com a inquietação sobre a Universidade, como uma
instituição Pública, diante do dever de compartilhar seus conhecimentos e experiências com
a comunidade; o que me levou à seguinte problematização: como a difusão do
conhecimento ocorre na UFBA, dentro do projeto Moodle-UFBA? Com a finalidade de
responder a essa indagação, foi utilizada a pesquisa descritiva. Segundo Marconi & Lakatos
(2007), a pesquisa descritiva:
[...] consiste em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave (MARCONI & LAKATOS, 2007).
Conforme Gil (2007), em relação à pesquisa descritiva:
[...] tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. [...] Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. [...] São pesquisas descritivas aquelas que visam descobrir a existência de associações entre variáveis (GIL, 2007).
O local de estudo e coleta de dados é o Centro de Processamento de Dados – CPD
da Universidade Federal da Bahia, que é onde o Projeto Moodle-UFBA foi criado, e onde
se encontram os gestores. Esta Monografia tem um objetivo geral, que é fazer uma pesquisa
descritiva para saber se a difusão do conhecimento está sendo aplicada no âmbito do
projeto Moodle-UFBA. Com o intuito de saber essa resposta, se fez necessário dividi-lo em
três objetivos específicos.
Primeiramente uma pesquisa bibliográfica para que alguns conceitos fossem
esclarecidos, como Software Livre, Ensino a Distância, Moodle, Moodle-UFBA e
Conhecimento.
Em seguida, como segundo objetivo específico, foi feita uma análise do papel da
Universidade Pública, para saber como ela deve se comportar em relação ao quesito difusão
do conhecimento. Para tanto analisamos dois documentos oficiais fundamentais na UFBA,
o seu Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI e o seu Plano Pedagógico Institucional
- PPI.
Posteriormente, o terceiro objetivo específico foi uma pesquisa de campo com
questionário, para saber como o projeto Moodle-UFBA contribui para a difusão do
conhecimento na Universidade e avaliar qual o papel e participação dos gestores do
Moodle-UFBA nesse processo. Nesse questionário consta análise sociodemográfica (sexo,
faixa etária, escolaridade e tempo de trabalho no projeto Moodle-UFBA) e perguntas sobre
o Moodle-UFBA, difusão de conhecimento, dentre outras. O questionário está no Apêndice
dessa Monografia.
Como resultado desses três objetivos específicos, torna-se possível responder como
a UFBA, uma Instituição de Ensino Superior Pública, mediante o projeto Moodle-UFBA
pode cumprir com seu papel na difusão do conhecimento.
1 CONHECIMENTO LIVRE: O MOODLE NA EDUCAÇÃO À
DISTÂNCIA DA UFBA
O avanço tecnológico permitiu que a educação à distância, possa se apoiar em ferramentas de interação (fórum, bate-papo, mensagens, blog e wikis, dentre outros), transformando os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) de mero acesso à informação a locais para produção de conhecimento.
Gilvandenys Leite Sales
Esta seção faz uma abordagem sobre os temas que envolvem o objeto do estudo, de
forma a discutir os conceitos básicos sobre o que será explicado nas outras seções.
Primeiramente serão mostrados alguns conceitos e propriedades sobre conhecimento e
Software Livre. Por fim uma explicação sobre Educação a Distância e Moodle, tratando
também do Moodle-UFBA.
1.1 CONHECIMENTO
Nesse projeto, se faz necessário o conceito de difusão do conhecimento. Todavia,
para se definir difusão de conhecimento, é preciso antes a definição do que é
conhecimento. Existe muita divergência sobre a definição desse conceito. Desde a Grécia
do período clássico, na história da Filosofia, busca-se o significado da terminologia
conhecimento (SAVI et al, 2003).
Soffner afirma que a definição de conhecimento é:
[...] conhecimento é o recurso chave das tomadas de decisão inteligentes, previsões, projetos, planejamentos, diagnósticos, análises, avaliações e julgamentos intuitivos. É criado e compartilhado entre mentes individuais e coletivas. Não surge de bancos de dados, mas aparece com a experiência, sucessos, falhas e aprendizagem (SOFFNER, 2002).
Já Grant (1996), sobre a definição de conhecimento, diz que existem tantas vertentes
de conhecimento, que desde os primórdios dos tempos há controvérsias. Diferentes autores,
cada um adaptando o conceito de conhecimento para a sua área de atuação no trabalho.
Percebe-se então que, dentre as inúmeras definições de conhecimento, basta encontrar uma
que se adéque ao que se está envolvido.
Uma definição que é interessante sobre conhecimento é a de Davenport & Prusak
(1998):
[...] conhecimento é uma mistura fluida de experiências, valores, informação contextual e intuição, formando um framework (um “cenário”) na mente de uma pessoa que a habilita a interpretar, avaliar e tomar decisões, acerca de casos, experiências e/ou informações (DAVENPORT & PRUSAK 1998).
Existem também dois tipos diferentes de conhecimento, chamado de Categorias de
Conhecimento, conforme Nonaka & Takeuchi, (1997); o conhecimento Tácito e o
Explícito:
� O Tácito: pessoal, conteúdo-específico, complicado de formalizar, articular
ou registrar na cabeça das pessoas. Desenvolvido por tentativa e erro da
prática.
� O Explícito: pode ser codificado e transmitido em linguagem formal e
sistemática: documentos, Bancos de Dados, Web, e-mails, gráficos, etc.
Nonaka & Takeuchi, (1997) também afirmam que para se criar o conhecimento é
necessário ter um processo reflexivo que envolva tanto o pensamento racional quanto o
empírico, tanto a análise quanto a experiência, assim como a mente e o corpo e também o
implícito e explícito.
1.2 SOFTWARE LIVRE
Figura 1.1: Tux, símbolo do Software Livre
A IBM, a potência mundial na década de 1960, juntamente com seus concorrentes,
comercializava seus computadores, entregando ao cliente, também o código-fonte,
possibilitando-o fazer as modificações que ele pudesse achar necessário.
Entretanto, no fim da década de 70, a quantidade de usuários cresceu
vertiginosamente, assim como as aplicações. Logo, chegou o ponto em que o Software era
mais importante que o Hardware, com isso, passou-se a comercializar os Softwares, com o
código-fonte fechado, impedindo assim a sua distribuição (HEXSEL, 2003).
De acordo com Silveira, sobre o Software Livre:
[...] é a maior expressão de imaginação dissidente de uma sociedade que busca mais do que a sua mercantilização. Trata-se de um movimento baseado no princípio do compartilhamento do conhecimento na solidariedade praticada pela inteligência coletiva conectada na rede mundial de computadores (SILVEIRA, 2003).
Já Roberto A. Hexsel define o Software Livre dessa maneira:
A grosso modo, software livre é definido como o software cujo autor o distribui e outorga a todos a liberdade de uso, cópia, alteração e redistribuição de sua obra. A liberdade de uso e alteração somente é viabilizada pela distribuição dos programas na forma de texto legível por humanos, isto é, com seu código-fonte, bem como no formato executável por um computador. Além do código-fonte, o autor do programa outorga a liberdade para que outros programadores possam modificar o código original e redistribuir versões modificadas. O modelo de desenvolvimento de software livre possui uma série de características que são distintas dos modelos de desenvolvimento empregados na indústria (HEXSEL, 2003).
