UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE CEILÂNDIA
CURSO DE FONOAUDIOLOGIA
MARIANNA AVELINO TAVARES
O IMPACTO DE INDICADORES DE TRATAMENTO NO TEMPO DE TERAPIA PARA AFASIA, APRAXIA DE FALA E
DISARTRIA
Brasília - DF
2018
MARIANNA AVELINO TAVARES
O IMPACTO DE INDICADORES DE TRATAMENTO NO TEMPO DE TERAPIA PARA AFASIA, APRAXIA DE FALA E
DISARTRIA
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Universidade de Brasília – Faculdade de Ceilândia como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fonoaudiologia. O trabalho foi apresentado e aprovado pela banca examinadora em 03 de Julho de 2018.
Professor Orientador: Profa. Dra. Maysa Luchesi Cera
Examinadora: Cláudia Aparecida Pietrobon
Brasília – DF
2018
O IMPACTO DE INDICADORES DE TRATAMENTO NO TEMPO DE TERAPIA PARA AFASIA, APRAXIA DE FALA E DISARTRIA
THE IMPACT OF TREATMENT INDICATORS AT TIME OF THERAPY FOR
APHASIA, APRAXIA OF SPEECH AND DYSARTHRIA
Marianna Avelino Tavares – Graduanda do Curso de Fonoaudiologia da
Universidade de Brasília – UnB – Distrito Federal (DF), Brasil
Patrícia Pupin Mandrá - Doutora, Professora do Curso de Fonoaudiologia do
Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - USP -
Ribeirão Preto (SP), Brasil
Thaís Cristina da Freiria Moretti - Fonoaudióloga formada pela Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto – FMRP – USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil
Carla Manfredi dos Santos – Doutora, Fonoaudióloga do Centro Integrado de Reabilitação do
Hospital Estadual de Ribeirão Preto (CIRHE) – Ribeirão Preto (SP) – Brasil
Letícia Brunelli Wolf – Mestre, Fonoaudióloga da Prefeitura Municipal de Sertãozinho (SP)
– Brasil
Maysa Luchesi Cera - Doutora, Professora do Curso de Fonoaudiologia da
Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília - FCE/UnB - Distrito Federal
(DF), Brasil
Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto (CIRHE) - à
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo
(USP)
Universidade de Brasília (UnB) – Faculdade de Ceilândia (FCE)
Marianna Avelino Tavares. Campus Universitário – Centro Metropolitano, Ceilândia
Sul, Brasília – Distrito Federal (DF), Brasil, CEP:72220-275. Email:
[email protected] Universitário - Centro Metropolitano, Ceilândia Sul
Brasília - DF. CEP: 72220-275
RESUMO
Objetivo: Comparar o tempo de tratamento e o motivo da alta dos usuários de um
serviço de atenção de média complexidade com transtornos neurológicos adquiridos
da comunicação entre dois períodos, antes e após a implantação dos indicadores de
tratamento. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo coorte retrospectivo, realizado
por meio de análise de prontuário dos usuários do Setor de Linguagem Adulto do
Serviço de Fonoaudiologia do Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual
de Ribeirão Preto atendidos em janeiro de 2010 até dezembro de 2011 e entre julho
de 2013 a junho de 2015. Resultados: Foram 172 usuários no total para os
períodos antes (2010-2011) e após (2013-2015) a implantação dos indicadores de
tratamento. Quanto à caracterização da amostra, 61,6% eram homens e a idade
média foi de 56,6±(15,8) anos. Quanto à causa do transtorno da comunicação,
73,8% tiveram acidente vascular cerebral. A afasia acometeu 44,8% da amostra. O
tempo médio de tratamento fonoaudiológico dos usuários que permaneceram em
terapia até a alta foi de 11±7 meses no primeiro período e 7±5 meses no segundo
período. Houve diferença estatisticamente significante no tempo médio de terapia
antes e após a implantação dos indicadores de tratamento. Conclusão: A
implantação dos indicadores de tratamento impactou na redução do tempo médio de
tratamento fonoaudiológico para os transtornos da comunicação e aumentou o
motivo de alta terapêutica dos usuários atendidos em um serviço brasileiro de média
complexidade.
Descritores: Transtornos da Comunicação; Indicadores de Qualidade em Assistência
à Saúde; Indicadores; Afasia; Disartria; Apraxias.
ABSTRACT
Purpose: To compare the time of treatment and the reason for the discharge of the
users of a care service of medium complexity with acquired neurological disorders of
the communication between two periods, before and after the implantation of the
treatment indicators. Methods: This is a retrospective cohort study, carried out by
analyzing the medical records of the users of the Adult Language Sector of the
Speech and Hearing Therapy Service of the Integrated Rehabilitation Center of the
State Hospital of Ribeirão Preto, attended in January 2010 to December of 2011 and
between July 2013 to June 2015. Results: There were 172 users in total for the
periods before (2010-2011) and after (2013-2015) the implementation of treatment
indicators. Regarding the characterization of the sample, 61,6% were men. The
mean age was 56,6±(15,8) years. As for the cause of the communication disorder,
73,8% had a stroke. Aphasia affected 44,8% of the sample. The mean duration of
speech therapy for patients who remained on therapy until discharge was 11±7
months in the first period and 7±5 months in the second period. There was a
statistically significant difference in the mean time of therapy before and after the
implantation of the treatment indicators. Conclusion: The implementation of the
treatment indicators impacted the reduction of the average time of speech therapy
treatment for the communication disorders and increased the reason for the
discharge therapeutic of the users served in a Brazilian service of medium
complexity.