O Software Livre vem se disseminando desde 1985. Iniciou-se quando um
integrante do MIT (Massachusetts Institute of Technology), chamado Richard Stallman,
indignado com a proibição de se obter acesso ao código-fonte de um Software, que
fatalmente é desenvolvido reunindo conhecimentos de tantos outros programadores,
resolveu criar a Free Software Foundation (FSF). Com o tempo, essa comunidade ganhou
força, e hoje ela é desenvolvedora e mantenedora de diversos Softwares. Segundo o próprio
fundador da FSF:
Eu acredito que a regra de ouro exige que, se eu gosto de um programa, eu devo compartilhá-lo com outras pessoas que gostam dele. [...] Eu não posso, com a consciência limpa, assinar um termo de
compromisso de não-divulgação de informações ou um contrato de licença de software. Por anos eu trabalhei no Laboratório de Inteligência Artificial do MIT para resistir a estas tendências, mas eventualmente elas foram longe demais: eu não podia permanecer em uma instituição onde tais coisas eram feitas a mim contra a minha vontade (RICHARD STALLMAN, 1985).
Richard Stallman iniciou seu trabalho, desenvolvendo um Sistema Operacional
completo. Tendo em vista que um Sistema Operacional não é somente um kernel e sim uma
série de aplicativos e utilitários, de código-fonte aberto, baseado na lógica do sistema
UNIX, que era um software proprietário. Daí surgiu o nome do projeto. Esse projeto é
denominado de Projeto GNU – GNU’s Not Unix.
O fundador da FSF também deixou outro legado. Ele publicou o Manifesto GNU.
Neste Manifesto era exposta a finalidade do Projeto e toda a definição do que é o Software
Livre. Essa publicação é considerada o marco filosófico do Software Livre (Richard
Stallman, 1985).
No Manifesto, Stallman mostrou também o que já havia sido produzido, e qual era o
seu objetivo. Mostrou as deficiências que tinham que ser retificadas. Com isso ele pediu
auxílio a vários outros programadores, para que fosse possível realizar essa grande
empreitada. E desse contingente de desenvolvedores, alguns programas foram criados,
como o editor de texto Emacs com Lisp, o compilador GCC e mais cerca de 35 utilitários
(http://www.gnu.org/gnu/manifesto.html).
A força do Software Livre começou pequena, disponibilizando poucos e simples
programas e ferramentas. Como o código-fonte era aberto, os usuários, além de utilizarem o
software, também poderiam estudá-lo, modificá-lo.
1.2.1 LIBERDADE
É Justamente a liberdade, a principal característica do Software Livre. Para que um
software seja considerado livre, têm que ser atendidas quatro tipos de liberdades para o
usuário, definidas pelo Free Software Foundation. Essas liberdades foram retiradas do site
do GNU (www.gnu.org):
� (Liberdade N° 0) A liberdade de executar o programa para qualquer
propósito;
� (Liberdade N° 1) A liberdade de estudar como o programa funciona, e
adaptá-lo para as suas necessidades. Acesso ao código-fonte é um pré-
requisito para que esta liberdade seja atendida;
� (Liberdade N° 2) A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa
ajudar ao seu próximo;
� (Liberdade N° 3) A liberdade de modificar o programa, e liberar estas
mudanças, de modo que toda a comunidade se beneficie. Novamente o
acesso ao código-fonte é pré-requisito para essa liberdade;
Tendo um software essas características, que são conferidas pelos desenvolvedores
do programa, e o livre acesso ao código-fonte, ele se torna um bem público, que será
disponibilizado para toda a comunidade, para ser utilizado da maneira que for mais
conveniente.
1.2.2 EVOLUÇÃO
Nos últimos anos, a tendência do Software Livre ganhou força e consistência no
mercado, alcançando uma penetração, em alguns nichos, que antes era inimaginável. Os
desenvolvedores de Software Livre estão espalhados pelo mundo. Acredita-se que sejam
em torno de 100 mil programadores e projetistas responsáveis pelo sucesso do Software
Livre. Sendo que, a maior parte desses desenvolvedores, trabalha gratuita e
espontaneamente em um ou mais projetos pela Internet. Supõe-se também que há mais de
10 milhões de usuários de Sistemas Operacionais, e/ou ferramentas de Software Livre
(HEXSEL, 2003).
Alguns dos nichos que o Software Livre alcançou foram as empresas IBM e
Hewlet-Packard. Essas empresas começaram a injetar capital na produção de Software
Livre e em serviços para usuários de Software Livre.
Com esse contingente expressivo de usuários e desenvolvedores, e com a qualidade
dos produtos, torna-se desnecessário dizer que o Software Livre obteve sucesso. É um
caminho sem volta, já está consolidado no mercado moderno.
1.2.3 VANTAGENS
Essas liberdades de uso, cópia, modificação e redistribuição, tornam o Software
Livre mais vantajoso que o Software proprietário em diversos aspectos. O mais importante
É justamente O acesso ao código-fonte. Pois é através desse acesso que se torna possível o
estudo e a modificação do código-fonte. E também não deixa o usuário submisso aos
softwares proprietários.
O Software proprietário, ao contrário do Software Livre, só visa o lucro, e com isso,
fica sujeito a algumas deficiências que são impostas pelo mercado (HEXSEL, 2003):
� São postas algumas funcionalidades desnecessárias e inúteis.
� Os produtos são criados com obsolescência programada, para que sejam
necessárias novas atualizações do mesmo.
� O mercado exige o produto com a maior rapidez e eficiência possível, e a
empresa visando apenas o lucro, não se preocupa em fazer toda a bateria de
testes necessária, para que os bugs possam ser retificados. Com isso os
produtos que são desenvolvidos para atender ao mercado são cheio de erros
de programação e instáveis.
Já com o Software Livre é bem diferente. O objetivo não é apenas a comercialização
do produto, mas sim que ele consiga suprir a necessidade dos usuários.
No Software Proprietário, os programas são testados pela própria empresa, e o
usuário tem pouca participação na melhoria do software. Além do fato do programa já ter a
obsolescência programada.
No Software Livre, boa parte dos usuários participa dos testes do produto, pois basta
alguém perceber alguma deficiência no software utilizado, ou até mesmo indicar uma
melhoria e propor a comunidade tal mudança. Com esse contingente muito maior de
pessoas testando, e com uma resposta muito mais rápida dos desenvolvedores, em relação
às melhorias, o programa está sempre atualizado. Não existe a necessidade de ludibriar o
cliente, e depois o forçar a adquirir o produto, com as atualizações que se dizem vantajosas.
Existem algumas razões para se utilizar o Software livre, em detrimento ao Software
Proprietário, dentre elas (BORGES & GEYER):
� Maior segurança: acesso ao código fonte permite auditoria. Um indicador da
importância da segurança é o SO GNU/Linux da National Security Agency
(NSA).
� Menor custo: a licença GPL da FSF permite um número ilimitado de cópias.
� Maior qualidade: o código aberto permite um maior estudo e bateria de
testes.
� Maior flexibilidade: as adaptações são permitidas, graças ao acesso ao
código fonte.
� Desenvolvimento Auto-Sustentável: pelo desenvolvimento econômico com
inclusão social.
A adaptação também é um fator importante. Em um software proprietário, o usuário
tem que aceitar o produto, da maneira que ele foi feito, não existe chance de modificá-lo. Já
se utilizando Software Livre, há a possibilidade de adequar o programa a necessidade do
usuário, ou da comunidade. Basta que um desenvolvedor estude o código fonte e o
modifique, adaptando-o para a necessidade que for conveniente.
1.2.4 LICENÇA COPYRIGHT x COPYLEFT
Para que um Software seja considerado livre, basta que ele seja de domínio público,
no caso, sem Copyright. Essa técnica permite que exista o compartilhamento de melhorias
do programa entre a comunidade, e que o programa seja estudado, modificado e
reproduzido (http://www.gnu.org/licenses/licenses.pt-br.html).