Keywords: Communication Disorders; Quality Indicators, Health Care; Indicators;
Aphasia; Dysarthria; Apraxias.
3
INTRODUÇÃO
Os transtornos da comunicação se caracterizam como uma alteração nos
processos de envio, recepção, processamento e compreensão de conceitos ou
símbolos, podendo ser verbais, não verbais e gráficos. Podem ser decorrentes do
desenvolvimento ou adquiridos(1). Os transtornos adquiridos da comunicação são
originados por uma lesão no sistema nervoso central ou periférico e classificados em
distúrbios da fala ou linguagem(2).
Segundo a Lei nº 6.965, de 9 de dezembro de 1981, o Fonoaudiólogo:
“É o profissional, com graduação plena em Fonoaudiologia, que atua em
pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológicas na área da
comunicação oral e escrita, voz e audição, bem como em aperfeiçoamento
dos padrões da fala e da voz”(3).
O balizador de tempo de tratamento em Fonoaudiologia preconizado para os
transtornos da comunicação estabelecido pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia
foi de no mínimo 12 meses para afasia e disartria e até 6 meses para apraxia de
fala(4).
Um estudo realizado com usuários de um serviço de Fonoaudiologia de alta
complexidade acometidos por afasia, disartria e apraxia de fala, verificou que a
maioria dos usuários apresentou alta até os 6 primeiros meses de terapia, outros
necessitaram de 12 meses, seguidos dos que deram continuidade até os 18
meses(5).
O planejamento dos serviços de terapia fonoaudiológica depende de
diversos fatores, inclusive do tipo do transtorno da comunicação e seu respectivo
tempo médio de tratamento. A Fonoaudiologia na saúde pública tem apresentado
crescimento e o número de pessoas com transtornos da comunicação que recorrem
aos serviços públicos tem aumentado. Assim, são necessárias providências para
suprir a alta demanda e adequar os serviços à realidade atual(6).
4
No gerenciamento de um serviço público brasileiro, a inserção de
indicadores de qualidade em uma unidade hospitalar do Distrito Federal contribuiu
para a assistência dos usuários, norteou a atuação fonoaudiológica e o
gerenciamento do serviço(7). O gerenciamento de indicadores pode trazer melhorias
na prestação dos serviços de Fonoaudiologia, fornecendo uma assistência de maior
qualidade, o que acarreta em benefícios ao usuário e fortalece a prática baseada em
evidências(8).
Atualmente, o Brasil é composto por um dos maiores sistemas públicos de
saúde do mundo, o Sistema Único de Saúde (SUS) que busca garantir o acesso
integral, universal e gratuito à saúde para todos os cidadãos do país(9). Para garantir
a regionalização hierarquizada do SUS, o Hospital Estadual de Ribeirão Preto surgiu
com a intenção de suprir o espaço existente no nível secundário hospitalar, evitando,
assim, o atendimento dos casos de baixa e média complexidade na atenção terciária
e absorvendo a demanda nesse nível de atenção(10).
O Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto
(CIRHE), vinculado à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da
Universidade de São Paulo (USP), entre os períodos de 2010 a 2015 foi composto
por, em média, onze fonoaudiólogos, doze fisioterapeutas, doze terapeutas
ocupacionais, um psicólogo, uma assistente social, dois auxiliares de enfermagem e
uma enfermeira, além de diversos estagiários dos cursos da FMRP. O serviço
recebe usuários encaminhados por profissionais da atenção primária, terciária ou
das demais áreas do CIRHE. Os critérios de inclusão compreendem pessoas com
necessidade de reabilitação na atenção secundária à saúde e de exclusão
compreendem as alterações motoras, respiratórias ou de deglutição graves e que
demandam atendimento de alta complexidade.
Em 2012, em todos os setores do CIRHE, foram revisados os critérios de
alta e permanência dos usuários na reabilitação e em 2013 foram implantados
indicadores de tratamento, por meio de novos procedimentos operacionais. Os
transtornos adquiridos da comunicação são atendidos no Setor de Linguagem Adulto
do Serviço de Fonoaudiologia do CIRHE e os procedimentos operacionais estipulam
5
a realização de reavaliações e devolutivas fonoaudiológicas a cada 12 sessões, o
que acontece em um tempo médio de três meses.
A hipótese é que a implantação dos novos procedimentos operacionais com
os indicadores de reabilitação reduz o tempo de atendimento dos usuários, aumenta
a quantidade bianual de usuários atendidos e facilita a estrutura organizacional da
equipe. A apresentação dos resultados obtidos após a implantação dos indicadores
de um serviço de reabilitação de média complexidade auxiliará no direcionamento da
estrutura organizacional de outros serviços de reabilitação e na compreensão do
tempo de terapia para os transtornos neurológicos adquiridos da comunicação.
O objetivo deste estudo é comparar o tempo de tratamento e o motivo da
alta dos usuários de um serviço de atenção de média complexidade com transtornos
neurológicos adquiridos da comunicação entre dois períodos antes (janeiro de 2010
a dezembro de 2011) e após (julho de 2013 a junho de 2015) a implantação dos
indicadores de tratamento estabelecidos nos procedimentos operacionais de 2013.
6
MÉTODOS
Este estudo é do tipo coorte retrospectivo, realizado por meio de análise de
prontuário dos usuários do Setor de Linguagem Adulto do Serviço de Fonoaudiologia
do CIRHE atendidos em dois períodos.