Entretanto, o Software sendo de domínio público permite também, que qualquer
pessoa, que faça uma grande, ou mínima modificação, possa depois distribuí-lo em forma
de Software Proprietário.
A finalidade do projeto GNU é que todos tenham o direito de compartilhar os
Softwares, tendo acesso ao código-fonte. Todavia, o projeto não queria que o produto
pudesse se tornar proprietário repentinamente.
Para continuar mantendo a liberdade do Software Livre, e impedir ações de
apropriação, o projeto GNU, ao invés de deixar o Software em domínio público, optou por
transformá-lo em Copyleft (http://www.gnu.org/licenses/licenses.pt-br.html).
Copyleft nada mais é que um trocadilho com a proposição Copyright. Ao traduzi-lo,
percebe-se que o significado, ao pé da letra é: “deixar copiar”. Porém, não são todos os
Softwares Livres que são Copyleft.
O Copyleft garante a maior característica do Software Livre. No caso, a
possibilidade de qualquer pessoa utilizar um programa, e poder modificar, estudar e
distribuir. Ao distribuí-lo, que a nova versão também possa ter todas essas liberdades.
Para que um programa seja Copyleft, primeiramente é necessário que ele tenha o
Copyright registrado. A partir daí, são incrementados termos de distribuição, que é uma
ação legal, que permite a qualquer pessoa usar, estudar, modificar e compartilhar o
programa, ou uma versão modificada do mesmo, contanto que os termos de distribuição
não sejam alterados (http://www.gnu.org/licenses/licenses.pt-br.html).
Há uma grande quantidade de Softwares que têm sua licença para bloquear a
liberdade de distribuição, uso e compartilhamento, são os Softwares proprietários. A idéia
do projeto GNU era exatamente o oposto.
O Copyleft tem um entendimento muito genérico, sendo possível editá-lo de várias
maneiras. A adaptação que o projeto GNU fez, acabou por criar a General Public License.
Por motivo de prevenção, contra aproveitadores e oportunistas, a Free Software
Foundation criou a General Public License – GPL, ou simplesmente, Licença Pública
Geral. A GPL chegou com o intuito de impedir que os softwares fossem apropriados e/ou
patenteados por alguém, e que esse, mais uma vez impedisse o compartilhamento do
código-fonte. A GPL predomina na maior parte dos Softwares da FSF e qualquer
desenvolvedor que concorde em utilizá-la (HEXSEL, 2003).
1.3 ENSINO A DISTÂNCIA
Antes de iniciar este tópico, se faz necessário saber a diferença entre Ensino a
Distância e Educação a Distância. O Ensino a Distância é a nomenclatura correta de se
utilizar, pois a Educação, na verdade é algo que tem que partir do próprio indivíduo,
tornando a expressão (Educação a Distância) inapropriada (COSTA; FARIA, 2008).
Segundo Costa e Faria (2008), quanto a Educação a Distância:
A Educação a Distância (EAD) no Brasil é considerada, nos termos da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, como a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação”. Importante frisar que o conceito de EAD como a própria EAD, vem sofrendo alterações à medida que novas teorias, novas mídias, novos métodos de ensino estão sendo desenvolvidos (COSTA; FARIA, 2008).
De fato, o Ensino a Distância é um evento de aprendizado, sem o compartilhamento
de um mesmo ambiente físico (sala de aula) entre o aluno e o professor. Onde os
integrantes (professor, Tutor, monitor, aluno, administrador, etc) desse evento possam se
comunicar de alguma forma, seja ela por correspondência, radiodifusão, televisão, ou
ambientes computacionais.
Muitos países, principalmente os que possuem grande extensão territorial,
geralmente criam um obstáculo ao ensino, que é à distância, porque nem sempre se tem
uma escola ou faculdade nas proximidades do lar. Outro obstáculo, talvez até maior que a
distância, é o tempo, que está cada vez mais escasso, tornando muito difícil a conciliação
do trabalho e do estudo. Foi dessa necessidade de qualificação profissional de milhões de
pessoas, aliada com os empecilhos de tempo e distância, que nasceu o EaD
(http://www.institutouniversal.com.br/).
Há indícios de que agricultores e pecuaristas europeus aprendiam, por
correspondência, como plantar ou qual a melhor forma de cuidar do rebanho, isso no século
XIX, por volta de 1850. Indo mais além, em 1840, houve um curso regular de taquigrafia
por correspondência (http://www.eadnobrasil.com.br/noticia.php?id=205&secao=1).
Entretanto, o EaD só veio ser implantado no Brasil, no início do século XX, em
torno de 1904. Todavia, eram instituições privadas internacionais, que forneciam esses
cursos por correspondência para os brasileiros (COSTA; FARIA, 2008).
Em outubro de 1939, um imigrante Húngaro chamado Nicolás Goldberger começou
a dar um curso EaD por correspondência e acabou por ter sucesso, e com isso ele fundou a
empresa brasileira pioneira no Ensino a Distância: o Instituto Monitor
(http://www.institutomonitor.com.br/?gclid=CPfBuNu3lJsCFYZM5Qod4l5jqA).
A partir daí, essa modalidade de ensino se disseminou e novas vertentes começaram
a surgir, como curso por rádio, pela televisão (Telecurso) e até outras empresas de EaD por
correspondência, como foi o caso do Instituto Universal, que juntamente com o Instituto
Monitor, está em funcionamento até os dias atuais.
Entretanto, nenhuma dessas modalidades de Ensino a Distância conseguiram
abranger um grande público e obter realmente o sucesso. Somente com a disseminação dos
computadores e principalmente da Internet, é que o Ensino a Distância começou a “ganhar
corpo” e passou realmente a fazer parte da vida de muitos brasileiros. A internet foi a
propulsão que faltava para o EaD se consolidar como modalidade de ensino.
Conforme Pires(2002), a Internet tem uma importância muito relevante no âmbito
da sociedade atual:
A internet, como dimensão imponderada de conhecimento e difusão de informações, passa a ocupar um lugar de extrema importância na sociedade contemporânea. Trata-se de uma mídia extremamente interativa, onde o receptor pode manter um contato direto com o emissor e, mesmo com tanta interatividade no mundo virtual, este mantém presente, características midiáticas fortes como a ligação entre informação, entretenimento e publicidade (PIRES, 2002).
Devido à facilidade da transmissão de materiais e documentos, que a internet
proporciona, ela foi ganhando credibilidade e grande aceitação dos alunos. Com isso, foram
surgindo ferramentas que favoreciam o uso da internet para o EaD.
Alguns exemplos dessas ferramentas de gerenciamento do ambiente virtual de
aprendizagem são: ATutor, o Dokeos, o brasileiro TelEduc (produzido na Unicamp) e o
Moodle (BELINE, 2005).
Segundo Ribeiro (2007), a definição de AVA é:
Os AVAs geralmente são desenvolvidos por instituições acadêmicas ou empresas privadas. Eles fornecem aos participantes ferramentas a serem utilizadas durante um curso, para facilitar o compartilhamento de materiais de estudo, manter discussões, coletar e revisar tarefas, registrar notas, promover a interação entre outras funcionalidades. Eles contribuem para o melhor aproveitamento da educação e aprendizagem na EAD, pois oferece diversos recursos para a realização das aulas e interações entre professores e alunos (RIBEIRO, 2007).
Esses softwares são conhecidos como LMS – Learning Management Systems
(Sistemas de Gerenciamento de Aprendizagem) ou simplesmente AVA - Ambiente Virtual
de Aprendizagem. São plataformas compostas por uma gama de componentes, que são os
responsáveis pelo gerenciamento de informações e de conteúdo, além de ser responsável
pela comunicação e interação dos usuários e tutores presentes (http://www.moodle.ufba.br).
Através do AVA que é possível realizar um curso a distância. É nesse ambiente que,
os professores e/ou tutores irão depositar os materiais de estudo, seja ele um vídeo, uma
planilha, uma imagem ou um texto. É ele que torna possível também a comunicação entre
os alunos, e entre os alunos e os tutores/professores. O AVA utilizado nessa monografia é o
Moodle, e será abordado mais adiante (http://www.moodle.ufba.br).
Nos cursos a Distância, diferentemente do presencial, é necessário que o aluno tenha
muita disciplina, para conseguir aprender e fazer um curso com qualidade. Isso se deve ao
fato do aluno ter que aprender praticamente tudo por conta própria. Não existe mais a figura
do professor para ensinar, com o quadro e perguntas no fim da aula (RIBEIRO et al, 2007).
É de se questionar até, que um curso a distância não seja o ideal para um grupo de
adolescentes e/ou crianças. Isso se deve ao fato de que se exige um bom grau de
maturidade, que só se atinja a partir de certa idade. O aluno tem que ser capaz de balancear
muito bem o seu tempo livre, para aliado a disciplina de estudo, conseguir cumprir a
demanda que um curso de Ensino a Distância exige.
Os alunos de um curso a distância, na maioria das vezes, só têm uns aos outros para
contarem e se apoiarem na busca de resoluções das dificuldades que irão surgir no dia-a-
dia. Uma das principais características que um aluno de EaD tem que ter, é a integração,
agregação, a capacidade de trabalhar em grupo. O senso de dividir informações e
conhecimentos é fundamental, pois é do próprio grupo, que irão sair as respostas dos
questionamentos que fatalmente surgirão com o decorrer das atividades (CORTELAZZO,
2008).
O mais irônico nessa modalidade de ensino, é que a integração entre os alunos é
muito maior do que no ensino presencial. Mesmo não tendo um contato visual diário,
acaba-se por criar um vínculo entre os integrantes, devido ao fato da necessidade de se
relacionar. Mesmo não freqüentando uma sala de aula, e se vendo todos os dias, como
acontece rotineiramente com os alunos de ensino presencial, os alunos do EaD conseguem
criar laços mais firmes de confiança, pois eles precisam disso, devido ao fato de eles não
terem com quem contar (JORNAL NACIONAL, 2009).
Devido a essas “dificuldades” que são geradas, como não terem aula, por
conseqüência não anotarem nada, não terem a figura de um professor para dar as
coordenadas, é que os alunos do EaD têm que ter um perfil muito mais pró-ativo, do que os
alunos do ensino presencial (CORTELAZZO, 2008).
Os alunos têm que ser independentes, pois não dá para ficar esperando o professor
dar a resposta, como ocorre geralmente em uma sala de aula. Tem que ter disposição e
criatividade para executar as buscas na Internet, se comunicar com os colegas, estudar por
conta própria, e assim, realmente aprender e conseguir realizar as atividades que a eles são
delegadas (RIBEIRO et al, 2007).
Se os alunos não tiverem essa independência e motivação para buscarem as
respostas, ficarão estagnados no conhecimento, e não conseguirão fazer um bom curso.
Um ponto de vista equivocado, que foi criado em cima do EaD, é a idéia de que este
tipo de curso é mais fácil e que não prepara nem avalia o aluno de forma correta. Acredita-
se que o aluno está fazendo o curso EaD porque não foi capaz de ingressar em uma
faculdade de ensino presencial. Também existe o preconceito que um curso EaD não tem o
mesmo peso de um curso presencial (JORNAL NACIONAL, 2009).
Nesse quesito, muita gente se engana. O aluno de EaD, em muitas ocasiões, é mais
qualificado que o aluno do ensino presencial. Devido ao fato do aluno de EaD não possuir
professor nem aulas presenciais, ele consegue adquirir habilidade de resolver problemas de
maneira muito mais elegante e eficiente. Consegue sair de situações de dificuldade com
mais facilidade, que o aluno de ensino presencial. Isso se deve ao fato dele ser muito mais
independente nas oportunidades em que se encontra em dificuldade (CORTELAZZO,
2008).
Talvez a melhor qualidade do EaD, para o aluno, seja a possibilidade de não ter que
se locomover até a Instituição de ensino. O aluno faz tudo no aconchego do lar. Podendo ter
liberdade para estudar e fazer as atividades no instante que achar mais conveniente. Não se
prende a horários nem a trânsito. Todavia, é preciso ter maturidade para não ficar
“deixando pra lá” e acabar se perdendo nos estudos e prazos.
O preço de um curso EaD é mais acessível, do que no ensino presencial. Pois
praticamente todo o custo fica a cargo do aluno. Internet e computador em casa. A
Instituição de Ensino não tem que se preocupar com os custos da infra-estrutura, como
cadeiras, mesas, quadros, luz, água, e diversos gastos. A Instituição só se preocupa com o
material didático e o acompanhamento no Ambiente Virtual, feito pelos tutores e
professores (JORNAL NACIONAL, 2009).
O custo inicial do aluno é grande, pois tem que comprar computador, pagar a
internet, etc. Entretanto, esse custo só é um pouco caro no início, em longo prazo, o valor se
“dissolve” tornando o investimento atrativo (JORNAL NACIONAL, 2009).
Devido ao baixo custo e a comodidade de desempenhar a função de aluno no
aconchego do lar, acabou a desculpa da população de dizer que não tem chance de se
graduar, que não tem oportunidade de se especializar. Não pode dizer que, está sem tempo
pra cursar faculdade, que a distância atrapalha. Basta querer se qualificar, pois o EaD
chegou para amenizar as dificuldades, e chegou para ficar, pois já se enraizou no Sistema
de Educação do País, e só tende a crescer e melhorar ainda mais seu serviço.
1.4 MOODLE
O Moodle, que tem como fundador um australiano, chamado Martin Dougiamas
(http://dougiamas.com/), é um ambiente em que se utiliza a internet ou intranet, de forma
sistematizada, que veicula informações pré-estabelecidas, com requisitos pré-definidos,
com um objetivo específico.
A definição de Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment)
segundo Beline:
O Moodle é um software para produzir e gerenciar atividades educacionais baseadas na Internet e/ou em redes locais. É um projeto de desenvolvimento contínuo pensado para apoiar o construtivismo-social educacional. Conjuga um sistema de administração de atividades educacionais com um pacote de software desenhado para ajudar os educadores a obter alto padrão de qualidade em atividades educacionais on-line que desenvolvem. Uma das vantagens principais do Moodle sobre os demais sistemas é que ele é muito bem fundamentado para por em prática uma aprendizagem social-construtivista (BELINE, 2005).
O principal foco do projeto Moodle é disponibilizar aos educadores e acadêmicos a
melhor ferramenta de gerenciamento de cursos. Muitas instituições de ensino utilizam essa
plataforma para produzirem cursos completamente on-line. Este AVA tem a característica
de permitir uma grande escala de estudantes, cerca de centenas, e até milhares. Os usuários
utilizam também os componentes ativos no Ambiente, como o fórum, Wikis, chats, etc, e
acabam por produzirem uma gama de conhecimento acerca do assunto ou matéria estudada
(http://moodle.org/about/).
O Moodle roda sem problemas nos Sistemas Operacionais Unix, Linux, Windows,
Mac OS X, Netware e ainda, em qualquer SO que suporte PHP. MySQL e PostgreSQL são
os Bancos de Dados que armazenam os dados, mas o Oracle, Access, Interbase ODBC e
outros da mesma forma podem ser utilizados. Existem mais de 50 traduções da ferramenta,
dentre os idiomas, o Português, alemão, chinês e outros.