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/ FMRP-USP, sob o
protocolo com parecer número 2.017.401 e CAAE 66805317.9.0000.5440. Os
usuários participantes desta pesquisa já receberam alta do serviço, o que dispensou
a necessidade de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Foram analisados os prontuários eletrônicos dos usuários do CIRHE
atendidos no Setor de Linguagem Adulto antes e após a implantação dos
procedimentos operacionais e seus indicadores de tratamento. Os dois períodos
corresponderam a 24 meses, o primeiro foi referente ao levantamento de dados de
janeiro de 2010 até dezembro de 2011 e o segundo abrangeu os dados dos usuários
atendidos entre julho de 2013 e junho de 2015.
Os critérios de inclusão foram: ter iniciado acompanhamento no Setor de
Linguagem Adulto do CIRHE, devido a um transtorno da comunicação neurológico e
adquirido (afasia, apraxia de fala e disartria), em um dos períodos correspondentes a
este estudo. O critério de exclusão foi ter transtorno da comunicação do
desenvolvimento.
As informações coletadas foram:
Dados gerais de identificação: nome; registro; data de nascimento; idade na
data da avaliação inicial; sexo;
Causa do transtorno da comunicação: traumatismo crânio encefálico (TCE),
acidente vascular cerebral (AVC), doença neurológica ou outra;
Hipótese diagnóstica fonoaudiológica da comunicação: afasia, apraxia de fala
ou disartria;
7
Hipótese diagnóstica fonoaudiológica que co-ocorre ao transtorno da
comunicação: disfagia orofaríngea;
Características do atendimento: data de início no serviço; realização de
terapia fonoaudiológica (sim/não); tempo de terapia fonoaudiológica em
meses; motivo da alta fonoaudiológica (alta terapêutica ou abandono);
Os dados referentes às hipóteses diagnósticas do transtorno da
comunicação foram obtidos por meio das avaliações de linguagem, geralmente,
realizadas por meio do Teste de Boston para o Diagnóstico das Afasias(11) ou da
Bateria Montreal de Avaliação da Comunicação(12). Nos casos de transtorno motor
da fala, as hipóteses diagnósticas corresponderam aos resultados nos protocolos de
apraxia de fala(13) e de disartria(14). Para rastreio das funções cognitivas relacionadas
à comunicação, foram obtidos dados referentes aos protocolos complementares,
como o Mini Exame do Estado Mental(15) ou outros, quando necessário.
Após a coleta de todas essas informações, os dados sobre os transtornos da
comunicação (afasia, apraxia de fala e disartria), o tempo médio de atendimento e o
motivo da alta foram comparados entre os grupos: antes (2010-2011) e após (2013-
2015) a implantação dos indicadores de tratamento para o Setor de Linguagem
Adulto.
Foi usado o software estatístico IBM SPSS 22, para análise descritiva e
inferencial. Para verificar a normalidade da distribuição das variáveis foi utilizado o
teste Komogorov Smirnov. Para a comparação entre o tempo de terapia dos dois
períodos do estudo, antes e após os indicadores de tratamento, foi aplicado o teste
Mann-Whitney. A probabilidade (p) menor que 0,05 foi considerada para indicar
significância estatística.
8
RESULTADOS
Caracterização Geral da Amostra
Foram 172 usuários no total para os períodos antes (2010-2011) e após
(2013-2015) a implantação dos indicadores de tratamento. A Tabela 1 apresenta os
dados sociodemográficos e neurológicos dos usuários do serviço estudado.
(Tabela 1)
Dos 172 usuários que passaram pelo setor nos períodos estudados, 157
iniciaram a reabilitação e 15 foram avaliados e orientados. Dos 157 que iniciaram o
tratamento indicado, 129 seguiram o tratamento até a alta fonoaudiológica, 57 do
período antes dos indicadores de tratamento e 72 após.
Comparação entre o tempo de terapia fonoaudiológica antes e após a
implantação de indicadores de tratamento
Para realizar a análise do tempo de terapia entre os dois períodos
estudados, foram selecionados apenas os 129 usuários que concluíram o processo
terapêutico.
A Tabela 2 apresenta os tempos de terapia fonoaudiológica nos dois
períodos analisados com o tempo mínimo, máximo, média e desvio padrão. Ao
comparar o tempo de terapia até a alta fonoaudiológica dos usuários atendidos nos
períodos estudados, o presente estudo evidenciou redução estatisticamente
significante no tempo de tratamento após a implantação dos indicadores de
tratamento (U=1488,00, p=0,007).
(Tabela 2)
9
Na Tabela 3 são apresentadas as porcentagens dos motivos das altas
terapêuticas dos usuários.
(Tabela 3)
Comparação entre o tempo de terapia para afasia e disartria
Para comparação do tempo de tratamento entre os transtornos de linguagem
e os transtornos motores da fala, foram considerados apenas os usuários que
permaneceram em tratamento até a alta, com exceção dos 16 que apresentavam
co-ocorrência de afasia e disartria. Todos os casos com apraxia de fala
apresentavam co-ocorrência de transtorno adquirido da comunicação, por isso,
apenas a presença de afasia ou disartria é que foi considerada nesta análise,
independente do usuário apresentar co-ocorrência de apraxia de fala. Assim, o
tempo de fonoterapia de 86 usuários com afasia sem disartria foi comparado ao
tempo de terapia de 27 usuários com disartria sem afasia. A Tabela 4 apresenta os
resultados desta análise com o tempo mínimo, máximo, média e desvio padrão dos
tempos de terapia em meses.
(Tabela 4)
10
DISCUSSÃO
A implantação dos indicadores de tratamento impactou na redução do tempo
médio de terapia fonoaudiológico para os transtornos da comunicação atendidos em
um serviço brasileiro de média complexidade, além do aumento da porcentagem de
usuários que permaceram em tratamento até a alta, redução dos abandonos e dos
encaminhamentos para a atenção terciária. Esses resultados serão discutidos
abaixo.