O Moodle tem um portal (http://www.moodle.org), que figura como uma central de
informações, debates, etc. Esse portal é alimentado por professores, pesquisadores,
administradores de sistema, designers e, principalmente, programadores. E são esses
mesmo participantes que desenvolvem o Moodle, através de uma comunidade
(CASTILLO, 2005).
Segundo Castillo, quanto à filosofia do Moodle:
O desenvolvimento do ambiente Moodle foi norteado por uma filosofia de aprendizagem - a teoria sócio construtivista (Social Constructivism). O sócio construtivismo defende a construção de idéias e conhecimentos em grupos sociais de forma colaborativa, uns para com os outros, criando assim uma cultura de compartilhamento de significados (CASTILLO, 2005).
A filosofia do Moodle é totalmente condizente com a proposta desse projeto. Pois o
projeto busca justamente o compartilhamento e difusão do conhecimento, e é o que prega a
teoria sócio construtivista do Moodle.
A licença do Moodle é a GNU General Public License, de acordo com a Free
Software Foundation, que já foi explicada anteriormente nesse trabalho. O Moodle é um
Software Open Source, ou seja, é livre para estudar, usar, modificar e até mesmo distribuí-
lo. Ele tem também como característica ser Copyright de Martin Dougiamas (BELINE,
2005).
1.4.1 ORIGEM
No princípio da década de 90, o Webmaster, Martin Dougiamas, era o responsável
pela administração do Sistema de Gerenciamento de Aprendizagem da Curtin University of
technology (Universidade Tecnológica de Curtin). Ele conhecia muitas pessoas de
instituições de ensino e essas pessoas queriam uma melhor utilização da internet, mas não
tinham idéia de como fazer, pois havia muitas ferramentas tecnológicas e pedagógicas na
época (OLIVEIRA, 2008).
Dougiamas queria fornecer a essas pessoas, uma ferramenta que fosse livre e
gratuita, para que ingressassem de vez no mundo on-line. Com isso, ele já tendo
experiência sobre as teorias da construção do conhecimento e natureza de aprendizagem e
da colaboração, aliado ao fato dele ser um graduado em Ciência da Computação, resolveu
cursar o mestrado e doutorado na área de Educação.
Tendo essa mescla de Computação com Educação, ele conseguiu embasamento
suficiente para criar a sua própria ferramenta de gerenciamento de aprendizagem. Assim foi
criado o Moodle. Foram criadas várias versões, até que a versão 1.0 foi muito bem aceita e
usada em 2002 (OLIVEIRA, 2008).
Inicialmente o Moodle era uma ferramenta enxuta, bem diferente das versões atuais.
Conforme Castillo (2005) a ferramenta era utilizada para realização de estudos de caso, que
analisavam a natureza da colaboração e da reflexão de pequenos grupos de estudo formados
por adultos. Só após algumas novas versões e o crescimento da comunidade de usuários,
que foram sendo incrementados novos componentes, como chats, fóruns, etc.
O AVA Moodle, para prover a comunicação, a troca de materiais e arquivos, e a
administração do curso em vigor, precisa dispor de várias tecnologias. Segundo Gonzales
(2005), as funcionalidades do AVA são divididas em quatro grupos de ferramentas:
ferramenta de coordenação, de comunicação, de produção dos alunos e a ferramenta de
administração (GONZALES, 2005).
� Ferramentas de coordenação servem de suporte para a organização de um
curso são utilizadas pelo professor para disponibilizar informações aos
alunos, tanto informações das metodologias do curso (procedimento,
duração, objetivos, expectativa, avaliação) e estrutura do ambiente
(descrição dos recursos, dinâmica do curso, agenda, etc), quanto
informações pedagógicas: material de apoio (guias, tutoriais), material de
leitura (textos de referência, links interessantes, bibliografia e etc) e recurso
de perguntas freqüentes (reúne as perguntas mais comuns dos alunos e as
respostas correspondentes do professor).
� Ferramentas de Comunicação, que englobam fóruns de discussão, bate-papo,
correio eletrônicos e conferência entre os participantes do ambiente têm o
objetivo de facilitar o processo de ensino-aprendizagem e estimular a
colaboração e interação entre os participantes e o aprendizado contínuo.
� Ferramentas de Produção dos Alunos ou de Cooperação oferece o espaço de
publicação e organização do trabalho dos alunos ou grupos, através do
portfólio, diário, mural e perfil (de alunos e/ou grupos).
� Ferramentas de Administração oferecem recursos de gerenciamento, do
curso (cronograma, ferramentas disponibilizadas, inscrições, etc), de alunos
(relatórios de acesso, freqüência no ambiente, utilização de ferramentas, etc)
e de apoio à tutoria (inserir material didático, atualizar agenda, habilitar
ferramentas do ambiente, etc). Através delas é possível fornecer ao professor
formador informações sobre a participação e progresso dos alunos no
decorrer do curso, apoiando-os e motivando-os durante o processo de
construção e compartilhamento do conhecimento.
Na seqüência, uma figura que mostra a tela do Moodle-UFBA, onde ficam
evidentes alguns componentes que deixa claro a visualização de algumas funcionalidades
do AVA. Na parte central do Moodle-UFBA está um conjunto de caixas que podem
representar a seqüência das aulas, ou, caso o tutor/professor prefira, criar áreas para agrupar
conteúdos ou atividades semelhantes. Ou seja, pode-se produzir uma área de convivência,
para registrar as notícias relacionadas ao curso, um fórum para discussão geral, um chat
livre, etc. O fórum e o chat, que são ferramentas de comunicação, existem também o box de
administração que é uma ferramenta de administração e tantos outros componentes que
formam o Moodle.
Figura 1.2: Tela do Moodle-UFBA especificando algumas funcionalidades.
1.4.2 A GESTÃO DO PROJETO Moodle-UFBA
Atualmente, as Universidades vêm encarando um desafio enorme, que é de
incrementar e melhorar o seu sistema de ensino. A criação e variação de ferramentas que
possibilitem esse aperfeiçoamento só vêm crescendo a cada dia. Com a chegada da TIC
(Tecnologia de Informação e Comunicação) os Ambientes Virtuais de aprendizagem têm
ganhado cada vez mais espaço e a utilização deles na Educação a Distância já uma
realidade (ALVES, 2009).
A Universidade Federal da Bahia, para acompanhar a trajetória de desenvolvimento
do sistema de ensino que está ocorrendo, optou por utilizar o Sistema de Gerenciamento de
Aprendizagem Moodle. Daí surgiu o projeto EAD/MOODLE/UFBA, que desde o princípio
se mostrou capacitado e nos dias atuais, já é um sucesso comprovado.
A seguir, uma foto da tela inicial do Moodle-UFBA, ferramenta de análise dessa
monografia.
Figura 1.3: Home do Moodle-UFBA
Inicialmente, os cursos eram entregues fechados aos professores e que por
comodidade, eles não abriam o acesso aos cursos para toda a rede. Com a intenção de
difundir o conhecimento, os gestores do projeto Moodle-UFBA passaram a entregar os
cursos abertos para os professores, e eles decidem se mantém aberto, ou se fecham o curso.
Essa foi uma manobra realizada pelos gestores que colaborou muito para que a difusão do
conhecimento crescesse no projeto.
Mesmo com essas dificuldades, o Moodle-UFBA, quando comparado com o
Moodle de outras Universidades, é o que possui mais cursos abertos para a comunidade. A
seguir um quadro com as informações sobre os cursos do Moodle-UFBA:
Estatísticas do Moodle-UFBA
Usuários 18421
Tutores 1386
Moderadores 340
Estudantes 8492
Visitantes 52
Cursos 649
Cursos abertos para visitantes 106
Dados coletados no site (http://www.moodle.ufba.br) em 05 de julho de 2009
Alves (2009) fala sobre o projeto EAD/MOODLE/UFBA, citando o sucesso e
explicando o papel do mesmo:
O Projeto EAD/Moodle/UFBA, coloca-se como uma experiência que tem se mostrado exitosa nesse desafio. O Projeto atua como um agente de inovação tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem no ambiente virtual de aprendizagem Moodle; fomentando a incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e das técnicas de educação a distância aos métodos didático-pedagógicos. Além disso, promove a pesquisa e o desenvolvimento voltados para a introdução de novos conceitos e práticas de educação interativa na modalidade online (ALVES, 2009).
O CPD - Centro de Processamento de Dados, da Universidade Federal da Bahia é o
responsável pela implantação do projeto EAD/MOODLE/UFBA, cujo qual, teve grande
aceitação no meio acadêmico. A flexibilidade do Moodle-UFBA permite não apenas servir
como apoio pedagógico a modalidade de Ensino à Distância, mas também, com o mesmo
prestígio, nas disciplinas presenciais e até mesmo para grupos de pesquisa e de estudo
(RICCIO & PRETTO, 2008).
O projeto Moodle-UFBA passou a ser muito requisitado em torno do ano de 2005,
pois acabou por conquistar a primazia da comunidade UFBA. A partir daí, a requisição de
unidades da Universidade, por criação de espaços no Moodle, só vem crescendo cada dia
mais (ALVES, 2009).
A grande demanda que o projeto Moodle-UFBA passou a ter, se deve também ao
surgimento do UAB - Universidade Aberta do Brasil. A UAB foi formulada para a
articulação e integração de um sistema nacional de educação superior à distância, com o
intuito de sistematizar os projetos, ações, programas e atividades que pertencem as políticas
públicas voltadas para a ampliação e interiorização da oferta do ensino superior gratuito e
de qualidade no Brasil, promovendo assim, acesso ao ensino superior nas camadas da
população marginalizadas do sistema educacional (http://uab.capes.gov.br/).
Conforme Alves (2009), sobre a UAB e a equipe multidisciplinar que foi formada
no projeto:
A chegada do projeto UAB forçou o CPD da UFBA a montar equipe de apoio e conduzir a implantação institucionalizada da educação online em rede. Desde o primeiro momento, observamos a necessidade de articular, integrar uma equipe de múltiplas competências. O modelo adotado vem amadurecendo e surtindo bons resultados (ALVES, 2009).
A visão de Lima, um dos gestores do Moodle-UFBA, falando sobre a origem do
projeto:
Desde o início foi pensado usar o próprio moodle, recursivamente, como ferramenta de gerência, comunicação permanente e difusão do conhecimento. Foi criada uma lógica de planejar, desenvolver, controlar e avaliar utilizando-se de fóruns de discussão. A informação começa no fórum de notícias e se transforma em atividade no fórum geral passando depois para o fórum de pendências que quando resolvida passa ao fórum de questões resolvidas que depois são reduzidas a mapas de processos. Isto para exemplificar um dos diversos recursos utilizados (LIMA, 2008).
A experiência desse projeto nos mostra que para gerenciar o conhecimento e tirar
proveito da diversidade dos integrantes de diferentes formações, o gestor precisa lidar com
relações de poder definidas e com responsabilidades compartilhadas; um clima estimulador
da inteligência e da inventividade coletivas e pessoas com motivações diferentes para
realizar suas tarefas. Precisa também entender que os relacionamentos e interações
conduzem à realização do projeto de forma horizontal e colaborativa.
2 DIFUSÃO DO CONHECIMENTO NA UNIVERSIDADE PÚBLICA
Uma instituição de ensino público, como uma Universidade, tem papéis sociais
importantíssimos. Ela está no papel de expandir a inclusão social e digital, além de prestar
serviços como defensoria, consultas médicas, etc. Está também com a responsabilidade de
prover o crescimento e desenvolvimento social da comunidade. E dentre um de seus
deveres, está o dever de difundir o conhecimento.
2.1 PAPEL DA UNIVERSIDADE PÚBLICA
Uma Universidade pública não deve apenas passar valores como produção, bens
comercializáveis e competitividade, pois a sociedade é muito mais do que isso, ela também
é composta por valores comunitários e de solidariedade. Consequentemente, o ensino
superior é muito mais do que apenas mercado de trabalho, existe por trás toda uma
transmissão de valores ideológicos, científicos e culturais.
Uma das maiores virtudes e expressão de compromisso social de uma Universidade
Pública é a tríade Ensino – Pesquisa – Extensão. Conforme Martins (2009), “O exercício de
tais funções é requerido como dado de excelência no ensino superior, fundamentalmente
voltado para a formação profissional à luz da apropriação e produção do conhecimento
científico”. Neste trabalho, quando se utiliza a palavra conhecimento, é se referindo a tríade
citada acima.
A geração de todo esse conhecimento, se dá principalmente pelos profissionais que
são formados na própria Universidade. Entretanto, outra fundamental fonte de produção de
conhecimento são as atividades de extensão, no caso, hospitais universitários, consultorias,
contratos de pesquisa e serviço, dentre outros. Esse acréscimo de atividades de extensão é
fundamental para o crescimento e desenvolvimento, não apenas da Universidade e do
ensino publico, mas também do país (MANIFESTO, 2009).
Para produzir esse vasto conhecimento é fundamental que se tenha acesso a
pesquisa na fronteira do conhecimento. É a pesquisa que realmente consegue alavancar o
raciocínio independente, a criatividade e o método na abordagem de novos problemas. As
mentes produzidas nessa esfera acadêmica, nos mais distintos padrões acadêmicos e éticos,
acabam por se tornar a melhor produção realmente que a Universidade pode gerar, tornando
o país mais desenvolvido e educado (MANIFESTO, 2009).
De acordo também com o Manifesto Pela Reforma da Universidade Pública, os
EUA tiveram um crescimento econômico de mais de 50% no período dos últimos 40 anos,
graças aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento que foram fomentados naquele
país. Segundo Bill Clinton:
Um corte de verbas para pesquisa no limiar de um novo século, quando a pesquisa se tornará ainda mais importante do que já tem sido nos últimos cinqüenta anos, equivaleria a cortar nosso orçamento para defesa no auge da guerra fria (MANIFESTO, 2009).
Fica visível então, a força e a responsabilidade que tem uma Instituição de ensino
público. O desenvolvimento de um país está atrelado ao bom desempenho da Universidade
pública, que bem gerida, consegue produzir profissionais qualificados e uma vasta gama de
conhecimento.
Tendo a Universidade toda essa preocupação com os valores ideológicos, científicos
e culturais, acaba-se por formar um vasto, qualificado e diversificado montante de
conhecimento. E no mundo atual, não é possível ser um país competitivo sem conseguir ter
o predomínio da geração do conhecimento, onde esse conhecimento é justamente a
mercadoria mais valiosa (MANIFESTO, 2009).
Formada essa gama de conhecimento, surge o questionamento: será que a
Universidade Federal da Bahia está cumprindo com o seu papel de Instituição de ensino
público e realizando a difusão do seu conhecimento, conforme consta nos objetivos do seu
Plano de Desenvolvimento Institucional e do Projeto Pedagógico Institucional?
2.2 UFBA (PDI e PPI)
A UFBA, como Instituição de ensino público, está contemplada com todos esses
deveres e responsabilidades. A missão da UFBA é de ser uma Universidade
administrativamente moderna e economicamente viável, tornando-se modelo de gestão
pública, sendo transparente para toda a comunidade. Onde ela seja auto-sustentável, tendo a
qualidade de captar recursos, sem comprometer seu caráter democrático e pluralista,
almejando a Excelência artística, científica e acadêmica (PDI, 2008).