O tempo médio de terapia fonoaudiológica apresentado na Tabela 2 foi
menor no período após a implantação dos indicadores de tratamento quando se
considera apemas os usuários que permaneceram em tratamento fonoaudiológico
até a alta (Tabela 2).
A partir da implantação dos indicadores de tratamento, os usuários iniciavam
a terapia e passavam por reavaliações e devolutivas fonoaudiológicas a cada 12
sessões para redefinição de conduta. Desta forma, acredita-se que os usuários
foram conscientizados periodicamento do processo terapêutico, de seus resultados
quantitativos e qualitativos obtidos no período que permaneceram em tratamento e
dos objetivos planejados quando a conduta era de manutenção da fonoterapia. A
porcentagem de usuários que permaneceram em terapia até a alta fonoaudiológica
foi maior após a implantação dos indicadores. Antes dos indicadores, havia apenas
uma reavaliação no momento da alta fonoaudiológica e 57 dos 83 (68,7%) usuários
permaneceram em atendimento até a alta. Após a implantação dos indicadores e
com as reavaliações periódicas, 72 de 89 (80,9%) usuários permaneceram em
atendimento até a alta. Ao se considerar apenas os 157 usuários que iniciaram
fonoterapia, essa porcentagem de usuários que permaneceram em tratamento até a
alta é ainda mais discrepante antes (71,3%) e após (93,5%) a implantação dos
indicadores (Tabela 3). Portanto, conclui-se que a implantação dos indicadores de
resultados da terapia fonoaudiológica possibilitou maior adesão ao tratamento. Esse
achado fica evidente ao se observar os resultados referentes à alta por abandono
apresentados nas Tabelas 1 e 3.
11
Outro aspecto observado nas Tabelas 1 e 3 é que no segundo período
estudado não houve encaminhamento de usuário para a atenção de alta
complexidade, o que aconteceu no primeiro período. Acredita-se que este dado não
tenha relação direta com os indicadores de tratamento e esteja relacionado ao
aumento do conhecimento sobre os critérios de inclusão e exclusão do CIRHE por
parte dos profissionais responsáveis por referenciar os usuários do serviço. No início
do serviço, os critérios ainda não eram conhecidos por todos os profissionais ou não
estavam claramente definidos.
É interessante referir que no segundo período estudado, dez usuários
permaneceram em terapia mais do que 12 meses, enquanto o mesmo aconteceu 21
vezes no primeiro período. Portanto, os indicadores de tratamento auxiliaram a
identificação da conduta terapêutica, mas não limitaram a permanência do usuário
no serviço por tempo maior do que o estipulado nos procedimentos operacionais
atuais, quando havia demanda fonoaudiológica.
Observa-se que os tempos médios de reabilitação fonaudiológica em meses
para afasia (10±7) e disartria (7±5) (Tabela 4) foram menores do que o preconizado
pelo balizador de tempo de tratamento proposto pelo Conselho Federal de
Fonoaudilogia em 2013(4). Nossos resultados corroboram com um estudo realizado
em um serviço público brasileiro de saúde que evidenciou diferença entre o tempo
de terapia fonoaudiológica em relação ao balizador preconizado pelo Conselho
Federal de Fonoaudiologia (16). Observa-se, ainda, que, além da diferença de tempo
de terapia em relação ao preconizado pelos balizadores, o presente estudo mostra
que a afasia tem um maior tempo de terapia do que a disartria.
Em relação ao maior tempo de terapia para afasia, um outro fator que pode
estar associado é a presença de alterações cognitivas. Um estudo verificou que,
quanto pior o desempenho cognitivo, maior o tempo do tratamento e menor a
porcentagem de alta dos usuários admitidos em uma unidade de reabilitação, apesar
da mesma intensidade de terapia fonoaudiológica diária(17). Portanto, o presente
estudo conclui que o tempo de terapia e a alta fonoaudiológica parecem estar
diretamente relacionados à presença de alteração de linguagem.
12
Quanto aos transtornos da comunicação, referente à demanda do serviço
estudado, a Tabela 1 mostra maior ocorrência de afasia, seguida de disartria. A
apraxia de fala sempre co-ocorreu com outro transtorno. A frequência dos
transtornos estudados corrobora com os achados de um serviço brasileiro de
reabilitação fonoaudiológica na atenção de alta complexidade(5). Portanto, os
resultados quanto à frequência dos transtornos adquiridos da comunicação podem
ser considerados por diferentes serviços com demandas quanto ao tipo dos
transtornos atendidos. Destaca-se que alguns usuários apresentaram mais de um
transtorno da comunicação, especialmente na presença de apraxia de fala.
Outro quadro que pode co-ocorrer com os transtornos da comunicação nas
doenças neurológicas é a disfagia orofaríngea. Em nosso estudo, a disfagia foi
apresentada em 13,4% dos usuários atendidos nos dois períodos, como aponta a
Tabela 1. Em outra pesquisa, a disfagia esteve presente em 55% dos usários que
sofreram transtornos neurológicas, associados ou não a transtornos de fala e
linguagem(18). Essa diferença da ocorrência de disfagia entre os estudos se deve ao
tipo de doença neurológica estudada, enquanto no presente estudo a maioria
apresentou AVC, no outro estudo a maior demanda foi de doenças
neuromusculares.