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) foi formulado com o intuito de
revigorar a velha UFBA. Tem a idéia de reinventar a Universidade Pública. É necessário
que se torne realidade a boa-intenção da pesquisa, inovação e criação com eficaz alcance
social (PDI, 2008).
No PDI (2008), se faz uma análise do plano interno e do plano externo, No interno,
é feita toda uma avaliação de gestão da Universidade Federal da Bahia, buscando torná-la
auto-sustentável e financeiramente viável, mantendo sua preocupação com a sociedade.
Tendo como desejo, que a UFBA venha a ser uma Universidade imparcial e íntegra, que
saiba reconhecer o valor de todos os seus profissionais, desde os artistas e cientistas com
suas produções, até os servidores e alunos.
No plano externo, acontece toda uma análise do mercado e globalização, tomando
cuidado com duas vertentes que podem prejudicar o ensino superior brasileiro, a
internacionalização e a privatização. No caso, a Universidade tem que se preocupar para
não acabar virando uma mera produtora de mão-de-obra, tratando o ensino superior como
uma simples mercadoria (PDI, 2008).
Palavras do atual Reitor sobre como colocar em prática o que é proposto no PDI:
Para começar a realizar este projeto-sonho, vamos precisar, em primeiro lugar, superar as contradições e impasses herdados da velha universidade. Isto implicará construir a universidade renovada como um verdadeiro estabelecimento público, aberta à participação política das comunidades a que ela serve, firmemente comprometida com a igualdade, justiça social e paz, em todos lugares deste sofrido mundo. Na esfera da nossa instituição, crucial, nesse sentido, será, sem dúvida, o presente instrumento de planejamento que seguramente nos permitirá conceber, monitorar e avaliar os passos necessários à realização do nosso projeto-sonho (PDI, 2008).
Existe um tópico no Plano de Desenvolvimento Institucional, que mostra os
Objetivos que irão orientar a atuação da Universidade Federal da Bahia, e dentre essas
metas está:
Participar, em nível nacional e local, de fóruns de discussão e definição de políticas públicas no âmbito da inclusão social e da produção e difusão da ciência, da arte e da cultura (PDI, 2008).
Um outro objetivo é:
Promover uma inserção qualificada da instituição no panorama acadêmico nacional e internacional, pela difusão da sua produção científica, técnica e artística (PDI, 2008).
O Plano de Desenvolvimento Institucional, ao ser formulado, tem no escopo do seu
conteúdo um capítulo a parte: o Projeto Pedagógico Institucional (PPI). Este projeto foi
desenvolvido para complementar o PDI ao narrar minuciosamente os princípios e
fundamentos adotados pela Universidade Federal da Bahia (PPI, 2008).
Além disso, o PPI tem o intuito de fazer alguns levantamentos da natureza
diagnóstica acerca do calibre didático-pedagógico e curricular dos seus cursos, além de
deliberar alguns preceitos orientadores. O PPI também foi produzido para explicitar alguns
objetivos e metas que tenham relação com as atitudes que serão desenvolvidas nessa área
de atuação (PPI, 2008).
O Projeto Pedagógico Institucional, assim como o Plano de Desenvolvimento
Institucional, fala sobre a difusão do conhecimento. No PPI, é citado como uma missão em
um futuro próximo “Disseminação de todas as formas de conhecimento que a Instituição
abriga, democratizando continuamente o acesso ao mesmo (PPI, 2008)”.
Observamos, portanto que tanto no PDI quanto no PPI da UFBA a difusão do
conhecimento é tratada como um dos tantos objetivos que a Universidade Federal da Bahia
se responsabiliza em executar.
.
3 O PROJETO MOODLE-UFBA COMO VEÍCULO DE DIFUSÃO DO CONHECIMENTO
Para sabermos se realmente essa poderosa ferramenta da Educação está sendo
utilizada como um veículo de difusão do conhecimento, se fez necessário uma pesquisa
com integrantes que vivenciem e vivenciaram desde o princípio o surgimento e
desenvolvimento do Projeto Moodle-UFBA.
Como citado anteriormente, este projeto é composto por um conjunto bastante
heterogêneo. Esse grupo multidisciplinar é formado por um coordenador (analista de
sistemas sênior), uma doutoranda em EaD, mestre em Tecnologia da Informação (tempo
parcial), uma pedagoga especialista em EaD, uma funcionária com qualificação em
webdesign, trabalhando na administração e apresentação do Moodle-UFBA e onze bolsistas
– estudantes de graduação (oito de informática e três de Pedagogia) (ALVES, 2009).
Para nossa pesquisa, os que responderam ao questionário, que segue em anexo, são
apenas as pessoas que administram o Moodle-UFBA. A opção de somente entrevistar os
gestores aconteceu pelo fato de que, diferentemente dos bolsistas, que periodicamente são
trocados e são incipientes, quem gere o projeto, além de estar mais ciente da situação e
evolução do Moodle-UFBA, esteve sempre presente no projeto.
O grupo que foi entrevistado do Moodle-UFBA é formado por um contingente de
quatro profissionais, entretanto, infelizmente, um deles não pôde responder ao questionário
por razões pessoais.
Na análise sociodemográfica ficou indicado que um dos integrantes é do sexo
masculino, e os outros dois integrantes são do sexo feminino. Sendo que dois deles estão na
faixa etária entre 51 e 60 anos e um está entre 41 e 50 anos. Já na esfera da escolaridade,
dois componentes têm mestrado, enquanto que um tem graduação. Em relação ao tempo de
trabalho deles, um está trabalhando no projeto entre 5 e 8 anos, enquanto os outros dois
estão trabalhando entre 1 e 4 anos. Com o intuito de zelar pelo anonimato deles, não citarei
os nomes dos gestores entrevistados.
Quanto à indagação do conceito de difusão do conhecimento, os gestores não
fugiram muito das definições de conhecimento que foram citadas no escopo desse projeto.
Sendo que um deles, disse que difusão do conhecimento significa facilitar o acesso ao
conhecimento, tornar útil para a sociedade, democratizando-o. Enquanto que um outro
gestor foi mais um pouco subjetivo, dizendo que “[...] o conhecimento é "espalhado pelo
ar" e os que não tem ou precisam daquele conhecimento podem facilmente e gratuitamente
captá-lo no ar”.
Em relação ao questionamento de como é realizada essa disseminação do
conhecimento, como esclarece o Plano de Desenvolvimento Institucional da Universidade
Federal da Bahia, na esfera do projeto Moodle-UFBA, os gestores citaram diversas
maneiras para tal fim. Um citou a importância da internet, entretanto criticou um pouco,
dizendo que a UFBA está começando, mas que já deu bons passos, e acredita que
doravante, só tende a melhorar. O entrevistado que mais diversificou as maneiras que são
realizadas a disseminação do conhecimento disse:
“Dentro do projeto, a partir das leituras dos processos de trabalho e aprendizagem que já se deram em outros momentos e que estão registrados em diversos recursos no espaço do Moodle relativo ao projeto, além do compartilhamento das reflexões de todos sobre as atividades em execução de forma presencial (nas reuniões e outros momentos) e também no ambiente através dos fóruns”.
Sobre o quesito da importância do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle-
UFBA para a difusão do conhecimento na Universidade, dois entrevistados convergiram
para o mesmo ponto de vista, concordando que o Moodle-UFBA é apropriado e pode
potencializar a difusão do conhecimento, explicando também que a UFBA tem uma
poderosa ferramenta em mãos e que quanto mais aberto for esse acesso, maior será a
capacidade de difusão apresentada. Já o outro gestor inferiu que o projeto Moodle-UFBA
tem como maior trunfo, ser o pioneiro na abertura do caminho da instituição para o novo
mundo, e ainda afirma que esse projeto é provavelmente de dimensão ainda desconhecida
na comunidade UFBA.
Sobre as contribuições que o projeto Moodle-UFBA pode trazer para a difusão do
conhecimento na UFBA, dois gestores foram sucintos, ao afirmar que o projeto consegue
unir os integrantes da comunidade UFBA (alunos, professores, colaboradores) e que a
contribuição do projeto passa pela difusão do conhecimento sobre o próprio Moodle, tanto
no âmbito do Projeto como extrapolando este âmbito e alcançando os diversos espaços
dentro da UFBA. Na visão do outro gestor, as contribuições são bastante abrangentes e
citou várias formas:
“Vencer as barreiras e dificuldades culturais iniciais, ajudando e criando facilitadores para os usuários e professores/pesquisadores através de cursos, orientações.
Facilitar a criação de projetos pelos diferentes grupos de diferentes áreas do conhecimento. Através dos experimentos, melhorar as práticas pedagógicas nesta nova forma de fazer educação, propondo e criando novas e modernas metodologias voltadas para o EaD. Implantar cursos livres, publicando material de acesso livre para todos. Manter uma articulação nacional e internacional com os outros grupos que trabalham com este ambiente, ajudando na especificação de novas funcionalidades e implementação de novos componentes. Participar de uma avaliação contínua e permanente.”
Quando foi pedido para citarem exemplos de como a difusão do conhecimento pode
ser feita no AVA moodle, as respostas foram bem diversificadas. Foi afirmado que além de
todo o potencial inerente à internet, se tem o apoio às disciplinas presenciais, semi-
presenciais e todo o universo de disciplinas, cursos e outras atividades à distância. Houve
também uma visão semelhante aos ideais do Software Livre, que foi abordado nessa
Monografia, ao ressaltar que os trabalhos têm que ser feitos seguindo a idéia de manter o
conteúdo o mais aberto possível, definindo sua autoria.
No questionário foram solicitadas sugestões, para a melhoria da difusão do
conhecimento na UFBA pelo AVA Moodle. Todos convergiram para a necessidade de uma
melhor estrutura, uma formação da comunidade UFBA, em especial docentes, técnicos e
pesquisadores, não apenas numa perspectiva instrumental, mas numa perspectiva ampla que
possibilite a reflexão sobre o potencial do ambiente para a construção coletiva de
conhecimentos e que leve o participante a refletir sobre a sua própria prática. Houve
também o requerimento de ações e projetos que possam ampliar a produção de conteúdos.
Aconteceu também uma tentativa de dimensionar o quão grande e importante é esse projeto
para a UFBA:
“Primeiro seria o convencimento dos dirigentes da instituição que esta onda é gigante, um Tsunami, e que suas idéias de uma Universidade Nova são pequenas perto do que está chegando.”
Para finalizar o questionário, foi perguntado qual era o papel dos gestores, dentro do
projeto Moodle-UFBA na difusão do conhecimento. Um deles fez uma metáfora, dizendo
que os gestores são: “mestres surfistas, que cuidam do milagre da multiplicação das
pranchas, fazendo melhorias e difundindo conhecimento”. Foi comentado também, que a
função é gerir o Projeto de forma que ele possa contribuir com a difusão do conhecimento
na UFBA, atuando da maneira mais aberta e reflexiva possível a fim de difundir o
conhecimento construído sobre o Moodle. Todavia, a resposta mais interessante sobre esse
questionamento foi do entrevistado que disse que o papel do gestor é:
“Construir coletivamente/permanentemente melhorias, atualizações e customizações do ambiente, tornando-o cada vez mais funcional e atraente, incorporando sugestões, resultado de uma prática de uso. Manter-se antenado para as necessidades e novidades, tanto na parte técnica, quanto na parte pedagógica.”
O resultado das entrevistas revela que o projeto Moodle-UFBA ainda está em seu
processo inicial, mas vem ganhando corpo e galgando um patamar cada vez mais elevado
no âmbito acadêmico. Ficou evidente também a importância do Moodle-UFBA na nova
modalidade de ensino, o EaD, que já se estabeleceu no mercado e que só tende a expandir
ainda mais a sua abrangência no cenário educacional, fato esse que pode ser impulsionado
com uma atitude e planejamento dos dirigentes da Universidade Federal da Bahia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como ficou claro neste trabalho, a Universidade Pública de Ensino Superior tem a
responsabilidade de desenvolver toda uma sociedade. Vimos também que, uma das formas
de aprimorar uma Universidade é através da produção de conhecimento, que atualmente é o
maior bem que um país pode possuir. Esse conhecimento é gerado através de produções
científicas, pesquisas acadêmicas, dentre outras.
O Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle-UFBA é uma poderosa ferramenta
de produção e disseminação de conhecimento, e como observado, essa difusão acontece no
curso a distância, semi-presencial, através dos fóruns, dos chats, etc.
As conclusões dadas pelos gestores do projeto Moodle-UFBA, confirmam o que o
Plano de Desenvolvimento Institucional, da Universidade Federal da Bahia propõe em
relação à difusão do conhecimento. O que responde ao problema/inquietação que surgiu na
incipiência dessa Monografia, ou seja, o Moodle-UFBA realmente funciona como um
veículo de difusão do conhecimento.
Finalizo o trabalho com sugestões de melhoras que foram pedidas pelos gestores.
Uma qualificada estrutura de trabalho, um contingente de profissionais adequado à
importância desse projeto. Pois como explicou um dos gestores, é um projeto de uma
dimensão ainda desconhecida, e que os administradores da Universidade Federal da Bahia
devem perceber o quão importante é o projeto Moodle-UFBA para o desenvolvimento
qualificado de toda uma sociedade.
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APÊNDICE UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE MATEMÁTICA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
Questionário e Entrevista de Pesquisa de Campo
Questão 1 – Sexo Questão 2 - Escolaridade
( ) Feminino ( ) Graduação
( ) Masculino ( ) Especialização
( ) Mestrado
( ) Doutorado
Questão 3 – Faixa etária Questão 4 – Tempo de trabalho no Moodle-UFBA
( ) 21 a 30 anos ( ) menos de 1 ano
( ) 31 a 40 anos ( ) entre 1 e 4 anos
( ) 41 a 51 anos ( ) entre 4 e 8 anos
( ) 51 a 60 anos ( ) entre 8 e 12 anos
( ) Mais de 60 anos ( ) mais de 12 anos
Roteiro da Entrevista
1) O que você entende por difusão do conhecimento?
2) Como se realiza a difusão do conhecimento no âmbito do projeto Moodle-UFBA?
3) Em sua opinião, qual a importância do AVA Moodle-UFBA para a difusão do conhecimento na Universidade?
4) Que contribuições o projeto Moodle-UFBA pode trazer para a difusão conhecimento na UFBA?
5) Você pode citar exemplos de como a difusão do conhecimento pode ser feita no AVA moodle?
6) Que sugestões daria para a melhoria da difusão do conhecimento na UFBA pelo AVA moodle?
7) Qual o papel dos gestores do Moodle-UFBA na difusão do conhecimento?
Este questionário e roteiro de entrevista constituem-se em instrumento de coleta de dados sobre O Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle-Ufba como Veículo de Difusão do Conhecimento, que irá subsidiar o trabalho monográfico que estou realizando, para integralização final do curso de Bacharelado em Ciência da Computação. Solicitamos o seu apoio no sentido de respondê-lo.
Antecipadamente agradecido, Cláudio A. Martins