O presente estudo encontrou o AVC como maior causa dos transtornos da
comunicação, assim como em outra pesquisa sobre os transtornos adquiridos da
comunicação que verificou 69,5% da amostra com lesão neurológica decorrente do
AVC(5). Em nosso estudo o AVC acometeu 73,8% da população analisada, seguido
de demência com 8,1% e TCE correspondendo a 7,6% da amostra geral dos dois
períodos. Assim, a causa do transtorno da comunicação e a presença de co-
ocorrência destes transtornos estão diretamente relacionados à demanda do serviço
e devem ser considerados para a reabilitação fonoaudiológica.
Os quadros neurológico e fonoaudiológico dos usuários são fundamentais
para o tempo de reabilitação, mas é importante considerar, também, os dados
sociodemográficos. Apesar disso, destaca-se que diferença do tempo de fonoterapia
entre os dois períodos estudados não esteve relacionada aos dados
13
sociodemográficos, neurológicos e fonoaudiológicos, pois são semelhantes nos dois
períodos estudados (Tabela 1). Outro estudo também não encontrou interferência da
idade nos efeitos da reabilitação de usuários com afasia(19). Ainda, um estudo que
avaliou a terapia de linguagem para afasia, observou que o prognóstico não estava
associado à idade e tipo de patologia(20).
Este estudo verificou, ainda, que a implantação de indicadores de tratamento
com reavaliações periódicas apoiadas em dados normativos favoreceu a definição
de condutas e as devolutivas aos usuários do serviço, aumentou a quantidade de
atendimentos, reduziu o número de usuários que aguardavam em fila de espera,
aumentou a adesão à terapia e a qualidade do serviço prestado.
Portanto, este estudo mostra a maior eficiência de um serviço brasileiro de
Fonoaudiologia de atenção de média complexidade após a implantação dos
indicadores de tratamento. Um achado que corrobora com outro estudo que mostrou
melhora no desempenho dos serviços de Fonoaudilogia e benefícios aos usuários
atendidos após a mensuração dos indicadores(8).
Limitações:
Nos prontuários dos usuários não foi possível coletar informações quanto à
presença de comorbidades e quanto aos fatores contextuais associados ao
processo terapêutico. Estes aspectos podem contribuir para a alta por abandono ou
para a manutenção no tratamento e seriam informações que fortaleceriam ainda
mais a discussão dos resultados deste estudo. Além disso, informações
neurológicas relacionadas ao tempo de lesão até o início da terapia e à extensão e
localização da lesão poderiam contribuir para a análise dos dados, bem como a
escolaridade que impacta na reserva cognitiva. Sobre os transtornos da
comunicação, saber a gravidade da afasia, bem como da apraxia de fala e disartria,
poderia auxiliar na análise dos dados e até possíveis replicações deste estudo.
14
CONCLUSÃO
A implantação de indicadores de tratamento em um serviço brasileiro de
média complexidade impactou na redução do tempo médio de terapia
fonoaudiológica para os transtornos da comunicação e aumentou o motivo de alta
terapêutica dos usuários atendidos nesse serviço.
15
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos coordenadores, aos diretores e às fonoaudiólogas do
CIRHE por apoiarem a realização deste estudo. A primeira autora deste artigo
recebeu Bolsa PIBIC do Programa de Iniciação Científica da UnB - PIC/UnB, no
Edital Pibic 2017 para o desenvolvimento deste estudo.
16
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18
Tabela 1- DADOS SOCIODEOGRÁFICOS, NEUROLÓGICOS E FONOAUDIOLÓGICOS DOS USUÁRIOS COM
AFASIA, APRAXIA DE FALA E DISARTRIA
Antes Após Total
DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS (N=172)
N
Sexo Masculino
Feminino
83
59,0%
41,0%
89
64,0%
36,0%
172
61,6%
38,4%
Total 100% 100% 100%
Idade 59,1±15,3 54,3±16,0 56,6±15,8
CAUSA DO TRANSTORNO DA COMUNICAÇÃO (N=172)
AVC 70,0% 77,6% 73,8%
Demência 7,2% 9,0% 8,1%
TCE 6,0% 9,0% 7,6%
Doença neuromuscular 12,0% 2,2% 7,0%
Tumor Neurológico 1,2% 0% 0,6%
Neuroinfecção 3,6% 2,2% 2,9%
Total 100% (n=83) 100% (n=89) 100% (n=172)
TRANSTORNO DA COMUNICAÇÃO (N=172)
Afasia 33,7% 55,1% 44,8%
Disartria 29,0% 11,2% 19,8%
Afasia e Apraxia de Fala 26,5% 19,2% 22,8%
Afasia e Disartria 7,2% 11,2% 9,3%
Afasia, Apraxia e Disartria 0% 1,1% 0,5%
Apraxia e Disartria 0% 1,1% 0,5%
Sem transtorno da comunicação 3,6% 1,1% 2,3%
Total 100% (n=83) 100% (n=89) 100% (n=172)
DISFAGIA OROFARÍNGEA QUE CO-OCORRE AOS TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO (N=172)
Sem Disfagia Orofaríngea 14,5% 12,4% 13,4%
Com Disfagia Orofaríngea 85,5% 87,6% 86,6%
Total 100% (n=83) 100% (n=89) 100% (n=172)
MOTIVO GERAL DA ALTA
(N=172)
Alta terapêutica 68,7% 80,9% 75,0%
Alta por abandono 18,1% 5,6% 11,6%
Encaminhamento para atenção
terciária
9,6% 0% 4,7%
Avaliados e Orientados 3,6% 13,5% 8,7%
Total 100% (n=83) 100% (n=89) 100% (n=172)
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Tabela 2 - TEMPO DE TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA AFASIA, APRAXIA DE FALA E DISARTRIA DOS
USUÁRIOS QUE PERMANECERAM EM TERAPIA ATÉ A ALTA FONOAUDIOLÓGICA (MESES) + ESTATÍSTICAS
TESTE
ANTES DOS INICADORES DE
TRATAMENTO
APÓS OS INDICADORES DE TRATAMENTO
N 57 72
Mínimo 1,0 1,0
Máximo 37,0 31,0
Média 11,0 7,8
Desvio Padrão 7,6 5,5
Mann Whitney U=1488,00 p=0,007
Tabela 3 - MOTIVO DA ALTA DOS USUÁRIOS COM AFASIA, APRAXIA DE FALA E DISARTRIA QUE INICIARAM A
TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA (N=157)
Antes Após Total
Alta terapêutica 71,3% (n=57) 93,5% (n=72) 82,2% (n=129)
Alta por abandono 18,7% 6,5% 12,7%
Encaminhamento para atenção terciária 10% 0% 5,1%
Total N 100% (n=77) 100% (n=80) 100% (n=157)
Tabela 4 - COMPARAÇÃO DO TEMPO MÉDIO DE TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA AFASIA E DISARTRIA (MESES) + ESTATÍSTICAS TESTE
Afasia (N =86) Disartria (N =27)
Média (desvio padrão) 10,3 (7,2) 7,6 (5,2)
Mínimo 1 1
Máximo 37 23
Mann Whitney U=877,5 p=0,056
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Normas para preparação de manuscrito
Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia
Escopo e Política
Todos os trabalhos, após aprovação pelo Conselho Editorial, serão
encaminhados para análise e avaliação de dois revisores, sendo o anonimato
garantido em todo o processo de julgamento. Os comentários serão devolvidos aos
autores para as modificações no texto ou justificativas de sua manutenção. Somente
após aprovação final dos editores e revisores, os trabalhos serão encaminhados
para publicação. A partir de 2012, todos os trabalhos de autores brasileiros terão
publicação bilíngue Português/Inglês. Sendo assim, após revisão técnica, os autores
serão instruídos a traduzirem os manuscritos para a língua inglesa. A versão em
Inglês será de responsabilidade dos autores. Os artigos que não estiverem de
acordo com as normas da revista não serão avaliados.
A revista apresenta as seguintes seções: Artigos originais, Artigos de
revisão, Relato de casos, Refletindo sobre o novo, Resenhas, Resumos, Cartas
ao editor.
Artigos originais: são trabalhos destinados à divulgação de resultados da
pesquisa científica. Devem ser originais e inéditos. Sua estrutura deverá conter os
seguintes itens: Resumo e descritores, Abstract e keywords, Introdução, Métodos,
Resultados, Discussão, Conclusão e Referências. Os Resultados devem ser
interpretados, indicando a relevância estatística para os dados encontrados, não
devendo portanto, ser mera apresentação de tabelas, quadros e figuras. Os dados
apresentados no texto não devem ser duplicados nas tabelas, quadros e figuras e/ou
vice-versa. Recomenda-se que os dados recebam análise estatística inferencial para
que sejam mais conclusivos. Das referências citadas (máximo 30), pelo menos 70%
deverão ser constituídas de artigos publicados em periódicos da literatura nacional e
estrangeira.
21
O número de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, bem como a
afirmação de que todos os sujeitos envolvidos (ou seus responsáveis) assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no caso de pesquisas envolvendo
pessoas ou animais (assim como levantamentos de prontuários ou documentos de
uma instituição), são obrigatórios e devem ser citados no item Métodos.
Relato de casos: relata casos ou experiências com até dez sujeitos, com
características singulares de interesse para a prática profissional, descrevendo seus
aspectos, história, condutas, etc. Deve conter: Resumo e descritores, Abstract e
keywords, Introdução (com breve revisão da literatura), Apresentação do caso
clínico, Discussão, Comentários finais, e Referências (máximo 15).
A Apresentação do caso clínico deverá conter a afirmação de que os sujeitos
envolvidos (ou seus responsáveis) assinaram do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, consentindo, desta forma, com a realização e divulgação desta
pesquisa e seus resultados. No caso de utilização de imagens de pacientes, anexar
cópia do Consentimento Livre e Esclarecido dos mesmos, constando a aprovação
para utilização das imagens em periódicos científicos.
Artigos de revisão: são constituídos de avaliação critica e sistemática da
literatura, de material publicado sobre um assunto específico e atualizações sobre o
tema, escritos a convite do editor. Devem conter Resumo e descritores, Abstract e
keywords, Introdução do tema, Revisão da literatura, Discussão, Comentários finais
e Referências (máximo 40, pelo menos 70% deverão ser constituídas de artigos
publicados em periódicos da literatura nacional e estrangeira).
Refletindo sobre o novo: um artigo recente e inovador é apresentado
inovação é apresentado e comentado por um especialista, a convite do editor. Deve
conter a referência completa do trabalho comentado, nome, instituição e e-mail do
comentador.
Resenhas: resumos comentados da literatura científica. Deve conter a
referência completa do trabalho comentado, nome, instituição e e-mail do
comentador.
22
Resumos: resumos relevantes de artigos, teses, trabalhos apresentados em
Eventos Científicos, etc... Deve conter a referência completa do trabalho na página
de rosto.
Cartas ao editor: críticas a matérias publicadas, de maneira construtiva,
objetiva e educativa ou discussões de assuntos específicos da atualidade. Serão
publicadas a critério dos Editores. As cartas devem ser breves (250 a 500 palavras).
A Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia - RSBFa apoia as
políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial de Saúde (OMS)
e do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), reconhecendo a
importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de
informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, somente serão
aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um
número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos
critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no
site do ICMJE (www.icmje.org). O número de identificação deverá ser registrado ao
final do resumo.
Forma e preparação de manuscritos
As normas que se seguem devem ser obedecidas para todos os tipos de
trabalhos e foram baseadas no formato proposto pelo International Committee of
Medical Journal Editors e publicado no artigo: Uniform requirements for manuscripts
submitted to biomedical journals, versão de outubro de 2007, disponível em:
http://www.icmje.org/.
23
Requisitos técnicos:
Devem ser incluídos, obrigatoriamente, além do arquivo do artigo, os seguintes
documentos suplementares (digitalizados):
a) Carta assinada por todos os autores, contendo permissão para
reprodução do material e transferência de direitos autorais, além de
pequeno esclarecimento sobre a contribuição de cada autor;
b) Aprovação do Comitê de Ética em pesquisa da instituição onde foi
realizado o trabalho, quando referente a pesquisas em seres humanos
ou animais;
c) Cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado
pelo(s) sujeito(s) (ou seus responsáveis), autorizando o uso de
imagem, quando for o caso;
d) Declaração de conflitos de interesse, quando pertinente.
PREPARO DO MANUSCRITO
O texto deve ser formatado em Microsoft Word, RTF ou WordPerfect, em
papel tamanho ISO A4 (212x297mm), digitadas em espaço duplo, fonte Arial
tamanho 12, margem de 2,5cm de cada lado, justificado, com páginas numeradas
em algarismos arábicos; cada seção deve ser iniciada em uma nova página, na
seguinte sequência: página de identificação, Resumo e descritores, Abstract e
keywords, texto (de acordo com os itens necessários para a seção para a qual o
artigo foi enviado), Agradecimentos, Referências, tabelas, quadros, figuras (gráficos,
fotografias e ilustrações) e anexos, com suas respectivas legendas. O número total
de páginas do manuscrito (incluindo tabelas, quadros, figuras, anexos e referências)
não deve ultrapassar 30 páginas.
24
Página de identificação:
Deve conter:
a) Título do artigo, em português (ou espanhol) e inglês. O título
deve ser conciso, porém informativo;
b) Título do artigo resumido com até 40 caracteres;
c) Nome completo de cada autor, seguido do departamento e/ou
instituição;
d) Departamento e/ou instituição onde o trabalho foi realizado;
e) Nome, endereço instituicional e e-mail do autor responsável e a
quem deve ser encaminhada a correspondência;
f) Fontes de auxilio à pesquisa, se houver;
g) Declaração de inexistência de conflitos de interesse de cada
autor
Resumo e descritores:
A segunda página deve conter o resumo, em português (ou espanhol) e
inglês, de não mais que 250 palavras. Deverá ser estruturado de acordo com a
seção em que o artigo se encaixa, contendo resumidamente as principais partes do
trabalho e ressaltando os dados mais significativos. Assim, para Artigos originais, a
estrutura deve ser, em português: Objetivo, Métodos, Resultados, Conclusões; em
inglês: Purpose, Methods, Results, Conclusion. Para Artigos de revisão e Relatos de
caso o resumo não deve ser estruturado. Abaixo do resumo, especificar no mínimo
cinco e no máximo dez descritores/keywords que definam o assunto do trabalho. Os
descritores deverão ser baseados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde)
publicado pela Bireme, que é uma tradução do MeSH (Medical Subject Headings) da
National Library of Medicine e disponível no endereço eletrônico: http://decs.bvs.br.
25
Texto:
Deverá obedecer a estrutura exigida para cada tipo de trabalho. A citação
dos autores no texto deverá ser numérica e sequencial, utilizando algarismos
arábicos entre parênteses e sobrescritos, sem data e sem nenhuma referência ao
nome dos autores, como no exemplo:
"... Qualquer desordem da fala associada tanto a uma lesão do
sistema nervoso quanto a uma disfunção dos processos sensório-
motores subjacentes à fala, pode ser classificada como uma desordem
motora(11-12) ..."
Palavras ou expressões em inglês, que não possuam tradução oficial para o
português devem ser escritas em itálico. Os numerais até dez devem ser escritos
por extenso.
No texto deve estar indicado o local de inserção das tabelas, figuras,
quadros e anexos, da mesma forma que estes estiverem numerados,
sequencialmente. Todas as tabelas, figuras (gráficos, fotografias e ilustrações),
quadros e anexos devem ser em preto e branco (ou em escala de cinza), dispostas
ao final do artigo, após as referências.
Agradecimentos:
Inclui reconhecimento a pessoas ou instituições que colaboraram
efetivamente com a execução da pesquisa. Devem ser incluídos agradecimentos às
instituições de fomento que tiverem fornecido auxílio e/ou financiamentos para a
execução da pesquisa.
Referências:
Devem ser numeradas consecutivamente, na mesma ordem em que foram
citadas no texto e identificadas com números arábicos. A apresentação deverá estar
baseada no formato denominado "Vancouver Style", conforme exemplos abaixo, e
os títulos de periódicos deverão ser abreviados de acordo com o estilo apresentado
26
pela List of Journal Indexed in Index Medicus, da National Library of Medicine e
disponibilizados no endereço: ftp://nlmpubs.nlm.nih.gov/online/journals/ljiweb.pdf
Recomenda-se utilizar referências publicadas nos últimos dez anos.
Para todas as referências, citar todos os autores até seis. Acima de seis,
citar os seis primeiros, seguidos da expressão et al.
ARTIGOS DE PERIÓDICOS
Shriberg LD, Flipsen PJ, Thielke H, Kwiatkowski J, Kertoy MK, Katcher ML et al. Risk
for speech disorder associated with early recurrent otitis media with effusions: two
retrospective studies. J Speech Lang Hear Res. 2000;43(1):79-99.
Wertzner HF, Rosal CAR, Pagan LO. Ocorrência de otite média e infecções de vias
aéreas superiores em crianças com distúrbio fonológico. Rev Soc Bras Fonoaudiol.
2002;7(1):32-9.
LIVROS
Northern J, Downs M. Hearing in children. 3rd ed. Baltimore: Williams & Wilkins;
1983.
CAPÍTULO DE LIVROS
Rees N. An overview of pragmatics, or what is in the box? In: Iwin J. Pragmatics: the
role in language development. La Verne: Fox; 1982. p. 1-13.
CAPÍTULO DE LIVRO (mesma autoria)
Russo IC. Intervenção fonoaudiológica na terceira idade. Rio de Janeiro: Revinter;
1999. Distúrbios da audição: a presbiacusia; p. 51-82.
27
TRABALHOS APRESENTADOS EM CONGRESSOS
Minna JD. Recent advances for potential clinical importance in the biology of lung
cancer. In: Annual Meeting of the American Medical Association for Cancer
Research; 1984 Sep 6-10; Toronto. Proceedings. Toronto: AMA; 1984; 25:2293-4.
DISSERTAÇÕES E TESES
Rodrigues A. Aspectos semânticos e pragmáticos nas alterações do
desenvolvimento da linguagem [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo
- Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas; 2002.
DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
ASHA: American Speech and Hearing Association [Internet]. Rockville: American
Speech-Language-Hearing Association; c1997-2008. Otitis media, hearing and
language development. [cited 2003 Aug 29]; [about 3 screens} Available from:
http://www.asha.org/consumers/brochures/otitis_media.htm
Tabelas:
Apresentar as tabelas separadamente do texto, cada uma em uma página,
ao final do documento. As tabelas devem ser digitadas com espaço duplo e fonte
Arial 8, numeradas sequencialmente, em algarismos arábicos, na ordem em que
foram citadas no texto. Todas as tabelas deverão ter título reduzido, auto-explicativo,
inserido acima da tabela. Todas as colunas da tabela devem ser identificadas com
um cabeçalho. No rodapé da tabela deve constar legenda para abreviaturas e testes
estatísticos utilizados. O número de tabelas deve ser apenas o suficiente para a
descrição dos dados de maneira concisa e não devem repetir informações
apresentadas no corpo do texto. Quanto à forma de apresentação, devem ter
traçados horizontais separando o cabeçalho, o corpo e a conclusão da tabela.
Devem ser abertas lateralmente. Serão aceitas, no máximo, cinco tabelas.
28
Quadros:
Devem seguir a mesma orientação da estrutura das tabelas, diferenciando
apenas na forma de apresentação, que podem ter traçado vertical e devem ser
fechados lateralmente. Serão aceitos no máximo dois quadros.
Figuras (gráficos, fotografias e ilustrações):
As figuras deverão ser encaminhadas separadamente do texto, ao final do
documento, numeradas sequencialmente, em algarismos arábicos, conforme a
ordem de aparecimento no texto. Todas as figuras deverão ser em preto e branco
(ou em escala de cinza), com qualidade gráfica adequada (usar somente fundo
branco), e apresentar título em legenda, digitados em letra Arial 8. As figuras
poderão ser anexadas como documentos suplementares em arquivo eletrônico
separado do texto (a imagem aplicada no processador de texto não significa que o
original está copiado). Para evitar problemas que comprometam o padrão da
Revista, o processo de digitalização de imagens ("scan") deverá obedecer os
seguintes parâmetros: para gráficos ou esquemas usar 800 dpi/bitmap para traço;
para ilustrações e fotos (preto e branco) usar 300 dpi/RGB ou grayscale. Em todos
os casos, os arquivos deverão ter extensão .tif e/ou .jpg. Também serão aceitos
arquivos com extensão .xls (Excel), .cdr (CorelDraw), .eps, .wmf para ilustrações em
curva (gráficos, desenhos, esquemas). Serão aceitas, no máximo, cinco figuras. Se
as figuras já tiverem sido publicadas em outro local, deverão vir acompanhadas de
autorização por escrito do autor/editor e constando a fonte na legenda da ilustração.
Legendas:
Apresentar as legendas usando espaço duplo, acompanhando as
respectivas tabelas, quadros, figuras (gráficos, fotografias e ilustrações) e anexos.
Abreviaturas e siglas:
Devem ser precedidas do nome completo quando citadas pela primeira vez
no texto. As legendas das tabelas, quadros, figuras e anexos devem ser
29
acompanhadas de seu nome por extenso. As abreviaturas e siglas não devem ser
usadas no título dos artigos e nem no resumo.
Envio de Manuscritos
Serão aceitos para análise somente os artigos submetidos pelo sistema de
editoração online, disponível em http://submission.scielo.br/index.php/rsbf/index.
Os autores dos artigos não poderão submeter seus trabalhos a outras
publicações, nacionais ou internacionais, até que os mesmos sejam efetivamente
publicados ou rejeitados pelo corpo editorial. Somente o editor poderá autorizar a
reprodução dos artigos publicados na Revista da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia - RSBFa em outro periódico.
Os autores dos artigos selecionados para publicação serão notificados, e
receberão instruções relacionadas aos procedimentos editoriais técnicos. Os autores
de manuscritos não selecionados para publicação receberão notificação com os
motivos da recusa.
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